terça-feira, 30 de junho de 2020
Quando te atreves a reparar, o que vês?
Quando a noite desce e se acalma junto ao teu coração, o que vês?
Que paisagens são essas que vivem dentro do que és e do que fazes?
Quando tudo em redor é silêncio, o que fica?
Que paisagens são essas que te embalam quando o sono te surpreende?
Que paisagens são essas que te fazem querer percorrer o mundo com uma mochila às costas?
Que paisagens são essas que te fazem não querer sair de onde estás e viajar, só, com o pensamento?
Dentro de nós, nem tudo é bonito. Nem tudo são árvores verdes e flores frescas.
Dentro dos contornos do que nos atrevemos a mostrar, nem tudo é luz. Nem tudo é limpo. Nem tudo é claro. Nem tudo é liberdade.
Dentro dos nossos pensamentos nem tudo é raio de sol. Ou estrela pequenina. Nem tudo brilha. Nem tudo é brisa suave.
Ainda que muitos nos queiram convencer do contrário, há muitos caminhos estreitos e difíceis dentro dos nossos dias e do que mora para lá da nossa pele.
Dentro do que somos há de tudo. É esse tudo que nos dá significado e que, às vezes, nos catapulta para um patamar mais real. Mais cheio do que é verdade.
Dentro do que somos também há árvores caídas e amputadas de raízes. Também há chuva que nos ensopa as roupas de dentro. Também há raio de tempestade que nos queima as esperanças já garantidas. Também há vento que nos gela a ternura.
No entanto, quando varremos (a partir de dentro) o nosso lixo e as nossas páginas velhas, somos capazes de ver as coisas de outra forma. Somos capazes de nos ver melhor, ainda que não gostemos (sempre) do que podemos, eventualmente, encontrar.
Ainda assim, quando acendemos a vela da esperança e da fé, as nossas raízes atrevem-se a nascer outra vez.
Somos sempre tanto que não sabemos dizer nem explicar. Não faz mal. Nem tudo cabe nas palavras.
O que importa é que, mesmo quando não tens nada para dizer, haja alguém que te olhe para lá dos olhos e te veja. E te oiça. Mesmo quando não falas. Mesmo quando não sabes nada.
Essa pessoa existe sempre. Se ainda não conheces ninguém assim, não desistas de procurar!
Marta Arrais
segunda-feira, 29 de junho de 2020
E se (tudo) fosse para sempre?!
Vivemos como se os nossos dias não estivessem contados. Gostamos de fazer planos como quem se julga eterno e como quem crê que a morte só bate à porta dos outros.
Acreditamos que a vida nos vai dar outras oportunidades. Que hoje não soubemos ser bons e que não faz mal. Amanhã podemos tentar outra vez. E, depois, quando chega o dia seguinte voltamos a repetir o raciocínio. Posso ser bom amanhã. Ou outro dia. Hoje faço o que me apetece, atiro aos outros as palavras que me apetecer, lanço-lhes as minhas arrelias, frustrações e faltas de amor.
Gostamos de acreditar que somos para sempre. Que a vida dos outros acaba, mas que a nossa…não. A nossa é a nossa. Os nossos são os nossos. E tudo aquilo que nos pertence tem o selo do infinito. Era bom, não era?
Era bom que as oportunidades fizessem fila à porta do coração.
Era bom que as desculpas que damos se fizessem velhas.
Era bom que aquilo que precisamos de resolver e perdoar pudesse ser adiado outra vez. E outra. E todas as vezes.
Era bom que não nos despedíssemos. Que não fosse, nunca, a última vez.
Era bom, não era?
Mas não é.
As últimas vezes também fazem casa na nossa vida. As oportunidades também podem secar antes de alcançar as nossas mãos. As despedidas podem ser forçadas em vez de queridas.
Não somos para sempre. Estamos cá agora, mas não sabemos o que nos espera na hora seguinte.
No entanto, e ainda que estejamos mais longe do que nunca, ainda vamos a tempo de dar os passos que nos faltavam para chegar onde fazemos falta.
Não somos desta vida. Mas, agora, a vida é nossa. É tua. Já paraste para pensar no presente que tens nas mãos?
Marta Arrais
domingo, 28 de junho de 2020
Não perderá sua recompensa
A liturgia da Palavra do XIII Domingo do Tempo comum convida-nos a reflectir sobre o nosso seguimento de Jesus. Quem é o discípulo de Jesus? Qual o seu caminho e a sua missão? São estas algumas das questões que as leituras deste domingo respondem.
A segunda leitura desta celebração, retirada da epístola de S. Paulo aos Romanos, grande tratado de teologia que nos recorda que a salvação é dom gratuito de Deus e não mérito e conquista do homem, convida-nos a reflectir no baptismo. No início de cada caminho de seguimento de Jesus está o baptismo. É pelo sacramento do baptismo que somos “enxertados” em Cristo e na Igreja. É pelo Baptismo que Deus nos perdoa os nossos pecados e nos torna seus filhos. Pelo baptismo, Deus dá-nos a sua graça que nos faz participar na vida divina trinitária. É pelo baptismo que a vida de Deus se comunica aos homens. Assim sendo, o baptismo não é um rito social que se procura por tradição ou por influências sociais. O baptismo é um sacramento, o primeiro sacramento, pelo qual somos incorporados em Cristo e na Igreja. O baptismo é a identidade de cada um e de todos os cristãos. No entanto, muitas vezes, os cristãos esquecem-se da sua identidade baptismal. São muitos os baptizados que vivem como se não tivesse sido baptizados. O apóstolo Paulo diz-nos as consequências que o baptismo tem na vida dos crentes: “Todos nós que fomos baptizados em Jesus Cristo fomos baptizados na sua morte … para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova”.
Ser baptizado é participar no mistério pascal de Cristo. Ao sermos baptizados nós morremos para a vida velha do pecado, do ódio, da violência, da mentira, do egoísmo e nascemos para a vida nova do amor, dos filhos de Deus. Se pelo baptismo somos inseridos em Cristo e começamos a fazer parte do seu corpo que é a Igreja, a vida que em nós deve circular deve ser a vida de Cristo. O baptizado, porque está inserido em Cristo e dele recebe a vida, é aquele que diz não ao pecado (violência, ódio, mentira, egoísmo, …) e diz sim à vida nova que nasce da ressurreição de Cristo.
É exigente ser discípulo de Jesus e viver em coerência com os compromissos que assumimos. É o próprio Jesus que adverte que este caminho de adesão ao Reino é um caminho que exige uma opção fundamental pelo Reino e pelos seus valores. Um dos textos que falam desta radicalidade no seguimento de Jesus é o evangelho deste domingo.
O evangelho deste domingo é a última parte do chamado discurso apostólico. Neste discurso, o evangelista Mateus apresenta uma catequese sobre a missão, oferece um conjunto de valores e de atitudes que devem nortear a missão cristã. Mateus apresenta esta catequese, elaborada a partir do relato do envio dos apóstolos e de outras afirmações de Jesus, para revitalizar a opção missionária da sua comunidade que apesar de ter uma tradição missionária bem enraizada encontrava-se confusa e desorientada devido à hostilidade crescente face ao cristianismo.
O evangelho é composto por duas partes. Na primeira parte (Mt 10, 37-39), Jesus apresenta o conjunto de exigências a todos aqueles que querem ser seus discípulos. Por sua vez, a segunda parte deste evangelho (Mt 10, 40-42) diz-nos que toda a comunidade é chamada a anunciar o evangelho e anuncia a recompensa de todos aqueles que acolherem os missionários do Reino.
Seguir Jesus, ser discípulo de Jesus não é algo fácil, exige renúncias e muitas vezes rupturas. Na verdade, a opção fundamental dos cristãos deve ser Jesus e o Reino de Deus. Diante desta opção fundamental, que deve orientar toda a nossa existência e escolhas, tudo o resto torna-se relativo. A nossa primeira lealdade deve ser a Jesus e ao seu projecto. A nossa opção por Jesus deve ser mais forte que os laços de sangue e que as nossas próprias seguranças. Assim sendo, entende-se melhor as afirmações de Jesus que à primeira vista soam escandalosas: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim … e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim”.
Com tais afirmações Jesus não está a dizer que pelo simples facto de sermos cristãos devemos rejeitar os laços com a nossa família. No entanto, os nossos laços de sangue e as nossas seguranças pessoais não nos podem afastar dos valores do reino de Deus. Na verdade, pode-nos acontecer que devido a alguma pessoa rejeitemos os valores de Jesus. As nossas relações pessoais não nos podem impedir de sermos fiéis a Jesus. Na verdade, muitas vezes para sermos fiéis e coerentes com o seguimento de Jesus temos de saber cortar/reajustar certas relações.
No entanto, esta fidelidade é difícil. O facto de termos de colocar em segundo plano as nossas relações humanas quando está em causa Jesus e o seu evangelho pode provocar um desenraizamento social quase completo. É por isto, que Jesus não fala só da necessidade de preferi-lo mais do que os pais e os filhos mas também fala da necessidade de tomar a cruz para o seguir. Se o caminho de Jesus foi um caminho de Cruz, um caminho de fidelidade e de amor a Deus e aos irmãos que o levou à morte na Cruz, o caminho do discípulo de Jesus também é um caminho de Cruz. Os discípulos de Jesus são os seguidores de Cristo Crucificado e como Ele e a seu exemplo devem gastar e entregar a sua vida por amor e fidelidade a Deus e aos irmãos. Ser discípulo de Jesus é saber renunciar à sua própria vida pelos valores do Reino.
