segunda-feira, 30 de abril de 2018

Por onde passares, deixa marca!


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Não estamos cá para viver de forma média ou razoavelzinha. Não estamos cá para fazer só por fazer ou para viver só por viver. Não estamos cá para ser arrastados pela maré ou para fazer as vontades do mundo. Também não estamos cá para viver à sombra do tanto-faz. Do é-me igual. Do seja o que for. Também não estamos cá para agradar a quem também cá está. Para aceder às imposições sociais ou para dizer que sim a tudo. Não é para nada disso que cá estamos. Não estamos cá para visitar lugares ou países. Estamos cá (isso sim!) para os transformar.

Estamos cá para deixar marca. Para gravar na pele do mundo aquilo de que somos feitos.

Estamos cá para deixar marca. Para desenhar mapas para quem vier depois de nós e não souber o caminho.

Estamos cá para deixar marca. Para fazer, exatamente, aquilo que ainda ninguém fez e que, por isso mesmo, precisa de ser feito.

Estamos cá para deixar marca. Para deixar na memória dos outros um rasto de esperança e de novidade. De promessa de futuro.

Estamos cá para deixar marca. Para pousar como quem fica para sempre e, ao mesmo tempo, para ter asas para partir quando (nos) for necessário.

Não estamos cá para ser medíocres. Também não estamos cá para dar nas vistas ou para ser famosos. A fama e a popularidade são ilusões com prazo de validade que não dão alegria (ou paz) a ninguém. Estamos destinados a coisas grandes. Enormes. Gigantescas. Estamos destinados a uma aventura inacreditável com fim imprevisível. No entanto, estamos convencidos que o fim não nos chega. Não nos atinge. Andamos mascarados de super-heróis com capas feitas de coisas que acabam. É tempo de tirar a capa e a presunção. Varrer para baixo dos dias toda a arrogância e orgulho de nos bastarmos a nós próprios. Precisamos tanto uns dos outros como de comer ou de beber.

Estamos cá para deixar marca. Para gravar o nosso nome nas coisas bem-feitas.

Já decidiste que marca queres deixar?


Marta Arrais

http://www.imissio.net/artigos/49/1427/por-onde-passares-deixa-marca/

domingo, 29 de abril de 2018

Permanecei em Mim


https://www.youtube.com/watch?v=adxnQHWcnNk&t=15s


Jesus é “a verdadeira videira”, de onde brotam os frutos da justiça, do amor, da verdade e da paz; é n’Ele e nas suas propostas que os homens podem encontrar a vida verdadeira. Muitas vezes os homens, seguindo lógicas humanas, buscam a verdadeira vida noutras “árvores”; mas, com frequência, essas “árvores” só produzem insatisfação, frustração, egoísmo e morte… João garante-nos: na nossa busca de uma vida com sentido, é para Cristo que devemos olhar. Temos consciência de que é em Cristo que podemos encontrar uma proposta de vida autêntica? Ele é, para nós, a verdadeira “árvore da vida”, ou preferimos trilhar caminhos de auto-suficiência e colocamos a nossa confiança e a nossa esperança noutras “árvores”?
O que é que pode interromper a nossa união com Cristo e tornar-nos ramos secos e estéreis? Tudo aquilo que nos impede de responder positivamente ao desafio de Jesus no sentido do O seguir provoca em nós esterilidade e privação de vida… Quando conduzimos a nossa vida por caminhos de egoísmo, de ódio, de injustiça, estamos a dizer não a Jesus e a renunciar a essa vida verdadeira que Ele nos oferece; quando nos fechamos em esquemas de auto-suficiência, de comodismo e de instalação, estamos a recusar o convite de Jesus e a cortar a nossa relação com a vida plena que Jesus oferece; quando para nós o dinheiro, o êxito, a moda, o poder, os aplausos, o orgulho, o amor próprio, são mais importantes do que os valores de Jesus, estamos a secar essa corrente de vida eterna que deveria correr entre Jesus e nós… Para que não nos tornemos “ramos” secos, é preciso renovarmos cada dia o nosso “sim” a Jesus e às suas propostas.




sábado, 28 de abril de 2018

Deus quer falar contigo agora!


https://www.youtube.com/watch?v=1BgdW4s7dLY

A Videira


https://www.youtube.com/watch?v=IK-ov5DGaQk

A liturgia do 5º Domingo da Páscoa convida-nos a reflectir sobre a nossa união a Cristo; e diz-nos que só unidos a Cristo temos acesso à vida verdadeira.
O Evangelho apresenta Jesus como “a verdadeira videira” que dá os frutos bons que Deus espera. Convida os discípulos a permanecerem unidos a Cristo, pois é d’Ele que eles recebem a vida plena. Se permanecerem em Cristo, os discípulos serão verdadeiras testemunhas no meio dos homens da vida e do amor de Deus.
A primeira leitura diz-nos que o cristão é membro de um corpo – o Corpo de Cristo. A sua vocação é seguir Cristo, integrado numa família de irmãos que partilha a mesma fé, percorrendo em conjunto o caminho do amor. É no diálogo e na partilha com os irmãos que a nossa fé nasce, cresce e amadurece e é na comunidade, unida por laços de amor e de fraternidade, que a nossa vocação se realiza plenamente.
A segunda leitura define o ser cristão como “acreditar em Jesus” e “amar-nos uns aos outros como Ele nos amou”. São esses os “frutos” que Deus espera de todos aqueles que estão unidos a Cristo, a “verdadeira videira”. Se praticarmos as obras do amor, temos a certeza de que estamos unidos a Cristo e que a vida de Cristo circula em nós.

A Igreja é uma comunidade formada por homens e mulheres e, portanto, marcada pela debilidade e fragilidade; mas é, sobretudo, uma comunidade que marcha pela história assistida, animada e conduzida pelo Espírito Santo. O “caminho” que percorremos como Igreja pode ter avanços e recuos, infidelidades e vicissitudes várias; mas é um caminho que conduz a Deus, à realização plena do homem, à vida definitiva. A presença do Espírito dirigindo a caminhada dá-nos essa garantia.

