O que é que está por detrás do projeto que Deus tem para os homens e para o mundo? O que é que move Deus no seu agir? As leituras que a liturgia deste dia nos propõe não podiam ser mais claras: por detrás de tudo o que Deus tem feito na história dos homens, está o seu amor: um amor que não exclui ninguém, um amor que não se deixa condicionar por fronteiras de qualquer espécie, um amor que transforma e renova todos aqueles que estiverem disponíveis para o acolher. No final da nossa peregrinação sobre a terra, espera-nos o encontro face a face com o amor de Deus. Agora e depois, sempre o amor de Deus.
Na primeira leitura um sábio judeu de Alexandria olha para a história do seu povo e reflete sobre a “moderação” com que Deus tratou os egípcios, culpados de oprimirem os hebreus radicados no delta do rio Nilo. Ele atribui essa “moderação” ao amor: esse Deus omnipotente, que criou tudo o que existe, ama com amor de Pai cada ser que saiu das suas mãos – mesmo os opressores, mesmo os egípcios – porque todos são seus filhos muito queridos.
A experiência de sermos profundamente amados por Deus é uma experiência deslumbrante e transformadora. Não nos deixa indiferentes; liberta-nos do nosso egoísmo, do nosso fechamento, da nossa autossuficiência. Ensina-nos olhar os nossos irmãos com o mesmo olhar de amor com que Deus nos olha; inspira-nos a aproximarmo-nos dos nossos irmãos com a mesma bondade que Deus manifesta por nós; mostra-nos o “lado bom”, o lado “amável” que existe em cada homem ou em cada mulher. “Empapados” pelo amor de Deus, tornamo-nos testemunhas desse amor no mundo. É esta a nossa experiência? O amor de Deus tem sido a “escola” onde aprendemos a amar os irmãos e as irmãs que caminham ao nosso lado?
No Evangelho, Lucas narra-nos a história de um homem pecador, um chefe de publicanos chamado Zaqueu. Habituado aos insultos e ao desprezo dos seus concidadãos, Zaqueu encontrou Jesus numa rua de Jericó e descobriu n’Ele o rosto do Deus que ama. Esse amor mudou-lhe o coração e a vida. Naquele dia, o Zaqueu mesquinho, egoísta, oportunista, desprezível, desapareceu. Em seu lugar apareceu um Zaqueu generoso, justo, capaz de partilhar os seus bens e de se comover com a sorte dos pobres. Foi um milagre do amor. Só o amor pode fazer milagres como este.
A atitude de Jesus para com o pecador Zaqueu proclama bem alto o imenso amor de Deus por todos os seus filhos, mesmo por aqueles que escolheram caminhos errados e se colocaram a si próprios em situações sem saída. Isto não significa, contudo, o branqueamento do pecado. O egoísmo, a injustiça, a opressão, a mentira, a ambição desmedida, geram inevitavelmente sofrimento e morte. Não cabem no projeto que Deus tem para os seus filhos. Devem ser combatidos e vencidos. Deus distingue claramente entre o pecador e o pecado. Ao pecador, Deus ama-o sempre; ao pecado, Deus abomina-o sempre. Contudo nós, seres humanos, nem sempre conseguimos distinguir claramente os dois campos: misturamos pecado e pecador, embrulhamos tudo no mesmo papel e atiramos tudo para a mesma fogueira. Seremos capazes de aprender com Deus a distinguir entre a pessoa e os seus atos? Seremos capazes de lutar contra a maldade sem sentir a tentação de eliminar a pessoa frágil que, por qualquer razão, fez uma escolha errada e cometeu um ato que consideramos mau?
A atitude de Jesus para com o pecador Zaqueu proclama bem alto o imenso amor de Deus por todos os seus filhos, mesmo por aqueles que escolheram caminhos errados e se colocaram a si próprios em situações sem saída. Isto não significa, contudo, o branqueamento do pecado. O egoísmo, a injustiça, a opressão, a mentira, a ambição desmedida, geram inevitavelmente sofrimento e morte. Não cabem no projeto que Deus tem para os seus filhos. Devem ser combatidos e vencidos. Deus distingue claramente entre o pecador e o pecado. Ao pecador, Deus ama-o sempre; ao pecado, Deus abomina-o sempre. Contudo nós, seres humanos, nem sempre conseguimos distinguir claramente os dois campos: misturamos pecado e pecador, embrulhamos tudo no mesmo papel e atiramos tudo para a mesma fogueira. Seremos capazes de aprender com Deus a distinguir entre a pessoa e os seus atos? Seremos capazes de lutar contra a maldade sem sentir a tentação de eliminar a pessoa frágil que, por qualquer razão, fez uma escolha errada e cometeu um ato que consideramos mau?
Na segunda leitura o apóstolo Paulo, dirigindo-se aos cristãos de Tessalónica, sublinha o papel de Deus na salvação do homem: é d’Ele que parte o chamamento inicial à salvação, é Ele que acompanha a caminhada diária do homem, é Ele que oferece ao homem, no final do seu caminho na terra, a vida definitiva. Por detrás de tudo isso está, naturalmente, o amor de Deus pelos seus filhos. Paulo convida os tessalonicenses a não se deixarem distrair por futilidades e a esperarem pacientemente o dia em que se irão encontrar face a face com o amor de Deus.
Paulo pede a Deus que fortaleça a fé e o compromisso dos tessalonicenses, a fim de que eles não falhem o alvo e se fiquem por caminhos que não levam a lado nenhum. Faz sentido. Sem a ajuda de Deus, dificilmente conseguiremos alcançar a meta sonhada; sem a ajuda de Deus facilmente podemos gastar a vida a correr atrás de valores fúteis e efémeros, que não proporcionam vida em abundância. Estamos conscientes disto? Lembramo-nos de pedir a Deus que fortaleça os nossos bons propósitos e que nunca cesse de nos apontar o caminho que conduz à vida verdadeira?
https://www.dehonianos.org/
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