Ao reflectirmos sobre a liturgia da palavra deste dia podem-nos surgir as dúvidas que surgiram aos discípulos depois do discurso do pão da vida: “Que palavras insuportáveis! Quem pode entender isto?” (Jo 6, 60). No entanto, como Pedro, depois de Jesus nos perguntar se também nós queremos desertar deste caminho de seguimento, também nós professamos: “A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna!” (Jo 6, 69). Na verdade, o caminho do seguimento de Jesus apesar de ser um caminho difícil e exigente é o único caminho que nos leva à encontrar verdadeiramente a nossa vida, a sermos felizes. Seguir Jesus pelo caminho da Cruz não é um caminho de fracasso mas de vida.
A segunda parte do evangelho deste domingo começa por mostrar que a tarefa de evangelização é obra de toda a comunidade. Na verdade, na referência aos apóstolos (testemunhas principais de Jesus), profetas, (pregadores itinerantes que interpelam a comunidade ajudando-a a ser coerente) justos (cristãos vindos do judaísmo que procuram, ser fieis à lei de Moisés) e pequenos (discípulos que ainda não integram de forma plena a comunidade) alguns exegetas vêem uma referência à estrutura da igreja de Mateus. Todos os membros da comunidade cristã tem por missão anunciar o evangelho do Reino.
Além disto, esta segunda parte do evangelho também afirma que todos aqueles que acolhem os missionários de Jesus não deixarão de receber a sua recompensa. Na verdade, o facto de acolher, na nossa vida, a mensagem de Jesus produz frutos de bênção e de felicidade. Ilustra-nos esta realidade a primeira leitura deste domingo retirada do segundo livro dos Reis. A mulher sunamita ao acolher em sua casa e ao dar alojamento ao profeta Eliseu não se limita a praticar a boa obra da hospitalidade. Ao acolher o profeta Eliseu a mulher está a mostrar a sua adesão e colaboração com o projecto de Deus. Tal adesão e colaboração são fonte de bênção e de vida. Na verdade, é devido a esta colaboração com Deus que a esta mulher estéril é prometido o dom de um filho. Colaborar com Deus é fonte de vida e de bênção.
Ser fiel à nossa identidade baptismal, ser coerente com a nossa opção fundamental por Jesus e pelo seu Reino é algo exigente e radical. No entanto, este é o único caminho que nos leva a encontrar verdadeiramente a nossa vida, é este o único caminho de bênção e de felicidade.
P. Nuno Ventura Martins
missionário passionista
sábado, 27 de junho de 2020
A solidão não se mede aos palmos
Por vezes, dentro de uma casa, a solidão mais invisível é a dos jovens. A solidão não se mede aos palmos — isto deve ser explicado a quem pensa que ela está confinada ao mundo dos adultos. É certo que, a partir de certa idade, e de uma sucessão de acontecimentos desamparados com os quais se colide, surge esse coágulo da alma, que luta para se tornar fixo. Não admira que os adultos farejem mais recorrentemente a solidão uns nos outros, lhe reconheçam os códigos, despistem os seus ziguezagues... Mas, por serem adultos, podem também fazer uso de mais recursos internos, de forças que possuam já ou que procurem, para fazer-lhe frente. A vulnerabilidade dos (mais) velhos é ainda outro discurso, porque aí a solidão, não raro, é um eufemismo para ocultar a palavra abandono. E, sobre isso, as nossas sociedades precisariam de refletir melhor. Mas a solidão dos (mais) novos é, porventura, aquela mais submersa, mais enigmática e confusa para os próprios sujeitos, aquela sobre a qual falamos menos. Possivelmente só daqui a muitos anos, por exemplo, vamos perceber como é que a geração das crianças e adolescentes de hoje viveu esta experiência da pandemia, que medos e incertezas se alojaram neles pela primeira vez ou que perguntas sem resposta se fizeram. Só mais adiante compreenderemos o que representou para eles o fecho abrupto das escolas, a distância dos amigos e coetâneos ou este regresso a uma intensidade da família nuclear, que antes talvez não haviam tido. Contou-me uma amiga que um dos filhos à mesa, tentando interpretar a situação extraordinária que a família está a viver, disse: “Acho que estamos aqui a construir memórias.” Todos olharam para ele, espantados com a grandeza inesperada da definição na boca de um fedelho, mas seguramente aquelas palavras corresponderam dentro dele a emoções, a um esforço concreto de aproximação a uma realidade complexa, a um apaziguamento que encontrou quando foi capaz de justificar a estranheza com uma missão que unia — e unirá depois ainda — toda a sua família, pois as memórias são, como se sabe, moedas para ser usadas no país do futuro.
Nós adultos esquecemo-nos depressa de como as vidas são fragilmente construídas sobre certezas cuja evidência depende da confiança, e que esta é um tão longo e feliz e sofrido caminho
Muitas vezes, quem os vê armados de tecnologia, estirados pela casa, aparentemente fechados nos seus interesses, com a cabeça noutro lado, a responder com monossílabos a frases inteiras não imagina que esse é o modo possível de se protegerem de um mundo que sentem em derrapagem. Que quando vagueiam numa passividade onde só vemos desnorte e indolência eles estejam engolidos, com uma dolorosa reverberação que não captamos, pelo indizível espavento de se terem olhado ao espelho, e de se interrogarem como serão ao acordar no dia seguinte, e no mês seguinte. E que quando parecem implicativos e agressivos estão, a bem dizer, apenas assustados. Nós adultos esquecemo-nos depressa de como as vidas são fragilmente construídas sobre certezas cuja evidência depende da confiança, e que esta é um tão longo e feliz e sofrido caminho.
Ganharíamos tanto se em vez da pressa dos juízos nos déssemos ao trabalho de sintonizar com a solidão dos outros, aprendendo assim a reconciliar-nos com a nossa. A solidão é uma das primeiríssimas experiências de humanidade que fizemos. Lembro aquilo que escreveu a pedopsiquiatra Françoise Dolto: “A solidão dos bebés existe. Eles têm necessidade de que lhes falem, de que lhes cantem, mesmo se ao longe. Ouvem uma voz, não estão completamente sozinhos. O ser humano precisa de companhia. O espaço de um ser humano, desde o nascimento, precisa de ser povoado pela presença psíquica de outro ser para o qual ele existe.”
sexta-feira, 26 de junho de 2020
SEMPRE HOUVE DESMANCHA-PRAZERES!...
As Festas fazem parte da natureza humana. Espontâneas ou programadas, elas assinalam o ritmo da vida dos povos, das sociedades, das comunidades, das famílias, das pessoas. As causas que lhe estão na origem são imensas e diversificadas. Quer aconteçam a nível mundial ou nacional, quer a nível local, familiar ou de sectores, elas fazem parte da vida social, religiosa, cultural, desportiva, política, laboral e outras. São momentos de rutura com o quotidiano e marcam a diferença, na comunhão e na alegria. Fomentam uma maior consciência de pertença, solidificam a unidade entre todos, assinalam as opções fundamentais na caminhada de cada um, refrescam e renovam a vida e a esperança no futuro. Muitas vezes potenciam projetos comuns, outras vezes são ponto de partida para iniciativas de capital interesse.
Ora, se a festa é parte estruturante da vida humana, estranho seria que houvesse pessoas incapazes de se converterem à festa, inclusive às festas da vida para se rejuvenescerem a si próprias e aos outros. No entanto, mesmo que seja exceção, encontramos gente que não gosta de festas. Pior, é contra as festas, implica, complica, nunca desintrinca nem se aplica. Em jeito de zangados com a vida, se as celebram, fazem-no de forma avinagrada, azedos. Não são capazes de dar um ar da sua graça, parece que trazem o mundo às costas e vivem eternamente voltados para o cantar às almas, tristes, sempre com ares de luto e xaile pela cabeça. Nem um bom vinho desta minha terra páscoa, o Alentejo, os consegue alegrar. Tampouco um “Muralhas” ou um “Alvarinho” da minha terra natal os cativa.
E cá para nós, caro leitor, cá para nós que ninguém nos ouve e me perdoará esta alusão, até porque lhe tornará mais leve a leitura deste texto: acredito que um bom vinho alentejano, sem se abusar, sem se perder o equilíbrio, sem que ele faça cair da prancha ou prestar culto a Baco, acredito que será uma boa companhia para ajudar esses alguns a se desembrulharem para a festa. É um mero palpite meu, mas um palpite muito mais certeiro do que o de saber quem vai ganhar o campeonato de futebol ou quando é que acabará esta pandemia que a todos espreita! E não haveria grande dificuldade em escolher se fossem muitos, todos os vinhos alentejanos são bons. Ou, então, a única alternativa honrada e muito mais eficaz, digo eu, claro está, acho que seria um “Alvarinho”, pois é mais que bom e sempre tem ajudado a viver as festas da vida e a fazer da vida uma festa, que o digam os meus conterrâneos, e não só...
