sábado, 30 de dezembro de 2017

Natal é ser dom para os outros


https://www.youtube.com/watch?v=WZ0dydxuoB4#action=share


Em sua catequese, Francisco aprofundou o significado do Natal, isto é, o nascimento de Jesus. Para o Pontífice, estamos vivendo uma espécie de desnaturalização do Natal: em nome do falso respeito por quem não é cristão, elimina-se da festa toda referência ao nascimento de Jesus. “Sem Jesus não há Natal”, recordou.

Deus se fez homem de maneira surpreendente: nasceu de uma pobre jovem desconhecida, que dá à luz numa estrebaria, somente com a ajuda do marido.

O mundo não se deu conta de nada, mas os anjos exultaram no Céu! E é assim que o Filho de Deus se apresenta também hoje a nós: como o dom de Deus para a humanidade, que está imergida na noite e no torpor da sonolência.

“E ainda hoje assistimos ao fato de que com frequência a humanidade prefere a escuridão, porque sabe que a luz desvelaria todas aquelas ações e aqueles pensamentos que nos fariam envergonhar. Assim, se prefere permanecer nas trevas e não reverter os próprios hábitos errados. ”

Jesus é um dom de Deus para nós, que deve ser acolhido como Ele nos ensinou: tornando-nos diariamente um dom para as pessoas que cruzam nossa vida. Por isso mesmo, no Natal, trocamos presentes entre nós. Mas, para nós, o verdadeiro dom é Jesus.

E, por fim, um último aspecto importante: no Natal, podemos ver que a história humana, aquela movida pelos poderosos deste mundo, é visitada pela história de Deus.

“Com os pequeninos e os desprezados, Jesus estabelece uma amizade que continua no tempo e que nutre a esperança por um futuro melhor”. Com eles, em todos os tempos, prosseguiu Francisco, Deus quer construir um mundo novo, um mundo em que não existam mais pessoas rejeitadas, maltratadas e indigentes.

“Queridos irmãos e irmãs, nesses dias abramos a mente e o coração para acolher esta graça. Jesus é dom de Deus para nós e, se O acolhermos, também nós podemos nos tornar dom para os outros, antes de tudo para aqueles que jamais experimentaram atenção e ternura. E quantas pessoas em suas vidas nunca sentiram um carinho, uma atenção de amor, um gesto de ternura... O Natal nos leva a fazer isso. Assim, Jesus vem nascer na vida de cada um de nós e, através de nós, continua a ser dom de salvação para os pequeninos e os excluídos.”

Festa da Sagrada Família


https://www.youtube.com/watch?v=fFuDZPk6Xco&list=TLGGt61pdkhyOUUyOTEyMjAxNw


A liturgia deste domingo propõe-nos a família de Jesus como exemplo e modelo das nossas comunidades familiares… Como a família de Jesus – diz-nos a liturgia deste dia – as nossas famílias devem viver numa atenção constante aos desafios de Deus e às necessidades dos irmãos.
O Evangelho põe-nos diante da Sagrada Família de Nazaré apresentando Jesus no Templo de Jerusalém. A cena mostra uma família que escuta a Palavra de Deus, que procura concretizá-la na vida e que consagra a Deus a vida dos seus membros. Nas figuras de Ana e Simeão, Lucas propõe-nos também o exemplo de dois anciãos de olhos postos no futuro, capazes de perceber os sinais de Deus e de testemunhar a presença libertadora de Deus no meio dos homens.
A segunda leitura sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos dos que vivem “em Cristo” e aceitaram ser “Homem Novo”. Esse amor deve atingir, de forma muito especial, todos os que connosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.
A primeira leitura apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais… É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura.

INFORMAÇÃO PAROQUIAL


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HORÁRIO  DAS EUCARISTIAS DE FINAL DE ANO E ANO NOVO

DIA 30 de Dezembro, Sábado

15;30h - Celebração da Palavra- Vale de Cavalos

16:30h -  Celebração da Palavra - Mosteiros

17:30h - Eucaristia - Arronches

DIA 31 de Dezembro- Domingo Festa da Sagrada Família

9:30h- Celebração da Palavra-  Reguengo

10:30h- Eucaristia- Alegrete

12:00h - Eucaristia-  Arronches

15:00h - Eucaristia - Nª Srª da Lapa

15:00h - Celebração da Palavra. Esperança

16:00h -Celebração da Palavra- Degolados

Dia 01 de Janeiro de 2018 -  Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus

9;30h - Eucaristia- Reguengo

10:30h- Eucaristia - Alegrete

12:00h - Eucaristia - Arronches

15:00h - Eucaristia - Arronches

16:00h - Eucaristia - Degolados

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

FAMÍLIAS NA “UNIVERSIDADE” DE NAZARÉ


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A liturgia da Igreja faz memória do Mistério Pascal de Cristo. Ao longo do ano, leva-nos também a fazer um percurso pedagógico de vida cristã e a viver acontecimentos e momentos fortes e estimulantes. Desta vez, porém, convida-nos a celebrar a Festa da Sagrada Família de Nazaré. Nela e por ela, tornamos presente as nossas famílias, trazemos à reflexão a beleza do matrimónio cristão e quão importante se torna a qualidade de vida das famílias cristãs, qualidade que a sociedade reclama e a fidelidade a Cristo não dispensa.
Embora nos pareça que, por vezes, neste campo, as Nações Unidas também dão uma no cravo e outra na ferradura, no entanto, elas reconhecem “a importância da família na estrutura do núcleo familiar e o seu relevo na base da educação infantil”. Têm ajudado a “reforçar a mensagem de união, amor, respeito e compreensão necessárias para o bom relacionamento de todos os elementos que compõem a família”. Têm chamado a atenção da população “para a importância da família como núcleo vital da sociedade e para os seus direitos e responsabilidades”. E, entre outras preocupações, não se têm dispensado de “sensibilizar e promover o conhecimento relacionado com as questões sociais, económicas e demográficas que afetam a família”. Também a Carta dos Direitos da Família a tem como núcleo natural e fundamental da sociedade e do Estado, devendo ser reconhecida e protegida. Ela existe antes do Estado e o Estado existe para a defender e promover na sua dignidade e não para a ferir ou destruir. Tudo quanto possa destruir a dignidade da pessoa e da família não vem por bem. Sendo o lugar primário da humanização da pessoa e da sociedade, sendo a primeira sociedade natural, a família constitui-se como protótipo de todo o ordenamento social (CDSocial da Igreja, 221). Aí, o trabalho estável e o salário justo constituem o fundamento sobre o qual se edifica e garante a dignidade da pessoa e da família, se proporciona a festa, a educação, a cultura e o exercício da cidadania na construção do bem comum. Tendo criado o ser humano, homem e mulher, Deus instituiu o matrimónio como sólido fundamento da família e abençoou o casal para que fosse fecundo e se multiplicasse. Por isso, “o homem deixará o seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne” (Gn 2,24). Se esta união foi prejudicada pelo pecado que sempre fez e faz endurecer o coração das pessoas, sabemos que pela redenção e reconciliação do mundo operada por Jesus, o matrimónio e a família foram reconduzidos à sua forma original, foram restaurados à imagem da Santíssima Trindade, mistério donde provém todo o verdadeiro amor. Como afirma o Papa Francisco, “não apenas o homem em si mesmo é imagem de Deus, não só a mulher em si mesma é imagem de Deus, mas também o homem e a mulher, como casal, são imagem de Deus. A diferença entre homem e mulher não é para a contraposição, nem para a subordinação, mas para a comunhão e a geração, sempre à imagem e semelhança de Deus” (15/4/15). É uma união tão forte que a Sagrada Escritura diz que os dois serão “uma só carne”, uma só existência.
A Igreja acredita e ensina que a família não é uma instituição puramente humana. Sabe que o matrimónio foi elevado por Cristo à dignidade de sacramento e que a família não é “um ideal abstrato”, mas uma “tarefa artesanal”, um “caminho dinâmico de crescimento e realização” (AL37), realidade que tantas famílias, apesar dos caprichos da vida, sabem testemunhar com alegria e esperança. Compreendendo, embora, e acompanhando com atenção e solicitude as falências matrimoniais e o enorme sofrimento que elas causam às partes envolvidas, a Igreja jamais deixou, jamais deixará de anunciar a Boa Nova do matrimónio e da família como comunidade de vida e de amor, propondo-os nos seus elementos essenciais, não como um ideal para poucos, mas como uma realidade que, na graça de Cristo, pode ser vivida por todos os fiéis batizados, como ensina Francisco. Também reconhece facilmente a presença das “sementes do Verbo” no verdadeiro matrimónio natural e nas formas matrimoniais de outras tradições religiosas. Olha com muita atenção outras uniões, uniões entre homem e mulher, uniões que podem ser uma oportunidade para fazer caminho e alcançar um bem maior. São uniões que nada têm a ver com aquelas que, embora respeitemos, são, logo à partida, constituídas por interesses díspares, quase sempre a prazo, relativizadas e privatizadas, reivindicando direitos, rejeitando deveres. Ou aquelas outras, entre pessoas do mesmo sexo, as quais, mesmo não tendo qualquer alcance para o bem comum, têm a proteção do Estado e das leis, leis eivadas pela ditadura da ideologia do género e pela subserviência oportunista ao princípio da tolerância e da não discriminação, como se disso se tratasse. Avanço civilizacional, disseram e dizem eles!... Avanço civilizacional tão clarinho como um mestiço, diria, talvez, Camilo Castelo Branco.
Família é família, e ponto!
A Igreja, mesmo que discorde disto ou daquilo, acolhe e procura acompanhar, com atenção e respeito, sem moralismos descabidos, cada uma e todas as pessoas que o desejem, mas não pode aceitar tudo, até pelo dever de caridade que tem para com elas. E embora, ao longo da história, não esteja isenta de erros, a sua experiência de dois mil anos tem-lhe dado a humildade e a capacidade necessárias para acompanhar as mudanças culturais e os solavancos da história, e, na escuta do Espírito que nela atua, fazer o seu discernimento sem grandes sobressaltos e sem fugir às questões, sabendo, no entanto, que não é tudo igual a tudo. Ela defende, anuncia e propõe, como modelo de família, a comunidade de vida e de amor, constituída, livre e vocacionalmente, por um homem e uma mulher, de forma estável e indissolúvel, aberta aos filhos que embora não sejam sua propriedade são o mais excelente dom do seu amor. Assim constituída, a família torna-se fonte de equilíbrio social, de estabilidade e de esperança, para crentes e não crentes, pelo que, para nós, continua a ser importante “atingir e modificar pela força do Evangelho os critérios de julgar, os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e com o desígnio da salvação” (EN19).
Que a Sagrada Família de Nazaré nos faça entender a todos a beleza e a importância da família na construção dum mundo mais terno e saudável, mais alegre e feliz, em paz.

