A amizade engrandece-nos. É a profunda comunhão de dois seres que se deixam tocar intimamente. Que se orgulham de pisar os seus caminhos deixando que cada um usufrua da sua liberdade, da sua autenticidade.
A amizade leva-nos ao encontro. Permite que dois rostos se decifrem, mas que mesmo assim permaneçam mergulhados perante os mistérios da vida. A amizade é encontro de vida. De vida que anseia sempre por mais. De vida que deseja sempre o bom e o melhor de cada um.
A amizade exige a verdade. Necessita deste confronto que proporciona a descoberta daquilo que somos. Desloca-nos, de forma mais plena, até ao outro num exercício liberto de moralismos e de julgamentos. É através da verdade que as raízes da amizade se deixam penetrar pelas terras da nossa existência. É com a verdade que a amizade se sustenta e se fortalece sabendo reconhecer o outro na sua unicidade.
A amizade carece de olhares e não vive sem a sua leitura. Muita da sua história é narrada em silêncio deixando que os olhos falem da união e da sua entrega total. É ali, naquele contacto visual, que tudo é dito sem nada ser pronunciado. É ali que moram os maiores segredos e a certeza de que sempre se estará.
A amizade não necessita de encontro permanente. A amizade precisa apenas de morar no coração para que se saiba reconhecer sempre a sua importância. A amizade acontece com poucas palavras, mas alimenta-se de muita conversa.
A amizade precisa de quem se deixa ficar. Na incompreensão, na dor, na falta de palavras. A amizade é deixarmos que o outro se deleite e, assim, se consiga encontrar.
A amizade vive de amor!
Emanuel António Dias
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