quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Por uma gota de dor, torrentes de graças



Todo homem nasce com uma vocação específica. Entretanto, algo em comum é dado a todos: o chamado à santidade. E o que significa alcançar a santidade? Significa receber, como prêmio, a vida eterna no Céu, depois de uma vida santa de lutas bem travadas, com o auxílio divino.

Realmente, uma eternidade feliz é a melhor recompensa que qualquer um poderia receber. Porém, para alcançá-la, é necessário sofrer: “Militia est vita hominis super terram”. Por mais que se fuja da Cruz, ela é inerente à vida humana e é a única condição que Deus nos pede em troca do Céu. O que são dez, vinte, trinta, cem anos de sofrimento? Deus nos quer dar a alegria eterna, se aceitarmos o pouco de dor que Ele nos pede.

Saibamos, então, dar a gota que fomos chamados a dar e esperemos confiantes as torrentes de graças que a Providência deseja nos conceder, lembrando-nos das palavras de Plinio Corrêa de Oliveira: “A autêntica satisfação da vida é aquela sensação de limpeza de alma que se possui quando fitamos de frente a nossa cruz e dizemos SIM a ela”. 1


1 CORREA DE OLIVEIRA, Plinio. A exaltação da Santa Cruz em nós e fora de nós. Dr Plinio, São Paulo, ano 3, n. 30, set. 2000, p. 16


PUBLICADO POR ARAUTOS - 04/10/2018

terça-feira, 30 de outubro de 2018

De que (nos) vale fazer o Bem?

Resultado de imagem para fazer o bem ao proximo

Há muitas perguntas que só (nos) fazemos quando as coisas (nos) correm mal. Não é necessário que se abata sobre a nossa cabeça uma tragédia de proporções astronómicas ou uma desgraça que nos sugue o chão. A nossa noção de “correr mal” é, muitas vezes, mais aligeirada e menos grave do que isso.
Digamos que a nossa vida nos corre menos bem quando não encontramos o nosso lugar ou quando este deixa de nos parecer óbvio. Quando não paramos o suficiente. Quando trocamos as prioridades e encontramos sentidos que não combinam connosco. Quando deixamos de cuidar dos amigos e das outras pessoas que são nossas. Quando sentimos dor. Quando nos desiludimos. Quando nos deixamos afetar pelo que não podemos mudar ou pelo que não está nas nossas mãos.
Uma das perguntas que fazemos (ou que nos pode surgir) quando estamos mais zangados é: o que é que eu ganho quando faço as coisas bem-feitas? De que me vale fazer o Bem, afinal
Vale tudo. Vale tudo a pena. Ninguém pode querer fazer o Bem à espera de ganhar recompensas ou compensações mágicas e instantâneas. Com a vida não se pode usar o argumento: “eu fiz tudo bem…porque não posso ter o que quero, o que preciso?” ou ainda “se eu fiz tudo bem porque razão não recebo igual ao que fiz?”. Lamentavelmente, não é assim que funciona. Se só fazemos o Bem por desejar que tudo o que fizemos nos seja devolvido, mais vale não fazer nada. O Bem não é coisa que se grite ou que se fotografe. É um tesouro calado que não se compadece dos nossos egoísmos e das nossas vontades. Assim, a resposta a todas estas perguntas é bastante simples
Não posso ter o que quero porque ainda não chegou a hora. O momento certo. Não recebo igual porque receberei dez vezes mais do que aquilo que soube dar. Pode é não ser já. Pode é não ser no meu tempo.
Em forma de conclusão, mais vale não esquecer:
Só se pode fazer o Bem. Menos do que isso é ar. É vento que não (nos) agarra.
Marta Arrais

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Reconhecer-se pecadora



Homem na caverna de Son Doong; são 150 m de altura (Foto: Ryan Deboodt/Divulgação/Oxalis)

"Estejam atentos diante de cristãos, sejam eles leigos, padres, bispos, 
que se apresentam como "perfeitos", rígidos. 
Estejam atentos! Não há o Espírito de Deus ali."
Papa Francisco - Homília na Missa na Casa Santa Marta (16.10.208)

Este excerto, que dá início à crónica desta semana, vem trazer a todos nós a consciência de que sermos cristãos não nos torna seres superiores e que no meio de todos temos muitas faltas a apresentar. No meio de todos não devemos apresentar aquilo que não somos. Não devemos agir como meros fariseus que se encontravam, tantas e tantas vezes, no fim das sinagogas a escutar Jesus com a hipocrisia das suas vidas.

Sermos cristãos que "batem muito com a mão no peito" e que conhece imensamente da lei e do julgamento faz com que não tenhamos conhecimento algum da maior de todas as leis deixada por Jesus Cristo. Não adianta muitos rituais, nem muitas aparências se na vida de todos os dias não formos capazes de reconhecer aquilo que realmente somos, nem reconhecermos o outro como merecedor do mesmo perdão que eu.

Não adianta muitos ensinamentos, nem muitas boas ações se depois aquilo que professamos cai completamente por terra através do testemunho que damos para o mundo. E é nisto que a Igreja Católica tem perdido. É por isto que tantos homens e mulheres se têm afastado, porque não conseguem encontrar um testemunho verdadeiro, genuíno.

E está na altura de existirem mudanças. Está na altura de reconhecermos que a Igreja sendo santa, porque fundada por e em Jesus Cristo, é toda ela pecadora. E a Igreja não resolverá os seus pecados enquanto não se reconhecer como pecadora.

Reconhecendo-se e percebendo a sua verdadeira essência poderá caminhar, aí sim, para a santidade que tantas vezes tenta transmitir. É deixar cair as máscaras da rigidez e da perfeição. É deixar cair as máscaras da intolerância e da superioridade para que assim possa, estando no mundo, chegar ao Céu e dar o Céu a todos nós.

Reconhecer-se pecadora para que possa, efetivamente, dar testemunho de que através da sua fragilidade é possível alcançar-se a santidade e o amor de Deus.
Reconhecer-se pecadora para que não se tente ser aquilo que não é, nem se ofereça aquilo que não se tem.