D. Antonino Dias - Bispo de Portalegre Castelo Branco
29-12-2017

Papa Francisco pede aos pais: “Não discutam diante dos filhos – eles sofrem!”



O Santo Padre reuniu- se com os funcionários do Vaticano e pediu que eles protejam a família sempre

“Nunca briguem diante das crianças. Nunca!”

Este foi o pedido que o Papa Francisco fez aos pais e mães durante o seu encontro com os funcionários do Vaticano e seus familiares, nesta quinta-feira, 21 de dezembro. No encontro para desejar a eles um feliz Natal, o Santo Padre compartilhou reflexões sobre a família e sobre como protegê-la durante eventuais crises conjugais.

“Eu vou ser sincero. Quando fico sabendo que uma família está em crise, que existem crianças que se angustiam porque os pais brigam, eu sofro. Por isso, peço que vocês se deixem ajudar. Por favor, salvem a família! Eu sei que não é fácil, que há muitos problemas num casamento. Mas procurem pedir ajuda enquanto há tempo. Protejam a família! Eu sei que entre vocês há alguns separados, eu sei e sofro com você. Mas deixe-se ajudar. Se já aconteceu, pelo menos que as crianças não sofram, porque, quando os pais discutem, as crianças sofrem”.

Francisco sugeriu uma forma de ajuda que o Vaticano mantém sempre disponível para as famílias

:“Para proteger a sua família, peça a ajuda dos capelães”

.E destacou:

Deus nos criou como família. A imagem de Deus é o matrimónio: homem e mulher, fecundos. ‘Multiplicai-vos!’. Tenham filhos. Vão em frente. Hoje eu fiquei muito feliz quando vi tantas crianças aqui, tantas famílias! Por favor, protejam a família!”.

A imagem que ilustra este artigo é do dia 13 deste mês, na Sala Paulo VI, durante outra audiência do Papa com fiéis presentes em Roma. Ela também capta um instante de afeto entre famílias católicas e o Santo Padre.

Redação da Aleteia | Dez 22, 2017

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Pontífice presidiu à recitação do ângelus na festa do primeiro mártir, Santo Estêvão


https://www.youtube.com/watch?v=HU-eVciKECs#action=share

Cidade do Vaticano, 26 dez 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje que a mensagem de Jesus “é desconfortável e inconveniente” porque “desafia o poder religioso mundano e provoca as consciências”, ao assinalar a festa litúrgica do primeiro mártir, Santo Estêvão.

“Após a sua vinda, é necessário converter-se, mudar a mentalidade, abandonar o pensamento anterior”, disse o pontífice desde a janela do apartamento pontifício no Vaticano.

O Papa explicou que Santo Estêvão “permaneceu agarrado” à mensagem de Jesus até sua morte e as suas últimas orações tornaram-se fiéis às pronunciadas por Jesus na cruz: “Senhor Jesus, aceita meu espírito” e “Senhor, não lhes atribua esse pecado”.

“As palavras de Estêvão só foram possíveis porque o Filho de Deus veio à terra, morreu e levantou-se por nós; antes desses eventos eram expressões humanamente impensáveis”, observou Francisco.

Perante as pessoas reunidas para este tradicional encontro no dia a seguir ao Natal, o pontífice argentino realçou que Jesus é o mediador e “reconcilia não só com o Pai” mas também as pessoas porque é “a fonte do amor”.

“Abre para a comunhão com nossos irmãos removendo todo o conflito e ressentimento. Os ressentimentos são maus, magoam e Jesus remove tudo e faz-nos amar uns aos outros”, desenvolveu sobre o que é o “milagre de Jesus”.

Neste contexto, o Papa disse para pedir a Jesus que “ajude a assumir essa dupla atitude de confiança no Pai e amor ao próximo” porque “transforma a vida e torna-a mais bonita, mais frutífera.”

No ângelus na festa do primeiro mártir, o pontífice realçou a ligação “muito forte” do nascimento ao céu do primeiro mártir com a celebração do nascimento de Jesus, esta segunda-feira.

“Santo Estêvão colocou os líderes do seu povo em crise, porque ‘cheio de fé e do Espírito Santo’, firmemente acreditava e professava a presença de Deus entre os homens. Ele sabia que o verdadeiro templo de Deus é agora Jesus”, explicou sobre o santo acusado de “pregar a destruição do templo de Jerusalém”.

Depois da oração mariana, Francisco, na “alegria cristã que decorre do Natal de Jesus”, agradeceu a presença de fiéis e turistas na praça de São Pedro e renovou os desejos “de paz e serenidade”.

“Uma saudação especial aos fiéis da peregrinação nacional ucraniana: abençoo todos vocês e seu país”, destacou.

O Papa expressou ainda “sinceros agradecimentos” pelas muitas mensagens que recebeu nas últimas semanas: “Que o Senhor os recompense com sua generosidade.”

CB

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

O Natal NÃO é a festa de aniversário de Jesus



Alguns pensam que celebrar o Natal é comemorar o aniversário de Jesus, e chegam até a cantar “parabéns pra você”. Mas esse nunca foi o sentir da Igreja a respeito deste tempo litúrgico.

Alguns pensam que celebrar o Natal é comemorar o aniversário de Jesus; alguns chegam até a cantar “parabéns pra você”! Coisa totalmente fora de propósito, contrária ao sentimento da Igreja e fora do sentido da celebração dos cristãos. Então, se não celebramos o aniversário de Jesus, o que fazemos no Natal?

Antes de tudo é necessário entender o que é a Liturgia, a Celebração da Igreja.

Vejamos. O nosso Deus, quando quis nos salvar, agiu na nossa história. Primeiramente agiu na história de toda a humanidade, guiando de modo secreto e sábio todos os seres humanos e sua história. Basta que pensemos nos santos pagãos do Antigo Testamento — santos que não pertenceram ao povo de Israel: Sto. Abel, Sto. Henoc, São Matusalém, São Noé, São Melquisedec, São Jó, São Balaão… Nenhum destes pertencia ao povo de Deus… e no entanto, Deus agia através deles… Depois, Deus agiu de modo forte, aberto, intenso na história do povo de Israel, com as palavras de fogo dos profetas, com a mão estendida e o braço potente nas obras maravilhosas em benefício do seu povo eleito.

Finalmente, Deus agiu de modo pleno e total, fazendo-se pessoalmente presente, em Jesus Cristo, que é o cume, o centro e a finalidade da revelação e da ação de Deus: em Jesus, tudo quanto Deus sonhou para nós se realizou de modo pleno, único, absoluto, completo e definitivo! Então, o nosso Deus não se revela principalmente com ensinamentos, com doutrinas e conselhos, mas com ações concretas e palavras concretas de amor! E tudo isso chegou à plenitude na vida, nos gestos, palavras e ações de Jesus Cristo!

Pois bem: são estas obras salvíficas de Deus, realizadas de modo pleno em Jesus, que nós tornamos presente na nossa vida quando celebramos a Santa Liturgia, sobretudo a Eucaristia! Na força do Espírito Santo de Jesus, através das palavras, dos gestos e dos símbolos litúrgicos, os acontecimentos do passado — todos resumidos em Cristo: na sua Encarnação, no seu Nascimento, Ministério, Morte e Ressurreição e no Dom do seu Espírito — tornam-se presentes na nossa vida.

Vejamos, agora, o caso do Natal. Quando a Igreja celebra as cinco festas do Natal, ela quer celebrar não o aniversarinho do menininho Jesus… O que ela quer fazer e faz é tornar presente para nós, na força do Espírito Santo, a graça da vinda do Cristo! Celebrando a liturgia do Natal, o acontecimento do passado (a Manifestação do Filho de Deus) torna-se presente no hoje da nossa vida! Na liturgia do Natal a Igreja não diz: “Há dois mil anos nasceu Jesus”! Nada disso! O que ela diz é: “Alegremo-nos todos no Senhor: hoje nasceu o Salvador do mundo, desceu do céu a verdadeira paz!” (Antífona de Entrada da Missa da Noite do Natal).


