“Por favor. Acredita.
Por favor. Deixa-me.
Deixa-me amar-te.”
O Anxious One – Alanna Boudreau
Esta semana a música “O Anxious One” da cantora e compositora Alanna Boudreaumarcou os meus dias e a minha oração. A música retrata um pequeno diálogo de Deus. Pequeno, mas intenso, amoroso, empático e cheio de compaixão. Neste diálogo, Deus pede apenas que, aqueles que O procuram ou que têm medo de se aproximar de Si, o deixem amar. Pede que O deixem amar. Sem pedir nada em troca. Sem prometer mais do que aquilo que o amor pode. Sem exigir que tenham de ser cumpridos quaisquercritérios.
Ao escutar (e ao rezar) esta música não podia deixar de me sentir abraçado pela mesma e questionava-me: e se este for, verdadeiramente, o Seu convite? E se o Seu maior desejo for a de nos sentirmos amados/as? E se a Sua proposta for apenas a eterna promessa de estar sempre connosco mesmo quando não queremos ser vistos? E se o Seu Reino for a manifestação dos que amam e se deixam amar?
Numa das estrofes a cantora Alana Brodreau descreve, de forma simples e poética, a presença de um Deus que propõe, mas que não se impõe:
“Escondes-te de mim?
Não acenderei uma fogueira se não quiseres ser visto.
Mas eu permanecerei, e o meu amor continua livre.”
Numa altura em que parece ser cada vez mais difícil falar de Deus e de O dar a conhecer aos que se cruzam na nossa vida, talvez as simples palavras desta música nos recordem que este Deus não quer senão ser amor. Talvez esta música nos recorde que este Deus não está assim tão distante. Talvez esta música nos demonstre que acreditar em Deus não pode ser algo que nos assuste, ou que nos faça sentir indignos.
“Deixa-me amar-te”, pode parecer um pedido simples, mas bem sabemos que, transmitir este Seu desejo àqueles/as que se cruzam connosco, pode ser um desafio imenso. Quantos/as não sabem o que é o amor? Quantos/as não estão disponíveis para voltarem a ser amados/as? Quantos/as não se sentem preparados/as para aceitarem que ainda é possível voltar a amar? Quantos/as não reconhecem que o Seu maior sonho é construir um Reino de erguidos e de “erguedores”? Quantos/as não sabem que é no Seu amor que se conjuga o verbo recomeçar?
Hoje, antes de regressares para o teu quotidiano, pergunta-te: deixo que Ele me ame inteiramente? Porque é que, às vezes, me escondo d’Ele? O que não quero que Ele veja? A quem dou a conhecer o Seu “Deixa-me amar-te”?
Emanuel António Dias
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