Emanuel António Dias

domingo, 28 de outubro de 2018

Os cristãos que não têm tempo


https://www.youtube.com/watch?v=gsg0X0ShSvU

Eu quero ver



https://www.youtube.com/watch?v=gL1Rk2dWuNk

A liturgia do 30° Domingo do Tempo Comum fala-nos da preocupação de Deus em que o homem alcance a vida verdadeira e aponta o caminho que é preciso seguir para atingir essa meta. De acordo com a Palavra de Deus que nos é proposta, o homem chega à vida plena, aderindo a Jesus e acolhendo a proposta de salvação que Ele nos veio apresentar.
A primeira leitura afirma que, mesmo nos momentos mais dramáticos da caminhada histórica de Israel, quando o Povo parecia privado definitivamente de luz e de liberdade, Deus estava lá, preocupando-se em libertar o seu Povo e em conduzi-lo pela mão, com amor de pai, ao encontro da liberdade e da vida plena.
A segunda leitura apresenta Jesus como o sumo-sacerdote que o Pai chamou e enviou ao mundo a fim de conduzir os homens à comunhão com Deus. Com esta apresentação, o autor deste texto sugere, antes de mais, o amor de Deus pelo seu Povo; e, em segundo lugar, pede aos crentes que “acreditem” em Jesus – isto é, que escutem atentamente as propostas que Ele veio fazer, que as acolham no coração e que as transformem em gestos concretos de vida.
No Evangelho, o catequista Marcos propõe-nos o caminho de Deus para libertar o homem das trevas e para o fazer nascer para a luz. Como Bartimeu, o cego, os crentes são convidados a acolher a proposta que Jesus lhes veio trazer, a deixar decididamente a vida velha e a seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. Dessa forma, garante-nos Marcos, poderemos passar da escravidão à liberdade, da morte à vida.
A vista é a vida. A vista não tem preço. É o caminho do cego à procura de Jesus, da vista, da vida … Filho de David, chama ele Jesus. Para os Judeus, só o Messias há tanto esperado podia ser assim chamado. Evocar David e a sua descendência era proclamar a fidelidade de Deus para com o seu povo. A multidão chamava a Jesus “Jesus de Nazaré”. O cego chama Jesus “Filho de David”. Reconhece em Jesus o Messias. O cego, na sua cegueira física, vê mais longe, mais profundamente, com o olhar interior da fé. Ele recuperou a luz exterior, mas é sobretudo a luz interior, a luz da fé, que vai iluminar o caminho da sua vida. Ele quer seguir e estar com aquele que disse: “Eu sou a Luz da Vida”. E nós? Ficamo-nos muitas vezes pela superfície das coisas, num olhar superficial que nos faz passar ao lado da profundidade dos outros. Daí nascem os preconceitos, as tensões, as recusas. É o olhar da multidão sobre o cego: um mendigo sem interesse, que era necessário calar. Bartimeu recorda-nos que há um outro olhar, o olhar de Deus sobre nós, sobre os outros, sobre os acontecimentos. Cabe a nós perguntarmo-nos qual é o nosso verdadeiro olhar. “Senhor, faz que eu veja!”.

http://www.dehonianos.org/

sábado, 27 de outubro de 2018

Existe novidade em Deus?


Imagem relacionada


Existe novidade em Deus? Existe novidade para cativar os jovens? Existe novidade naquilo a que temos a propor ao mundo?

Pois bem, caros leitores, estejamos todos descansados, pois existe, efetivamente, novidade em Deus. A sua mensagem será atual para hoje e para todos os dias que virão, porque a forma como Jesus Cristo nos apresenta o Seu Pai faz com que a Sua mensagem nunca se envelheça. Afinal de contas é um Deus que é Pai com entranhas de mãe. Há ou não há novidade quando se fala de Deus desta forma? Há ou não há vontade de conhecer um Deus que quer ser Pai com um amor tão maternal?

A novidade que temos a apresentar aos jovens e ao mundo é a proximidade deste Deus e o Seu amor desmedido por todos nós. Repito, por todos nós: santos e pecadores, perfeitos e imperfeitos, homens e mulheres. É a novidade de um Deus que se faz próximo gostando especialmente de todos. 

A forma como Jesus dá a conhecer o Seu Pai é para sempre revelador. É para sempre tamanha novidade, pois surge neste Deus a certeza de um Pai que está todos os dias da nossa vida. Surge, através de Jesus Cristo, a certeza de um Pai que só se contenta com a presença de todos fazendo de tudo para que ninguém se isole, para que ninguém viva em plena solidão dando assim a possibilidade de viverem em comunhão com a Sua misericórdia e com a Sua paixão.

A novidade deste Deus está sempre presente e disposta a dar-se ao mundo. A novidade deste Deus, revelado em Jesus Cristo, manifesta-se todas as vezes em que somos capazes de colocar em prática o amor que Ele próprio nos dá. 

Esta novidade é a prova mais do que provada de que Deus não está morto, de que Deus não deixou de respirar e que nunca deixou de estar junto de todos aqueles que se deixam encontrar.

Deus é intemporal. Deus é inteiramente novo e será para sempre novidade para o mundo, pois não haverá em parte alguma amor tão grande.

Em Deus haverá sempre novidade, porque Ele mesmo é a novidade que tanto precisamos nas nossas vidas.

