sábado, 2 de janeiro de 2016

Papa Francisco: “até quando a maldade humana semeará violência e ódio na terra?”


Pope Francis shows an image of Our Lady of Guadalupe --a gift from a journalist of the papal flight-- upon arrival in Rio de Janeiro on July 22, 2013. Pope Francis landed in Brazil on Monday for his first overseas trip as pontiff to attend the international festival World Youth Day in Brazil, the world's biggest Catholic country.    AFP PHOTO/LUCA ZENNARO/POOL / AFP / POOL / LUCA ZENNARO

Existe um caminho que nos permite regenerar para vencer a indiferença que impede a solidariedade, explicou o Papa


O Papa Francisco fez no primeiro dia de 2016 uma dura advertência quanto às inúmeras formas de injustiça e violência que ferem diariamente a humanidade.

O Papa Francisco presidiu, na manhã de sexta-feira (01/01), na Basílica Vaticana, à celebração Eucarística pela Solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus.

Francisco iniciou sua homilia falando sobre a plenitude do tempo. “Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher”.

“A plenitude do tempo é a presença de Deus em pessoa na nossa história. Agora, podemos ver a sua glória, que refulge na pobreza de uma estrebaria, e ser encorajados e sustentados pelo seu Verbo, que se fez ‘pequeno’ em uma criança. Graças a Ele, o nosso tempo encontra a sua plenitude”.

Porém – disse o Papa –, este mistério sempre contrasta com a dramática experiência histórica. Gostaríamos de ser sempre sustentados pelos sinais da presença de Deus. No entanto, a “plenitude do tempo” parece desmoronar perante as inúmeras formas de injustiça e violência, que ferem diariamente a humanidade.

“Como é possível que perdure a prepotência do homem sobre o homem? Que a arrogância do mais forte continue a humilhar o mais fraco, relegando-o às margens mais esquálidas do nosso mundo? Até quando a maldade humana semeará violência e ódio na terra, causando vítimas inocentes? Como pode ser ‘tempo da plenitude’ quando, diante dos nossos olhos, multidões de homens, mulheres e crianças fogem da guerra, da fome, da perseguição, dispostos a arriscar a vida para que sejam respeitados os seus direitos fundamentais?”

Contudo, – disse Francisco – nada disso pode contra o oceano da misericórdia divina que inunda o nosso mundo. Todos nós somos chamados a mergulhar neste oceano, a deixar-nos regenerar, para vencer a indiferença que impede a solidariedade.

A graça de Cristo, que realiza a expectativa da salvação, nos impele a sermos seus cooperadores na construção de um mundo mais justo e fraterno, onde as pessoas e as criaturas possam viver em paz, na harmonia da criação primordial de Deus.

“No início de um novo ano, a Igreja faz-nos contemplar, como ícone de paz, a maternidade divina de Maria. A antiga promessa realiza-se na sua pessoa, que acreditou nas palavras do Anjo; ela concebeu o Filho e tornou-se Mãe do Senhor. Através do ‘sim’ de Maria chegou a ‘plenitude do tempo’.”

Hoje – afirmou o Papa –, a ‘plenitude do tempo’ nos leva a individuar o sentido dos acontecimentos, que tocam a nós, às nossas famílias, os nossos países e o mundo inteiro. Aonde não pode chegar a razão dos filósofos, – frisou – nem as negociações políticas conseguem fazer o que a força da fé e da graça do Evangelho de Cristo faz, abrindo sempre novos caminhos à razão e às negociações.

(Com Rádio Vaticano)

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