Passeando pelas páginas da própria Bíblia, encontramos, a título de exemplo, o escriba Esdras, o qual, no dia consagrado ao Senhor, em que o povo israelita chorava, comovido, ao escutar a leitura da Lei, aconselhou os presentes a que não ficassem tristes nem chorassem, mas que fossem para casa, fizessem uma boa refeição, bebessem um bom vinho, fizessem festa (Ne 8,10). São Paulo aconselhou Timóteo a que não continuasse a beber só água, mas que tomasse um pouco de vinho, e diz porquê (1Tim 5,23). Perante o embasbacado chefe de mesa, o vinho bom das Bodas de Caná foi fonte de alegria para a nova família, é o vinho novo da aliança de Cristo com a humanidade (Jo 2,1-11). Ben Sirá interrogava-se sobre que sentido teria a vida se faltasse o vinho e afirmava que o vinho foi criado para alegrar as pessoas, pois, se bebido na devida altura e na medida certa, sempre traz gozo ao coração e alegria à alma (Ec 31, 27ss).
Pois, pois, se bebido com moderação!... Se assim não for, também lá se diz que os responsáveis esquecerão as leis e o direito dos pobres, fará esquentar a briga dos arrogantes, arruinará quem se excede por vício ou desafio, fará sofrer muita gente, fará com que alguns façam a figura de Noé, Lot ou Nabal, que adormeceram com uma bebedeira de se lhe tirar o chapéu. Sim, se a moderação pode ajudar à festa, o excesso pode-a estragar e trazer amargura... ah ah ah ah... Até parece que estou a fazer a apologia do vinho... Mas não, estou apenas a falar da necessidade da festa e da alegria na vida, mesmo no meio das tormentas existenciais, assim como nos testemunham os músicos do Titanic.
O nosso Deus é o Deus da Alegria e da Festa. A sua alegria é a nossa força. Ele quis que a sua alegria estivesse em nós e a nossa alegria fosse completa. Jesus participava nas festas do seu tempo, iniciou a sua vida pública numa festa, provocou várias festas, falou da grandiosa festa das Bodas do Cordeiro, quis que, em comunhão com Ele, fizéssemos da vida uma festa.
No entanto, se o leitor escutar bem o som dos martelinhos do seu sótão pensante, constatará que sempre houve gente a esbodegar a alegria dos outros, a esfrangalhar a festa. Também na própria Bíblia, donde menos se haveria de esperar tal coisa, aparecem-nos atitudes dessas. No entanto, elas transmitem-nos uma mensagem, colocam-nos em alerta, denunciam a fraqueza humana, são lições para a vida. O rei Saul, por exemplo, em vez de se associar, não suportava as festas do povo pelos êxitos de David, ficava abespinhado ao ponto de o querer matar, a inveja dominava-o. O irmão mais velho do filho pródigo não entrou na festa que o pai organizara aquando da chegada do filho mais novo. Não foi capaz de enxergar a alegria do pai e até resmungou e bateu o pé, não entrou, não quis associar-se, mostrou-se amargurado com a atitude do pai, reivindicava que ele e só ele é que era merecedor duma festa assim. Aquele outro que, por preguiça, negligência ou falta de respeito para com os convidados, entrou na festa das bodas do filho do rei sem se preparar convenientemente para a festa, sem vestir o traje próprio, perturbou o ambiente e a alegria, não colaborou na festa de todos. E se a festa continuou, continuou sem ele, e ele ouviu o que não tinha necessidade de ouvir. As cinco jovenzinhas imprudentes, na sua indolência ou falta de entusiasmo, também não entraram na alegria da festa do noivo. Descuidaram-se, as suas lâmpadas acabaram por dormitar, secas e mui tristes. Eram loucas, coitadas, se em alguma coisa pensaram pensaram em tudo menos no que deviam. Os fariseus, sempre de olhar pesado e vesgo para a alegria de tantos que gostavam da vida e de viver, opuseram-se à festa da entrada do Senhor em Jerusalém. E o próprio Senhor os criticou, a eles e aos doutores da lei, porque se assemelhavam à pequenada que, sentada na praça, se dirigia aos seus colegas como que a perguntar-lhes o que é que afinal eles queriam, pois já tinham tocado flauta para eles e eles não foram capazes de dançar, já tinham tocado músicas tristes e eles também não foram capazes de chorar... De facto, as festas são parte integrante da natureza humana, mas têm as suas exigências, sobretudo não devem ser festas de fachada, a alimentar hipocrisias, falsidades e excessos, de vinho e outros. Devem servir para que todos se encontrem e não para dar encontrões.
Porque este tema das festas é um tema importante e vasto, voltarei a ele, sobretudo para falar das festas religiosas das nossas comunidades e das festas da família cristã: festas do Padroeiro, do Batismo, da Primeira Comunhão, da Crisma, do Matrimónio, das Celebrações Jubilares e outras.
D.Antonino Dias - Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 26-06-2020.
D. Antonino Dias apela à inscrição na disciplina de EMRC
Bispo de Portalegre-Castelo Branco apelou hoje aos encarregados de educação para que inscrevam os filhos na disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC)
"As escolas oferecem este apoio às famílias na educação dos filhos para a vida em sociedade, para a cidadania e para a vida com sentido e valores", afirmou D. Antonino Dias citado pelo jornal Reconquista.
“É bom que se aproveite, quer a nível do básico, quer do secundário quer nos cursos profissionais. Também é um testemunho de fé no meio escolar e da presença da Igreja no espaço que lhes é oferecido”, explicitou o prelado.
D. Antónino Dias apelou às famílias para que "não desistam de sensibilizar para estas aulas" mesmo se já existe "alguma dificuldade em conseguir professores".
"Como sabem, esta dificuldade é tanto maior quanto mais os horários forem reduzidos, o que, em vários casos, acontece pela falta de inscrição dos alunos na Disciplina, o que é uma pena", completou.
O departamento da EMRC do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) criou, este ano, vídeos de divulgação da disciplina que tem sido apresentados nas redes sociais em aula de matrículas.
Educris|15.06.2020
quinta-feira, 25 de junho de 2020
O que quer Deus de mim?
Deus quer que eu seja livre e escolha bem, que escolha o bem. Deus não me impõe um projeto de vida que devo cumprir sob pena de ser infeliz. Antes propõe-me um caminho, aponta uma direção que faz sentido na minha existência, mas que só tem valor se eu decidir segui-la de forma livre.
Deus quer que cada um de nós seja feliz e as alegrias mais profundas são as que brotam do amor: a do dar-se e a do perdoar.
O que faz Deus connosco? Ama-nos e perdoa-nos. Mesmo quando não fazemos o mesmo com os outros e com Ele. Porque o seu amor é extraordinário.
Hoje dá-se o nome de amor a muitas coisas que não têm relação nenhuma com o verdadeiro amor. Até ao egoísmo, que é o oposto do amor, hoje se dá o estranho nome de amor-próprio!
É comum pensar que devemos amar quem nos ama. Gostar de quem gosta de nós. Mas que grande amor é esse de gostar de quem gosta de nós? É quase um preço, uma compensação, um negócio. Mais parece um simples contrato de troca de egoísmos.
O amor verdadeiro é extraordinário e diferente, também porque não se faz depender do que por nós sente o outro, mas do que ele precisa, do que lhe faz falta para ser melhor. Por isso, procura os mais afastados, aqueles que andam mais longe do amor. Vai ao seu encontro, valorizando a simples presença do outro como algo bom.
Deus faz isso mesmo connosco. Ama-nos sem que nós o amemos, ama-nos e perdoa-nos, mesmo quando nós não acreditamos Nele, mesmo quando julgamos que podemos viver muito bem sem Ele. Eis a razão pela qual o amor de Deus é superior.
Mas o que Deus quer de cada um de nós é que amemos os outros assim! Buscando os mais necessitados e amando-os, mesmo que não nos amem… talvez porque ou nunca foram amados assim, pelo que são, ou porque sofreram mais do que podemos imaginar e a desilusão os afastou da esperança.
Todos sofremos e não há duas dores iguais. Mas há algo que é uma constante: se formos capazes de manter uma esperança forte, então teremos mais ânimo do que dor.
Há quem seja derrotado por dores menores e há quem sorria apesar daquilo que lhe dói ser capaz de fazer desistir a maior parte de nós. Onde está a diferença? Na esperança que resulta da fé. No amor de que se é capaz, na forma como se vê o que se passa e o que nos ultrapassa. Amar o que nos rodeia e o que há de vir.
Deus quer que eu saiba que posso e devo ser melhor, para ser mais feliz.
Deus não depende de mim, mas, pelo seu amor, faz-se dependente! Sofre e está comigo, mesmo quando eu me julgo sozinho e abandonado, que é quase sempre.
A alegria verdadeira não se encontra em nenhum mercado de interesses, resulta do que cada um de nós for capaz de dar. Se formos melhores, daremos mais e melhor!
Quantas vezes já nos amaram sem que nós o merecêssemos? Quantas vezes já nos perdoaram sem qualquer ressentimento, apenas com amor, aceitando-nos como somos, mesmo com todas as nossas fraquezas? Isso fez diferença em nós?
Então, a missão é simples: faz o mesmo. Amar quem não merece, perdoar sem ressentimento e aceitar o outro como ele é. Isto pode fazer grandes milagres.
Perdoar é um dom do amor. Perdoar é um dar superior, extraordinário.
Quem é amado é perdoado. Basta que aceite o amor e o perdão. Quem assim se deixar amar aprende a amar e a perdoar!