Emanuel António Dias

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

A GLÓRIA DOS JOVENS É A SUA FORÇA E VIGOR

Imagem relacionada

Vivemos tempos de viragens antropológicas e culturais. Assistimos a uma espécie de metamorfose da condição humana. A ciência e a tecnologia, e bem, correm na esperança de encontrar e encontram com a vontade de correr ainda mais para irem muito mais além. O mundo, porém, embora ciente de todos os seus avanços civilizacionais, positivos e negativos, nem por isso se sente mais seguro porque “os homens aprenderam a dominar a natureza antes de se dominarem a si próprios”. Muitos esquecem-se que os céus continuam a proclamar a glória de Deus e que o firmamento anuncia a obra das Suas mãos (Sl19,1). Neste tempo assim tão multifacetado, bonito e a formigar, e porque nem só de pão vive o homem, decorreu, em Roma, sem grandes ruídos nem alaridos, o Sínodo sobre temáticas juvenis.
Saltitando sobre mais alguns capítulos do Documento de trabalho da Assembleia sinodal, ressalto, de forma livre e sem comas, que os jovens, sentinelas e sismógrafos de todas as épocas, são quem mais percebe as grandes oportunidades que esta mudança de era lhes oferece bem como percebem as ameaças que os podem tramar. Sendo uma idade específica da vida, a juventude faz parte da condição humana. É uma idade original e entusiasmante, cheia de força e de vigor, buscadora de significado, chamada à alegria do amor e caraterizada pela vontade naturalmente proactiva que aceita desafios e ousa trilhar novos caminhos. Para melhor navegar nesses mares, um dos maiores desafios que a juventude de hoje enfrenta é, de facto, a de construir uma identidade individual verdadeiramente sólida em que o sonho, sem grandes pesadelos, lhes comande a vida. A complexidade, a contingência, a incerteza quanto ao futuro e a fragmentação existencial, porém, não facilitam essa tarefa tão urgente quão necessária. A cultura ditatorial da aparência, a cultura da indecisão perante a superabundância das propostas, a cultura do descarte, a cultura light, o fascínio por experiências extremas, a sexualidade precoce, a pornografia digital, a exibição do próprio corpo online, o fenómeno das fake news, a irrupção das tecnologias e a transversalidade do continente digital, a falta de uma hierarquia de verdades, a generosidade ferida pelas colonizações ideológicas e tecnológicas que roubam a liberdade, o refúgio numa felicidade ilusória e inconsistente que gera formas de dependência, a fraqueza das instituições e a cada vez menos credibilidade nelas, a falta de lideranças confiáveis, a propagação da corrupção, a falta de emprego que dificulta a concretização de projetos existenciais, o advento da inteligência artificial, da robótica e automação, e sei lá mais o quê, tudo, tudo questiona, tudo deve questionar, tudo implica o verdadeiro discernimento que passa pelo reconhecimento das coisas boas e menos boas, pela interpretação da sua qualidade e valia e pela capacidade de escolher o melhor, o mais útil e o mais importante.
Deixando de parte as possíveis formas de manipulação comercial, especulativa e outras, sabemos quanto os jovens encontram na música uma linguagem fundamental que suscita emoções, abre espaços de interioridade, sociabiliza, faz passar mensagens relevantes, veicula estilos de vida e proporciona muitas experiências de construção de uma identidade coletiva. Temos presente quanto eles também prezam outras formas de expressão artística que lhes permitem o exercício da criatividade pessoal e a sua participação feliz no desenvolvimento cultural. A par, não ignoramos como eles apreciam os valores e os bons modelos que as sociedades desportivizadas lhes dão quando, na verdade, estão centradas nos valores do fair play competitivo e na inclusão de pessoas e não no sucesso a todo o custo, na fraude, na corrupção, na violência e na humilhação dos vencidos.
Sobretudo na literatura científica, hoje vai-se falando de um “retorno do sagrado”. Será que sim?... Talvez, mas não se trata de um regresso ao passado, de um regresso ao dantes. Trata-se de um novo paradigma de religiosidade, pouco institucionalizado, cada vez mais “líquido”, mais New Age e marcado por uma variedade radical de percursos individuais e privados mais espirituais que religiosos, às vezes substituídos por ideologias e outras correntes de pensamento ou pelo sucesso pessoal ou profissional. No meio de tudo isto, não falta, quem, por vezes, aqui ou ali, na primavera da vida, seja atraído por propostas integralistas ou fundamentalistas que os molda e pode transtornar.
A Igreja, tendo em vista este contexto simultaneamente de oportunidades e ameaças, de medos e de esperança, confia nos jovens e convida-nos a todos a procurar novos caminhos e a percorrê-los com audácia e confiança, mantendo o olhar fixo em Jesus. Num ambiente da pós-verdade, é preciso, de facto, encontrar a linguagem e o modo de transmitir o anúncio cristão em circunstâncias culturais mudadas. Essa tarefa será tanto mais empática e eficaz quanto mais apreciarmos este admirável mundo novo e quanto mais os jovens, acolhidos, respeitados e acompanhados nas suas especificidades, tendências e gostos próprios da juventude, se tornarem protagonistas entusiastas e felizes do sonho missionário. A Verdade que é Cristo tem uma base relacional e precisa de ser testemunhada e praticada no concreto da vida quotidiana e não apenas argumentada e demonstrada de forma arrevesada e tantas vezes ininteligível. Isto implica conversão, conversão individual e comunitária, conversão pastoral na humildade, competência e sentido da missão. Implica fé viva e sacudida, tal como afirma Francisco: “Uma fé que não nos põe em crise é uma fé em crise; uma fé que não nos faz crescer é uma fé que deve crescer; uma fé que não nos questiona é uma fé sobre a qual nos devemos questionar; uma fé que não nos anima é uma fé que deve ser animada; uma fé que não nos sacode é uma fé que deve ser sacudida”.

D. Antonino Dias - Bispo de Portalegre Castelo Branco
26-10-2018

Semana do Papa

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

PCB FEST

A imagem pode conter: texto
O PCBFest está a chegar!

Gostas de escrever, tocar e cantar?
E porque não escrever uma música para o festival de Música de Mensagem?

Só tens que convidar uns amigos (mínimo 1 e máximo 6), ter pelo menos um instrumento musical, ser criativo e "bem disposto" e arriscares a sair do anonimato...e quem sabe a não começas uma carreira na música.

Se tens entre 15 e 30 anos, arrisca!

O vencedor do PCBFest vai participar no Festival de Música de mensagem em Fátima, em maio. Festival limitado a 6 grupos de musica.

Inscrições abertas! Não fiques de fora. Dá nas vistas! Mostra que sabes compor, tocar e cantar

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Silenciar






O seu silêncio dá sinal da sua presença. É muito pouco comum vê-lo naquele estado. Por isso, torna-se revelador da sua existência.

Há qualquer coisa de diferente no seu silêncio e na forma como o vive. Não é um silêncio qualquer. É um silêncio com um olhar preocupado. É um silêncio que reza tudo o que vai dentro de si. É um silêncio com o olhar de quem se deixa simplesmente estar.

Rezam-lhe os problemas. Rezam-lhe as inquietações. Rezam-lhe as imensas questões. Rezam-lhe os não entendimentos. Rezam-lhe as poucas conquistas da sua vida. Reza a sua própria vida. Entregando-a ali: em silêncio e com olhar tão sincero.

O silêncio não lhe torna angelical, mas dá-lhe um ar de profundidade. De quem não sabe muito bem o que fazer, nem o que dizer, mas que está disposto a deixar-se confiar.

No meio de tudo isto, ele bem sabe que, ou arrisca na fé ou se perde no meio de si mesmo.

Sente, verdadeiramente, que está na altura de fazer caminho. É hora de usar o que confirmou para que tudo se confirme em si.

Por isso, deixa-se silenciar e deixa que o seu próprio mundo se silencie para que possa escutar com maior audácia aquilo que lhe vai sendo dito. Silencia-se para dar voz ao Senhor da sua vida. Silencia-se para ouvir os passos d'Aquele que sempre esteve. Silencia-se para que consiga escutar a palavra que lhe traz salv(ação). Silencia-se...

