Fotografia da autoria de ©Matheus Ferrero
Alegrarmo-nos com as alegrias do outro. É o que nos tem vindo a faltar. Vivemos tão perdidos em nós quem nem nos deixamos tocar pela felicidade das conquistas daqueles que connosco partilham as suas vidas. Parece que se foi perdendo esse gosto. Tudo virou numa autêntica competitividade.
Olhando para a nossa realidade parece já não haver espaço para nos regozijarmos com o caminho que os outros vão fazendo. Também existe encanto nas suas pisadas. Também há sacrifício e luta para poderem vingar naquilo que tanto desejam. Não são todos conduzidos de “mão beijada”, nem sortudos nascidos de “cu virado para a lua”. Há histórias de verdadeira vida que também tiveram de pegar nas suas dores e transformá-las em autênticas conquistas.
Alegrarmo-nos com as alegrias do outro. Só assim poderemos sentir o que é estar com o outro. Só assim poderemos experimentar essa felicidade que, não sendo nossa, também se deixa morar em nós. É a sabedoria de se contentar com quem se contenta. É a perspicácia de se deixar contagiar pelo sucesso.
Necessitamos de perder as manias que nos impedem de valorizar quem se destaca. Seremos sempre mais na medida em que nos soubermos alegrar pelos demais. Seremos mais sempre que nos descobrirmos verdadeiramente na felicidade do outro.
Ainda é possível alegrarmo-nos no outro e com o outro, mas para isso precisamos da simplicidade, dessa qualidade que nos faz limpar aquilo que não nos permite ver. Essa ciência que nos faz rir com quem se ri da vida.
Alegrarmo-nos com as alegrias do outro para não nos sentirmos merecedores de pouco.
[Texto da autoria de ©Emanuel António Dias]
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