Às vezes sentimo-nos frágeis e pecadores e, apesar do nosso esforço e da nossa vontade em acertar, sentimo-nos indignos e longe de Deus. Como é que sabemos se estamos no caminho certo? Qual é o critério para avaliarmos a força da nossa relação e da nossa proximidade com Deus? A vida de uma árvore vê-se pelos frutos… Se realizamos obras de amor, se os nossos gestos de bondade e de solidariedade transmitem alegria e esperança, se a nossa acção torna o mundo um pouco melhor, é porque estamos em comunhão com Deus e a vida de Deus circula em nós. Se a vida de Deus está em nós, ela manifesta-se, inevitavelmente, nos nossos gestos.

http://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=1998

sexta-feira, 27 de abril de 2018

A SANTIDADE DE AO PÉ DA PORTA



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Acaba de sair a público a Exortação Apostólica Gaudete et Exultate, “Alegrai-vos e Exultai”. É do Papa Francisco, faz “ressoar mais uma vez o chamamento à santidade, procurando encarná-lo no contexto atual, com os seus riscos, desafios e oportunidades”, encoraja a que também nós saibamos correr “com perseverança a prova que nos é proposta”. Não devendo pensar “apenas naqueles que já estão canonizados ou beatificados”, o Papa convida-nos a olhar para o pé da porta e a reconhecer esse incontável número de testemunhas que, não estando nos altares, “já chegaram à presença de Deus”, e, agora, santos entre os santos, nos “protegem, amparam e acompanham”. São eles que nos incitam e estimulam a correr, “cada um pelo seu caminho”, para a feliz meta da santidade. Esta, a santidade, é “o rosto mais belo da Igreja” e, entre os santos, recorda o Papa, “podem estar a nossa própria mãe, uma avó ou outras pessoas próximas de nós” que, “mesmo no meio de imperfeições e quedas, continuaram a caminhar e agradaram ao Senhor “. Através dos “pequenos gestos” de cada dia, cada um há de trazer “à luz o melhor de si mesmo”, sem se deixar resignar “com uma vida medíocre, superficial e indecisa”. Há uma dinâmica popular na qual o Senhor nos revela “verdadeiros sinais de santidade” e para os quais Francisco nos chama a atenção: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir. Nesta constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade da Igreja militante. Esta é muitas vezes a santidade «ao pé da porta», daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus, ou – por outras palavras – da “classe média da santidade”.
E reafirma Francisco: todos “somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos. És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais”.
Para além de outros, o Papa não deixa de denunciar dois subtis inimigos da santidade: o agnosticismo e o neoplagianismo. O agnosticismo atual que “supõe uma fé fechada no subjetivismo”, “quer domesticar o mistério, tanto o mistério de Deus e da sua graça, como o mistério da vida dos outros”. Pretende “reduzir o ensinamento de Jesus a uma lógica fria e dura” e prefere “um Deus sem Cristo, um Cristo sem Igreja, uma Igreja sem povo ". O outro inimigo é o neopelagianismo que «no fundo, só confia nas suas próprias forças e sente-se superior aos outros por cumprir determinadas normas ou por ser irredutivelmente fiel a um certo estilo católico». O poder que os gnósticos atribuem à inteligência, os neopelagianos querem atribuí-lo à vontade. “No fundo, a falta dum reconhecimento sincero, pesaroso e orante dos nossos limites é que impede a graça de atuar melhor em nós, pois não lhe deixa espaço para provocar aquele bem possível que se integra num caminho sincero e real de crescimento”. Pessoas que enveredam por aí “não se deixam guiar pelo Espírito no caminho do amor”, complicam o Evangelho e tornam-se “escravos de um esquema que deixa poucas aberturas para que a graça atue” A corrupção espiritual “é uma cegueira cómoda e autossuficiente, em que tudo acaba por parecer lícito: o engano, a calúnia, o egoísmo e muitas formas subtis de autorreferencialidade”. É, porém, nas Bem-aventuranças que “está delineado o rosto do Mestre que somos chamados a deixar transparecer no dia-a-dia da nossa vida” e a que o Papa nos apela: ser pobre no coração; reagir com humilde mansidão; saber chorar com os outros; buscar a justiça com fome e sede; olhar e agir com misericórdia; manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor; semear a paz ao nosso redor; abraçar diariamente o caminho do Evangelho mesmo que nos acarrete problemas. A firmeza, a perseverança, a paciência, a mansidão, a alegria e o sentido de humor, a audácia e o fervor são caraterísticas da santidade no mundo atual. O Documento acentua que o caminho da santidade, “fonte de paz e de alegria que o Espírito nos dá”, deve ser vivido em comunidade, para se vencer o mal do egoísmo e do isolamento. Apela também à luta, à vigilância e ao discernimento, pois “não se trata apenas de uma luta contra o mundo e a mentalidade mundana, que nos engana, atordoa e torna medíocres sem empenhamento e sem alegria. Nem se reduz a uma luta contra a própria fragilidade e as próprias inclinações (…) é também uma luta constante contra o demónio, que é o príncipe do mal”.
Não deixe de ler esta Exortação do Papa Francisco, tão simples na linguagem e de agradável leitura.

D.Antonino Dias Bispo de Portalegre Castelo Branco
Oleiros, 27-04-2018.

O que é que te aumenta o coração?


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Temos pouco tempo para agradecer o que (nos) corre bem. O tempo parece não chegar para reparar no lado bom do que nos acontece. Parece-me que temos sempre a cassete a tocar para o mesmo lado. O lado que reclama e nada faz. O lado que se entristece e deixa de reconhecer os traços da alegria. O lado do fiquemos-como-estamos. O lado do sossego que não é, sequer, primo da Paz. Escolhemos sempre o lado B e claro que a música será sempre a mesma.

Sobra-nos pouca coragem para mudar a cassete para o lado certo. O lado que agita as coisas e que as faz tremer. O lado que nos faz fazer perguntas. O lado que nos faz ser capazes de ver com olhos limpos das poluições do costume. Continuamos a comprar rádios novos e aparelhos tecnologicamente modernos mas a cassete é sempre a mesma. As notas não mudam e a vontade também não.

Deixem-me lembrar-vos que as cassetes não são deste tempo. Ficaram lá atrás onde é o lugar delas. Fomos nós que decidimos trazê-las para o futuro e não deixar que a vida seguisse o seu rumo. A música agora tem que ser outra. Procuramos novidades no youtube, no facebook, no instagram, no snapchat. Não encontramos nada que nos pareça suficientemente novo, suficientemente bom. É natural. A novidade mora dentro de cada um. Essa frescura que nos arrebata e nos faz querer varrer tudo o que nos fez pó, está aí. A dormir à beirinha dos sonhos que não temos. À beirinha dos projetos que deixámos para trás. É uma questão de decidir acordar essa luzinha pequena que nos faz brilhar os caminhos de dentro.

Depois de acordares o farol que será capaz de te iluminar a cada dia, vais ver caminhos que nem sabias que existiam. Que nem sabias que tinhas. De repente, vai ser fácil perceber que o que nos faz mudar para o lado certo da cassete é descobrir o que nos aumenta o coração. O que nos faz crescer é a coragem que decidimos (ou não!) ter para ver o que há no mundo. E o mundo tem tudo o que é preciso para nos fazer felizes. Há caminho que chegue para todos.

Eu sei que tenho feito algumas perguntas difíceis… Mas não te esqueças que são EXATAMENTE essas que te mudarão a vida. Cá vai mais uma se tiveres coragem para a ler…

E tu? Queres descobrir o que te aumenta o coração? Ou vais continuar à espera que a cassete se mude sozinha?


Marta Arrais

http://www.imissio.net/artigos/49/1445/o-que-e-que-te-aumenta-o-coracao/

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Não vale tudo!