E ali, naquele verdadeiro ato de liberdade, foi capaz de silenciar os seus medos e caminhar perante a certeza de que nunca estará só!


Emanuel António Dias

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Eu não sei, mas confio


Resultado de imagem para dunas

Eu não sei, mas confio

Por vezes não temos de ter grandes palavras para justificar a nossa fé. Nem precisamos, inclusive, de grandes obras para nos mostrarmos crentes. A verdade é que, muitas das vezes, respondendo àqueles que nos abordam com um "não sei" demonstra que a nossa fé, muito mais do que estar alicerçada em teologias muito elaboradas, está, isso sim, sustentada na confiança de que não caminhamos sós.

E esta confiança não advém do medo da finitude ou do desespero de obter respostas para tudo, até porque, quem vai questionando e caminhando na sua fé, vai percebendo que as respostas são quase nenhumas. Esta confiança que alimenta a fé provém de uma entrega a Deus, onde esta apenas surge depois de analisarmos as nossas vidas, as nossas vivências e o que vai acontecendo ao nosso redor.

Acredito que não nos adianta sabermos de muita coisa, nem sermos tremendamente ativos na nossa comunidade paroquial, se não soubermos colocar a confiança n'Aquele que um dia nos chamou a caminhar com Ele. Só com a confiança poderemos alimentar a fé nos momentos em que não O sentimos. Só com a confiança poderemos alimentar a fé nos momentos em que não teremos respostas para os nossos porquês. Só com a confiança poderemos alimentar a fé nos momentos em que pecamos mais do que nunca. Só com a confiança poderemos alimentar a fé num Deus omni-amor e tremendamente misericordioso.

Nos momentos em que a vida apertar connosco, não será o imenso palavreado e conhecimento que nos levará até ao Senhor, mas sim a relação de coração que teremos ou não com Ele.

E nós bem sabemos que sem confiança é impossível construir alguma relação, por isso o mesmo acontece com a nossa fé.

Confiar que Ele está mesmo quando o mundo nos diz o contrário. Confiar que Ele está mesmo quando não sabemos do Seu paradeiro. Confiar que Ele está mesmo quando não merecemos a Sua presença.

E nada disto é fazer um Deus à nossa semelhança. É, isso sim, deixar que Ele carregue nas Suas mãos a nossa vida e os nossos corações...

Não, eu não sei tudo. Não, eu não sei porque é assim. Não, eu não sei porque acontece isso. Não, eu não sei, mas eu confio...

E tu, estás disposto a confiar-te ao Deus da Vida?


Emanuel António Dias

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Pessoas maduras não se ofendem com qualquer coisa

CONCERNED WOMAN


Se  se ofende demais, com tudo e com todos, leia isso

Durante os nossos dias, passaremos por situações várias, que nos agradarão ou nos deixarão irritados, magoados, ou mesmo ofendidos. Primeiramente, ninguém tem a obrigação de agradar a ninguém, a não ser que esteja prestando algum tipo de serviço, ou num relacionamento afetivo, por exemplo.

Temos obrigação de ser cordiais sem ultrapassar a dignidade alheia; no entanto, ninguém precisa gostar ou concordar, basta manter o respeito entre as partes.

Ainda assim, existem pessoas que parecem necessitar de paparicos por parte de todos, como se qualquer um tivesse a obrigação de medir as palavras, o tom da voz, a linguagem que seja, ao se comunicar com elas.

E, assim, temos que pisar em ovos ao falarmos com elas sobre qualquer assunto, uma vez que tudo o que não as contenta soa a ofensa pessoal, a grosseria, a perseguição.

Geralmente, quem se ofende demais, com tudo e com todos, é aquele tipo de pessoa que pensa ser o centro do universo, ser a causa e a consequência das ações de quem quer que seja, como se todo mundo agisse pensando nela.

Esses indivíduos enxergam indiretas até mesmo em um simples “bom dia”, pois, na sua mente egoísta, o que acontece no universo conspira contra eles. Que bom se pudessem se conscientizar do seguinte: na verdade, ninguém liga!


Porque poucos se lembrarão de nós ou se importarão de verdade connosco, e quase ninguém ficará do nosso lado quando não tivermos nada a oferecer, quando precisaremos receber.

O dia a dia caótico e acelerado nos impede de ficar agindo de acordo com o que fulano ou ciclano pensarão a respeito, de articularmos nossas atitudes a fim de atingirmos os outros. A grande maioria das pessoas age conforme aquilo que possui dentro de si e pretendendo atingir algum fim que em nada tem a ver com os outros.

Embora existam aqueles que terão prazer em provocar qualquer um que lhes atravessar o caminho, são poucos, em comparação com a maioria de nós, que segue a vida cumprindo com as obrigações e buscando a felicidade.

Sentir-se ofendido quando se é diretamente atingido pela maldade alheia é saudável e útil para se defender, porém, sentir-se ofendido com qualquer palavra que disserem, mesmo por parte de quem nem sabe que a gente existe, é descabido e incoerente.

Uma pena que quem age dessa forma dificilmente reverá seus conceitos. Uma pena mesmo.

(via Resiliência Mag)

domingo, 21 de outubro de 2018

Partilha tua fe


https://www.youtube.com/watch?v=wYAlFia_mDA

A liturgia do 29º Domingo do Tempo Comum lembra-nos, mais uma vez, que a lógica de Deus é diferente da lógica do mundo. Convida-nos a prescindir dos nossos projectos pessoais de poder e de grandeza e a fazer da nossa vida um serviço aos irmãos. É no amor e na entrega de quem serve humildemente os irmãos que Deus oferece aos homens a vida eterna e verdadeira.
A primeira leitura apresenta-nos a figura de um “Servo de Deus”, insignificante e desprezado pelos homens, mas através do qual se revela a vida e a salvação de Deus. Lembra-nos que uma vida vivida na simplicidade, na humildade, no sacrifício, na entrega e no dom de si mesmo não é, aos olhos de Deus, uma vida maldita, perdida, fracassada; mas é uma vida fecunda e plenamente realizada, que trará libertação e esperança ao mundo e aos homens.
No Evangelho, Jesus convida os discípulos a não se deixarem manipular por sonhos pessoais de ambição, de grandeza, de poder e de domínio, mas a fazerem da sua vida um dom de amor e de serviço. Chamados a seguir o Filho do Homem “que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida”, os discípulos devem dar testemunho de uma nova ordem e propor, com o seu exemplo, um mundo livre do poder que escraviza.
Na segunda leitura, o autor da Carta aos Hebreus fala-nos de um Deus que ama o homem com um amor sem limites e que, por isso, está disposto a assumir a fragilidade dos homens, a descer ao seu nível, a partilhar a sua condição. Ele não Se esconde atrás do seu poder e da sua omnipotência, mas aceita descer ao encontro homens para lhes oferecer o seu amor.