Claro que nada é garantido e muitas vezes seremos atacados com olhares, palavras e gestos dilacerantes. No íntimo dessas pessoas seremos acusados de agir por outros motivos e julgar-nos-ão como sendo apenas egoístas iguais aos outros, mas com uma forma diferente e estranha de alimentar o nosso íntimo maldoso.
Deus quer que eu reze e aí encontre, longe das preocupações superficiais de cada dia, um lugar mais profundo onde posso repousar e ter paz. É no mais fundo de mim que encontro a passagem para o que na vida há de mais elevado no céu.
Não sei quase nada de Deus, tão-pouco consigo compreender o mundo. Sei pouco de mim, mas sei o suficiente para escolher o caminho que quero seguir: é impossível ser feliz sem amor.
Sou amado e sou chamado a amar.
José Luís Nunes Martins
Jun 19, 2020 - 19:02
quarta-feira, 24 de junho de 2020
S. João Baptista
S. João Baptista
24 Junho 2020
João Batista, além da Virgem Maria, é o único santo de quem a Liturgia celebra o nascimento para a terra. João, como "Precursor" de Jesus teve, de fato, um papel único na História da Salvação. Filho de Zacarias e de Isabel, a sua vida não desabrochou por iniciativa humana, mas por dom de Deus a dois pais de idade avançada e, por isso, já sem possibilidade de gerar filhos. Situado na charneira entre o Antigo e o Novo Testamento, como Precursor, João é considerado profeta de um e outro Testamento. O paralelismo estabelecido por Lucas entre a infância de Jesus e de João Batista levou a Liturgia a celebrar o nascimento de ambos: o de Jesus no solstício de Inverno e o de João no solstício de Verão.
terça-feira, 23 de junho de 2020
Vaticano apresenta novo Diretório para a Catequese
Documento redigido pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização é lançado a 25 de junho
Cidade do Vaticano, 22 jun 2020 (Ecclesia) – O Vaticano vai lançar esta quinta-feira, pelas 11h30 (menos uma em Lisboa) o novo Diretório para a Catequese, redigido pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização (CPPNE).
A sala de imprensa da Santa Sé informa, em comunicado, que o documento é apresentado, em conferência de imprensa, pelo presidente do CPPNE, D. Rino Fisichella; o secretário do mesmo organismo, mons. Octavio Ruiz Arenas; e o delegado para a Catequese do CPPNE, mons. Franz-Peter Tebartz-van Elst.
O documento vem sendo trabalhado há vários anos, como explicou D. Rino Fisichella, em 2019, numa passagem por Portugal.
“O novo documento para a catequese da Igreja dará atenção particular a muitas das temáticas da sociedade atual que se relacionam com setor da educação cristã, como a cultura digital, a formação de catequistas, a pastoral que é feita em tantos ambientes ou a catequese para pessoas portadoras de deficiência”, afirmou o prelado, em declarações ao jornal ‘Folha de Domingo’, da Diocese do Algarve.
O presidente do CPPNE destacava a necessidade de o documento refletir a dimensão da nova evangelização e ser lido a partir desta: “Certamente ajudará a compreender que o grande esforço pastoral é aquele que deriva da formação. O novo diretório será estudado e concebido à luz, não da dimensão sacramental, mas da nova evangelização”.
Desde janeiro de 2013, por decisão de Bento XVI, o setor da catequese, na Santa Sé, passou para a competência do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, saindo da esfera da Congregação do Clero.
Numa conferência que proferiu aos padres das dioceses portuguesas do sul, D. Rino Fisichella convidou a “sair do túnel, em que, ao longo de algumas décadas, a catequese foi pensada apenas em vista dos sacramentos” procurando “consentir o amadurecimento da fé em relação com as condições de vida do crente”.
OC
A sala de imprensa da Santa Sé informa, em comunicado, que o documento é apresentado, em conferência de imprensa, pelo presidente do CPPNE, D. Rino Fisichella; o secretário do mesmo organismo, mons. Octavio Ruiz Arenas; e o delegado para a Catequese do CPPNE, mons. Franz-Peter Tebartz-van Elst.
O documento vem sendo trabalhado há vários anos, como explicou D. Rino Fisichella, em 2019, numa passagem por Portugal.
“O novo documento para a catequese da Igreja dará atenção particular a muitas das temáticas da sociedade atual que se relacionam com setor da educação cristã, como a cultura digital, a formação de catequistas, a pastoral que é feita em tantos ambientes ou a catequese para pessoas portadoras de deficiência”, afirmou o prelado, em declarações ao jornal ‘Folha de Domingo’, da Diocese do Algarve.
O presidente do CPPNE destacava a necessidade de o documento refletir a dimensão da nova evangelização e ser lido a partir desta: “Certamente ajudará a compreender que o grande esforço pastoral é aquele que deriva da formação. O novo diretório será estudado e concebido à luz, não da dimensão sacramental, mas da nova evangelização”.
Desde janeiro de 2013, por decisão de Bento XVI, o setor da catequese, na Santa Sé, passou para a competência do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, saindo da esfera da Congregação do Clero.
Numa conferência que proferiu aos padres das dioceses portuguesas do sul, D. Rino Fisichella convidou a “sair do túnel, em que, ao longo de algumas décadas, a catequese foi pensada apenas em vista dos sacramentos” procurando “consentir o amadurecimento da fé em relação com as condições de vida do crente”.
OC
segunda-feira, 22 de junho de 2020
AVISO ULTREIA DIOCESANA
Secretariado Diocesano M.C.C.
18/06/2020
Boa noite, amigos cursilhistas da nossa Diocese. Uma saudação cordial a todos.
Esperamos que continuem o melhor possível nas circunstâncias atuais. Neste difícil momento em que um invisível vírus transformou toda a nossa vida, impedindo de nos encontrarmos, de nos abraçarmos, viver e partilhar a nossa Fé, a saudade e o isolamento pesam, pois o cristianismo não se vive se não se convive. Momento próprio para esse Encontro é sempre a Ultreia Diocesana que anualmente vivemos em Alegria e partilha fraterna. A Ultreia, desenhada, pensada e rezada por Eduardo Bonnin e pelos seus amigos, desde os princípios dos princípios dos Cursilhos de Cristandade, era o “grito” de ânimo com que se saudavam os peregrinos a caminho de Santiago de Compostela, significa: “MAIS ALÉM”, Ânimo, Adiante.
Hoje com este “Grito” animamo-nos uns aos outros. Quando nos reunimos em Ultreia é para não ficarmos pelo caminho, é para animar a nossa fé, para partilhar vida em amizade e felicidade, porque Ultreia é viver o cristianismo em comunidade na amizade e, como dizia E. Bonnin, “Ultreia é uma bênção de Deus!”
Assim, propomos-vos este ano uma Ultreia Diocesana diferente, adaptada às circunstâncias que vivemos e mais que nunca animados com o grito: Ânimo, Adiante
Propomos que, no dia 28, dia previsto para a nossa Ultreia Diocesana, (este ano realizar-se-ia na zona do Pinhal), pelas 18h 30m, estejamos unidos num só coração e numa só alma, rezando a HORA APOSTÓLICA, vivendo, a nossa Ultreia que o nosso diretor espiritual, P. Adelino Cardoso, orientará a partir do facebook: “M.c.c - Diocese de Portalegre-Castelo Branco” ou “paróquias do padre Adelino”.
Em breve será distribuído um guião para participarmos. Quem não tem facebook será bom que também esteja em oração através do guião, em profunda comunhão com Jesus Sacramentado.
Contamos com a presença dos cursilhistas para que nos sintamos presentes e unidos já que o momento que vivemos não nos permite estarmos fisicamente a viver e a conviver a nossa Fé. CRISTO CONTA CONOSCO e nós sempre COM A SUA GRAÇA.
domingo, 21 de junho de 2020
Não temais
https://www.youtube.com/watch?v=eaWw6PIBHoc
A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de um profeta do Antigo Testamento - Jeremias. É o paradigma do profeta sofredor, que experimenta a perseguição, a solidão, o abandono por causa da Palavra; no entanto, não deixa de confiar em Deus e de anunciar - com coerência e fidelidade - as propostas de Deus para os homens.
No baptismo, fomos ungidos como "profetas", à imagem de Cristo. Estamos conscientes dessa vocação a que Deus, a todos, nos convocou? Temos a noção de que somos a "boca" através da qual a Palavra de Deus ressoa no mundo e Se dirige aos homens?
No Evangelho, é o próprio Jesus que, ao enviar os discípulos, os avisa para a inevitabilidade das perseguições e das incompreensões; mas acrescenta: "não temais". Jesus garante aos seus a presença contínua, a solicitude e o amor de Deus, ao longo de toda a sua caminhada pelo mundo.
A Palavra de Deus que nos foi hoje proposta convida-nos também a fazer a descoberta desse Deus que tem um coração cheio de ternura, de bondade, de solicitude. Se nos entregarmos confiadamente nas mãos desse Deus, que é um pai que nos dá confiança e protecção e é uma mãe que nos dá amor e que nos pega ao colo quando temos dificuldade em caminhar, não teremos qualquer receio de enfrentar os homens.
Na segunda leitura, Paulo demonstra aos cristãos de Roma como a fidelidade aos projectos de Deus gera vida e como uma vida organizada numa dinâmica de egoísmo e de auto-suficiência gera morte.