Em Jesus, tudo quanto Deus sonhou para nós se realizou de modo pleno, único, absoluto, completo e definitivo!

Então, celebrando as santas festas do Natal, celebramos a Manifestação do Salvador no nosso hoje, na nossa vida, no nosso mundo! A liturgia tem essa característica: na força do Santo Espírito torna presente realmente, de verdade, aquele acontecimento ocorrido no passado. Não é uma repetição do acontecimento, nem uma recordação!É, ao invés, aquilo que a Bíblia chama de memorial, isto é, tornar presente os atos de salvação de Deus!

Agora vejamos: a Eucaristia é a celebração, o memorial da Páscoa do Senhor. Como é, então, que no Natal a gente celebra a Missa, que é a Páscoa? Como é que já no Natal a Igreja mete a celebração da Páscoa? É que a Eucaristia não é simplesmente a celebração da paixão, morte e ressurreição de Cristo! Essa seria uma idéia muito mesquinha, estreita! Em cada Missa é todo o mistério da nossa salvação que se faz presente, é tudo aquilo que Deus realizou por nós, desde a criação até agora… e tudo isso tem o seu centro em Jesus: na sua Encarnação, na sua vida e na sua pregação, e alcança seu cume na sua morte e ressurreição, na sua ascensão e no dom do Santo Espírito. Então, celebramos as cinco festas do Natal celebrando a Missa, porque aí o mistério, o acontecimento da nossa salvação se torna presente e atuante na nossa vida.


Através das palavras, dos gestos e dos símbolos litúrgicos, os acontecimentos do passado tornam-se presentes na nossa vida.

Voltando para casa após a Missa do Natal, podemos dizer: “Hoje eu vi, hoje eu ouvi, hoje eu experimentei, hoje eu testemunhei e hoje eu anuncio: nasceu para nós, nasceu para o mundo um Salvador! Ele veio, ele não nos deixou, ele se fez nosso companheiro de estrada!” Celebrando a Eucaristia do Natal, recebemos a graça do Natal, entramos em comunhão com o Cristo que veio no Natal, porque recebemos no Corpo e Sangue do Senhor o próprio Cristo que nasceu para nós, e, agora, Cristo ressuscitado, pleno do Santo Espírito! É incrível, mas a graça do Natal chega a nós mais do que chegou para Maria e José e os pastores e os magos. Porque eles viram um menininho no presépio, enquanto nós o recebemos dentro de nós, seu Corpo no nosso corpo, seu Sangue no nosso sangue, sua Alma na nossa alma, seu Espírito no nosso espírito… e não mais um menininho frágil, com esta nossa vidinha humana, mas o próprio Filho agora glorificado, com uma natureza humana imortal e gloriosa, que nos transformará para a vida eterna.

Então, que neste Natal ninguém cante parabéns para o Menino Jesus, nem fique com inveja dos pastores e dos magos… Também para nós hoje nasceu um Salvador: o Cristo ressuscitado, glorioso, que recebemos no seu Corpo e Sangue e cujo mistério celebramos nos gestos, palavras e símbolos da liturgia!

(Dom Henrique Soares da Costa, via Pe. Paulo Ricardo)

https://pt.aleteia.org/2017/12/23/o-natal-nao-e-a-festa-de-aniversario-de-jesus/

NATAL!


https://www.youtube.com/watch?v=YZUU3bNw7Bo


segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Principe da PAZ


https://www.youtube.com/watch?v=KZspgoEguDI


    A Paz do Senhor Jesus!
 Desejamos que nesta semana, o encantamento da chegada do Menino que nos chega com as graças do Pai, inunde a todos que ama......

Natal do Senhor


https://www.youtube.com/watch?v=T4IFA7_nOb0

A liturgia deste dia convida-nos a contemplar o amor de Deus, manifestado na incarnação de Jesus… Ele é a “Palavra” que se fez pessoa e veio habitar no meio de nós, a fim de nos oferecer a vida em plenitude e nos elevar à dignidade de “filhos de Deus”.
A primeira leitura anuncia a chegada do Deus libertador. Ele é o rei que traz a paz e a salvação, proporcionando ao seu Povo uma era de felicidade sem fim. O profeta convida, pois, a substituir a tristeza pela alegria, o desalento pela esperança.
A segunda leitura apresenta, em traços largos, o plano salvador de Deus. Insiste, sobretudo, que esse projecto alcança o seu ponto mais alto com o envio de Jesus, a “Palavra” de Deus que os homens devem escutar e acolher.
O Evangelho desenvolve o tema esboçado na segunda leitura e apresenta a “Palavra” viva de Deus, tornada pessoa em Jesus. Sugere que a missão do Filho/”Palavra” é completar a criação primeira, eliminando tudo aquilo que se opõe à vida e criando condições para que nasça o Homem Novo, o homem da vida em plenitude, o homem que vive uma relação filial com Deus.

http://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=1763

Então é Natal


https://www.youtube.com/watch?v=FWjdTrhXLeo&feature=share

domingo, 24 de dezembro de 2017

UMA LUZ


https://www.youtube.com/watch?v=ah353PVg_Co

A liturgia desta noite fala-nos de um Deus que ama os homens; por isso, não os deixa perdidos e abandonados a percorrer caminhos de sofrimento e de morte, mas envia “um menino” para lhes apresentar uma proposta de vida e de liberdade. Esse menino será “a luz” para o povo que andava nas trevas.
A primeira leitura anuncia a chegada de “um menino”, da descendência de David, dom de Deus ao seu Povo; esse “menino” eliminará a guerra, o ódio, o sofrimento e inaugurará uma era de alegria, de felicidade e de paz sem fim.
O Evangelho apresenta a realização da promessa profética: Jesus, o “menino de Belém”, é o Deus que vem ao encontro dos homens para lhes oferecer – sobretudo aos pobres e marginalizados – a salvação. A proposta que Ele traz não será uma proposta que Deus quer impor pela força; mas será uma proposta que Deus oferece ao homem com ternura e amor.
A segunda leitura lembra-nos as razões pelas quais devemos viver uma vida cristã autêntica e comprometida: porque Deus nos ama verdadeiramente; porque este mundo não é a nossa morada permanente e os valores deste mundo são passageiros; porque, comprometidos e identificados com Cristo, devemos realizar as obras d’Ele.

FELIZ NATAL!

sábado, 23 de dezembro de 2017

O Burrito de Belém

SIM DE MARIA


https://www.youtube.com/watch?v=EnysWkA9P-I


A liturgia deste último Domingo do Advento refere-se repetidamente ao projecto de vida plena e de salvação definitiva que Deus tem para oferecer aos homens. Esse projecto, anunciado já no Antigo Testamento, torna-se uma realidade concreta, tangível e plena com a Incarnação de Jesus.
A primeira leitura apresenta a “promessa” de Deus a David. Deus anuncia, pela boca do profeta Natã, que nunca abandonará o seu Povo nem desistirá de o conduzir ao encontro da felicidade e da realização plenas. A “promessa” de Deus irá concretizar-se num “filho” de David, através do qual Deus oferecerá ao seu Povo a estabilidade, a segurança, a paz, a abundância, a fecundidade, a felicidade sem fim.
A segunda leitura chama a esse projecto de salvação, preparado por Deus desde sempre, o “mistério”; e, sobretudo, garante que esse projecto se manifestou, em Jesus, a todos os povos, a fim de que a humanidade inteira integre a família de Deus.
O Evangelho refere-se ao momento em que Jesus encarna na história dos homens, a fim de lhes trazer a salvação e a vida definitivas. Mostra como a concretização do projecto de Deus só é possível quando os homens e as mulheres que Ele chama aceitam dizer “sim” ao projecto de Deus, acolher Jesus e apresentá-l’O ao mundo.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

ALTERAÇÃO NOS HORÁRIOS DAS MISSAS DIA DE NATAL

ALTERAÇÃO DO HORÁRIO DAS MISSAS  NATAL

Sábado, 23 de Dezembro, Eucaristia, 17:30H, Igreja Matriz

Domingo , dia 24 de Dezembro, não será celebrada a Missa habitual das 12:00H, em Arronches.


CELEBRAÇÕES DE NATAL:

MISSA DO GALO : NOITE DE 24 PARA 25:

          23:00H - ALEGRETE


         00:15H - ARRONCHES



DIA 25 DE DEZEMBRO, SEGUNDA - FEIRA, DIA DE NATAL:


10:30H - REGUENGO

12:00H- ESPERANÇA

12:00H . ARRONCHES

15:00H . DEGOLADOS

16:30H . MOSTEIROS

17:30H - VALE DE CAVALOS
                     Resultado de imagem para menino Jesus           

ENTÃO, E EU?... TODA A GENTE ME ESQUECEU?...