Onde está Deus? Onde podemos encontrar o seu rosto, as suas propostas, os seus apelos e desafios?
Não nos deixemos enganar: Deus não está naquilo que é brilhante, sedutor, majestoso, espampanante; Deus está na simplicidade do amor que se faz dom, serviço, entrega humilde aos irmãos.
Qual o sentido do sofrimento? Porque é que há tantas pessoas boas, honestas, justas, generosas, que atravessam a vida mergulhadas na do e no sofrimento?
O sofrimento do justo não se perde; através dele, os pecados da comunidade são expiados e Deus dará vida e salvação ao seu Povo, nos misteriosos caminhos de Deus, o sofrimento pode ser uma dinâmica geradora de vida nova. Jesus Cristo demonstrará, com a sua paixão, morte e ressurreição, a verdade desta afirmação.
Na comunidade cristã, a única grandeza é a grandeza de quem, com humildade e simplicidade, faz da própria vida um serviço aos irmãos. Na comunidade cristã não há donos, nem grupos privilegiados, nem pessoas mais importantes do que as outras, nem distinções baseadas no dinheiro, na beleza, na cultura, na posição social… Na comunidade cristã há irmãos iguais, a quem a comunidade confia serviços diversos em vista do bem de todos. Aquilo que nos deve mover é a vontade de servir, de partilhar com os irmãos os dons que Deus nos concedeu.

sábado, 20 de outubro de 2018

A Missão dos Consagrados


https://www.thepopevideo.org/?lang=pt-br



Não nos deixemos roubar o entusiasmo missionário e rezemos para que os consagrados e as consagradas reavivem o seu fervor missionário e estejam presentes entre os pobres, os marginalizados e aqueles que não têm voz.

Papa Francisco – Outubro 2018

Os consagrados, com sua oração, pobreza e paciência, são essenciais para a missão da Igreja.
Mais do que nunca, com os desafios do mundo de hoje, precisamos de sua entrega total ao anúncio do Evangelho.
Não nos deixemos roubar o entusiasmo missionário e rezemos para que os consagrados e as consagradas reavivem o seu fervor missionário e estejam presentes entre os pobres, os marginalizados e aqueles que não têm voz.


sexta-feira, 19 de outubro de 2018

JOVENS ESPIÕES DO FUTURO

Resultado de imagem para antonino dias
Discernir faz parte dos trabalhos do Sínodo que, neste mês de outubro, está a decorrer em Roma sobre temáticas juvenis. Mas se os membros da Assembleia sinodal, por estes dias, queimam as pestanas a discernir sobre aqueles conteúdos, também é verdade que o documento de trabalho aponta o discernimento como uma exigência para todos e nas diversas circunstâncias. Respigando o que por lá se lê e, com certeza, também o que por lá se dirá, a própria palavra “discernimento” não se enquadra muito bem na linguagem dos jovens mesmo que lhes seja companheira de viagem. É uma palavra cara, não anda muito a cotio, é comprida e difícil de pronunciar!...
Tal palavra, porém, aplica-se a uma pluralidade de situações: fala-se de discernimento dos sinais dos tempos, de discernimento moral, de discernimento espiritual, de discernimento vocacional, de discernimento para bem governar, educar, optar… Seja crente ou não crente, toda a gente está sentenciada a procurar o melhor, a discernir. O Concílio Vaticano II recorda-nos que a consciência «é o centro mais secreto e o santuário do homem, no qual ele se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do seu ser» (GS16). O exercício da consciência representa um valor antropológico universal. Interpela cada homem e cada mulher, não apenas os crentes. E todos são obrigados a responder-lhe em conformidade. Como sabemos, a pessoa é chamada a amar e o amor implica sair de si e projetar-se nos outros. Por isso, o papel da consciência não se reduz apenas ao reconhecimento do próprio erro ou do mal, à perceção dos limites pessoais ou da situação, nem tampouco se limita a constatar as dificuldades de a pessoa se orientar. Ela ajuda cada um a reconhecer a verdade sobre si próprio, ajuda a identificar qual o dom que pode oferecer à sociedade e qual a contribuição que pode prestar ao bem comum, mesmo que não seja o ideal.
Porque é um ato da liberdade humana, é claro que o discernimento se expõe ao erro, corre riscos. Mas é, sem dúvida, um modo de estar, um estilo de vida, uma atitude fundamental sempre presente. É um método dentro de tudo quanto nos toca e envolve e que nos leva a escutar, a reconhecer, a interpretar e a escolher o melhor abrindo-nos à novidade. Sem respostas predeterminadas, confronta-nos, aponta alternativas, procura oportunidades, encoraja-nos à ação e garante fidelidade criativa à missão que nos está confiada.
Quando, por exemplo, se procura o sentido para a vida, sentem-se dificuldades. Nem sempre se consegue aliar a vida e o transcendente e envolver-se num processo de autêntico discernimento. Na Reunião pré-sinodal, um jovem expressou bem o que sentia e o que desejava quando disse: «Hoje, assim como milhares de outros jovens, fiéis ou não, tenho de fazer escolhas, especialmente em relação à minha orientação profissional. No entanto, estou indeciso, perdido e preocupado”. E acrescentava: “Vejo-me agora como diante de uma parede: dar um sentido profundo à minha vida. Acho que preciso de um discernimento perante esse vazio».
Perante esta exigência existencial, e num sentido mais lato, o discernimento acaba por ser este processo que nos leva a ponderar e a fazer as opções mais importantes e acertadas. Num sentido mais estrito e mais inerente à tradição cristã, o discernimento “corresponde à dinâmica espiritual pela qual uma pessoa, um grupo ou uma comunidade tenta reconhecer e acolher a vontade de Deus na realidade da sua situação”. É um processo que procura descobrir os caminhos possíveis para responder ao amor de Deus e participar, como membros da Igreja, na missão de anunciar e testemunhar a Boa Nova onde quer que seja, seja quem for e qual for a sua ocupação. Por isso, não se pode identificar o discernimento vocacional com o caminho que nos leva a optar pelo matrimónio, pelo sacerdócio ou pela vida consagrada. O discernimento vocacional também envolve a opção pelo compromisso social, político, profissional, etc. Tem uma perspetiva muito mais ampla e fundamental que torne possível fazer uma escolha “que não seja o resultado das inclinações ou pressões sociais, mas um exercício de liberdade e de responsabilidade”. O documento apresenta muitos fatores que podem influenciar a capacidade de um jovem no momento em que sente a necessidade de discernir sobre quais as opções fundamentais para a sua vida: “a Igreja, as diferenças culturais, as exigências do trabalho, o mundo digital, as expectativas da família, a saúde mental e o estado de ânimo, ruídos, a pressão dos outros jovens, os cenários políticos, a sociedade, a tecnologia, etc.». Tudo isto faz prevalecer o princípio de que a realidade é mais importante do que a ideia. “Em termos teológicos, todo o desejo, mesmo o mais sublime, é chamado a encarnar-se numa escolha concreta e coerente, necessariamente limitada, abrindo o espaço àquele ascetismo sem o qual não há caminho para a santidade e a plenitude da vida” (cf. Instrumentum Laboris, Parte II, Cap. III).