Alguns acontecimentos que marcam o nosso tempo confirmam que uma história construída à margem de Deus e das suas propostas é uma história marcada pelo egoísmo, pela injustiça e, portanto, é uma história de sofrimento e de morte. Quando o homem deixa de dar ouvidos a Deus, dá ouvidos ao lucro fácil, destrói a natureza, explora os outros homens, torna-se injusto e prepotente, sacrifica em proveito próprio a vida dos seus irmãos. Qual o nosso papel de crentes neste processo? O que podemos fazer para que Deus volte a estar no centro da história e as suas propostas sejam acolhidas?
https://www.dehonianos.org/
sábado, 20 de junho de 2020
Imaculado Coração da Virgem Santa Maria
https://www.youtube.com/watch?v=pqAMzmSHeJA
A devoção ao Imaculado Coração de Maria é conhecida desde o século XVII, juntamente com a devoção ao Coração de Jesus. Depois das Aparições de Nossa Senhora em Fátima, teve grande incremento. Os dois Corações, de Jesus e de Maria, são inseparáveis: onde está Um também está o Outro. Jesus é o Redentor da Humanidade e Maria, a Mãe Corredentora. No dia 13 de Outubro de 1942, em plena Segunda Guerra mundial, o papa Pio XII, correspondendo ao desejo da Senhora manifestado em Fátima, consagrou o mundo ao seu Imaculado Coração.
O Coração de Maria é o refúgio dos pecadores. Deus quis muito particularmente fazer de Maria a esperança e a salvação dos pecadores. Os Padres da Igreja não se calam sobre este privilégio de Maria. A Idade Média, muito ávida de símbolos, comparou Maria ao astro da noite, porque ilumina o pecador, que caminha na noite dos seus pecados. «O sol, criado para brilhar durante o dia, é, diz o cardeal Hugo, a figura de Jesus, cuja luz alegra os justos que vivem no grande dia da graça divina; a lua, criada para luzir durante a noite, é a figura de Maria, cuja luz ilumina os pecadores, mergulhados na noite do pecado». - «Se alguém, diz Inocêncio III, se encontra miseravelmente empenhado na noite do pecado, levante os olhos para o astro da noite, que invoque Maria!». «A divina misericórdia, diz João Eudes, reina tão perfeitamente no Coração de Maria, que lhe faz levar o nome de Rainha e de Mãe de misericórdia. Ganhou de tal modo o coração da divina misericórdia, que lhe deu as chaves de todos os seus tesouros, e tornou-a absolutamente senhora». Recusará ela a sua ajuda aos pecadores, ela que durante a sua vida ofereceu o seu divino Filho por eles, no Templo e no Calvário?
O Coração de Maria é saúde dos enfermos. Maria é só bondade e, assim pode esperar-se tudo da generosidade do seu Coração, a cura dos corpos como a das almas. Muitas vezes os seus benefícios revestem o brilho de um milagre, como acontece em Lourdes e em tantos outros santuários... Toda a história testemunha a misericórdia de Maria. Invocam-na na doença, no sofrimento, na provação, e os ex-votos dos nossos santuários dizem quando ela é prestável. "Maria, diz S. João Crisóstomo, é um oceano de misericórdia".
O Coração de Maria é a esperança de todos os aflitos. A divina Providência tinha reservado este papel a Maria. Foi figurada por Ester e Judite que salvaram o povo de Deus. Por toda a parte os fiéis, confiantes e reconhecidos, ergueram-lhe santuários sob os títulos graciosos de Nossa Senhora do Bom Socorro, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Maria Auxiliadora, Maria Consoladora dos aflitos. Preludiou na sua vida mortal este ministério de misericórdia, ao correr para assistir a sua prima Isabel, ao ajudar os esposos de Caná, ao assumir o encargo de prestar a S. João os seus cuidados maternais, depois da morte do Salvador. Em Caná, é a protetora das famílias. Adotando S. João, assume a tutela e o cuidado do sacerdócio e da Igreja, representados por S. João ao pé da cruz... A Igreja canta em sua honra este hino de confiança: «Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida e doçura, esperança nossa!»
(Leão Dehon, OSP 3, 670s.).
Oração
Ó minha celeste Rainha, ó minha divina Mãe, vivei e reinai no meu coração, para aí fazerdes viver e reinar o Coração de Jesus. Aniquilai no meu coração tudo o que pode desagradar ao vosso divino Filho. Estabelecei nele o soberano império do seu Coração e do vosso, para que estes dois corações, tão estreitamente unidos, nele reinem soberana e eternamente para o puro amor de Deus e para a sua maior glória. Ámen.
Oração
Ó minha celeste Rainha, ó minha divina Mãe, vivei e reinai no meu coração, para aí fazerdes viver e reinar o Coração de Jesus. Aniquilai no meu coração tudo o que pode desagradar ao vosso divino Filho. Estabelecei nele o soberano império do seu Coração e do vosso, para que estes dois corações, tão estreitamente unidos, nele reinem soberana e eternamente para o puro amor de Deus e para a sua maior glória. Ámen.
(Leão Dehon, OSP 3, p. 510).
Francisco: a pessoa chega a Deus conhecendo-se e vivendo para os outros
No livro, a reflexão de Jorge Mario Bergoglio, Papa Francisco, sobre a experiência da fé cristã (AFP or licensors)
Alessandro De Carolis e Gabriella Ceraso – Vatican News
Voltamos atrás no tempo quando Francisco era Jorge Mario Bergoglio, um jesuíta responsável por seus confrades na Argentina, e chegamos às raízes de uma “vontade de mudança” que então como agora, em tempos de pandemia, marcou seu pensamento.
É isso que nos ajuda a fazer o livro intitulado “Cambiamo!” (“Mudamos!” Na tradução livre), das edições Solferino, que saiu nesta quinta-feira (18/06), com o prefácio do diretor da revista jesuíta “La Civiltà Cattolica”, pe. Antonio Spadaro, que o apresenta como uma obra que “nos ajuda a compreender a experiência religiosa e os critérios de ação do primeiro Papa jesuíta na história da Igreja”, que nos ajuda a “entender o Pontífice e sua convicção da importância da utopia entendida não como abstração, mas como força vital e abertura ao futuro a partir do real, do que se é”.
“Para entender um homem, de fato”, lê-se no prefácio, “é preciso ir às raízes de sua formação, mas também investigar pontos de reviravolta, momentos de crise e guinada. Por isso, este livro é importante para entender o Papa Francisco: é a expressão de um tempo de passagem, no qual ele amadureceu a capacidade de discernimento e de escolha”.
O desejo
Em quais eixos gira a reflexão? Primeiramente sobre o desejo que é discutido na primeira e segunda partes do volume. “Qualquer vida se decide na capacidade de se doar. É ali que se transcende, que se torna fecunda”, diz no Preâmbulo assinado por Jorge Bergoglio no dia de Natal de 1987. “Pelo contrário”, prossegue ele, “vida e morte para si mesmas significam fechamento, incapacidade de ser fecundas”. Não viver para si mesmo e não morrer para si mesmo é, portanto, a condição de qualquer possibilidade de transcender a si mesmo. Somente deste modo a vida é vida verdadeira e a morte é morte verdadeira. Caso contrário, há apenas uma caricatura, uma corrente de egoísmo cansativa - e ao mesmo tempo esgotante - que nos sufoca na apatia espiritual”. Pensamentos que, segundo o pe. Spadaro, mostram a superação de “todo vitalismo vazio” e se concentram no que “se abre” de dentro, ou seja, o desejo, uma “força interior que se escancara para o sentido da vida”. Na primeira das seis partes que compõem o volume, emerge como o futuro Papa assimila a visão de Santo Inácio de Loyola, tal como emerge nos Exercícios Espirituais. Ele afirma que “os desejos ampliam o coração”, e neles é “possível discernir a voz de Deus” na história de hoje.
“Como podemos entender, o desejo é a mola que abre a nossa existência e se modula no 'meio' de toda vida. Bergoglio – ressalta pe. Spadaro, seguindo os principais pontos do conteúdo do volume - nunca fala de um desejo heroico e sublime, distante do transcorrer diário dos dias. Baseia-se no simples reconhecimento do nosso ser criaturas, que é o “princípio e fundamento” da vida espiritual. E assim começa o percurso da busca da nossa verdade aos olhos de Deus. Mas também o percurso no qual buscamos a verdade de Deus sobre nós. Bergoglio tem muito cuidado em reiterar o fato de que o caminho espiritual nunca é a viagem a 'outro lugar', e nada tem a ver com uma pseudo-mística que 'promove fábulas inventadas por nossos corações ansiosos e não purificados'. A verdadeira viagem interior implica 'assumir' a nossa idade, a nossa pobreza, a história que nos pertence”.
Em quais eixos gira a reflexão? Primeiramente sobre o desejo que é discutido na primeira e segunda partes do volume. “Qualquer vida se decide na capacidade de se doar. É ali que se transcende, que se torna fecunda”, diz no Preâmbulo assinado por Jorge Bergoglio no dia de Natal de 1987. “Pelo contrário”, prossegue ele, “vida e morte para si mesmas significam fechamento, incapacidade de ser fecundas”. Não viver para si mesmo e não morrer para si mesmo é, portanto, a condição de qualquer possibilidade de transcender a si mesmo. Somente deste modo a vida é vida verdadeira e a morte é morte verdadeira. Caso contrário, há apenas uma caricatura, uma corrente de egoísmo cansativa - e ao mesmo tempo esgotante - que nos sufoca na apatia espiritual”. Pensamentos que, segundo o pe. Spadaro, mostram a superação de “todo vitalismo vazio” e se concentram no que “se abre” de dentro, ou seja, o desejo, uma “força interior que se escancara para o sentido da vida”. Na primeira das seis partes que compõem o volume, emerge como o futuro Papa assimila a visão de Santo Inácio de Loyola, tal como emerge nos Exercícios Espirituais. Ele afirma que “os desejos ampliam o coração”, e neles é “possível discernir a voz de Deus” na história de hoje.
