Religiosa apontou a “escuta” e o “acolhimento” das famílias como centrais na catequese atual
A irmã Isabel Martins disse aos catequistas que é fundamental alterar o paradigma do ser catequista, como previsto no Diretório para a Catequese.
“Ainda tendemos a centra-nos, não poucas vezes, numa catequese doutrinária e deixamos pouco espaço à leitura da realidade daqueles que ali estão e que nos chegam”.
Na comunicação «A Centralidade da Familia na Catequese», inserida na II Assembleia de Catequistas da Diocese de Viana do Castelo, a religiosa desafiou os catequistas e as comunidades cristãs a “abrirem lugares de escuta para as famílias” e a “fazerem caminho, a partir da experiência de cada pessoa e família, e retirando dessa realidade o modo como Deus se faz presente e atuante”.
“A Catequese com a família acontece na comunidade cristã. As duas realidades são referência constante e recíproca. Muitas vezes as paróquias não têm expetativas perante a família. Mas a paróquia tem a receber delas o seu património humano e de fé. Integrando a família a comunidade cristã é enriquecida pela forma como Deus faz milagres na família. Este receber mútuo é uma provocação para o modo como tantas vezes pensamos o ser catequista”.
“Hoje sabemos que não somos mestres, mas caminhantes e acompanhantes dos outros nas várias etapas”, sustentou.
Perante cerca de centena e meia de catequistas a irmã Isabel Martins lembrou que o “pós-pandemia nos mostra que a comunicação aumentou entre as famílias e as comunidades crentes, mas isso não é sinónimo de uma maior participação ou compromisso das famílias com a Igreja”.
“Deste modo – disse - é fundamental imperioso colocar a família no centro do ato de transmissão da fé”, como explica o Diretório para o setor.
“O Diretório advoga uma saída em saída missionária que procura estar atenta aos sinais de Deus, de verdade, que estão presentes na humanidade. O Coração humano está predisposto para acolher a mensagem que temos por missão viver e transmitir. Temos que nos tornar próximos, há que descer ao ambiente e à realidade de quem somos enviados. Deus está aí e a nossa linguagem, modos de estar e de ser, devem tornar clara a sua presença”, explicitou.
Numa mudança de paradigma sobre a missão do catequista a religiosa apontou o futuro da catequese como a de um “laboratório do diálogo”.
“A catequese deve ser um laboratório do diálogo. O catequista não pode ser aquele que leva a verdade, ao jeito do antigo professor, mas colocar-se ao lado e predispor-se a fazer caminho livre. A nossa mensagem destina-se a todos e não depende dos méritos dos interlocutores”, concluiu.
Educris|28.09.2021
Sem comentários:
Enviar um comentário
Este é um espaço moderado, o que poderá atrasar a publicação dos seus comentários. Obrigado