D. Antonino Dias - Bispo de Portalegre Castelo Branco
19-10-2018

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

"A pergunta que não quer calar"... com Padre Rui Rodrigues


A pergunta que não quer calar"... com Padre Rui Rodrigues, Assistente diocesano do Movimento dos Convívios Fraternos (IX)

SDPJV:
O padre Rui Rodrigues acompanha, e sempre acompanhou, jovens nas diferenciadas etapas de descoberta da fé, seja eles crianças, adolescentes e jovens, como actualmente faz, por exemplo, na assistência dos Convívios Fraternos. Na realidade dos Convívios Fraternos, o 4º Dia revela-se de fundamental importância, porque é o envio para o Mundo, para as paróquias, para a integração mais profunda nos dinamismos das paróquias e da diocese. No entanto os jovens sentem sempre algumas dificuldades em permanecer! Será que as paróquias não estão preparadas nem são capazes de acolher estes jovens que fazem um encontro tão forte com Jesus, durante aqueles dias em Convívio Fraterno? Que espectativas tem o Padre Rui acerca deste Sínodo sobre a Juventude? Que mudanças poderá trazer para que os jovens, neste longo 4º Dia, possam viver uma “revolução de fé” que seja continuação da experiência do convívio fraterno?

Padre Rui Rodrigues:
Um convívio fraterno destina-se a jovens entre os 17 e os 25|30 anos, que se sentem confrontados com a sua experiência e caminhada de Fé. Para muitos será o aprofundar, para outros a descoberta e para outros dar continuidade. São três dias de um profundo encontro de um “eu” com um “TU”, Deus.

A designação “quarto dia” será toda a vida até ao fim. Será o compromisso posto em acção! Penso que qualquer jovem que faça a sua caminhada de catequese até ao crisma, ou que faça um Convívio Fraterno, não fica apto para dizer que está perito na Fé, em espiritualidade ou em teologia. Dão-nos as bases para depois podermos caminhar até… . Revelam-nos um pouco do que iremos ter no encontro com Deus ao longo da nossa vida, com todos os momentos alegres ou tristes que a compõem. Ninguém se aguenta de pé, se não tiver uma boa base.

Penso que não podemos culpar sempre as paróquias sobre o percurso de fé dos jovens. Temos paróquias que se esforçam e recorrem a imensos projectos para cativar, motivar e incentivar os seus jovens. Mas eles nem sempre se sentem em sintonia, motivados, ou mesmo, como são poucos ou só um ou dois, acabam por se desmotivar e desistir. Contudo, há que rezar e agradecer pelos persistentes. Mesmo poucos continuam a dar o seu contributo, o seu testemunho de jovens na Igreja. Os Jovens também têm que querer “Crer”. Sabendo que o caminho é difícil, eles têm que saber o que querem pela sua maturidade. O Evangelho propõe-se para eles como caminho e a resposta é a vida.

Estamos em Sínodo com os jovens. Sínodo, quer dizer caminho, caminhada. Penso que é disso mesmo que se trata e nesse sentido que nos revemos. Todos fazemos e estamos a fazer caminho. Com quem? Com que número? Faremos melhor o caminho com muitos ou com poucos? O problema dos jovens nas nossas paróquias é esse. Somos poucos e caminhamos com poucos e desistimos. Por mais que eu saiba que há outros jovens como eu, que pensam, vivem e seguem o mesmo que eu, não fazemos parte da mesma paróquia, dizemos que estamos a fazer o mesmo caminho, mas não os vejo. Somos cada vez menos em número. Pode ir na mesma estrada, posso dizer que vai mais à frente ou que vem mais a trás, mas … parece que por vezes temos um separador central! Quando é que haverá uma saída? Um cruzamento de encontro? Os jovens precisam de se sentirem grupo. De se motivarem juntos, de se desafiarem a fazer o caminho no mesmo dia e à mesma hora, na mesma terra! A dificuldade em permanecer penso que será como na semente da parábola do semeador. A semente que cai à beira do caminho, entre espinhos ou em sítios pedregosos. Uns levam-na, outra começa a nascer, mas como a raiz é fraca ou porque os problemas ou as seduções são contrárias, acaba por secar.

Um convívio fraterno, pode cair aqui. Foi bom, foi único, foi espectacular! Não duvido! O encontro com Cristo de verdade é assim! Mas precisa de ser alimentado, cuidado, desafiado, realizado. Aqui entramos todos nós, novos e velhos. Quem ama cuida! Este é o grande mandamento de Deus dado ao Homem. Ama-Lo sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Nunca nos podemos esquecer de como amamos a Deus. Esta é a nossa força para permanecer e darmo-nos por Deus na nossa igreja. Ter raiz e dar fruto abundante. Este terá que ser o nosso desafio.

As minhas expectativas deste Sínodo para os jovens, para a Igreja, é que nos traga um cruzamento de viragem. Que nos faça caminhar todos juntos e ao mesmo tempo. Que seja desafio para todos os que se sentem Igreja.

SDPJuventude e Vocações de Portalegre Castelo Branco

domingo, 14 de outubro de 2018

Espírito de Deus


https://www.youtube.com/watch?v=0hq1ebCwbWc

A Escolha

https://www.youtube.com/watch?v=RxxrEGKycLI

A liturgia do 28º Domingo do Tempo Comum convida-nos a reflectir sobre as escolhas que fazemos; recorda-nos que nem sempre o que reluz é ouro e que é preciso, por vezes, renunciar a certos valores perecíveis, a fim de adquirir os valores da vida verdadeira e eterna.