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Está incutida a lei do "vale tudo". Não é valorizado o caminho, mas a rapidez de execução. É distinguido todo aquele que ultrapassa a qualquer custo, todo aquele que, sedento pela competitividade e a ganância, vai perdendo a noção da humanidade e da vida que acontece no outro.

Vai valendo tudo para atingir fins, mesmo que os meios sejam o "atropelamento" de pessoas, mesmo que os meios sejam a ignorância da dignidade a que todos têm direito.

Vai valendo tudo para maldizer e se vangloriar desrespeitando a história e as vivências de cada um. Vai valendo tudo para que reine uma ideia, abstrata e sem fundamento, a que muitos intitulam de progressismo social e humano.

Como pode haver tal progresso, se não se respeita a dignidade da vida humana?

Como pode haver tal progresso se não se entra, verdadeiramente, nas dores, nas preocupações e inquietações de cada um?

Como pode haver tal progresso, se o dinheiro, o poder e a guerra continuam a valer muito mais do que qualquer vida?

O progressismo que há muito necessitamos é-nos apresentado numa Boa Nova. Numa Boa Notícia vivenciada ao máximo por um Nazareno que há muito percebia que a complexidade da vida humana era resolvida na união, na partilha e na doação.

Com Jesus não valia tudo, mas valiam todos. Esta é a grande máxima para um progressismo que não se centra no poder, mas sim na certeza de que todos têm lugar independentemente dos poderes que se queiram impor.

A verdade que tem de ser proclamada é de que não vale tudo em nome de um qualquer deus (dinheiro, poder, ganância, inveja, guerra).

A verdade é que em qualquer parte do mundo todos devem ser ouvidos, todos devem ser respeitados para que, através da construção humanitária, surja a revelação da divindade existente na humanidade: a certeza de que somos capazes de fazer paz, não matando, mas dando vida a cada um!

Enquanto valer tudo, não haverá lugar para nos centrarmos nas verdadeiras necessidades do Homem.

Continuando com o vale tudo, tudo se perderá…


Emanuel António Dias

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Vida recebida, vida dada, dedicada

Foto de SDPJuventude e Vocações de Portalegre Castelo Branco.

SDPJVpcb: No dia 21 de Abril foi ordenado sacerdote na Sé Catedral de Portalegre, qual a frase evangélica ou não, que melhor definiria a tua missão como pastor?

Diácono Miguel: Tenho como Patrono de Curso, São João d`Avila. Nos seus escritos Sacerdotais, há uma frase, com a qual farei o possivel para definir a minha missão como Pastor; «Em sendo Ordenados, sereis candeia que haveis de iluminar».

SDPJVpcb: Numa pequena provocação vocacional, o que gostarias de dizer e desafiar aos jovens da nossa diocese de Portalegre – Castelo Branco?

Diácono Miguel: Não tenham medo de partilhar as vossas inquietações. Não tenham receio do que sentem e do possivel chamamento de Deus a algo maior que nós. Ouçam o vosso coração, confrontem-se com Deus e não se deixem levar pelas vozes que nos confundem, que nos baralham, que nos silenciam. Arrisquem!

Foto de Adelina Batista.

Foto de Carla Sofia Catarino Santos.   Foto de Carla Sofia Catarino Santos.

Foto de Carla Sofia Catarino Santos.  Foto de Carla Sofia Catarino Santos.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Para que ninguém se perca


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"Jesus disse: «Fazei sentar as pessoas.» Ora, havia muita erva no local.
Os homens sentaram-se, pois, em número de uns cinco mil.
Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças,
distribuiu-os pelos que estavam sentados,
tal como os peixes, e eles comeram quanto quiseram.
Quando se saciaram, disse aos seus discípulos:
«Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca»"


João 6,10-12

É esta a lógica de Jesus: que ninguém passe fome.

É esta a grande vontade que Ele tem, que todos possam vir até junto de Si para que entendam que Ele é o verdadeiro Pão e a verdadeira bebida.

O que Jesus ofereceu e continua oferecer vai muito para além de um alimento físico. Ele bem sabe que o Homem necessita do Pão, mas apenas usa isso como meio de chegar mais próximo da humanidade e das necessidades existentes em cada vida. Nunca é ao calha esta sua fixação por juntar tudo e todos à volta de uma refeição. Não é por mera teimosia que Ele deixou que o Seu maior memorial fosse à volta de uma mesa.

Jesus tinha bem presente esta necessidade de que ninguém se perdesse. De que ninguém se sentisse apartado. De que ninguém se sentisse perdido e desesperado por causa das coisas do mundo. De que ninguém se sentisse indigno da Sua partilha, da Sua entrega e do Seu amor.

É ali no acolhimento que surge todo o Seu verbo. Jesus é o Verbo encarnado, porque toda a Sua palavra tem Ação.

Jesus, dando Graças, entra na graça de cada um. É com este conhecimento da relação genuína, pura e simples que Ele vai marcando a Sua divindade.

Primeiro reúne, senta-Se, alimenta e alimenta-Se para depois penetrar no olhar de cada um.

Jesus procede desta forma para que ninguém se esconda. É o Seu amor que vai escancarando as portas de cada um. É o Seu amor que vai abalando todas as vidas dando testemunho de um Deus que alimenta, sempre e de qualquer jeito, todo aquele que se deixa conjugar pelo Verbo.

É Jesus que continua, hoje, a reunir tudo de nós, por mais insignificante que seja, para que nada se perca e tudo se possa transformar. É Jesus que nos continua a "cristificar" para que a nossa vida seja para sempre uma conjugação intemporal.

Emanuel António Dias
http://www.imissio.net/artigos/49/1431/para-que-ninguem-se-perca/

domingo, 22 de abril de 2018

Vocações

Foto de SDPJuventude e Vocações de Portalegre Castelo Branco.