“Como podemos entender, o desejo é a mola que abre a nossa existência e se modula no 'meio' de toda vida. Bergoglio – ressalta pe. Spadaro, seguindo os principais pontos do conteúdo do volume - nunca fala de um desejo heroico e sublime, distante do transcorrer diário dos dias. Baseia-se no simples reconhecimento do nosso ser criaturas, que é o “princípio e fundamento” da vida espiritual. E assim começa o percurso da busca da nossa verdade aos olhos de Deus. Mas também o percurso no qual buscamos a verdade de Deus sobre nós. Bergoglio tem muito cuidado em reiterar o fato de que o caminho espiritual nunca é a viagem a 'outro lugar', e nada tem a ver com uma pseudo-mística que 'promove fábulas inventadas por nossos corações ansiosos e não purificados'. A verdadeira viagem interior implica 'assumir' a nossa idade, a nossa pobreza, a história que nos pertence”.
Você e Deus
Daí o percurso espiritual diante de Deus e de si mesmo que o volume trata em particular na terceira parte, na qual, ao abordar o aspecto do autoconhecimento - neste caso uma série de pistas e orientações úteis para acompanhar a formação dos noviços - o autor nos convida a buscar a autenticidade neste caminho de crescimento, que pode valer para todos os caminhos da fé. “O homem que vai ao encontro de Deus”, observa Bergoglio, “deve aprender a conhecer-se, deve conhecer a si mesmo em suas aspirações mais íntimas. Deve buscar a Deus com sua realidade precisa, e não com uma máscara. Ele deve crescer por dentro, com o seu próprio esqueleto, e não pedir força a uma armadura”. “O leitor – comenta pe. Spadaro - aqui se verá confrontado, antes de tudo, com o mistério de si mesmo em relação ao seu Senhor. Nenhuma leitura distante e objetiva poderá abrir o cofre destas páginas. A única forma de lê-las, de compreendê-las, é o envolvimento pessoal”. Para Bergoglio, a mística nunca é abstrata, mas ligada à concretude da história, aliás da própria história. Portanto, o conhecimento de Deus e o autoconhecimento andam de mãos dadas”. O seguimento de Cristo para o então responsável dos jesuítas argentinos é basicamente composto de um abandono radical “nas mãos do Pai e dar a própria disponibilidade de ser abandonados pelo Pai”. Em suma, “estar disposto a 'perder' Deus para estar verdadeiramente com Ele”. É sobre este abandono que se funda a missão e a missionariedade da Igreja”.
Esvaziado de si e a serviço de Deus
No início da quarta parte, numa passagem Bergoglio afirma categórico: “Os cristãos se dividem em duas categorias: os que permanecem firmes e os que não permanecem firmes. Estes últimos são seduzidos”. Nesta seção, intitulada “Palavras sobre o Natal”, a investigação interior se detém no silêncio, na comunidade, no amor e na fortaleza, no “desejo de ser bom”, mas é precedida por uma visão concreta do valor da “perseverança na vocação”. “Resistir, suportar, ser paciente, tolerar - escreve o autor - significa ser firme diante dos 'movimentos' que tentam nos fazer falhar”. Enquanto a quinta parte, “Alguns aspectos da vida religiosa”, sonda a criticidade das fraquezas e indica o ponto ideal de chegada, entre parágrafos que vão desde “A sedução do bem-estar” ou “Infidelidade e incerteza” até “Paz e identidade”, “Coragem e constância apostólica”. Com essa dialética que Bergoglio identifica entre “Cruz e sentido bélico da vida”.
Toda a meditação de Bergoglio - lê-se no Prefácio – nasce da contemplação do coração de Deus, que, por amor, “esvaziou-se”. Este esvaziamento, disse o Papa Francisco em 3 de janeiro de 2014 aos jesuítas reunidos na Igreja de Jesus, provoca “a inquietação do nosso abismo” que nos deixa abertos ao Deus semper maior, ao Deus que nos surpreende sem cessar, superando os nossos ideais e os nossos desejos. Esta é também a chave para entender o que significou para Jorge Mario Bergoglio ser membro da Companhia de Jesus, um tema que encontra amplo espaço na sexta e última parte do volume intitulado “Os Jesuítas” e articulado entre a história da presença na Argentina e os critérios da vida apostólica, com um espaço sobre o papel dos leigos e do “povo”.
O livro se encerra com uma meditação intitulada “O Senhor do Milagre de Salta” na qual o conceito de “graça” se entrelaça com a oração, a paciência, a penitência e a cruz. Bergoglio escreve:
“É a gratidão que enraíza uma graça em nós. Se um coração não se alimenta de gratidão, a esperança muda de sinal: não mais o sentimento de gratidão de quem recebeu e a mão estendida ainda para receber, mas a pressa ingrata que rejeita tudo porque tudo lhe parece pouco”.
sexta-feira, 19 de junho de 2020
E MATARAM-NO POR DÁ CÁ AQUELA PALHA!...
“No tempo de Herodes, rei da Judeia, havia um sacerdote chamado Zacarias, que pertencia ao grupo sacerdotal de Abias. Isabel, sua mulher, também era descendente de Arão. Ambos eram justos aos olhos de Deus, obedecendo de modo irrepreensível a todos os mandamentos e preceitos do Senhor. Mas eles não tinham filhos, porque Isabel era estéril e ambos eram de idade avançada. Certa vez, estando de serviço o seu grupo, Zacarias exercia o sacerdócio diante de Deus. Ele foi escolhido por sorteio, de acordo com o costume, para entrar no santuário do Senhor e oferecer incenso. Chegando a hora de oferecer o incenso, todo o povo rezava do lado de fora. Então, um anjo do Senhor apareceu a Zacarias, à direita do altar do incenso. Quando Zacarias o viu, perturbou-se e o medo apoderou-se dele. Mas o anjo disse-lhe: “Não tenhas medo, Zacarias; a tua oração foi ouvida. Isabel, tua mulher, dar-te-á um filho, e tu lhe darás o nome de João. Ele será para ti motivo de alegria e de júbilo e muitos se alegrarão com o seu nascimento, pois será grande aos olhos do Senhor. Ele nunca beberá vinho nem bebida embriagante, e será cheio do Espírito Santo desde o seio de sua mãe. Fará voltar muitos dos filhos de Israel para o Senhor, seu Deus. (...) Zacarias perguntou ao anjo: “Como posso ter a certeza disso? Sou velho, e minha mulher é de idade avançada”. O anjo respondeu: “Eu sou Gabriel, aquele que está diante de Deus, e fui enviado para te anunciar esta boa nova. E eis que ficarás mudo e não poderás falara até ao dia em que isso acontecer, porque não acreditaste nas minhas palavras, que se cumprirão no tempo oportuno”. Enquanto isso, o povo esperava por Zacarias, estranhando a sua demora no santuário. Quando saiu, não era capaz de lhe falar e compreenderam que ele tivera uma visão no santuário. Zacarias fazia-lhes sinais, mas permanecia mudo. Quando terminou o seu tempo de serviço litúrgico, ele voltou para casa. Depois disso, Isabel, sua mulher, engravidou e durante cinco meses não saiu de casa” (Lc 1, 5-24).
“Ao se completar o tempo de Isabel dar à luz, ela teve um filho. Os seus vizinhos e parentes ouviram falar da grande misericórdia que o Senhor lhe havia demonstrado e alegraram-se com ela. No oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias, mas a sua mãe tomou a palavra e disse: “Não! Ele será chamado João”. Disseram-lhe: “Não há ninguém na tua família que tenha esse nome!”. Então, fizeram sinais ao pai do menino, para saber como ele queria que a criança se chamasse. Ele pediu uma tábua e, para admiração de todos, escreveu: “O seu nome é João”. Imediatamente a sua boca se abriu, a sua língua se soltou e ele começou a falar, louvando a Deus. Todos os vizinhos ficaram cheios de temor e por toda a montanha da Judeia se divulgaram estas coisas. E todos os que ouviam falar disso, perguntavam-se: “O que irá ser este menino?” De facto, a mão do Senhor estava com ele (Lc 1, 57-66). João cresceu, fez-se homem, viveu no deserto. No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, “quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia; Herodes, tetrarca da Galileia; seu irmão Filipe, tetrarca da Itureia e Traconítide; Lisânias, tetrarca de Abilene; Anás e Caifás, sumo sacerdotes”, a palavra do Senhor foi dirigida a João, no deserto, e logo percorreu toda a região à volta do Jordão, a proclamar um batismo de conversão para o perdão dos pecados, como está escrito no livro do profeta Isaías: "Uma voz clama, no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas...” (cf. Lc 3,1-4). “Toda a região da Judeia e todos os moradores de Jerusalém iam ao encontro de João. Confessavam os seus pecados e João batizava-os no rio Jordão. Ele vestia-se com uma pele de camelo, usava um cinto de couro e comia gafanhotos e me silvestre” (Mc 1, 4-6). Denunciando a inutilidade de uma fé meramente teórica e apelando à mudança radical nas atitudes e ações, as multidões, e certos grupos de pessoas em particular, deram ouvidos à pregação de João, reconheciam a justiça de Deus e perguntavam o que é que deviam fazer (cf. Lc 3, 1-14).
