«O voluntário sente uma alegria, que é muito maior do que a ação realizada, quando consegue oferecer algo de si próprio, gratuitamente, aos outros»: 5 de dezembro, Dia Internacional do Voluntariado.
O que leva um voluntário a dedicar a sua vida ao próximo? Em primeiro lugar, aquele mote inato no coração, que estimula cada ser humano a ajudar o seu semelhante. Trata-se de uma lei da existência. O voluntário sente uma alegria, que é muito maior do que a ação realizada, quando consegue oferecer algo de si próprio, gratuitamente, aos outros.
Precisamente por isto, o Voluntariado constitui um fator peculiar de humanização: graças às diversas formas de solidariedade e de serviço que promove e concretiza, torna a sociedade mais atenta à dignidade do homem e às múltiplas expectativas. Através da atividade que desempenha, o Voluntariado faz a experiência de que, só através da dedicação ao próximo, a criatura humana se realiza plenamente a si mesma. (...)
A caridade representa a forma mais eloquente de evangelização porque, ao responder às necessidades corporais, revela aos homens o amor de Deus, providente e pai, sempre solícito por cada um. Não se trata de satisfazer apenas as necessidades materiais do próximo, como a fome, a sede, a carência, as curas médicas, mas de fazer com que conheça de maneira pessoal a caridade de Deus. Através do Voluntariado, o cristão torna-se testemunha desta caridade divina; anuncia-a e torna-a tangível com intervenções corajosas e proféticas.
Não é suficiente ir ao encontro de quem vive dificuldades materiais; é preciso responder, ao mesmo tempo, à sua sede de valores e de respostas profundas. É importante o tipo de ajuda que se oferece, mas mais importante é o sentimento com que ela é dada. Quer se trate de microprojectos ou de grandes realizações, o Voluntariado está chamado a ser em qualquer caso escola de vida sobretudo para os jovens, contribuindo para os educar para uma cultura de solidariedade e de acolhimento, aberto ao dom gratuito de si.
Quantos voluntários, ao empenhar-se corajosamente pelo próximo, conseguem descobrir a fé! Cristo, que pede para ser servido nos pobres, fala ao coração de quem se põe ao seu serviço. Faz experimentar a alegria do amor abnegado, amor que é fonte da verdadeira felicidade. (...)
Muitas vezes os voluntários substituem e antecipam as intervenções das instituições públicas, às quais compete reconhecer adequadamente as obras que surgiram, graças à sua coragem, e favorecê-las sem sufocar o seu espírito original.
Queridos Irmãos e Irmãs, que constituís este "exército de paz espalhado em todas as partes da terra, sois um sinal de esperança para os nossos tempos. Onde quer que surjam situações desfavorecidas e de sofrimento, fazei frutificar os insuspeitáveis recursos de dedicação, bondade e até de heroísmo, que o homem leva no seu coração.
Fazendo-me voz dos pobres de todo o mundo, desejo dizer-vos obrigado pelo vosso incessante empenho. Prossegui com coragem o vosso caminho; as dificuldades nunca vos detenham. Cristo, o Bom Samaritano, seja o excelso modelo de referência para cada voluntário. (...)
S. João Paulo II
Edição: Rui Jorge Martins
Publicado em 05.12.2014
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