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Há gestos nossos, simples e fáceis, que são saudáveis, fazem bem, revigoram, transmitem valores, geram empatia e proximidade, cimentam amizades. No entanto, mesmo que sejam gestos atentos e delicados, nem sempre nos parecem capazes de nos dizermos suficientemente. Deixam-nos a magicar sobre se teria sido bem e bom aquilo que fizemos, se não poderia ter sido melhor, se fomos agradáveis sem artificialismos nem fingimentos. Estas deferências nós as temos para com os humanos, bípedes iguais a nós, embora alguns possam pensar que têm mais senhoria do que outros: a luta por linhagens e presunções tem muitas caras e feitios. Mas se procuramos caprichar no relacionamento de uns para com os outros, com muita mais razão deveríamos cuidar as nossas atitudes para com Aquele que é o princípio e o fim, o alfa e o ómega, o Filho de Deus, Aquele que deu a vida por nós no alto do Calvário, isto é, por ti e por mim. Será que estaremos a entender bem?! ... deu a vida por ti…, por ti e por mim, por todos, sem exceção, mesmo que o não saibam ou tentem ignorar. Na sua condescendência infinita, despojou-se de si próprio, tornou-se em tudo igual a nós, passou pelo mundo fazendo o bem, morreu na cruz por amor, misericórdia e compaixão!... Apesar da diversidade de caminhos existenciais, de opções e funções na vida, apesar da multidão de crenças mesmo que muito díspares, é por Ele que todos seremos salvos. Só por Ele!
Se há, de facto, quem reconheça e se preocupe com estas atenções para com Jesus, Luz que ilumina o mundo e Sol que aquece o coração humano e dinamiza a vida, haverá também, por estas ocasiões da Celebração do Seu nascimento, quem festeje sem festejar, quem se exteriorize sem interiorizar, quem se mova sem energia e graça interior, quem se envolva nesta alegria – o que já será positivo, por certo! -, mas se envolva de forma indiferente e sem reconhecer o gesto do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus que, de forma tão terna, humilde e simples, vem ao nosso encontro. Até nisto o Senhor prova quanto nos ama, quão infinita é a Sua paciência, nunca desistindo de nós apesar das nossas distrações, autorreferências e travessuras.
Reiterando os votos de Santo Natal e de Bom Ano 2018, também faço votos para que todos possam TER, saborear e apreciar bem o bacalhau, o peru, o polvo, as rabanadas, o bolo-rei e todos os costumes em ambiente familiar de paz e harmonia. Também com presentes e alegria, sim, mas sem se esquecerem do Menino, sem O deixarem triste e de beicinho caído pelo facto de, por enorme pobreza nossa no meio de tanta fartura nem sequer agradecida, Ele continuar a constatar que “veio para o que era seu e muitos dos seus não O reconheceram”. E Eu, diz-nos Ele, também sou os pobres, os doentes e os que mais sofrem, física e moralmente.
Oxalá que as crianças e os jovens de todas as famílias cristãs possam sentir o testemunho crente dos adultos, numa breve oração que seja, neste Tempo Santo em que na terra nasceu o nosso Salvador. A par, junto do presépio e diante da velinha acesa, poderá ser feito um minuto de silêncio, inserindo-se, assim, toda a família, na campanha “10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz”, iniciativa promovida pela Cáritas Nacional em favor da Paz no Mundo, a Paz em Família, a Paz entre Homens e Mulheres, à qual também se associa o Corpo Nacional de Escutas com a Luz da Paz de Belém. Se a humanidade precisa tanto de Paz, a Paz começa dentro de nós e no seio de cada família. Não esqueçamos: Ele, esse Menino, é o Príncipe da Paz!
Poder-nos-á servir de estímulo este poema de João Coelho dos Santos, publicado no seu livro de poesias “Lágrima do Mar”, Ed. Florida Gráfica, 1996.

“NATAL DE QUEM?

Mulheres atarefadas
Tratam do bacalhau,
Do perú, das rabanadas.
-- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!
- Está bem, eu sei!
- E as garrafas de vinho?
- Já vão a caminho!
- Oh mãe, estou pr'a ver
Que prendas vou ter.
Que prendas terei?
- Não sei, não sei...
Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus-Menino
Murmura baixinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Senta-se a família
À volta da mesa.
Não há sinal da cruz,
Nem oração ou reza.
Tilintam copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em eufórico ambiente.
Lá fora tão frio,
Cá dentro tão quente!
Algures esquecido,
Ouve-se Jesus dorido:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Rasgam-se embrulhos,
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos
Com mais oferendas.
Amontoam-se sacos e papeis
Sem regras nem leis.
E Cristo Menino
A fazer beicinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
O sono está a chegar.
Tantos restos por mesa e chão!
Cada um vai transportar
Bem estar no coração.
A noite vai terminar
E o Menino, quase a chorar:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,
Quem se lembrou de Mim?
Não tive teto nem afeto!
Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:
- Foi este o Natal de Jesus?!!!”

+++++++++++++++++++

D. Antonino Dias- Bispo Portalegre Castelo Branco
22-12-2017

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

INFORMAÇÃO PAROQUIAL

ALTERAÇÃO DO HORÁRIO DAS MISSAS  PARA O PRÓXIMO FIM DE SEMANA

Sábado, 23 de Dezembro, Eucaristia, 17:30H, Igreja Matriz

Domingo , dia 24 de Dezembro, não será celebrada a Missa habitual das 12:00H, em Arronches.


Celebrações de Natal:

MISSA DO GALO : NOITE DE 24 PARA 25:

          23:00H - ALEGRETE


         00:15H - ARRONCHES

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DIA 25 DE DEZEMBRO, SEGUNDA - FEIRA, DIA DE NATAL:


10:30H - REGUENGO

10:30H - ALEGRETE

12:00H . ARRONCHES

15:00H . DEGOLADOS

16:30H . MOSTEIROS

17:30H - VALE DE CAVALOS

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Temo que Jesus não nasça

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O Natal aproxima-se, mas temo que este Jesus não "nasça".

Está prestes a "nascer" um menino e nem tempo temos para prepararmos dignamente a Sua vinda.

Está prestes a "nascer" um menino e continuamos com as mãos cheias de embrulhos e não somos capazes de as esvaziar para Lhe pegarmos ao colo.

O mundo não está preparado, nem preocupado com a Sua vinda.

Continua a olhar para o Natal como se fosse só mais um dia. Continua a olhar para o Natal, como se fosse só mais uma união à volta da mesa, onde conversas, presentes e brincadeiras nos reúnem. É claro que isto é uma boa forma de viver o Natal e até uma das poucas ocasiões, onde Ele tem oportunidade de Se revelar junto daqueles que O desconhecem, mas isto não pode ser o todo. Inicia-se desta forma, mas não se pode dar como terminado. Há muito mais neste nascimento. Há muito mais nesta vinda.

Para Ele "nascer" é preciso revirarmos as nossas entranhas. É preciso darmos o braço a torcer. É preciso servir mais. É preciso que sintamos uma verdadeira mudança. É preciso "nascer" com Ele no meio do nada. É preciso reconhecer que a simplicidade nos completa e nos renova a cada instante. É preciso reconhecer que são as nossas mãos vazias que farão com que este menino seja verdadeira Luz no Mundo. É necessário convertermo-nos, não como donos da verdade ou do mundo, mas como presença viva de um Deus que quis experienciar esta vida humana.

Se levarmos este nascimento em conta, não podemos deixar que a nossa vida seja a mesma.

É verdade que as nossas mãos continuarão vazias, mas a Sua vinda preencherá a nossa vida.

As nossas mãos continuarão vazias, mas a Sua vinda completará as nossas relações.

As nossas mãos continuarão vazias, mas a Sua vinda colmatará as nossas falhas.

As nossas mãos continuarão vazias, mas a Sua vinda dará muitos frutos.

As nossas mãos continuarão vazias, mas se deixarmos que este Jesus "nasça" nos nossos dias, o mundo não ficará indiferente.

Ele pode "nascer" de novo, mas para isso precisamos de ser "movidos pela estrela que brilha no amor".

Não há fogo maior que o amor, pois dele vem toda a presença deste Deus que insiste em não deixar morrer o brilho da Sua compaixão.

Que neste Natal sejamos capazes de alimentar a "estrela que brilha no amor", para que este Jesus "nasça" em toda a nossa vida.

Eu deixarei as minhas mãos vazias para que Ele nasça. E tu, deixarás que Ele venha ao mundo?


Emanuel António Dias - 15 dezembro 2017

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

MENSAGEM DE NATAL O AMOR DE DEUS NUNCA SERÁ ABSTRATO

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Estamos à porta do Presépio como quem espreita para dentro do próprio coração. Maria, José e Jesus, são o Caminho que Deus escolheu para chegar ao homem e à sua vida. E todos desejaremos, por certo, mais ou menos discretamente, que o Natal não seja uma mera regressão infantil à nostalgia de um sonho.

Há muito tempo que Deus se habituou à humanidade. A persistência com que sempre saiu ao seu encontro é prova disso mesmo. O homem, porém, é que demorou a habituar-se a Deus. E por entre dúvidas e evidências ainda hoje Lhe resiste, tem receio de se sentir diminuído ou de perder a liberdade.

Uma das notas mais fortes do amor é que, quando é verdadeiro, nunca se deixa ficar no abstrato. É de sua natureza dom gratuito e generoso, capaz de revelar-se e revelar, de se comprometer, de acolher, ser e agir.