Porque aguardavam a vinda do Messias, os judeus estavam intrigados com a pessoa, o estilo e a pregação de João. Por isso, mandaram sacerdotes e levitas ao encontro de João Batista para que ele os esclarecesse sobre quem era ou pretendia ser, se era, de facto, o Messias. “Perguntaram-lhe eles: «Quem és tu?» Ele confessou e não negou: «Eu não sou o Messias». Eles perguntaram-lhe: «Então, quem és tu? És Elias?» «Não sou», respondeu ele. «És o Profeta?» Ele respondeu: «Não». Disseram-lhe então: «Quem és tu? Para podermos dar uma resposta àqueles que nos enviaram, que dizes de ti mesmo?» Ele declarou: «Eu sou a voz que clama no deserto: ‘Endireitai o caminho do Senhor’, como disse o profeta Isaías». Entre os enviados havia fariseus que lhe perguntaram: «Então porque batizas, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?». João respondeu-lhes: «Eu batizo na água; mas no meio de vós está Alguém que não conheceis: Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias” (Jo 1, 19-27). “Ele batizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo. Tem a pá na sua mão para limpar a sua eira e recolher o trigo para o seu celeiro, e queimará a palha num fogo que não se apaga” (Lc 3, 16-18). “Nesse tempo, veio Jesus da galileia ao Jordão até João, a fim de ser batizado por ele. Mas João tentava dissuadi-lo, dizendo: ‘Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?’. Jesus, porém, respondeu-lhe: ‘Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir com a justiça’. E João consentiu. Batizado, Jesus subiu imediatamente da água e logo os céus se abriram e ele viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele. Ao mesmo tempo, uma voz vinda dos céus dizia: ‘Este é o meu filho muito amado, em quem me comprazo’ (Mt 3, 13-17).
Herodes, embora respeitasse João, não morria de amores por ele. Não só pela força da sua pregação, mas, sobretudo, porque ele o tinha repreendido por viver com a mulher de seu irmão. Quando a verdade incomoda os grandes e os instalados, eles tentam destruir quem a proclama com vigor. E foi o que aconteceu, João foi encarcerado. “De facto, o próprio Herodes mandara prender João e acorrentá-lo na prisão, por causa de Herodíade, a mulher de seu irmão Filipe, que ele desposara. Pois João dizia a Herodes: «Não te é permitido ter contigo a mulher do teu irmão». Ora, Herodíade guardava-lhe rancor e queria matá-lo, mas não podia, pois Herodes temia João, sabendo que era um homem justo e santo, e protegia-o. Quando o ouvia, ficava muito perturbado, mas ouvia-o com gosto. Entretanto chegou o dia oportuno, quando Herodes, no seu aniversário, realizou uma ceia para os seus nobres, oficiais e principais personalidades da Galileia. Tendo entrado a filha de Herodíade, dançou e agradou a Herodes e aos que estavam reclinados à mesa. Disse o rei à jovem: «Pede-me o que desejares e eu to darei.» E jurou-lhe muitas vezes: «Aquilo que pedires, dar-te-ei, até metade do meu reino.» Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei de pedir?» Ela respondeu: «A cabeça de João Baptista.» E, entrando imediatamente e correndo para o rei, fez o pedido, dizendo: «Quero que me dês agora mesmo, numa bandeja, a cabeça de João Baptista». O rei ficou muito consternado, mas, por causa dos juramentos e dos que estavam reclinados à mesa, não quis recusar-lho. E imediatamente o rei enviou um guarda, ordenando-lhe que trouxesse a cabeça de João. Ele foi, decapitou-o na prisão e trouxe a sua cabeça numa bandeja; deu-a à jovem, e a jovem deu-a à sua mãe. Quando os seus discípulos o souberam, foram buscar o cadáver e depositaram-no num sepulcro” (Mc 6, 17-29).
Aproxima-se o dia da Solenidade do nascimento de São João Batista, o Precursor de Jesus, “o maior entre os filhos nascido de mulher”. O seu modo de falar, a sua pregação, as suas opções de vida, a sua coerência na verdade e a coragem de profeta deixaram marcas, mas não o levaram a colocar-se na ponta dos pés nem a exigir reconhecimento e aplausos, antes pelo contrário. Nele se cumpriu o que Jesus a todos haveria de aconselhar: “Quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: somos servos inúteis, apenas fizemos o que devíamos ter feito” (Lc 17,10). João Batista, tendo batizado e preparado os caminhos do Senhor, apresentou-o ao povo como o Cordeiro de Deus, o que tira o pecado do mundo. Depois disso, na sua grandeza e humildade, retirou-se, afirmando: “É necessário que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30). Os que se julgavam donos e senhores de tudo e de todos, acabaram por o matar, era voz incómoda demais!. Que ele interceda por todos nós! Que o amigo leitor, obedecendo aos caprichos ditatoriais do covid-19, se poupe das marchas populares e encontre nas sardinhas um bom pretexto para que a Festa seja maior e mais familiar, mais Festa em honra de São João Batista!
D. Antonino Dias- Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 19-06-2020
Dia de oração pela santificação dos sacerdotes
O Papa São João Paulo II dedicou esse dia para ser a Jornada de oração pela santificação dos sacerdotes. O povo de Deus é chamado a rezar pelos seus padres.
Cardeal Orani João Tempesta - Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
O mês de junho é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus e neste dia 19 celebramos a Festa litúrgica do Sagrado Coração de Jesus. Essa é uma data móvel em que sempre é celebrada na segunda sexta feira após a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Toda primeira sexta-feira de cada mês celebramos a Missa Votiva do Sagrado Coração de Jesus, sempre com o grupo do Apostolado da Oração reunindo-se diante do Santíssimo Sacramento e rezando pela Igreja, pelo Papa, Bispos e Padres, além das intenções particulares de cada um, bem como pelas intenções enviadas todos os meses pelo Santo Padre, o Papa Francisco. É um dia dedicado a Oração e pedir sempre forças ao Sagrado Coração de Jesus para que possamos amar como ele amou e ter o nosso coração sempre ardente do desejo de estar perto dele. O Papa São João Paulo II dedicou esse dia para ser a Jornada de oração pela santificação dos sacerdotes. O povo de Deus é chamado a rezar pelos seus padres.
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus a fazemos toda primeira sexta-feira de cada mês do ano e neste ano neste dia 19 de junho celebraremos a sua festa litúrgica. No dia do Sagrado Coração de Jesus somos convidados a rezar pela Igreja de maneira geral e por todos os padres em especial, rezar pela “Santificação do Clero”, pedindo que tenhamos sacerdotes Santos e que possam viver em tudo, nas suas ações e gestos o amor de Jesus. Instituído pelo Papa São João Paulo II em 1995, a iniciativa nos sugere e motiva a rezarmos de forma especial neste dia por aqueles que foram chamados ao ministério ordenado.
Neste dia 19 somos convidados a tirar um tempo do nosso dia e rezar por todos os sacerdotes, seja um terço, uma Ave Maria, e poderemos acompanhar as Missas pela televisão, internet e rádio, já que ainda não poderemos estar fisicamente nas Igrejas.
Pedir que passe logo essa pandemia para que possamos estar juntos em nossas Igrejas, com nossos padres, rezando e agradecendo a Deus. Agradecendo a Deus por tantos sacerdotes que mesmo em meio a Pandemia do Corona vírus não medem esforços para atender os seus fiéis, dando-lhes atenção e carinho necessários.
Enfim, que neste dia do Sagrado Coração de Jesus possamos agradecer a todos os Padres que dão o seu “Sim” a Deus e com alegria servem a Igreja e o povo de Deus. E que nunca faltem sacerdotes “Santos” para servirem o povo de Deus. E que o coração de cada sacerdote possa “arder de amor” como o coração de Jesus”.
Neste dia vamos incessantemente rezar por aqueles sacerdotes que se encontram enfermos, seja no hospital ou em casa para que logo recuperem a saúde e possam voltar a servir o povo de Deus. Aqueles que porventura tenham contraído o Corona vírus para que tenham o pronto restabelecimento e possam servir o povo de Deus. Rezemos pelos padres Idosos, que devido à idade não exercem mais como desejariam o ministério, para que se conformem e agradeçam por tantos anos terem servido o ministério sacerdotal. E agradece-los por terem servido com tanto amor por muitos anos o ministério sacerdotal.
Rezemos pelos sacerdotes que já morreram e que serviram a Deus com amor no ministério enquanto aqui estavam, para que possam no “Reino dos Céus” junto de Deus, contemplando a Eucaristia presencialmente.
Portanto neste dia do Sagrado Coração de Jesus elevemos uma prece especial por todos os sacerdotes, para que sejam Santos em seus atos e ações que nunca falte no coração deles o “amor” a Jesus e a Igreja. Sempre possa arder no coração deles, o chamado de quando aderiram a vocação e esse chamado possa se renovar a cada dia. Que todos os dias o Sacerdote possa dizer o “Sim” a Deus e a Igreja, mesmo em meio as dificuldades.
