Durante muito tempo, vivemos numa geração que precisava de engolir tudo: as lágrimas, a raiva, o desconforto, tudo o que sentíamos… acreditávamos que ser forte significava suportar tudo, e impor limites era desrespeitoso. E hoje, numa tentativa bem-intencionada, mas muitas vezes inadequada, de remediar o excesso de dor e silêncio da geração anterior, surgiu o movimento oposto: o de querer oferecer à geração que veio e à que está para vir tudo o que antes lhe era negado. Mas nesta mentalidade de "vale tudo", nasceu também um novo desequilíbrio. Hoje temos uma geração sem limites, que "não pode ser" contrariada e exige que o mundo a sirva. O desconforto é sinal de que algo está errado, e respeitar os limites tornou-se uma ofensa. No esforço de superproteção, criamos pessoas emocionalmente frágeis, despreparadas para lidar com um "não". Sabe, para que o crescimento aconteça, precisamos de reaprender e aceitar que o desconforto existe porque é o impulso da vida para amadurecermos. Precisamos de nos educar emocionalmente para fazer parte deste grupo que impulsiona os outros para a frente. E ninguém progride simplesmente permanecendo na sua zona de conforto, fazendo apenas aquilo de que gosta ou culpando o mundo pela sua própria infelicidade. Maturidade não significa deixar de sentir desconforto… mas sim ter a capacidade e a vontade de lidar com ele. Um dia muito feliz para todos, sempre com Deus no coração
Padre Ricardo Esteves
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