Sou o Diogo Neves, tenho 23 anos, sou natural da Paróquia de Gavião. Fiz todo o meu percurso de Catequese na Paróquia de Gavião. No meu percurso de Catequese, fui convidado para ser acólito logo após a Primeira Comunhão, o qual aceitei e sou até hoje.
Com o fim do Ensino Básico, tive de mudar de escola, e fiz o Ensino Secundário em Ciências e Tecnologias na Escola Secundária de Ponte de Sor. Nesse verão de mudança, 2010, o meu professor de Moral convidou-nos para fazer um Campo de Férias em Mem Soares. Foi nesse Campo que eu fiz uma experiencia de partilha e vivencia da fé. Quer com aqueles que comigo foram, quer com aqueles que foram de outras escolas, que com os Animadores, que, sendo mais velhos, deram-nos um testemunho de vivencia do Cristianismo de forma alegre e disponível para ouvir, para falar e para rezar connosco. Gostei tanto dessa experiência, que a repeti várias vezes, quer como participante quer mais tarde como animador.
Nestes Campos de Férias em Mem Soares, esteve sempre presente uma freira, das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, uma irmã que apesar da idade avançada, não parava um segundo. Tudo fazia para que, durante aqueles dias, nada nos faltasse. Servia a Igreja através do serviço a nós. Foi através dela que começo a surgir em mim o desejo de querer servir de forma igualmente total. Nessa altura já era acólito, já participava no Grupo de Jovens da Paróquia, já era animador dos Campos de Férias, mas parecia-me que ainda era pouco. Queria que todo o meu dia fosse de serviço para os outros, e por consequência, toda a minha vida seria dedicada de forma especial ao serviço das pessoas e de Deus. E a partir daí comecei a pensar no que poderia fazer para o concretizar. E aí, o nosso Bispo, D. Antonino, teve um papel fundamental. Ele vinha sempre no final dos Campos, para celebrar a Missa do último dia. E deixa sempre o convite para os rapazes de por em causa na sua vida a opção do Seminário. E nesta minha busca de concretizar o meu desejo de servir, surgiu como primeira e mais forte oportunidade, porque a Diocese precisava, e ainda precisa muito, de jovens que se disponham a fazer esta escolha de serviço e de amor à comunidade cristã.
Participei nas Jornadas Mundiais da Juventude de Madrid em 2011 e de Cracóvia em 2016. Em Madrid, ainda com o Papa Bento XVI, foi para mim uma experiência única onde pude ver a universalidade da Igreja. Aí peregrinaram cerca de um milhão e meio de jovens. Provenientes de todo o mundo, com as suas bandeiras e cores, as suas canções e gritos, alegramos a vida da cidade de Madrid, quer nas ruas, quer nas praças, quer no Metro. Onde quer que nos encontrássemos fazíamos barulho, e quando nos encontrávamos com outro grupo de portugueses, então o barulho era inevitável. Toda aquela alegria era contagiante. É a alegria de, apesar de diferentes, sermos todos Cristãos. Em Cracóvia, já como seminarista, saliento um povo que não tem medo de mostrar as feridas das guerras, um povo profundamente cristão, mas especialmente que sabe acolher, um povo que se deu e nos deu tudo, inclusive, que mudou algumas regras e leis durante o tempo das Jornadas, para que todos as pudéssemos viver de forma tranquila.
Em 2012, por altura da preparação para o Crisma, fui convidado a fazer um Convívio Fraterno, e lá, mais uma vez, saí com a minha fé ainda mais fortalecida, mais crescida, e com novos irmão em Cristo, entre os quais não tivemos vergonha de nos assumir como tal e de crescermos mutuamente. Ainda em 2012, foi em Taizé, que, depois de tudo isto, aproveitei a semana para rezar de forma mais intensiva a decisão que havia de tomar no ano seguinte, visto que era o verão da passagem do 11º para o 12º ano. E lá, decidi entrar no Seminário.
Assim, entrei no Seminário, em Setembro de 2013. E desde então tenho feito um caminho de descoberta. Em primeiro lugar uma descoberta da vida comunitária, onde somos todos chamados a concretizar o Mandamento do Amor numa comunidade muito diversa em culturas e idades. E, consequentemente, uma descoberta maior de Deus e do conhecimento da pessoa de Jesus Cristo, quer pelo estudo na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, quer, e de forma muito mais forte e fecunda pela oração e pelo acompanhamento pelos Padres formadores do Seminário. Tudo isto tem sido um caminho feito com e para Cristo, dispondo-me a servi-Lo cada vez mais, com e para os outros.

Diogo Neves (Gavião)
Diocesano

SDPJuventude e Vocações de Portalegre Castelo Branco

O Senhor é meu Pastor


https://www.youtube.com/watch?v=MgZAn8dtsHA

O que distingue um mercenário de um pastor é a relação que eles têm com as suas ovelhas. Para o pastor, cada ovelha é única aos seus olhos e cada uma reconhece o seu pastor. Ele está pronto a tudo para que as suas ovelhas vivam, indo mesmo ao ponto de arriscar a sua própria vida. Enfim, ele cuida mesmo das que não são do seu rebanho. Mas Jesus, que se compara a este bom pastor, dá o significado desta relação, que é reflexo da sua relação com o Pai: “conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai”. Neste domingo em que os cristãos são convidados a rezar pelas vocações, que a sua oração seja dirigida, em primeiro lugar, para o único Pastor, Jesus Cristo, depois que se peça para que Ele dê à sua Igreja pastores que procurem conhecer cada vez melhor os homens, amá-los, e que tenham o cuidado daqueles que não são ainda da Igreja.


sábado, 21 de abril de 2018

5 Anos de Papa Francisco

BOM PASTOR


https://www.youtube.com/watch?v=Ejq61qJPIDc

O 4º Domingo da Páscoa é considerado o “Domingo do Bom Pastor”, pois todos os anos a liturgia propõe, neste domingo, um trecho do capítulo 10 do Evangelho segundo João, no qual Jesus é apresentado como “Bom Pastor”. É, portanto, este o tema central que a Palavra de Deus põe, hoje, à nossa reflexão.
O Evangelho apresenta Cristo como “o Pastor modelo”, que ama de forma gratuita e desinteressada as suas ovelhas, até ser capaz de dar a vida por elas. As ovelhas sabem que podem confiar n’Ele de forma incondicional, pois Ele não busca o próprio bem, mas o bem do seu rebanho. O que é decisivo para pertencer ao rebanho de Jesus é a disponibilidade para “escutar” as propostas que Ele faz e segui-l’O no caminho do amor e da entrega.
A primeira leitura afirma que Jesus é o único Salvador, já que “não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos” (neste “Domingo do Bom Pastor” dizer que Jesus é o “único salvador” equivale a dizer que Ele é o único pastor que nos conduz em direcção à vida verdadeira). Lucas avisa-nos para não nos deixarmos iludir por outras figuras, por outros caminhos, por outras sugestões que nos apresentam propostas falsas de salvação.
Na segunda leitura, o autor da primeira Carta de João convida-nos a contemplar o amor de Deus pelo homem. É porque nos ama com um “amor admirável” que Deus está apostado em levar-nos a superar a nossa condição de debilidade e de fragilidade. O objectivo de Deus é integrar-nos na sua família e tornar-nos “semelhantes” a Ele.
No “rebanho” de Jesus, não se entra por convite especial, nem há um número restrito de vagas a partir do qual mais ninguém pode entrar… A proposta de salvação que Jesus faz destina-se a todos os homens e mulheres, sem excepção. O que é decisivo para entrar a fazer parte do rebanho de Deus é “escutar a voz” de Cristo, aceitar as suas indicações, tornar-se seu discípulo… Isso significa, concretamente, seguir Jesus, aderir ao projecto de salvação que Ele veio apresentar, percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu, na entrega total aos projectos de Deus e na doação total aos irmãos. Atrevemo-nos a seguir o nosso “Pastor” (Cristo) no caminho exigente do dom da vida, ou estamos convencidos que esse caminho é apenas um caminho de derrota e de fracasso, que não leva aonde nós pretendemos ir?