Rezemos nesse dia também pelo Santo Padre o Papa Francisco , pelos nossos bispos auxiliares e eméritos, pelos Bispos que possam ser fiéis ao seu chamado e ter forças para governar a Igreja como sucessores dos apóstolos. E por todos nós que somos Igreja, que possamos na medida do possível ajudar os nossos sacerdotes no caminho da santidade.
Portanto neste dia 19 de junho possamos reservar um tempo do nosso dia, já que em muitos lugares não poderemos ir à Igreja fisicamente. Reservar um tempo para rezar um terço, uma Ave Maria e acompanhar as Missas pelas mídias sociais e assim rezar por nosso clero, pelo Papa e Bispos, para que possam exercer o seu ministério segundo a vontade de Deus e assim caminhar para a santidade segundo o coração de Jesus.
Quem sabe possamos fazer grupos na rede social e juntos rezar nas nossas intenções e na intenção da Igreja para este dia. E rezar sobretudo para que nunca faltem padres, que nunca faltem aqueles que desejam dar o “Sim” a Deus. Que sempre possa ter um sacerdote na sua paróquia, comunidade, para levar o amor de Jesus e a Eucaristia até você. Neste ano reze em especial nessa intenção, que sempre tenhamos sacerdotes disponíveis para servir com amor o povo de Deus.
Por fim rezemos ao Sagrado Coração de Jesus por cada um de nós, para que nunca nos falte a fé e a esperança em dias melhores, que possamos vencer essa Pandemia do Corona vírus e logo possamos estar juntos com nossos padres e nossa comunidade em nossas paróquias. Segue abaixo uma oração para fazermos neste dia do Sagrado Coração de Jesus pedindo por todo o povo de Deus e pela santificação do Clero, em alguma hora do dia faça essa oração pedindo que o Sagrado Coração de Jesus nos encha com seu amor.
Neste dia e na medida do possível, sempre que tivermos oportunidade, rezemos:
Coração de Jesus,
eu confio em vós,
mas aumentai a minha confiança.
Vós dissestes: "Pedi e recebereis".
Confiando nas vossas promessas,
venho pedir vossa ajuda.
Vós estais mais interessado
em nossa felicidade
que nós mesmos.
Por isso ponho em vosso Coração
os meus pedidos,
as minhas preocupações,
os meus sofrimentos
e as minhas esperanças.
Coração de Jesus,
eu confio em Vós,
mas aumentai a minha confiança.
Jesus, manso e humilde de coração,
fazei meu coração semelhante ao Vosso.
Amém. (Fonte terra Santa).
Peçamos que o Sagrado Coração de Jesus aumente ainda mais a nossa fé e a esperança e que todos os Sacerdotes sejam Santos. Amém !!!
quinta-feira, 18 de junho de 2020
Papa destacou exemplo da «oração de Moisés», que «intercede» e defende o seu povo
https://www.youtube.com/watch?v=0ojy2LrRLU4
Todos pertencemos a Deus. Os pecadores mais feios, as pessoas mais perversas, os líderes mais corruptos, são filhos de Deus» – Francisco
Cidade do Vaticano, 17 jun 2020 (Ecclesia) – O Papa Francisco apresentou hoje o exemplo de oração de Moisés, “tão amigo de Deus que pode falar com Ele face a face” e defende o seu povo, falando na catequese da audiência geral, realizada no Vaticano.
“Moisés exorta-nos a rezar com o mesmo ardor de Jesus a interceder pelo mundo, a recordar que, apesar de todas as suas fragilidades, pertence sempre a Deus. Todos pertencemos a Deus. Os pecadores mais feios, as pessoas mais perversas, os líderes mais corruptos, são filhos de Deus e Jesus sente isso e intercede por todos”, disse, numa intervenção com transmissão online.
Na Biblioteca do Palácio Apostólico, onde se realizou a audiência semanal por causa da pandemia do Covid-19, Francisco explicou que o mundo “vive e prospera graças à bênção do justo, à oração de piedade”, que “o santo, o justo, o intercessor, o sacerdote, o bispo, o Papa, o leigo, qualquer batizado, eleva incessantemente pelos homens, em todos os lugares e épocas da história”.
“Pensemos em Moisés, o intercessor. Quando tivermos vontade de condenar alguém e ficamos com raiva por dentro… Ficar zangado é bom, eh! – é um pouco de saúde -, mas condenar não faz bem. Você fica bravo e o que deve fazer? Vai interceder por isso”, desenvolveu.
Francisco destaca que Moisés “foi o maior profeta de Jesus, defensor e intercessor” do seu povo, e, ainda hoje, “Jesus é o pontifex, ele é a ponte entre nós e o Pai”.
Segundo o Papa, Moisés é “tão amigo de Deus que pode falar com Ele face a face” e permanecerá “tão amigo dos homens” que sentirá “misericórdia pelos seus pecados, pelas suas tentações, pela inesperada nostalgia que os exilados têm em relação ao passado, lembrando-se de quando estavam no Egito”.
Damo-nos conta de que Deus nunca gostou de lidar com orantes ‘fáceis’. Nem sequer Moisés será um interlocutor ‘fraco’, desde o primeiro dia da sua vocação”.
Moisés, exemplifica Francisco, “nunca perdeu a memória do seu povo” e esta é “uma grandeza dos pastores”, não esquecer o povo, não esquecer as raízes, até nos momentos mais difíceis, como quando “o povo rejeita a Deus” e construiu “um bezerro de ouro”, mas Moisés “não renega Deus e nem o povo”, “não negocia o povo”, e é “ponte, é um “intercessor pelo seu povo, pela sua carne, pela sua história, pelo seu povo e por Deus que o chamou”.
“Que belo exemplo para todos os pastores que devem ser ‘ponte’. É por isso que são chamados de pontifex, pontes. Os pastores são pontes entre o povo a quem pertencem e Deus, a quem pertencem por vocação; Embora experimentem as falhas das pessoas e a sua distância de Deus, estes orantes não as condenam, nem as rejeitam. A atitude de intercessão é própria dos Santos que, à imitação de Jesus, são “pontes” entre Deus e o seu povo”, desenvolveu.
Esta manhã no Vaticano, o Papa assinalou o Dia da Consciência, data que evoca a figura do português Aristides Sousa Mendes, que salvou milhares de pessoas do holocausto nazi, durante a II Guerra Mundial.
CB/OC
“Moisés exorta-nos a rezar com o mesmo ardor de Jesus a interceder pelo mundo, a recordar que, apesar de todas as suas fragilidades, pertence sempre a Deus. Todos pertencemos a Deus. Os pecadores mais feios, as pessoas mais perversas, os líderes mais corruptos, são filhos de Deus e Jesus sente isso e intercede por todos”, disse, numa intervenção com transmissão online.
Na Biblioteca do Palácio Apostólico, onde se realizou a audiência semanal por causa da pandemia do Covid-19, Francisco explicou que o mundo “vive e prospera graças à bênção do justo, à oração de piedade”, que “o santo, o justo, o intercessor, o sacerdote, o bispo, o Papa, o leigo, qualquer batizado, eleva incessantemente pelos homens, em todos os lugares e épocas da história”.
“Pensemos em Moisés, o intercessor. Quando tivermos vontade de condenar alguém e ficamos com raiva por dentro… Ficar zangado é bom, eh! – é um pouco de saúde -, mas condenar não faz bem. Você fica bravo e o que deve fazer? Vai interceder por isso”, desenvolveu.
Francisco destaca que Moisés “foi o maior profeta de Jesus, defensor e intercessor” do seu povo, e, ainda hoje, “Jesus é o pontifex, ele é a ponte entre nós e o Pai”.
Segundo o Papa, Moisés é “tão amigo de Deus que pode falar com Ele face a face” e permanecerá “tão amigo dos homens” que sentirá “misericórdia pelos seus pecados, pelas suas tentações, pela inesperada nostalgia que os exilados têm em relação ao passado, lembrando-se de quando estavam no Egito”.
Damo-nos conta de que Deus nunca gostou de lidar com orantes ‘fáceis’. Nem sequer Moisés será um interlocutor ‘fraco’, desde o primeiro dia da sua vocação”.
Moisés, exemplifica Francisco, “nunca perdeu a memória do seu povo” e esta é “uma grandeza dos pastores”, não esquecer o povo, não esquecer as raízes, até nos momentos mais difíceis, como quando “o povo rejeita a Deus” e construiu “um bezerro de ouro”, mas Moisés “não renega Deus e nem o povo”, “não negocia o povo”, e é “ponte, é um “intercessor pelo seu povo, pela sua carne, pela sua história, pelo seu povo e por Deus que o chamou”.
“Que belo exemplo para todos os pastores que devem ser ‘ponte’. É por isso que são chamados de pontifex, pontes. Os pastores são pontes entre o povo a quem pertencem e Deus, a quem pertencem por vocação; Embora experimentem as falhas das pessoas e a sua distância de Deus, estes orantes não as condenam, nem as rejeitam. A atitude de intercessão é própria dos Santos que, à imitação de Jesus, são “pontes” entre Deus e o seu povo”, desenvolveu.
Esta manhã no Vaticano, o Papa assinalou o Dia da Consciência, data que evoca a figura do português Aristides Sousa Mendes, que salvou milhares de pessoas do holocausto nazi, durante a II Guerra Mundial.
CB/OC
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