domingo, 23 de junho de 2024

Quem é Jesus?

 


A vida pode ter momentos assustadores, momentos de inquietação e de crise em que perdemos o pé e sentimos que nos afundamos. Onde está Deus, nesses momentos? Ele “importa-se” connosco? A liturgia deste 12.º domingo comum garante-nos: Deus não abandona nem ignora os filhos e filhas que criou; Ele ampara-os com amor fiel, vigilante e criador. Ele vai sempre ao nosso lado, cuidando de nós, em cada passo da viagem da vida.

Na primeira leitura Deus revela-se a um crente chamado Job como o Senhor que domina o mar e conhece os segredos do universo e da vida. Nada na criação lhe é indiferente: Ele cuida de todos os seres criados com amor de pai e de mãe. Ao homem resta entregar-se nas mãos desse Deus omnipotente e cheio de amor, com humildade e com total confiança.
Na verdade, o Deus que criou tudo o que existe, que estabeleceu as leis que regem o universo, que conhece os segredos de cada uma das suas criaturas, que cuida de cada ser com cuidados de pai e de mãe, que mil vezes manifestou na história o seu amor e a sua bondade, não pode ignorar os problemas do homem, ou deixar que a humanidade chegue a um beco sem saída. Ele tem um projeto coerente, maduro, estável, irrevogável para o mundo e para os homens; Ele conduz-nos, através das armadilhas da história, ao encontro da realização plena, da Vida definitiva. Esta certeza deve colorir o nosso caminho de todos os dias com as cores da esperança. Somos homens e mulheres de esperança?

No Evangelho, Marcos propõe-nos uma catequese sobre a presença tranquilizadora e pacificadora de Jesus na viagem que a Igreja e os discípulos vão fazendo pela história. Com Jesus no barco, os discípulos estarão sempre aptos a enfrentar todo o tipo de tempestades; com Jesus no comando, eles sabem que a meta final da viagem não pode deixar de ser o porto seguro onde os espera a Vida verdadeira.
A intervenção de Jesus provoca o “temor” dos discípulos. No contexto do relato evangélico que escutamos neste domingo, o “temor” não significa o medo que paralisa, mas significa o reconhecimento de que Jesus é o Deus presente no meio dos homens e a quem os homens são convidados a aderir, a confiar, a obedecer com total entrega. Este “temor” é um “temor” bom, que é caminho para a fé. Também nós, como os discípulos que iam naquele barco, temos o coração tomado por esse santo “temor” que nos leva confiar totalmente em Jesus e a segui-l’O no caminho do amor até ao extremo, no caminho do dom da vida?

A segunda leitura Paulo convida-nos a olhar para a cruz e a contemplar o amor de Jesus expresso na entrega total da sua vida ao projeto do Pai em favor dos homens. Deus enviou o seu Filho para caminhar connosco e nos ensinar a viver no amor. É precisamente isso que move Paulo no seu apostolado: ele considera que a sua missão é dar testemunho desse amor, a fim de que todos os que escutam a Boa nova de Jesus possam viver como pessoas novas, libertas do egoísmo que escraviza e mata.
O objetivo de Deus é fazer aparecer o Homem Novo e a Nova Humanidade. Aos homens, é pedido que aceitem a proposta de Deus, que aceitem renunciar à vida velha do egoísmo e da escravidão e que aceitem nascer, livres e transformados, para o amor que nos torna livres. Como é que acolhemos esta proposta de Deus? Ela conta alguma coisa para nós?
Paulo, depois de ter encontrado Jesus, de ter aderido à sua proposta e de ter feito a experiência da liberdade e da Vida nova, tornou-se testemunha, diante dos homens, do projeto salvador e libertador de Deus para os homens. Cada homem e cada mulher que se encontra com Jesus e que faz a mesma experiência de Paulo, tem de tornar-se arauto das propostas de Deus e de anunciar aos seus irmãos, com gestos concretos, essa oferta de Vida nova e verdadeira que Deus nos faz. Nós, os que somos “de Jesus”, somos testemunhas, com palavras e gestos concretos, da Vida nova e da salvação de Deus?

www.dehonianos.org

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