O exemplo de Cristo convida-nos a aderir, com a mesma liberdade mas também com a mesma disponibilidade, às propostas de Deus e ao cumprimento do projecto de Deus para nós e para o mundo. Esse caminho é, garantidamente, um caminho de vida eterna e de realização plena do homem.

• Nas nossas comunidades cristãs, temos pessoas que presidem e que animam. Podemos aceitar, sem problemas, que elas receberam essa missão de Cristo e da Igreja, apesar dos seus limites e imperfeições; mas convém igualmente ter presente que o nosso único “Pastor”, aquele que somos convidados a escutar e a seguir sem condições, é Cristo. Os outros “pastores” têm uma missão válida, se a receberam de Cristo; e a sua actuação nunca pode ser diferente do jeito de actuar de Cristo.

http://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=1997

sexta-feira, 20 de abril de 2018

CADA PESSOA É UM CASO É UMA HISTÓRIA


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O Instituto Politécnico de Portalegre tem, neste fim-de-semana, a Bênção dos Finalistas, a Bênção das Pastas como costuma dizer-se. Mais do que uma meta, é uma rampa de lançamento para o mercado de trabalho e para um futuro cheio de esperança, com grande júbilo de toda a comunidade académica. A Diocese de Portalegre-Castelo Branco, também neste fim-de-semana, e em Portalegre, vai constituir sacerdote um jovem na Ordem dos Presbíteros, para ir e ensinar, ao jeito de Cristo, n’Ele e com Ele. É neste ambiente de alegria e festa agradecida que vamos celebrar o Dia do Bom Pastor, que é Cristo, e o 55º Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

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No nosso Sínodo Diocesano, abordamos a sempre importante temática das vocações. É no Sínodo que me vou inspirar para reiterar aos jovens, rapazes e raparigas, que é importante e sabe bem parar, escutar e olhar. Parar, com travões suaves e seguros, travões de pé e de mão, para não se bater com o nariz nos vidros da caminhada nem se esbarrar contra uma qualquer parede a fazer partir a cabeça e a parede. Escutar, com ouvidos saudáveis e sem maleitas, sobretudo os ouvidos do coração, para ouvir bem a sinfonia do que é bom e não ser atropelado pelas trapalhadas da vida. E ver, ver sem uveítes nem cataratas, para rasgar estradas floridas e horizontes saudáveis e úteis, fazendo da vida uma verdadeira festa, de cariz pascal.
A palavra “vocação” está relacionada com “voz” e com o radical latino “vocare”, chamar. É a palavra que chama e, neste caso, é a Palavra de Deus que o faz para indicar um caminho a seguir. Quem chama, convoca e provoca. Convocar e provocar implica resposta e opção. É sempre desafiante! Mas, para o ser, reclama capacidade de escuta e tempo para discernir, é um processo de maturação contínua. É chamamento, é diálogo, é oração, é tensão interior, é perceber os sinais, é escutar, é ir intuindo como havemos de viver a vida em serviço aos outros na certeza de que é dando que se recebe. Ter vocação não é ter jeito para isto ou aquilo, embora convenhamos que também é preciso ter algum jeitinho para se não ser um desajeitado no exercício da função! Na minha área, de quando em vez, lá aparece um ou outro muito santo e competente mas sempre desengonçado, tantas vezes a fazer rir ou a enervar... Ter vocação também não é o resultado de um esforço pessoal ou do mérito desse esforço. Pode até ir contra os nossos próprios gostos, sim, que o digam alguns ilustres personagens da História da Salvação. Estritamente falando, não é uma profissão ou um emprego. Não é um privilégio face aos outros, não confere poderes extraordinários, muito menos deve dar ares de importância a quem quer que seja o quê. Não se tem vocação porque se é mais santo que os outros ou porque se está desiludido com a vida já experimentada. A vocação é um dom que se vai descobrindo através dos contextos da vida e dos contextos em que a vida se passa. É um dom que se acolhe, se recebe, se agradece, se faz frutificar com alegria e esperança. É dom e tarefa. É um acontecimento tão especial que entra no mistério do inacessível. E cada pessoa é um caso, é uma história, é ela mesma, irrepetível, mesmo que por aí possa identificar alguns sósias. Na sua Mensagem para este dia, o Papa Francisco torna presente que a vocação implica escutar, discernir e viver o chamamento do Senhor.
Aponto três grandes caminhos vocacionais, três grandes caminhos de concretização dessa opção e chamamento, desse diálogo, desse dom e resposta. Todos eles sentem a necessidade de orientar as antenas para captar bem as ondas e escutar com atenção. Todos eles reclamam oração, seriedade, maturação, responsabilidade e acompanhamento: a vocação é uma realidade mediada, sozinhos autorreferenciamo-nos com facilidade e enxergamos vesgamente. Esses três grandes caminhos são: a) a vocação ao matrimónio entre um homem e uma mulher, comunidade de vida e de amor, formando um só na alteridade e na diferença, para sempre, e abertos à vida; b) a vocação ao ministério ordenado, a ser padre, para serviço aos crentes em nome de Cristo, para ir e ensinar, aprendendo e caminhando também com aqueles que conduz e a quem ensina; c) e a vocação à vida consagrada, religiosa ou laical, uma entrega total, ficando com cabeça, coração e mãos livres para Deus e para a humanidade, para a missão. As três radicam no batismo que é a primeira e fundamental vocação que floresce e se diversifica em dons e carismas. Estes não são dados para benefício de quem os recebe, mas para solidificar e fazer crescer a vida comunitária, daí que não se devam enterrar. Isto inclui sair de si mesmo, atenção aos outros, atração pelo compromisso, sentido do serviço gratuito, valorização do sacrifício e doação incondicional de si próprio. No entanto, todos os batizados, cada um pelo seu caminho, têm vocação à santidade, seja qual for a sua condição ou estado de vida (cf. LG11). E todos são chamados também ao sublime encargo de fazer com que a mensagem divina da salvação seja conhecida e aceite por todos os homens em toda a parte (cf. AA3). Na verdade, pelo batismo, todos somos chamados à santidade e a ser bons pastores no Bom Pastor. O Bom Pastor convida cada um de nós, os batizados, a sermos pastores do Seu rebanho, com Ele e n’Ele, e ao Seu jeito. O Bom Pastor congrega, defende, conduz, cuida, alimenta o seu rebanho. Sejamos bispos, padres ou diáconos, profissionais da saúde ou empresários, operários ou funcionários, professores ou prestadores de outros nobres serviços à sociedade, na política ou na economia, nas artes ou nos ofícios, em tudo quanto seja contribuir para o progresso justo e sustentável, casado ou solteiro, pai ou mãe, jovem ou adulto, ninguém se deveria esquecer que Jesus, o Bom Pastor, a todos nos convoca à santidade e a todos nos confia a sublime missão de sermos Suas testemunhas, testemunhas qualificadas e comprometidas na própria vocação, quer seja no matrimónio, quer - quem sabe? nunca é tarde e nada é impossível! -, quer seja no ministério ordenado ou na vida consagrada, religiosa ou laical, quer seja permanecendo solteiro porque se entende que não se tem vocação nem para o matrimónio, nem para o ministério ordenado, nem para a vida consagrada. Não porque se tenha medo de responder positivamente, não porque se queira fugir a responsabilidades, não porque se deseja viver a vida de forma leviana e descomprometida, não porque se queira ficar solteirão ou solteirona, mas porque, depois de tudo considerar, rezar e ponderar, se entende que o caminho e a melhor forma de servir a comunidade humana é permanecer solteiro, doando a própria vida, com exigência e dedicação contagiante. Por tantos lados, estas pessoas assim disponíveis, são a alma das comunidades, a sua referência e o seu motor. E o mais engraçado de tudo isto é que ninguém tem nada com isso. Todos devemos respeitar as opções devidamente ponderadas dos outros, estimular e ajudar a que sejam muito felizes ajudando os outros a sê-lo também. Cada um é o que é. A nossa pessoa é o que somos e o que vamos aprendendo a ser.
As famílias são o espaço privilegiado da formação humana e cristã. Elas constituem a primeira e melhor escola não só para o desabrochar de vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada, mas também a que tenhamos muitas e santas vocações à vida matrimonial. Há famílias inteiras, pais e filhos, que também saem em missão para países estrangeiros. É a força da Palavra escutada, discernida e vivida! Uma jovem família da cidade de Castelo Branco, o casal e os seus oito filhos ainda menores, saíram em missão evangelizadora, estão no Vietnam, há já alguns anos.
“A Messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da Messe, que mande operários para a Sua Messe” (Mt 9, 37-38).