Em Jesus Cristo, partilhando a carne humana, Deus faz-Se nascer como amor no coração de cada homem e da humanidade inteira. É o mistério do Natal! A cada golpe de amor, a história muda e a humanidade fica mais rica. O Presépio é a história humana. Era necessário que Deus Se fizesse homem para que o homem compreendesse o que é ser Deus, repetem-nos os primeiros cristãos. E quando Deus incarna assume tudo aquilo que o homem é. Não para Se reduzir à sua fragilidade, mas para revelar o sentido humano da fragilidade como uma grande possibilidade de esperança. Não bastam já as palavras afetuosas, é preciso acolher e viver o amor de Deus traduzido em gestos.

Apesar da aparência de força e de exibição da capacidade, o nosso tempo revela-nos muitas fragilidades. Colocou-nos diante do risco de novos conflitos à escala mundial, deu-nos a provar o sabor das novas ditaduras, escaqueirou os princípios éticos em manifestações variadas de corrupção, confrontou-nos com a violência e as agressões gratuitas, surpreendeu-nos com uma autêntica “desumanização civilizada”, revelou-nos a fragilidade e a dificuldade da educação e da liberdade, o falhanço dos projetos, a debilidade dos compromissos, a apetência pela indiferença e pelo egoísmo.

Bem perto de nós, o ano que passou trouxe a experiência devastadora dos incêndios. Implacáveis, fizeram imperar a destruição da casa comum que é a natureza, acumularam dolorosamente o sofrimento humano, ceifaram pessoas e destruíram famílias, mataram animais e devastaram bens essenciais fruto do trabalho e da dedicação humana. A desolação, o desânimo e a desistência bateram à porta de muita gente ainda não completamente refeita.

Ainda a nível mais próximo, é impossível esconder ou disfarçar o sofrimento de tantas pessoas que vivem sozinhas e doentes ou são abandonadas nos Lares, com frieza e ingratidão dos mais chegados. Outras vivem amarguradas pela destruição da harmonia familiar com a infidelidade, a violência, a droga e o álcool que roubam a paz e arrastam indizível sofrimento tantas vezes vivido no silêncio de lágrimas amarguradas, escondidas e persistentes. Outros sentem-se afetados pelo desemprego, pela mesa sem pão para os filhos ou pela doença que teimosamente bate à porta de forma intrincada e arrogante.

No entanto, se a experiência da fragilidade humana pode, de facto, ser a mais sofrida e dolorosa, também pode, paradoxalmente, ser a mais fecunda de todas as experiências vividas. Na verdade, o que faz com que a nossa fragilidade não nos destrua é que ela acaba por revelar, a cada um e a todos nós, onde havemos de crescer, de mudar e converter, sem cedermos à tentação de deixar cair os braços com desânimos ou desesperos inúteis embora compreensíveis.

De Jesus, o cego ouviu: “Vê”! O mudo começou a falar e as multidões, admiradas, exclamaram: “nunca se viu nada assim”! Os discípulos recuperaram a alegria e o entusiasmo: “Coragem! Sou Eu, não tenhais medo”! De junto de Jesus, o paralítico saiu transportando o seu catre. Pela Palavra e pelo gesto de Jesus, o endemoninhado encontrou paz e a mulher pecadora foi perdoada. Os leprosos ficaram limpos e o homem que tinha a mão atrofiada estendeu-a e começou a agir. Zaqueu quis ver, foi visto e transformou-se. As parábolas (tantas!) fizeram com que cada ouvinte se sentisse dentro da história: o Bom Samaritano, por exemplo, lembra a prioridade dos que sofrem, a do semeador pede paciência e a recuperação do discernimento, a tempestade acalmada, o sábado no seu lugar, a paixão na Cruz, a morte vencida … todas e tudo são passos de Jesus a fazer novas todas as coisas, a agir nas experiências da fragilidade humana. E é este o Natal de Jesus! Existem, por isso, pelo menos dois caminhos por onde a fragilidade nos pode levar: ou nos vitimizamos e estagnamos, ou identificamos os talentos a desenvolver e empreendemos caminho. Ora, o Natal é sempre a segunda opção: identificar os talentos e pô-los a render.

Deus vem à nossa história fazer-Se nascer como amor. E o amor muda o rumo da nossa história. Gratuito e da ordem do dom, o amor é paciente, bondoso, regozija-se com a verdade, tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta; não é arrogante nem se ensoberbece, não é ambicioso, não busca o próprio interesse, não se irrita, não guarda ressentimento nem se alegra com a injustiça (1Cor 13,4).

Se fossemos à procura daquilo que é especificamente próprio do homem, e se, da mesma forma, fossemos à procura daquilo que o amor de Deus oferece, não encontraríamos objeção nem incompatibilidade. A nossa humanidade revela-se amando, o melhor de nós revela-se no amor. É por isso que o Natal nunca será só um dia.

Neste Natal, saibamos agradecer o amor e, ao mesmo tempo, pedir a capacidade de continuar a amar. Nós somos o Presépio!

Feliz e Santo Natal!

Antonino Eugénio Fernandes Dias

Bispo de Portalegre-Castelo Branco

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Domingo da Alegria e celebração da Festa da Palavra

O terceiro domingo do Advento é chamado “Gaudete”, ou da alegria, devido à primeira palavra do prefácio da Missa: Gaudete, ou seja, alegra-se.





Alegremo-nos e exultemos de alegria, o Senhor está perto!

Celebramos, ontem, o 3. º Domingo do Advento, domingo da Alegria, e continuamos a caminhar e a preparar-nos para o Natal.

No termo do ano jubilar da Misericórdia, o Papa Francisco afirmou ser “conveniente que cada comunidade pudesse, num domingo do ano litúrgico, renovar o compromisso em prol da difusão, do conhecimento e do aprofundamento da Sagrada Escritura: um domingo dedicado inteiramente à Palavra de Deus, para compreender a riqueza inesgotável que provém daquele diálogo constante de Deus com o seu povo” (M et M 7). Nesta nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco, D. Antonino Dias, bispo diocesano, anunciou na abertura do ano pastoral que o Domingo da Palavra fosse, em cada ano, o terceiro Domingo do Advento, o Domingo da Alegria.

Jesus ordenou aos seus discípulos, que, aliás, somos todos nós, a que a anunciassem oportuna e inoportunamente: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Notícia a toda a Humanidade» (Mc 16,15). E para quê? “para que o mundo inteiro, ouvindo, acredite na mensagem da salvação, acreditando espere, e esperando ame» (DV 1). É pela Sagrada Escritura que se percebe a bondade e a santidade de Deus. É a linguagem de Deus escrita de maneira humana, inspirado pelo Espírito Santo.

A fé cristã nasce da Palavra, nasce do coração, nasce da experiência do encontro com Jesus. Uma experiência baseada na vida e no poder de Jesus, no que Ele é, no que Ele disse e fez, na Sua morte e ressurreição.

A Sua Palavra e o Seu Poder continuam atuais e atuantes na história e em cada um de nós. A fé, dom de Deus, faz-nos entender as maravilhas de Deus, a Sua misericórdia e quanto Ele nos ama.

Ninguém ama o que não conhece e ninguém deve falar do que não sabe, inventando ou supondo que sabe. São Jerónimo afirmava que quem ignora as Escrituras, ignora o poder e a sabedoria de Deus, ignora Cristo.

Assim, neste domingo, fomos convidados a levar a nossas blblias para na celebração da Eucaristia, renovarmos o nosso compromisso na fé. Também a paróquia distribuiu os Actos dos Apostolos, que ofereceu aos fiéis. Uma Biblia foi colocada em exposição cerca da primeira coluna, na entrada principal.

A liturgia deste domingo lembra a proximidade da intervenção libertadora de Deus e acende a esperança no coração dos crentes. Diz-nos: “não vos inquieteis; alegrai-vos, pois a libertação está a chegar”. É este quadro de vida nova e de esperança que Jesus nos vai oferecer. Devemos aguardar a Sua vinda com alegria, paciência e confiança.

Acendemos a terceira vela da coroa do Advento

Esta vela simboliza a luz e o calor da nossa caridade e amor.

Que o Senhor, quando vier, nos encontre vigilantes no amor fraterno.

Neste ambiente de alegria celebramos todos com as crianças e catequistas do 4º ano, a Festa da Palavra.

Palavra que se torna vida no coração de cada um de nós.

Os meninos da catequese do quarto ano, semana a semana, vão conhecendo a Palavra de Deus, sobretudo os Evangelhos, com a ajuda dos catequistas.

Descobriram que a Palavra de Deus é para todos nós uma Boa notícia que nos enche de muita alegria. E a notícia é esta: Deus ama-nos muito.

Por isso, hoje, celebram a Festa da Palavra para assim, receberem a sua própria Bíblia e poderem estudá-la.

Com a Palavra de Deus, os pais aprendem a ensinar os filhos a ver tudo à luz de Deus, como que começando “do teto para cima” (João Paulo II, Beatificação do casal Luís e Maria Quattrocchi).

Ao participar na Eucaristia os meninos e meninas do 4.° ano da catequese quiseram testemunhar a alegria de conhecer a Palavra de Deus e a vontade de O seguir. Das mãos do Padre Fernando e das catequistas receberam a Bíblia que os comprometerá a seguir Jesus, vivendo a Sua Palavra.

“Exorto-vos a adquirir familiaridade com a Bíblia, a conservá-la ao alcance da mão, a fim de que seja para vós uma bússola que indique o caminho a seguir”.

