Eis que chegam os Santos Populares! Muita festa pelas aldeias e cidades do nosso país. Parece que toda a gente é feliz...
Mas o que é a Felicidade?
A nossa sociedade propõe modelos de vida baseados na exterioridade, no consumo, no sucesso e no poder, oferecendo imagens de mulheres e homens perfeitos, de preferência famosos entre os seus pares ou até mesmo, num círculo mais alargado. É a lógica do mundo...
A felicidade não se alcança concentrando-se apenas em si mesmo, vivendo apenas no presente e sempre em festa. A verdadeira alegria não surge da emoção do momento, da acumulação de muitos bens ou de participações em eventos, mas de ter enraizado o coração num grande ideal a perseguir, a alcançar. Para os cristãos, esse enraizamento é em Alguém que nos ama gratuitamente, sem mérito algum, que satisfaz o desejo de paz profunda, de nos sentirmos aceites, compreendidos e amados pelo que somos e não pelo que deveríamos ser.
Os Santos que celebramos neste mês são exemplos deste seguimento que dá a verdadeira felicidade. Descobriram o segredo da felicidade autêntica que habita no fundo do coração e tem a sua fonte no amor de Deus.
Não é viver num mundo fictício sem problemas, mas viver a vida tal como ela se apresenta sem medo. Significa celebrar os sucessos, mas também aprender com os fracassos; viver relações com sentimento ricos, mas também deceções e, infelizmente, também traições; sentir-se amado e apreciado, mas também marginalizado; recomeçar cada vez que errar e saber pedir desculpas, saber perdoar, saber agradecer...
É deixar de se sentir vítima para se tornar protagonista da própria vida.
Quando pensamos na vida dos santos, geralmente a relegamos para uma conceção do espiritual abstrato. Lidar com a vida espiritual significa lidar com algo que não é concreto. Mas é um grande engano. Santo António, por exemplo, foi profundamente concreto. Não é por acaso que foi responsável por uma mudança nas leis relativas à usura e, portanto, à injustiça social. Foi um homem que abordou os problemas da sua época com um grande sentido prático e concreto.
Aprendamos pois, a valorizar verdadeiramente o exemplo dos santos.
Bons Santos Populares!
Paulo Victória
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