D. Antonino Dias - Bispo de Portalegre Castelo Branco
Portalegre, 20-04-2018.

Promulgação de oito novos veneráveis

Entre os novos veneráveis, o sacerdote diocesano português Padre Manuel Nunes Formigão.

O Santo Padre recebeu na manhã de sábado (14/04), no Vaticano, o Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, ao qual autorizou a promulgação de alguns Decretos concernentes às virtudes heroicas de oito Servos de Deus, que se tornam Veneráveis:

- Padre Varghese Payyapilly, sacerdote diocesano da Índia, Fundador da Congregação das Irmãs dos Abandonados (1876-1929);

- Padre Manuel Nunes Formigão, sacerdote diocesano português, Fundador da Congregação das Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora das Dores de Fátima, nascido em Tomar, em 1883, e falecido em Fátima, em 1958;

- Padre Ludovico Longari, italiano, professo da Congregação dos Sacerdotes do Santíssimo Sacramento (1889-1963);

- Madre Elisabete Bruyère, canadense, Fundadora da Congregação das Irmãs da Caridade de Ottawa (1818-1876);

- Madre Margarida Ricci Curbastro, italiana, Fundadora da Congregação das Servas do Sagrado Coração de Jesus Agonizante (1856-1923);

- Madre Florença Giovanna Profilio, italiana, Fundadora do Instituto das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição de Lipari (1873-1956);

- Madre Maria Dolores de Cristo Rei, italiana, Fundadora da Congregação das Servas Missionárias de Cristo Rei (1888-19670);

- e Irmã Justa Domínguez de Vidaurreta e Idoy, espanhola, Superiora da Província Espanhola da Sociedade das Filhas da Caridade de São Vicente de Paolo (1875-1958).




O papa Francisco teve hoje uma audiência com o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, o cardeal Angelo Amato, autorizando a promulgação do decreto que reconhece as virtudes heroicas do sacerdote diocesano Manuel Nunes Formigão, fundador da Congregação das Irmãs Reparadoras da Nossa Senhora de Fátima.

Segundo a agência Ecclesia, este é um passo central no processo que leva à proclamação de um fiel católico como beato, penúltima etapa para a declaração da santidade; para a beatificação, exige-se o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão do agora venerável Manuel Formigão.

Manuel Nunes Formigão nasceu em 01 de janeiro de 1883 e foi ordenado padre em Roma, em 04 de abril de 1908, após ter estudado Teologia e Direito Canónico na universidade.
Com as aparições de Fátima, em 1917,Manuel Nunes Formigão recebeu o convite do arcebispo de Mitilene para investigar a ocorrência e está presente na 5.ª aparição (setembro) na Cova da Iria; efetua vários interrogatórios aos videntes que são a primeira fonte com que de imediato divulga o acontecimento de Fátima

Faleceu em 30 de janeiro de 1958 e, devido à fama de santidade, a Conferência Episcopal Portuguesa anuiu em 2000 à introdução da causa de beatificação e canonização deste sacerdote.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

PAPA SUBLINHA IMPORTÂNCIA DO DISCERNIMENTO PARA A DESCOBERTA DA VOCAÇÃO



O Papa Francisco sublinhou a importância do discernimento espiritual no processo de descoberta da vocação. Uma ideia defendida na Mensagem para o 55.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que se celebra a 22 de abril, IV Domingo da Páscoa.

De acordo com o Santo Padre, o discernimento espiritual é um "processo pelo qual a pessoa, em diálogo com o Senhor e na escuta da voz do Espírito, chega a fazer as opções fundamentais, a começar pela do seu estado de vida".

"Hoje temos grande necessidade do discernimento e da profecia, de superar as tentações da ideologia e do fatalismo e de descobrir, no relacionamento com o Senhor, os lugares, instrumentos e situações através dos quais Ele nos chama". Segundo Francisco, "todo o cristão deveria poder desenvolver a capacidade de 'ler por dentro' a vida e individuar onde e para quê o está a chamar o Senhor a fim de ser continuador da sua missão".

Na Mensagem, subordinada ao tema "Escutar, discernir, viver o chamamento do Senhor", o Papa lembra a realização, em outubro, da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada aos jovens, particularmente à relação entre jovens, fé e vocação.

Porque o chamamento de Deus pode ficar sufocado "pelas muitas inquietações e solicitações que ocupam a nossa mente e o nosso coração", é necessário "reparar-se para uma escuta profunda da sua Palavra e da vida, prestar atenção aos próprios detalhes do nosso dia a dia, aprender a ler os acontecimentos com os olhos da fé e manter-se aberto às surpresas do Espírito".

À barafunda exterior, que por vezes domina as cidades e bairros, correspondem frequentemente uma dispersão e confusão interior, que não permitem parar, provar o gosto da contemplação, refletir com serenidade sobre os acontecimentos da vida e "realizar um profícuo discernimento, confiados no desígnio amoroso de Deus a nosso respeito".

O Papa lembra que, hoje, o Senhor continua "a chamar para O seguir. Não temos de esperar que sejamos perfeitos para dar como resposta o nosso generoso 'eis-me aqui', nem assustar-nos com as nossas limitações e pecados, mas acolher a voz do Senhor com coração aberto. Escutá-la, discernir a nossa missão pessoal na Igreja e no mundo e, finalmente, vivê-la no 'hoje' que Deus nos concede".

terça-feira, 17 de abril de 2018

Informação Paroquial

Foto de Miguel Coelho.

