terça-feira, 27 de fevereiro de 2024
Quem sou eu com Deus?
Quem sou eu com Deus? Esta talvez seja uma das questões mais importantes que deveremos colocar a nós mesmos quando queremos refletir sobre a nossa fé e a sua vivência. Quem sou eu com Deus? Sim, quem sou eu quando me relaciono com Ele? Quem sou eu quando tenho a ousadia de testemunhá-Lo?
Reflete-se, em diversas tertúlias e crónicas, sobre o que tem faltado para que a fé católica continue a ser uma proposta atrativa para os mais jovens e para a sociedade no seu todo. E, em muitas dessas reflexões, centramo-nos no que podemos trazer de novo e até na comunicação que podemos adotar para transmitir a mensagem de Jesus Cristo que, sendo sempre a mesma, é sempre jovem, inovadora e refrescante. Estas preocupações são legítimas e efetivamente necessárias: há muito para se fazer e para se fazer diferente e há muito a mudar na comunicação (a começar desde logo pela forma como Bispos, Padres e religiosos/as comunicam a sua vivência quotidiana e a mensagem do Evangelho).
No entanto, acredito que antes de uma mudança estrutural (como bem sabemos ainda demorará o seu tempo) deverá existir uma reflexão profunda sobre o papel e o impacto da relação que cada um tem com Deus. É nesta reflexão pessoal que pode estar o segredo para uma vivência da fé que não caia em falsos moralismos, ou em propostas vazias e alheadas da realidade, mas que possamos efetivamente descobrir o que de mais íntimo existe na nossa fé.
E talvez este tempo da Quaresma seja propício para caminharmos sobre algumas questões fundamentais que nos poderão ajudar a descobrir o que alimenta a nossa fé: quem sou eu com Deus? Quem sou eu no momento da oração? Quem sou eu quandoreconheço as faltas de amor? Quem sou eu quando o outro procura o perdão? Quem sou eu quando o outro procura saber mais sobre Deus e a Igreja? Quem sou eu quando o outro me procura por se sentir oprimido e indigno pela Igreja? Quem sou eu quando experiencio o amor e a misericórdia de Deus? Quem sou eu quando leio e escuto as palavras do Seu Evangelho? Quem sou eu quando ocupo um lugar de destaque na minha comunidade? Quem sou eu?
Arriscarmos caminhar sobre perguntas em busca do nosso autoconhecimento é um ato desafiante e de enorme coragem, mas estou certo de que nos permitirá vivenciar a fé de forma mais autêntica, humana e, por isso, transmitir com maior clareza a divindade d’Aquele que professamos: Jesus, o Nazareno, o Cristo.
Hoje, antes de te refugiares nos rituais e nos preceitos, arrisca-te a questionar-te e reflete sobre cada uma das questões deixadas anteriormente nesta crónica!
Emanuel António Dias
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Este é um espaço moderado, o que poderá atrasar a publicação dos seus comentários. Obrigado