Papa Bento XVI, 2006



     

  

  

  


  

  

  

    


domingo, 17 de dezembro de 2017

DOMINGO DA ALEGRIA!


https://www.youtube.com/watch?v=ZbIBlLk_fMI

Como é que Deus actua no mundo? Não é, normalmente, através de manifestações estrondosas e espectaculares, que deixam a humanidade abismada e assustada; mas é através dos gestos “banais” desses profetas a quem Ele confia a missão de lutar contra as forças da opressão e da morte e a quem Ele chama a testemunhar, no meio dos “pobres”, o amor, a liberdade, a justiça, a verdade, a vida. Cada crente é um profeta, chamado a ser testemunha de Deus e sinal vivo do seu amor, da sua justiça e da sua paz. Como é que eu me situo face a isto? Sinto-me profeta, chamado a testemunhar o amor, a vida, a liberdade de Deus? Os “pobres”, os oprimidos, os excluídos, encontram em mim um sinal vivo do amor de Deus? Tenho a coragem de arriscar, de lutar, de dar a cara para que o mundo seja melhor?

A descoberta do amor e da presença libertadora de Deus não pode senão conduzir ao louvor, à adoração, à alegria. Sei ser grato ao Senhor pela sua presença amorosa, salvadora e libertadora na vida do mundo e na minha vida?

A existência cristã é uma caminhada ao encontro do Senhor que vem. Na sua peregrinação pela história, mergulhados na alegria e na tristeza, no sofrimento e na esperança, os crentes não podem perder de vista essa meta final que dá sentido a toda a caminhada. O caminho cristão deve ser percorrido na atenção e na vigilância, procurando viver com coerência os compromissos assumidos no dia do Baptismo e na fidelidade às propostas de Deus.

No coração do quotidiano: a esperança. O nosso olhar sobre os outros e sobre o mundo pode ser transformado nesta semana: passar da contestação à bondade; procurar ter uma expressão de sorriso em cada encontro, saudar o outro como um irmão que Deus ama e desejar-lhe todo o bem que Deus quer para ele. A alegria cristã não está ao nível de um optimismo simplista, mas coloca no coração do quotidiano a esperança, possível e credível pela Palavra feita carne.

sábado, 16 de dezembro de 2017

O Tamboreiro

ALEGRAI-VOS!


https://www.youtube.com/watch?v=9SJYjpJKVvo

As leituras do 3º Domingo do Advento garantem-nos que Deus tem um projecto de salvação e de vida plena para propor aos homens e para os fazer passar das “trevas” à “luz”.
Na primeira leitura, um profeta pós-exílico apresenta-se aos habitantes de Jerusalém com uma “boa nova” de Deus. A missão deste “profeta”, ungido pelo Espírito, é anunciar um tempo novo, de vida plena e de felicidade sem fim, um tempo de salvação que Deus vai oferecer aos “pobres”.
O Evangelho apresenta-nos João Baptista, a “voz” que prepara os homens para acolher Jesus, a “luz” do mundo. O objectivo de João não é centrar sobre si próprio o foco da atenção pública; ele está apenas interessado em levar os seus interlocutores a acolher e a “conhecer” Jesus, “aquele” que o Pai enviou com uma proposta de vida definitiva e de liberdade plena para os homens.
Na segunda leitura Paulo explica aos cristãos da comunidade de Tessalónica a atitude que é preciso assumir enquanto se espera o Senhor que vem… Paulo pede-lhes que sejam uma comunidade “santa” e irrepreensível, isto é, que vivam alegres, em atitude de louvor e de adoração, abertos aos dons do Espírito e aos desafios de Deus.

A existência cristã é uma caminhada ao encontro do Senhor que vem. Na sua peregrinação pela história, mergulhados na alegria e na tristeza, no sofrimento e na esperança, os crentes não podem perder de vista essa meta final que dá sentido a toda a caminhada. O caminho cristão deve ser percorrido na atenção e na vigilância, procurando viver com coerência os compromissos assumidos no dia do Baptismo e na fidelidade às propostas de Deus.

De acordo com a Palavra de Deus que nos é proposta, esse caminho deve ser percorrido na alegria… O cristão é alegre, porque sabe para onde caminha e está certo de que no final da caminhada encontra os braços amorosos de Deus que o acolhem e o conduzem para a felicidade plena, para a vida definitiva. Nem os sofrimentos, nem as dificuldades, nem as incompreensões, nem as perseguições podem eliminar essa alegria serena de quem confia no encontro com o Senhor. É essa alegria serena e essa paz que marcam a nossa existência e que brilham nos nossos olhos, ou somos seres derrotados, desiludidos, que se arrastam pela vida mergulhados no desespero e na solidão, sem rumo e ao sabor da corrente e das marés?

De acordo com a Palavra de Deus que nos é proposta, esse caminho deve ser percorrido também num diálogo nunca acabado com Deus. O crente é alguém que “ora sem cessar” e “dá graças em todas as circunstâncias” pelos dons de Deus, pela sua presença amorosa, pela salvação que Deus não cessa de oferecer em cada passo da caminhada. Sabemos encontrar espaços para o diálogo com Deus? Sabemos sentir-nos gratos por esses dons que, a cada instante, Deus nos oferece?

extratos de 
http://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=1722

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

O NOSSO DOMINGO DA PALAVRA - O DA ALEGRIA


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Domingos da Palavra são todos. Não há celebração de Domingo sem a Palavra. No entanto, no termo do ano jubilar da Misericórdia, o Papa Francisco afirmou ser “conveniente que cada comunidade pudesse, num domingo do ano litúrgico, renovar o compromisso em prol da difusão, do conhecimento e do aprofundamento da Sagrada Escritura: um domingo dedicado inteiramente à Palavra de Deus, para compreender a riqueza inesgotável que provém daquele diálogo constante de Deus com o seu povo” (M et M 7). Nesta nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco, depois de termos ouvido os órgãos de corresponsabilidade e participação, determinámos e anunciámos na abertura do ano pastoral, por mera coincidência dia litúrgico de São Jerónimo, Padroeiro dos estudiosos da Bíblia, que o Domingo da Palavra fosse, em cada ano, o terceiro Domingo do Advento, o Domingo da alegria. Pedimos que a iniciativa fosse anunciada e preparada com antecedência para merecer o empenhamento de toda a comunidade. E foi-se lançando o desafio de, inclusive, na semana antes ou depois, se promoverem cursos ou momentos de formação bíblica ou outras iniciativas que ajudassem a formar e a fazer da Sagrada Escritura o Livro especial de estudo e leitura orante. O Papa Francisco dizia-nos que não haveria de “faltar criatividade para enriquecer o momento com iniciativas que estimulem os crentes a ser instrumentos vivos de transmissão da Palavra”. De facto, ninguém ama o que não conhece e ninguém deve falar do que não sabe, inventando ou supondo que sabe. São Jerónimo afirmava que quem ignora as Escrituras, ignora o poder e a sabedoria de Deus, ignora Cristo.
O nosso Deus é o Deus único e verdadeiro que age na história. Na Sua bondade e sabedoria, foi-Se revelando, gradualmente, ao longo dos tempos e apontando caminhos de salvação. Sempre falou aos homens como amigo. Na Sua pedagogia divina, começou por escolher um povo a quem fez uma promessa. Caminhou com esse povo incutindo-lhe esperança. Foi-o preparando para a vinda do Seu Filho que, despojado de Si próprio, encarnou no seio desse povo. Jesus Cristo é o cumprimento da promessa, é a palavra revelada, é o ápice, o mediador e a plenitude de toda a revelação. Veio “na plenitude do tempo”, “fez-se carne e habitou entre nós” (DV 17). Todos os escritos do Novo Testamento “são testemunho perene e divino destas coisas” (DV 17). Foi o próprio Deus que na sua misericórdia infinita e infinita condescendência se aproximou do homem. Revelou-lhe a Sua vontade “pela plena presença e manifestação de Si mesmo, por palavras e obras, sinais e milagres, e especialmente pela Sua morte e gloriosa ressurreição de entre os mortos…” (DV 4).
O Antigo Testamento, repleto de “coisas imperfeitas e transitórias”, manifesta “a verdadeira pedagogia divina” (DV 15). Nele está “latente o mistério da nossa salvação” (DV 15) que tem o seu cumprimento em Jesus Cristo. Como autor dos dois Testamentos, Deus “dispôs sabiamente, que o Novo estivesse latente no Antigo e o Antigo se tornasse claro no Novo” (DV 16). Ambos são Palavra revelada. O Antigo Testamento prepara, anuncia e simboliza a vinda de Cristo. Na totalidade da Sagrada Escritura e na Tradição oral que vem dos Apóstolos, encontramos essa auto-manifestação de Deus e a Sua ação na história cuja compreensão se vai desenvolvendo pela assistência do Espírito Santo. E Jesus ordenou aos seus discípulos, que, aliás, somos todos nós, a que a anunciassem oportuna e inoportunamente: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Notícia a toda a Humanidade» (Mc 16,15). E para quê? “para que o mundo inteiro, ouvindo, acredite na mensagem da salvação, acreditando espere, e esperando ame» (DV 1). É pela Sagrada Escritura que se percebe a bondade e a santidade de Deus. É a linguagem de Deus escrita de maneira humana, inspirado pelo Espírito Santo.
A fé cristã nasce da Palavra, nasce do coração, nasce da experiência do encontro com Jesus. Uma experiência baseada na vida e no poder de Jesus, no que Ele é, no que Ele disse e fez, na Sua morte e ressurreição. A Sua Palavra e o Seu Poder continuam atuais e atuantes na história e em cada um de nós. A fé, dom de Deus, faz-nos entender as maravilhas de Deus, a Sua misericórdia e quanto Ele nos ama. Depositária dessa fé revelada - Sagrada Escritura e Tradição oral -, a Igreja “coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm 3,15), está mandatada a transmiti-la e a fazer com que seja traduzida em atitudes de vida, na praxis do povo de Deus. E deve fazê-lo não como se fosse dona da revelação, mas como garante da sua verdade e fidelidade, sempre melhor interpretada e compreendida pela ação do Espírito Santo e como resposta às perguntas humanas em cada tempo. Assim, a Sagrada Escritura e a Tradição oral, com o Magistério da Igreja atento ao sensus fidei e ao sensus fidelium, são o verdadeiro garante do depósito dinâmico da fé.
A Igreja venera a Sagrada Escritura e coloca-a no mesmo patamar da Eucaristia. Há duas mesas à disposição dos cristãos: a mesa do pão da palavra que é a Sagrada Escritura, e a mesa do pão da vida, a Eucaristia.

