domingo, 1 de junho de 2025

Solenidade da Ascensão

 



A Solenidade da Ascensão de Jesus mostra, antes de mais, qual é a meta final do nosso caminho: a comunhão com Deus, a Vida definitiva. Mas, além disso, lembra aos discípulos de Jesus que, enquanto caminham na terra, têm a responsabilidade de continuar a obra de Jesus e de dar testemunho da salvação de Deus.

No Evangelho, Jesus ressuscitado despede-se dos discípulos e passa-lhes o testemunho. Os discípulos, formados na “escola” de Jesus, têm como missão levar o Evangelho a todas as nações, anunciar a todos os homens e mulheres o amor e a misericórdia de Deus. Não estarão sozinhos: Jesus vai enviar-lhes, como ajuda, o “prometido do Pai”, a “força do alto, o Espírito Santo. Esse Espírito dar-lhes-á a força necessária para enfrentar os obstáculos e ajudá-los-á a discernir os caminhos que devem percorrer.A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal: as fronteiras, as raças, as diferenças culturais, as diferenças ideológicas, as diferenças de estatuto social, as marcas da vida, os “acidentes” pessoais que tornam cada pessoa única e diferente, não podem ser obstáculos para a presença da proposta libertadora de Jesus no mundo. Temos consciência de que Jesus nos envia a todas as pessoas, independentemente daquilo que as torna diferentes, “estranhas”, singulares? Nas nossas comunidades cristãs há lugar para todos, sejam quais forem as situações de vida ou as feridas que cada um carrega?

A primeira leitura, repete a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter comunicado aos homens o projeto do Pai, entrou na Vida definitiva da comunhão com Deus, a mesma vida que espera todos os que percorrem o “caminho” que Jesus percorreu. Os discípulos, testemunhas da partida de Jesus, não podem ficar a olhar para o céu; mas têm de ir para o meio dos homens, seus irmãos, continuar o projeto de Jesus.A ascensão de Jesus deve ser vista no contexto de toda a sua vida. Ele veio ao encontro dos homens, caminhou no meio deles, procurou viver na fidelidade ao projeto do Pai, pagou com a própria vida o seu compromisso com a construção do Reino de Deus. Mas Deus não aceitou que a maldade vencesse e libertou Jesus da escravidão da morte; e Jesus, glorificado por Deus, entrou definitivamente na glória do Pai. A ascensão de Jesus diz-nos qual é o destino final daqueles que, como Ele, vivem na fidelidade aos projetos de Deus: estão destinados à glorificação, à comunhão definitiva com Deus. Contemplando a ascensão de Jesus, percebemos qual é a meta do nosso caminho: a Vida plena junto do Pai. Isto dá um novo sentido à nossa vida, às nossas lutas, ao nosso compromisso, à nossa entrega à construção do Reino de Deus. Não caminhamos ao encontro do vazio, do nada, mas caminhamos ao encontro da Vida definitiva nos braços de Deus, como Jesus. Temos consciência disso? Essa consciência alimenta a nossa entrega, o nosso compromisso, a nossa fidelidade ao projeto de Deus?

A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da “esperança” a que foram chamados: a Vida plena de comunhão com Deus. É essa “esperança” que ilumina o horizonte daqueles que fazem parte da Igreja, o “corpo” do qual Cristo é a “cabeça”.É bela e sugestiva a imagem da Igreja como um “corpo” do qual Cristo é a “cabeça”. Todos nós, membros vivos desse “corpo”, estamos ligados a Cristo. É Ele o nosso “centro”, a nossa referência, a nossa fonte de Vida. A imagem também nos lembra a comunhão, a solidariedade, os laços fraternos que unem todos aqueles que integram esse “corpo”, apesar das diferenças e distâncias que possam existir entre nós. Estas duas coordenadas estão presentes na nossa experiência de fé? Procuramos manter permanentemente a nossa ligação a Jesus e fazer d’Ele o centro à volta do qual construímos toda a nossa existência? Sentimo-nos ligados aos nossos irmãos na fé e procuramos, com eles e junto deles, viver o mandamento do amor que Jesus nos deixou?
A Igreja é a “plenitude” de Cristo. Nela Cristo reside no mundo e nela Cristo continua a oferecer ao mundo a plenitude da salvação de Deus. Os homens e mulheres do nosso tempo, quando olham para a Igreja, encontram Cristo e a proposta de salvação que Cristo veio trazer? Nós, membros da Igreja, damos testemunho coerente e verdadeiro de Cristo e do Evangelho?

https://www.dehonianos.org/

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