No próximo sábado, dia 21 de Abril, o Diácono Miguel Coelho, será ordenado presbitero, na Sé Catedral de Portalegre, pelas 16:00h. Rezemos, pedindo ao Espírito Santo que desça sobre ele e o abençõe.

Por este motivo, a Eucaristia de sábado na Igreja de Nª Srª da Luz será celebrada às 19:30H.

Decorre de 15 a 22 de Abril, a Semana de Oração pelas Vocações Consagradas, oremos ao Senhor que nos dê muitas e santas vocações sacerdotais e religiosas.

No dia 28 de Abril, sábado, realiza -se o DIA DIOCESANO DA CATEQUESE, em Cernache do Bonjardim. Esteja presente nesse dia de formação.

Dia 17, hoje, terça - feira , há Ultreia do Movimento dos Cursilhos de Cristandade, pelas 20:30h no salão paroquial em Arronches.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Peregrinação ao Rei Santo


Em dia de muita chuva realizou -se no Domingo a Peregrinação ao Rei Santo.

Cerca das 10 horas da manhã , partiram junto à zona desportiva de Arronches, 18 caminheiros juntando-se- lhes na Capela do Rei Santo, 30 oriundos da Freguesia de Esperança e da vizinha La Codosera (Espanha) e 35 vindos da Freguesia dos Mosteiros.

Festividade muito acarinhada pela população local e arredores, viu este ano diminuir os peregrinos devido às condições climatéricas e dos terrenos circundantes.
 

Com a chegada dos caminheiros teve início o programa religioso com a celebração da Eucaristia, pelas 12:00H seguida de Procissão, em honra do Rei Santo.

Seguiu-se um almoço convívio, de paella,confeccionada pelo grupo de La Codosera, e bolos da panadería Herrera”.


Cerca das 15h00, aproveitando uma pausa da chuva teve lugar a atuação da Banda Filarmónica da Sociedade Recreativa Musical Alegretense, no adro da ermida.

Como habitualmente a festividade teve o apoio das juntas de freguesia de Assunção, Esperança e Mosteiros, Paróquias e da Câmara Municipal com o  transporte de regresso para a vila e freguesias, a partir das 15H30.

Foto de João Dias.

Fotos: Noticias de Arronches 
 Arronches em Noticias
João Dias


AMA CRÊ E VAI


https://www.youtube.com/watch?v=_pleif8EBJQ


Se, por um lado, Jesus dá-se a conhecer a partir da realidade familiar que estabelecera com os discípulos, por outro lado, afirma que está com eles de um modo distinto à sua vida terrena. Há um modo novo de ficar com os discípulos, mas as suas palavras e a sua mensagem salvífica permanecem. Ser pessoa com a mente aberta à Palavra de Deus dá-me a capacidade para acreditar que Jesus permanece connosco, para vencer as minhas paralisias interiores, para dissipar os medos e as dúvidas, para me mover à conversão e ao anúncio. Até que ponto a Palavra de Deus tem incidência na minha vida? Tenho sede de aprofundar a minha fé, de conhecer um pouco melhor o grande projecto de salvação que, desde sempre, Deus deu a conhecer ao Seu Povo?


sábado, 14 de abril de 2018

Misericórdia Divina


https://www.youtube.com/watch?v=2fPCtk5jEaI

1. Palavra de Deus: - “se pedirdes alguma coisa ao Pai em meu nome, Ele vo-la dará. Até agora não pedistes nada em meu nome; pedi e recebereis. (Jo 16, 23-24) - «Tudo quanto pedirdes com fé, na oração, haveis de recebê-lo.» (Mt 21,22) Diz Jesus a Santa Faustina: “Alegro-Me por rogarem tanto, porque o Meu desejo é dar muito, mesmo muito. Fico entretanto triste, quando as almas pedem tão pouco, e quando assim se constrangem em seus corações” (D 1578) Diz Jesus a Santa Faustina: “As chamas da misericórdia consomem-Me; desejo derramá-las sobre as almas dos homens. Oh que grande dor me causam, quando não querem aceitá-las! (D 1074) REFLEXÃO: «Senhor, lembra-te de Mim» (repetir pelo menos 3 x)

As testemunhas


https://www.youtube.com/watch?v=xvffoz1sadQ

Jesus ressuscitou verdadeiramente? Como é que podemos fazer uma experiência de encontro com Jesus ressuscitado? Como é que podemos mostrar ao mundo que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação? É, fundamentalmente, a estas questões que a liturgia do 3° Domingo da Páscoa procura responder.
O Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e continua a ser o centro à volta do qual se constrói a comunidade dos discípulos. É precisamente nesse contexto eclesial – no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço – que os discípulos podem fazer a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. Depois desse “encontro”, os discípulos são convidados a dar testemunho de Jesus diante dos outros homens e mulheres.
A primeira leitura apresenta-nos, precisamente, o testemunho dos discípulos sobre Jesus. Depois de terem mostrado, em gestos concretos, que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação, Pedro e João convidam os seus interlocutores a acolherem a proposta de vida que Jesus lhes faz.
A segunda leitura lembra que o cristão, depois de encontrar Jesus e de aceitar a vida que Ele oferece, tem de viver de forma coerente com o compromisso que assumiu D Essa coerência deve manifestar-se no reconhecimento da debilidade e da fragilidade que fazem parte da realidade humana e num esforço de fidelidade aos mandamentos de Deus.
Jesus lembra aos discípulos: “vós sois as testemunhas de todas estas coisas”. Isto significa, apenas, que os cristãos devem ir contar a todos os homens, com lindas palavras, com raciocínios lógicos e inatacáveis que Jesus ressuscitou e está vivo? O testemunho que Cristo nos pede passa, mais do que pelas palavras, pelos nossos gestos. Jesus vem, hoje, ao encontro dos homens e oferece-lhes a salvação através dos nossos gestos de acolhimento, de partilha, de serviço, de amor sem limites. São esses gestos que testemunham, diante dos nossos irmãos, que Cristo está vivo e que Ele continua a sua obra de libertação dos homens e do mundo.
• Na catequese que Lucas apresenta, Jesus ressuscitado confia aos discípulos a missão de anunciar “em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todos os povos, começando por Jerusalém”. Continuando a obra de Jesus, a missão dos discípulos é eliminar da vida dos homens tudo aquilo que é “o pecado” (o egoísmo, o orgulho, o ódio, a violência e propor aos homens uma dinâmica de vida nova.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

E BASTAVA UM EMPURRÃOZINHO!...


