Padre Vítor Oliveira, espiritano português, está no Paraguai há 37 anos
San Lourenzo, Assunção, jul 2015 (Ecclesia) – O padre Vítor Oliveira, da Congregação dos Missionários do Espírito Santo, vai receber o Papa Francisco no Hospital Pediátrico “Niños de Acosta Ñu”, a 11 de julho, em San Lourenzo, e destaca o seu “desejo pelos mais pobres”.“Para o hospital ‘Niños de Acosta Ñu’ vêm crianças de todo o pais nas condições mais precárias, humildes e difíceis do ponto de vista da saúde. É um exemplo de como o Papa quer estar próximo dos mais pobres, dos mais necessitados”, explica o padre Vítor Oliveira da Congregação dos Missionários do Espírito Santo (Espiritano).
À Agência ECCLESIA o missionário, que vive no Paraguai há 37 anos, destaca que é “extraordinário” a forma como o primeiro Papa latino-americano “se preocupa em chegar às pessoas que mais precisam” tendo uma opção “preferencial pelos mais pobres”.
Sinal desta opção, observa o padre Vítor Oliveira, é a Eucaristia que o Papa vai celebrar, depois da visita ao hospital pediátrico, na praça do Santuário Nacional Virgem de Caacupé ao qual peregrinam pessoas de todo o país, “sobretudo do norte onde há mais dificuldade” porque a população tem “menos serviços, assistência do Estado”.
“É onde se quer encontrar com população mais pobre, abandonada”, reforça.
O Paraguai é a terceira etapa da visita pastoral de nove dias do Papa a países da América Latina, depois de ter passado pela Bolívia e Equador, entre 5 e 13 de julho.
O missionário português revela que há “muita alegria, muita esperança” por parte dos paraguaios em receber Francisco pela “esperança” que esperam que traga “para o povo e para a Igreja do Paraguai e toda a América Latina”.
“Há muita expectativa de encontra-lo, muitas pessoas mobilizam-se, jovens, adultos, toda a gente para servir e sobretudo para vê-lo”, observa o sacerdote.
Neste contexto, reconhece, as pessoas vão ter de fazer “grandes esforços” estando “horas e horas” à espera para o ver mas “mesmo assim há muita gente disposta a esse sacrifício para encontra-lo de perto”.
“Temos de saber que a religiosidade na América Latina é muito física, procura a proximidade, o encontro”, contextualiza sobre a população que não vai ter “problemas em fazer grandes sacrifícios”.
Sobre a ação da Igreja, o missionário espiritano assinala a opção pelo “mais pobres” mas espera que a visita do Papa “ajude a avançar mais nesta direção” preferencial pelos mais abandonados, pelos excluídos da sociedade.
O padre Vítor Oliveira conta que os primeiros 20 que passou no Paraguai foram dedicados aos camponeses, depois trabalhou na capital do país, em Assunção, e agora está numa cidade da periferia onde tenta “criar ambientes de comunidade” para que os migrantes e quem está possa “sentir-se em comunhão”.
“Temos uma igreja paroquial e mais três capelas com uma população de 70 mil almas bastante heterogenia. Muitas pessoas saíram do campo e vêm para a cidade à procura de melhores condições”, desenvolve sobre um serviço que envolve várias organizações com a “Legião de Maria e a Pastoral Social” que se aproximem dos “mais pobres, abandonados, doentes” com o “desejo” de que a Igreja seja “realmente servidora”.
Nos três dias de visita ao Paraguai, de 11 a 13 de julho, Francisco faz uma visita de cortesia ao presidente da República, encontra-se com as autoridades civis, com representantes da sociedade civil, incluindo as comunidades indígenas e camponesas, bem como os bispos e os jovens.
No total da vista pastoral, o Papa vai percorrer 24730 quilómetros (equivalente a mais de meia volta ao mundo) em sete voos que totalizam cerca de 33 horas.
OC/CB
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