D. Antonino Dias Bispo de Portalegre Castelo Branco
15-12-2017

Porque nos doamos!?




A capacidade de doação no ser humano é inesgotável!

Nasce em nós e connosco esta fonte e fome de ser e de entregar o melhor que somos e temos, pois só assim a vida encontra um sentido.

Porque dos doamos!?

Porque a vida ganha outro sabor em qualquer estação que estejamos a viver no nosso interior;

Porque o encontro com o outro é o cerne e o centro da existência;

Porque não podemos reter para nós aquilo que nem nosso é: “Recebestes de graça, dai de graça”;

Porque a doação é a plenitude do amor e a eternidade.

E só assim se entende a entrega genuína dos pais aos filhos, dos filhos aos pais, do sacerdote a uma comunidade, do camionista aos passageiros, da tia ao sobrinho, do padrinho à afilhada, do professor aos alunos, do médico aos doentes, dos consagrados a Jesus, da mãe adotiva que gerou um filho no coração, do jovem que ajuda o idoso na rua, do senhorio que respeita os inquilinos, da missionária que parte para além da sua geografia e do seu conforto, do padeiro aos clientes,…

Encontramos o norte da alma na doação, na entrega genuína e sincera.

E a vida e a alma encontram este fôlego e este respiro na doação autêntica e permanente.

Doa-te sem adiar a doação!

Doa-te porque a doação traz felicidade!

Doa-te partindo da simplicidade do Presépio ou do sofrimento da Cruz.

Simplesmente, doa-te, porque a doação é geradora de vida e vida em abundância.


Cristina Duarte - 30 Novembro 2017 

Concerto de Natal

cartazEM


À semelhança do que tem acontecido em anos anteriores, a Igreja de Nossa Senhora da Luz vai voltar a receber o Concerto de Natal. Este ano, actuará um dos grupos da terra, o Coro "Vozes à Janela" na noite do próximo sábado, dia 16 de dezembro.

O Concerto terá início às 21H00, com organização da Escola de Música de Arronches, e colaboração do Município de Arronches.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Deixa Deus entrar


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A vida muitas vezes surpreende-nos de tão inconstante que é. Tantas vezes olhamos em frente e parece-nos tudo tão simples, parece-nos como aquelas paisagens em que só vemos uma longa estrada em frente. Pelo caminho descobrimos que não passa de uma miragem e que logo, logo aparece uma curva e descobrimos que a estrada que parecia simples é afinal complicada. Descobrimos que a estrada não é mais em frente, pelo contrário, é cheia de curvas e contra curvas. Descobrimos que afinal nada é como esperamos.

O advento é tempo de nos virar do avesso. É o tempo das questões. É tempo de sacudir o pó do coração e limpar o cotão da alma. É o tempo de voltar-nos mais para Deus. É tempo pensar de onde viemos e para onde Deus nos chama seguir. É tempo de perceber que a vida é tão inconstante como uma música onde nunca sabemos quando muda o ritmo. Precisamos de ir dançando e adaptando-nos ao ritmo. Precisamos de saber que tal como diz Fernando Sabino “de tudo ficaram três coisas:/ a certeza de que estamos começando, /a certeza de que é preciso continuar, /a certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar.”

Este caminho é o caminho da travessia de que Pessoa fala: “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” O advento convida-nos a fazer esta travessia. Convida-nos a ir ao cerne de nós e olhar-nos com esse imenso amor que Deus nos tem. É tempo de olharmo-nos e perguntarmo-nos se estamos a seguir o projeto de Deus para nós ou a fugir porque somos frágeis, fracos e incapazes. É tempo de questionarmo-nos se estamos a ouvir Deus falar-nos através de nós ou a seguir o caminho que os outros seguem. É tempo de deixar as dúvidas entrar. É tempo de abrir as janelas do coração e da alma a Deus, deixar que seja Ele que viva em nós e ouvi-Lo.

O Advento convida-nos a abandonar os percursos viciados que nos levam sempre aos mesmos sítios. Convida-nos a reinventar-nos. Convida-nos a lembrar do imenso amor de Deus por nós e deixarmo-nos guiar por ele. Convida-nos a ser peregrinos de nós para preparar o caminho do nosso coração para ser o presépio onde nascerá Jesus.

Paula Ascenção - 11 dezembro 2017
- http://www.imissio.net/artigos/49/943/deixa-deus-entrar/

domingo, 10 de dezembro de 2017

“Preparemos o caminho do Senhor!”.


https://www.youtube.com/watch?v=QFtgbURG4CY

A liturgia do segundo domingo de Advento constitui um veemente apelo ao reencontro do homem com Deus, à conversão. Por sua parte, Deus está sempre disposto a oferecer ao homem um mundo novo de liberdade, de justiça e de paz; mas esse mundo só se tornará uma realidade quando o homem aceitar reformar o seu coração, abrindo-o aos valores de Deus.
Na primeira leitura, um profeta anónimo da época do Exílio garante aos exilados a fidelidade de Jahwéh e a sua vontade de conduzir o Povo – através de um caminho fácil e direito – em direcção à terra da liberdade e da paz. Ao Povo, por sua vez, é pedido que dispa os seus hábitos de comodismo, de egoísmo e de auto-suficiência e aceite, outra vez, confrontar-se com os desafios de Deus.
No Evangelho, João Baptista convida os seus contemporâneos (e, claro, os homens de todas as épocas) a acolher o Messias libertador. A missão do Messias – diz João – será oferecer a todos os homens esse Espírito de Deus que gera vida nova e permite ao homem viver numa dinâmica de amor e de liberdade. No entanto, só poderá estar aberto à proposta do Messias quem tiver percorrido um autêntico caminho de conversão, de transformação, de mudança de vida e de mentalidade.
A segunda leitura aponta para a parusia, a segunda vinda de Jesus. Convida-nos à vigilância – isto é, a vivermos dia a dia de acordo com os ensinamentos de Jesus, empenhando-nos na transformação do mundo e na construção do Reino. Se os crentes pautarem a sua vida por esta dinâmica de contínua conversão, encontrarão no final da sua caminhada terrena “os novos céus e a nova terra onde habita a justiça”.

Guia semanal para viver intensamente o Advento



Prepare o seu coração para receber Jesus

Sabemos que, como parte da Igreja que Cristo fundou, celebramos seu nascimento com uma grande festa, o Natal. Essa festa é importantíssima. Tanto que nos preparamos para ela com um período chamado Advento, que começa quatro domingos antes do nascimento.

A palavra advento significa “chegada” e é um convite para vivermos em vigilância, diligência, sacrifício, penitência, oração e com o espírito de esperança em agradecimento a este ser que, sendo Deus, se fez homem e nasceu por amor a vós e a mim.

Como todas as celebrações do mês de dezembro, o significado mais importante não é aquilo que está no exterior das pessoas. Ou seja, é saber conhecer e viver o motivo espiritual que cada costume representa.

Por exemplo: a coroa do advento, em que as famílias se reúnem para fazer orações em torno da coroa feita de ramos de folhas perenes, simboliza a alegria do tempo de espera para o Natal. Ela é decorada com velas, que são acesas a cada domingo do mês, como uma forma de mostrar que esperamos o Senhor com a “lâmpada acesa”, ou seja, prontos para sua chegada.

Pense: como você prepara sua casa quando está esperando um convidado especial ou uma pessoa que você ama profundamente e há muito tempo não vê? Como você se prepara pessoalmente para fazer com que esse convidado seja bem-vindo?

Com certeza que limpa e arruma a casa para deixá-la impecável e prepara a melhor receita, sem se importar com o trabalho que ela dá. Depois toma um bom banho, perfuma-se e se arruma com aquela roupa que lhe faz brilhar. Tudo para mostrar para o convidado que ele é importantíssimo para si, não é?

Pois bem! Agora, imagine: se faz isso por uma pessoa de carne e osso como vós e eu, como acha que deve preparar sua alma e seu espírito para receber esse ser, que é o amor e o Senhor absoluto, e que não está só de visita, mas, se permitir, Ele poderá visitar sua alma eternamente?

O que pode fazer para preparar sua alma neste Advento?

