quarta-feira, 13 de abril de 2016

Papa Francisco: "As perseguições são o pão da Igreja"




Na manhã desta terça-feira, na Casa de Santa Marta, no Vaticano, o Papa Francisco recuperou a sua meditação de ontem sobre o martírio de Estevão para afirmar que "também hoje muitos cristãos são mortos por causa da sua fé em Cristo e outros ainda são perseguidos educadamente porque querem manifestar o valor de serem filhos de Deus".

Na sua homilia Francisco refletiu sobre dois tipos de perseguição sofrida pelos cristão na atualidade: "aquelas sangrentas, com seres dilacerados por animais selvagens para a alegria do público ou que explodem por uma bomba na saída da Missa. E perseguições com 'luvas brancas', disfarçadas 'de cultura', que confinam num ângulo da sociedade, que fazem perder o trabalho por não se adequar a leis que vão contra Deus Criador".

Ao olhar para a história narrada pelo texto dos Atos dos Apóstolos o Papa afirmou que a "perseguição é uma história dentro da história da fé cristã":

"A perseguição, diria, é o pão quotidiano da Igreja. Jesus disse-o. Nós, quando fazemos um pouco de turismo por Roma e visitamos o Coliseu, pensamos que os mártires eram aqueles mortos com os leões. Mas os mártires não foram somente aqueles ali ou outros. São homens e mulheres de todos os dias: hoje, no dia de Páscoa, somente à três semanas atrás... aqueles cristãos que festejavam a Páscoa no Paquistão foram martirizados justamente porque festejavam o Cristo Ressuscitado. E assim a história da Igreja prossegue com os seus mártires".

O Papa recordou que a narrativa do martírio de Estevão marca o princípio "de uma cruel perseguição anticristã em Jerusalém, análoga às que sofrem os que hoje não são livres de professar a sua fé em Jesus". Para Francisco "existe outra perseguição, da qual não se fala muito: a perseguição mascarada de cultura, de modernidade, de progresso":

"É uma perseguição – diria com um pouco de ironia – ‘educada’. É quando o homem não é perseguido por confessar o nome de Cristo, mas porque quer ter e manifestar os valores do Filho de Deus. É uma perseguição contra Deus Criador na pessoa dos seus filhos! E assim, vemos todos os dias que as potências fazem leis que obrigam a seguir este caminho e a nação que não respeita estas leis modernas, cultas, ou que não quer tê-las na sua legislação, é acusada, perseguida educadamente. É a perseguição que tira do homem a liberdade, inclusive de ser objetor de consciência!".

"Esta é a perseguição do mundo que tira a liberdade”, enquanto “Deus nos fez livres de dar testemunho do Pai que nos criou e de Cristo que nos salvou”, disse o Papa, acrescentando que “esta perseguição tem até um líder":

"O líder da perseguição ‘educada’, Jesus nomeou-o: é o príncipe deste mundo. Quando as potências querem impor comportamentos e leis contra a dignidade do Filho de Deus, perseguem-no e vão contra o Deus Criador. É a grande apostasia. Assim, a vida dos cristãos vai avante, com estas duas perseguições. O Senhor prometeu-nos que não se afastará de nós: 'Estejam atentos, atenção!' Não caiam no espírito do mundo. Estejam atentos, mas prossigam, Eu estarei convosco!'", concluiu o Papa.

Educris com Rádio Vaticano

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