Cada Homem é o presépio onde Deus nasce. Os presépios que se armam e, depois, tranquilamente se arrumam, os presépios a que reservamos um prazo determinado (e não mais do que isso), os presépios que apenas ilustram a inofensiva nostalgia dos símbolos não são presépios de verdade.
O Presépio somos nós.
É dentro de nós que um Deus nasce.
Dentro destes gestos que em igual medida a esperança e a sombra revestem. Dentro das nossas palavras e do seu tráfego sonâmbulo. Dentro do riso e da hesitação. Dentro do dom e da demora. Dentro do calor da casa e do relento imprevisto. Dentro do declive e da planura. Dentro da lâmpada e do grito.
A nossa estirpe é a dos recém-nascidos.
Qualquer que seja a nossa idade ou a estação em que nos encontremos a viver, a verdade é que somos, até ao fim, uma coisa no seu começo. E o presépio confirma que o nascimento é estrutura fundante da vida.
| Cardeal D. José Tolentino Mendonça.
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