Na primeira leitura, um “sábio” de Israel apresenta-nos um “hino à sabedoria”. O texto convida-nos a adquirir a verdadeira “sabedoria” (que é um dom de Deus) e a prescindir dos valores efémeros que não realizam o homem. O verdadeiro “sábio” é aquele que escolheu escutar as propostas de Deus, aceitar os seus desafios, seguir os caminhos que Ele indica.

O Evangelho apresenta-nos um homem que quer conhecer o caminho para alcançar a vida eterna. Jesus convida-o renunciar às suas riquezas e a escolher “caminho do Reino” – caminho de partilha, de solidariedade, de doação, de amor. É nesse caminho – garante Jesus aos seus discípulos – que o homem se realiza plenamente e que encontra a vida eterna.

A segunda leitura convida-nos a escutar e a acolher a Palavra de Deus proposta por Jesus. Ela é viva, eficaz, actuante. Uma vez acolhida no coração do homem, transforma-o, renova-o, ajuda-o a discernir o bem e o mal e a fazer as opções correctas, indica-lhe o caminho certo para chegar à vida plena e definitiva.

http://www.dehonianos.org

sábado, 13 de outubro de 2018

Benção das mochilas


Imagem relacionada
Para começar bem o ano!
Estudantes (crianças, jovens e adultos)e Professores
Domingo, dia 14 de Outubro, na Igreja Matriz, na Eucaristia das 12:00h
Tragam o vosso material escolar para ser abençoado.
Traga os seus filhos ou netos!
Apresentação e envio das catequistas.
A catequese terá início ao longo da semana , segundo o calendário distribuido aos pais.


sexta-feira, 12 de outubro de 2018

JOVENS CONCORRENTES OU POTENCIAIS ALIADOS?!...

Resultado de imagem para antonino dias

Está a decorrer, em Roma, durante este mês de outubro, o Sínodo dedicado aos jovens, sob o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. O Documento de trabalho da Assembleia contém um balanço da situação juvenil atual nos quatro cantos do mundo. Oferece algumas chaves de leitura sobre as questões apresentadas ao debate e discernimento sinodal. Recolhe elementos que ajudarão a Assembleia a colocar nas mãos do Santo Padre o que pensam e discerniram, para que o Santo Padre, se assim o entender, possa dar, em documento conclusivo e oficial, algumas orientações para o futuro. A terminar, o Documento fala e propõe a santidade como «o rosto mais bonito da Igreja».
Mas o que é a igreja? Como sabemos, Deus não é propriedade de nenhum povo, é certo. Mas quis adquirir para Si um povo constituído pela fé em Cristo e pelo batismo. Não por ser melhor que os outros, mas para um nível maior de comunhão com Ele e ser enviado em seu nome como fermento, sal e luz. Um povo que tem por cabeça o próprio Cristo. Tem como condição a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus. A sua lei é o mandamento do amor, amar como Cristo amou, dando a vida. A sua missão é ser sal da terra e luz do mundo, constituindo para todos o mais forte gérmen de unidade, esperança e salvação. O seu destino é o Reino de Deus já presente na terra mas que há de ser consumado no fim dos tempos (cf. CIgC782). Este povo é a Igreja, o “projeto visível do amor de Deus para com a humanidade”. É simultaneamente humana e divina, visível e invisível, ativa e contemplativa. Presente na terra, ela peregrina por entre a beleza da criação, os tropeços e a poeira dos caminhos do mundo. No entanto, ela sabe que tudo o que nela é humano deve ordenar-se e subordinar-se ao divino, o visível ao invisível, a ação à contemplação, o presente à cidade futura para onde nos dirigimos, peregrinando (cf. SC2).
No entanto, estamos conscientes que o mundanismo, os tropeços e a poeira dos caminhos podem asfixiar-nos. Podem roubar-nos o ar puro do Espírito renovador. Podem levar-nos a uma mera aparência religiosa, vazia de Deus (EG97) e cheia de sérias consequências. Podem fazer com que deixemos de cumprir a nossa missão, a missão de Cristo, Ele enviou-nos em Seu nome. Mais sensíveis a este entorpecimento e mais livres para a denúncia, os jovens sacodem-nos, fazem-nos avaliar, despertar, aumentar a esperança e mudar de rotas. Eles trazem consigo as novas tendências da humanidade, abrem-nos ao futuro, não permitem que fiquemos encalhados na nostalgia de estruturas e costumes que já não são testemunho nem fonte de vida no mundo atual (cf. EG108).
É certo que o acompanhamento juvenil sempre foi, com mais ou menos êxito, com mais ou menos exigência e qualidade, uma parte fundamental da vocação e missão da Igreja ao longo dos tempos. Mas também é verdade que sempre foram os jovens, com a sua alegria e entusiasmo, “com a sua presença e palavra”, quem mais ajudou a rejuvenescer e a manter jovem o próprio rosto da Igreja. Ciente desta verdade, Francisco, citando a Mensagem aos Jovens do Concílio Vaticano II, afirmou que o Sínodo que está a decorrer em Roma é, nesta mudança de época, um convite a procurar novos caminhos e a percorrê-los com audácia e confiança, mantendo o olhar fixo em Jesus e abrindo-se ao Espírito Santo, para rejuvenescer o próprio rosto da Igreja.
Sendo pouco menos de um quarto da humanidade, há, hoje, no mundo, 1,8 mil milhões de pessoas entre as idades de 16 e 29 anos, em situações existenciais muito desiguais, com oportunidades muitíssimo diferentes, mas com potencialidades pessoais inimagináveis cuja concretização é, para muitos, uma miragem. O Papa recorda-nos que “a realidade é mais importante que a ideia” e que os jovens “têm uma pertença: pertença a uma família, a uma pátria, a uma cultura, a uma fé”. Sim, “há uma globalização poliédrica, há uma unidade, mas cada pessoa, cada raça, cada país, cada cultura conserva sempre a sua própria identidade: é a unidade na diversidade”.
No Documento de trabalho sinodal, entre muitos outros e interessantes dados, consta a informação, vinda de várias partes do mundo, que entre jovens e adultos não há um verdadeiro conflito geracional. No entanto, adianta que eles, jovens e adultos, se olham com “estranheza mútua”. Isto é: em várias partes do mundo, constata-se que “os adultos não estão interessados em transmitir os valores fundadores da existência para as gerações mais jovens, pois as sentem mais como concorrentes do que como potenciais aliados”. Ora, o envolvimento sinodal dos jovens foi percebido como um importante sinal de diálogo intergeracional. Os jovens manifestaram a sua alegria por terem sido convidados a participar neste grande e raro acontecimento eclesial: “Ficamos entusiasmados por termos sido levados a sério pela hierarquia da Igreja e sentimos que este diálogo entre a Igreja jovem e aquela madura é um processo vital e frutuoso”. Também, noutros lugares do planeta e em diversos movimentos de escala mundial, os jovens sentem a alegria de experimentar uma Igreja próxima. Mesmo jovens que não vivem o Evangelho sentem esta proximidade e ligação com a Igreja. Outros, porém, lê-se no documento, “afirmaram estar em busca do sentido da vida, seguir ideais, buscar uma espiritualidade e a própria fé pessoal, mas raramente se dirigem à Igreja”. De facto, é importante uma renovada configuração eclesial. Os jovens sentem-se “atraídos pela alegria”, desejam encontrar formadores que sejam “modelos atrativos, coerentes e autênticos”. Desejam uma igreja “menos institucional e mais relacional”, capaz de “acolher sem antes julgar”. Uma Igreja “amiga e próxima”, “mais autêntica”, “mais comprometida com a justiça”, mais “família onde todos se sentem bem-vindos, ouvidos, cuidados e integrados”. Uma Igreja “acolhedora e misericordiosa, que tenha apreço pelas suas raízes e seus valores, amando a todos, até mesmo aqueles que não seguem o que é considerado padrão”.
Estamos todos neste enorme barco a baloiçar sobre as ondas do mar da vida. Jovens e adultos, livres de preconceitos, estamos desafiados a dar as mãos e a ajustar as velas ao vento. Assim, chegaremos todos a bom porto, na certeza de que quem faz caminhar o barco, não são as velas, mas o vento que não se vê, o Espírito Santo. Não duvides, não tenhas medo, não te afogarás, Ele está no barco do mar da vida!...
“O barco encontrava-se ... açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário. De madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar ... Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!» Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?» (Mt 14, 22-33).

