Não raras vezes, quando as pessoas partilham que fazem algo interessante, ouvimos logo quem expresse: ”agora é moda!”. E se tinhas imensa vontade de contar esse feito e de partilhar o teu sentimento…o teu entusiasmo fica por aí e logo acaba uma conversa que nunca começou.
Já te aconteceu isso?
A mim sim, ao ponto de nem ter vontade de contar nada com medo de ou:
- de sentir a inveja alheia, que se traduz num ”ai sim…que bom!”
- a desvalorização do evento…”porque é moda”,
- ou ter de ouvir a outra pessoa contar a sua versão da mesma experiencia porque na verdade quando a outra pessoa a fez, não era moda e “aí é que foi”!
A verdade é que, às vezes, sinto um bocadinho de inveja dos bons momentos que as pessoas passam, mas apenas o sinto pois gosto de saber o que de bom se passa na vida de cada um. (Porque para saber o que é mau, nem é preciso perguntar.) Quando alguém me conta que assistiu um evento, faz uma viagem, compra algo e está feliz com isso e sente necessidade de partilhar, eu fico genuinamente feliz por essa pessoa, a menos que ela apenas o faça para mostrar que tem uma vida mais “fixe” que a dos comuns mortais como eu.
Mas fico mais aborrecida quando quero contar algo de bom que consegui, algo que fiz, algo que senti e, a outra pessoa reage com um certo desprezo. Bolas, será que se fosse uma desgraça tinha mais interesse em ouvir? Nem quero experimentar….
Lamurias á parte, imagino como teríamos relações mais positivas se treinássemos melhor esta capacidade de ouvir o outro e sentir alegria pela felicidade do outro. Se é verdade que precisamos de um ombro amigo para chorar, é também certo que a felicidade é algo tão intenso que merece ser partilhado, regado com um brinde e festejado.
Num mundo cada vez mais sombrio precisámos quem brinde às coisas boas de vida.
E tu amiga, a que brindas?
Raquel Rodrigues
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