A cada domingo de dezembro, reúna-se com sua família e viva a tradição da coroa: acenda uma vela, leia o Evangelho, faça uma oração e trabalhe algumas virtudes e valores durante a semana. Aqui vão algumas sugestões:

Primeira semana: limpeza. Viva a virtude da pureza, do perdão e da retidão das intenções. Asseie seu interior com um espírito vigilante e limpe de você tudo aquilo que não te deixa olhar com clareza a magnificência de Deus.

Fique atento ao que verdadeiramente o faz crescer no amor (e aquilo que impede seu crescimento). Limpe sua alma com um exame de consciência profundo, pensando nas coisas que o separam de Deus. Depois, faça uma boa confissão, pedindo-lhe perdão.

Também deve perdoar. Tire de seu coração aquilo que lhe impede de experimentar em profundidade o amor de Deus, o mesmo amor que deseja viver e transmitir plenamente aos seus semelhantes. Pode fazer esta oração:

Pai, humildemente, te suplico: dá-me tudo o que eu não soube te pedir e tira de mim aquilo que eu não soube te entregar. Tira de mim aquilo que me afasta de ti e nunca permitas que nenhum amor humano, bem material ou circunstância da vida me separe de ti, de teu coração, pois eu desejo ser só Teu, meu Senhor, completamente Teu.

Segunda semana: organização
. A verdadeira paz começa com os amores em ordem, vivendo a vida com suas prioridades. A principal delas é desejar a santidade e levar almas a Deus.

Organize seus afetos, colocando Deus em primeiro lugar. Viva em obediência aos mandamentos. Assim, experimentará a ordem interior e, portanto, viverá em verdadeira paz. Essa mesma paz será a que vai transmitir ao mundo. Os outros vão lhe ver e dizer: “Quero viver como tu”.

Mas lembre-se: paz não significa ausência de problemas; ela é fruto da certeza de que, por trás de todo acontecimento – por mais doloroso que ele seja – estão a mão de Deus e um plano perfeito de salvação para si e para os seus.

Terceira semana: servir. Nesta semana, viva a caridade e a misericórdia aos seus semelhantes. Seu serviço, fruto do sacrifício e do amor autêntico, é alimento para sua alma, motor para sua vida e veículo do amor de Deus aos demais.

Lembre-se de que é dando que se recebe. Amar e servir ao que não te desafia é muito fácil; amar e servir ao que te desatina com seus defeitos é misericórdia.

Quarta semana: aproveitar. Essa é a grande semana! Por isso, aproveite-a com a felicidade de uma alma cheia de esperança. Perceba realmente quem é e viva com dignidade, honrando esse nome que leva: FILHO DE DEUS.

Luz Ivonne Ream | Nov 29, 2017 em https://pt.aleteia.org

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA


https://www.youtube.com/watch?v=4PhWU9D1WqQ

A Solenidade da Imaculada Conceição de Maria situa-se dentro do tempo do Advento, unindo a espera messiânica e o retorno glorioso de Cristo com a admirável memória da Mãe. Com ela celebramos, ao mesmo tempo, a “bendita entre as mulheres” e o “bendito fruto do seu seio”: o menino que vai nascer será chamado “Filho de Deus”. A lembrança de Maria, grávida de Jesus, ajuda-nos a retomar do Advento a mística da gravidez, que cria em nós uma atitude permanente de espera e nos faz crer na força escondida da vida que, continuamente, está para nascer. Com toda criação que sofre dores de parto à espera da sua libertação e junto com Maria, invoquemos insistentemente a amorosa manifestação do grande Deus e Senhor Jesus Cristo. Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma exultará no meu Deus, pois me revestiu de justiça e salvação, como a noiva ornada de suas jóias.


quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

SALVE NOBRE PADROEIRA E RAINHA

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Celebramos, com alegria e esperança, a nossa excelsa Padroeira e Rainha. Somos terra de Santa Maria, a Imaculada Conceição, desde os primórdios da nacionalidade. Em sua honra se ergueram templos, muitas terras a tomaram como padroeira, fiéis se associaram em confrarias ou irmandades sob o seu nome, poetas dedicaram-lhe as Cantigas de Santa Maria, os músicos deixaram-se inspirar pela sua ternura, os nossos reis praticaram o seu culto com arte, zelo e devoção agradecida, D. Nuno Álvares Pereira impulsionou a construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, solar da Padroeira, e terá oferecido a imagem que lá se venera, a Confraria foi renovada e hoje dá-se pelo nome de “Régia Confraria de Nossa Senhora da Conceição”. Quando ingressou no Convento do Carmo, em Lisboa, como irmão leigo, São Nuno quis usar o nome de Frei Nuno de Santa Maria. Portugal foi e é conhecido como Terra de Santa Maria e terra que Santa Maria privilegiou fazendo dela o Altar do Mundo, em Fátima. Por provisão de 25 de Março de 1646, D. João IV, estando reunidos, nas Cortes Gerais, os três Estados do reino, proclamou solenemente “tomar por padroeira de nossos Reinos e Senhorios” a Santíssima Virgem Nossa Senhora da Conceição e confessar e defender que a Mãe de Deus foi concebida sem pecado original. Assim, constituiu e proclamou a Virgem Imaculada como Senhora e Rainha de Portugal, a verdadeira soberana do país. Mandou cunhar moedas, de ouro e de prata. Enviou a todas as Câmaras cópia da inscrição comemorativa do juramento solene feito em 25 de Março de 1646 para realçar a obrigação de se defender “que a Virgem Senhora Nossa foi concebida sem pecado original”. Ordenou que tal inscrição fosse gravada em pedra e colocada nas portas e lugares públicos de cidades e vilas. Doravante, nunca mais os reis portugueses colocaram a coroa na sua cabeça, tal direito ficou reservado apenas a Nossa Senhora, a Padroeira e Rainha. O reitor, lentes, professores, doutores e mestres da Universidade de Coimbra determinaram, em 1654, que a fórmula do juramento de todos os graduados, juramento que se cumpriu até 1910, se iniciasse com a declaração de «defender sempre e em toda a parte que a Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus, foi concebida sem a mancha do pecado original». O Príncipe Regente D. Pedro, futuro D. Pedro II, aprovou a “Confraria dos Escravos de Nossa Senhora da Conceição”, cujo objetivo era o de promover viva devoção a Nossa Senhora da Conceição. Por carta circular de 12 de Dezembro de 1717, D. João V recomendava à Universidade de Coimbra e a todos os bispos e responsáveis do reino, que todos os anos celebrassem a festa da Imaculada Conceição, recordando o juramento de D. João IV. Por sua vez, D. João VI, por Decreto de 6 de Fevereiro de 1818, fundou, em Vila Viçosa, a “Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição”.
Em 1830, 24 anos antes da proclamação do dogma, Nossa Senhora apareceu a Catarina Labouré pedindo-lhe que fosse cunhada uma medalha para divulgar – a medalha a que hoje chamamos de Medalha Milagrosa -, uma medalha com a imagem da Imaculada Conceição e as palavras: ”Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”.
As universidades e academias, os teólogos e espiritualistas, as ordens religiosas e o clero, os fiéis leigos e todo o povo de Deus ajudaram a solidificar esta fé que fez caminho ao longo da história e esteve sempre muito viva no coração do povo de Deus e, de um modo muito especialíssimo, como acabamos de lembrar, no coração do povo português. Finalmente, o Papa Pio IX, traduzindo o sentir de todo o Povo de Deus, definiu, em 1854, o dogma da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria.
Cerca de quatro anos depois, nas aparições a Bernadete Soubirous, em Lourdes, em 1858, Nossa Senhora confirmava o dogma: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
A primeira grande Peregrinação Nacional a Vila Viçosa foi em 1935. E em 25 de março de 1946 ao se comemorarem os trezentos anos da proclamação de Nossa Senhora como Padroeira e Rainha de Portugal, fez-se a consagração do país a Santa Maria Mãe de Deus.
O Papa São João Paulo II, em 14 de Maio de 1982, visitou o Santuário de Vila Viçosa. Algum tempo depois, ao saudar o novo embaixador de Portugal junto à Santa Sé, confiou a Deus toda a sociedade portuguesa e invocou “a abundância dos favores celestes por intercessão de Nossa Senhora da Conceição que Portugal, há 350 anos, no Santuário de Vila Viçosa e pela voz da sua máxima Autoridade civil, com explicita adesão dos Representantes da Nação, escolheu servir e honrar como Padroeira e Rainha. Deus abençoe e proteja Portugal!”
Eis um belo soneto dos dominicanos Frei Bassiti e Fr. Pignataro sobre a Maternidade Divina e a Imaculada Conceição:

“Sou verdadeira Mãe de um Deus que é Filho,
E sou Sua Filha, ainda que ao ser-lhe Mãe;
Ele de eterno existe e é meu Filho,
E eu nasci no tempo e sou sua Mãe!

Ele é meu Criador e é meu Filho
E eu sou sua criatura e sua Mãe.
Foi divinal prodígio ser meu Filho
Um Deus eterno e ter a mim por Mãe.

O ser da Mãe é quase o ser do Filho
Visto que o Filho deu o ser à Mãe
E foi a Mãe que deu o ser ao Filho

Se, pois, o Filho teve o ser da Mãe,
Ou há de se dizer manchado o Filho,
Ou se dirá Imaculada a Mãe!”
D. Antonino Dias  - Bispo de Portalegre Castelo Branco
08-12-2017