D. Antonino Dias - bispo de Portalegre Castelo Branco
12-10-2018

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

"A pergunta que não quer calar"



"A pergunta que não quer calar"... com Cónego António Assunção, responsável diocesano pela animação dos Acólitos (I)

Perguntamos a quem acompanha jovens acerca de algumas questões em redor do Sínodo sobre a Juventude. Questões "que não querem calar" a realidade que vivemos e que nos podem ajudar a dar passadas mais fortes nesta realidade tão importante na vida da nossa diocese e da Igreja Universal.

SDPJV:
Apesar dos grupos de acólitos na nossa diocese serem na sua maioria compostos por crianças e adolescentes, há ainda alguns jovens que dedicam o seu tempo ao serviço do Altar. O Sínodo dos Bispos trás certamente a muitos destes jovens acólitos grandes espectativas para um maior crescimento na Fé e uma atenção maior à questão vocacional. Concorda? Que perspectivas acha que carregam estes jovens nas suas vidas, e para o seu futuro, tendo em conta os temas da Fé e do Discernimento Vocacional a tratar pelo Papa Francisco e pelos Bispos neste Sínodo?

Cónego António Assunção:
Na nossa diocese, também temos acólitos mais crescidos, mas o maior número de acólitos é constituído por gente mais nova; isto é fonte de alegra pois o serviço do altar atrai desde cedo quem se deixa envolver pelo serviço a Deus e aos irmãos, na dupla dimensão da vivência da vida litúrgica: louvor a Deus e santificação das criaturas. Realmente o desafio é continuar e perseverar, como com graça costumo dizer quando falo de caminhada cristã e vocacional, «é preciso sermos todos de ‘constância’». Foi esse o desafio feito pelo Papa Francisco no último Encontro Internacional de Acólitos em Roma, no passado dia 31 de Julho, ao responder ao grupo de acólitos de língua inglesa: “como jovens, podem ser apóstolos que sabem atrair os outros a Jesus. Isso vai acontecer se vocês estiverem cheios de entusiasmo por Ele, se vocês já O encontraram e conheceram pessoalmente e se vocês por primeiros, foram “conquistados” por Ele.

Por isso, a reflexão que certamente o Sínodo também nos ajudará a fazer, será, porventura, a tentativa de procurar compreender o costumado arrefecimento na vivência da fé e no compromisso cristão, pelo menos entre nós, também na experiência dos acólitos, e de ajudar a inverter a regra geral de que o crescimento em idade não corresponda ao crescimento na fé e leve, por isso, ao afastamento do altar daqueles que vão crescendo em idade, mas com ritmo diferente do que acontecia com Jesus que, para além da idade, também crescia em “sabedoria e graça”.

Quem, consegue contrariar esta regra porque responde ao apelo feito no mesmo encontro pelo Papa Francisco na resposta dada aos acólitos de língua húngara, vai contra a corrente: «Sim, é preciso esforço para fazer sempre o bem e nos tornarmos santos… Vejo que vocês estão comprometidos neste caminho. O Senhor Jesus nos deu um programa simples para caminharmos rumo à santidade: o mandamento do amor de Deus e do próximo. Procuremos estar bem enraizados na amizade com Deus, agradecidos pelo Seu amor e desejosos de servi-Lo em tudo, e assim não podemos fazer outra coisa senão compartilhar o dom do Seu amor com os outros. E para concretizarmos o mandamento do amor, Jesus nos indicou as obras de misericórdia.»

Mas com certeza o Sínodo vai trazer-nos muitas outras novidades como concluiu o Papa Francisco no Discurso de Abertura: «Esforcemo-nos, pois, por procurar «frequentar o futuro» e por fazer sair deste Sínodo não só um documento – que geralmente é lido por poucos e criticado por muitos – mas sobretudo propósitos pastorais concretos, capazes de realizar a tarefa do próprio Sínodo, que é fazer germinar sonhos, suscitar profecias e visões, fazer florescer a esperança, estimular confiança, faixar feridas, entrançar relações, ressuscitar uma aurora de esperança, aprender um do outro, e criar um imaginário positivo que ilumine as mentes, aqueça os corações, restitua força às mãos e inspire aos jovens – a todos os jovens, sem excluir nenhum – a visão dum futuro repleto da alegria do Evangelho. Obrigado!»

Com o desafio e a esperança destas palavras, ficamos a rezar e a esperar!

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Procissão de Nª Srª do Rosário

PROCISSÃO DE Nª SRª DO ROSÁRIO

No domingo , dia 7, realizou se a procissão em louvor de Nossa Senhora do Rosário.
Teve início pelas 21:00h, após a celebração da Eucaristia e percorreu a parte sul da vila,com a participação de algumas dezenas de fiéis.