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Torno presente uma história que, tal como outrora, pode acontecer ainda hoje com qualquer um de nós se a indiferença para com os outros nos dominar e paralisar.
A noroeste de Jerusalém havia uma piscina cuja existência é hoje confirmada pela arqueologia. As suas águas agitavam-se de tempos a tempos. Alguns estudiosos aventam a hipótese de que esse rebuliço das águas talvez se devesse a uma corrente de água que, de vez em quando, alimentaria a piscina, ou então a uma fonte intermitente. São hipóteses, embora, como é evidente, alguma explicação tivesse de ter. O povo acreditava que, depois dessa agitação da água, ela tinha poderes milagrosos, poderes de cura. Mas a crença popular ia mais longe. Afirmava que esse remexer das águas se devia a um anjo que, de quando em vez, se dava a esses preciosos afazeres, agitava as águas. Talvez que esta crença tenha a sua origem em tempos do profeta Ezequiel. Ele fala duma água que corre do Santuário, do Templo, uma água abundante, que dá vida, cura, é o símbolo do poder de Deus no meio do Seu povo (cf. Ezeq 47,1-12). São João, na passagem do Evangelho que já iremos ler, evoca essa crença. No livro do Apocalipse retoma essa ideia para dizer que a nova humanidade recebe a vida de Deus, do Seu Espírito, rio de Água Viva (cf. Ap 22, 1-5).
Mas voltemos à piscina, mesmo sem traje nem toalha nem sol. Porque as doenças sempre fizeram parte da vida e a vida sempre se desejou saudável e sem sofrimento, nessa piscina amontoavam-se doentes de toda a espécie de achaques, aguardando o tal agitar das águas. O primeiro a nelas mergulhar ficaria curado, assim se acreditava.
Ora, por ocasião de uma das festas dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém e esteve junto dessa piscina. Dêmos a palavra a São João e apreciemos como ele descreve a cena:
“Houve uma festa judaica e Jesus foi a Jerusalém. Em Jerusalém, junto da porta das ovelhas, existe uma piscina rodeada por cinco corredores cobertos. Em hebraico, a piscina chama-se Betesda. Muitos doentes ficavam ali deitados: eram cegos, coxos e paralíticos, à espera que a água se movesse, porque um anjo do Senhor descia de vez em quando e agitava a água da piscina. O primeiro doente que entrasse na piscina, depois de a água ser agitada, ficava curado de qualquer doença que tivesse. Encontrava-se lá um homem que estava doente havia trinta e oito anos. Jesus viu o homem deitado e soube que estava doente há tanto tempo. Então perguntou-lhe: “Queres ficar curado?”. O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me lance na piscina quando a água começa a agitar-se. Quando lá chego, já outro entrou na minha frente”. Jesus disse: “Levanta-te, toma a tua cama e anda”. No mesmo instante, o homem ficou curado, tomou a sua cama e começou a andar” (Jo 5, 1-18).
O texto de São João continua a falar-nos do imbróglio que se seguiu por causa de Jesus ter feito isto ao sábado. Fiquemos, porém, por aqui e imaginemos só este pobre coitado!... Trinta e oito anos à espera duma alma caridosa que o ajudasse. E bastava um simples empurrão para a água, um pequenino impulso! Ele estava mesmo mesmo mesmo ali à beirinha da piscina. Mas ninguém apareceu para o ajudar, ninguém! Trinta e oito anos, Santo Deus!... Certamente que é um número simbólico e tem também sentido simbólico. Talvez queira recordar os trinta e oito anos de esperança desesperada que o povo de Israel teve de viver enquanto atravessava de Cades Barne até ao outro lado do rio Zared, onde assumiria a terra prometida (cf. Deut 2, 14). O paralítico também estava ali, numa longa peregrinação em busca da cura e de sentido para a sua vida, há trinta e oito anos!... E pensarmos nós que bastaria mesmo um leve empurrãozinho para que isso acontecesse!...
Mas eis que surge o inesperado, um desconhecido, Jesus. O paralítico não conhecia Jesus e é Jesus quem o provoca, quem toma a iniciativa, quem vai ao seu encontro e lhe pergunta se quer ser curado. O paralítico com certeza que ficou surpreendido com o teor da pergunta. Não era coisa que se perguntasse, até porque ele estava ali para isso, para ser curado. E acabou por não dizer se queria ou não ser curado. Queixou-se, isso sim, por não ter ninguém que o ajudasse a tempo e horas…Jesus, porém, curou-o e ele começou a andar.
Constata-se hoje, que, não poucos, fiados em fantasias e conversas vãs, também procuram sentido para a vida em variadíssimas piscinas, mas tantas delas de água turba. E o que é mais sintomático é que encontram sempre alguém que os estimula, acompanha e ajuda a espraiarem-se nessas águas inquinadas, insalubres, águas que arruínam, destroem e matam. Tanto sofrimento debaixo de tantos telhados devido à droga, ao álcool, à marginalização, à infidelidade, ao descarte, à violência e quejandos de turma…
No entanto, mesmo junto dessas situações, Jesus, fonte de água viva, faz-se encontrado, continua a perguntar se queremos ser curados e a propor-se como o caminho a verdade e a vida. Desconhecido para muita gente, Ele continua a Sua ação salvadora mas confiou aos Seus discípulos a sublime missão de O apresentar e O dar a conhecer a todos e em toda a parte para que em toda a parte e todos se possam lançar nesta feliz aventura de O seguir, curados, livres e saudáveis mesmo que no meio do sofrimento que a vida a todos possa oferecer.
O Papa Francisco lembra que “há uma forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária: é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho” (EG127).
Isto, porém, só acontecerá se, primeiro, cada um se deixar tocar por Jesus, se se deixar tocar pela Sua Palavra, traduzindo-a em atitudes concretas na vida. Sem isso, não haverá entusiasmo nem alegria nem vontade de aceitar o mandato do Senhor de ir e ensinar, com alegria e entusiasmo. Mas todos, na verdade, todos somos corresponsáveis na transformação da sociedade. Cada um, a seu modo e nas circunstâncias próprias da sua vida, está convidado e mandatado para fazer penetrar os valores cristãos no mundo social, politico, económico e cultural, ajudando a modificar pela força do Evangelho os valores que contam e os modelos de vida que libertam e salvam. E há sempre alguém, mesmo mesmo à beirinha da piscina (ou não!...), à espera de ajuda para que possa mudar de situação e caminhar pelos seus próprios pés, com alegria e esperança, no seguimento de Jesus, fonte de água viva. Tanta gente desiludida, desanimada e triste que em vez de perceber uma mão estendida de alguém para a ajudar a levantar-se e a caminhar, parece mas é que sente a algazarra de todos a saltar-lhe para cima da cabeça para a empurrar ainda mais para baixo. Não é humano, muito menos cristão.
Jesus classificou como Seus amigos aqueles que fazem o que Ele manda, e o que Ele nos manda é que nos amemos uns aos outros como Ele nos amou. E enviou-nos em Seu nome, prometendo estar sempre connosco até ao fim dos tempos. Dar Cristo a conhecer aos outros é uma importante forma de os amar e ajudar. Que ninguém espere tanto tempo! Quem espera desespera!

D. Antonino Dias Bispo de Portalegre Castelo Branco
Portalegre, 13-04-2018.

Papa pede aos pais que batizem as crianças

Francisco inicia novo ciclo de catequeses, nas audiências públicas semanais

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“Não vos esqueçais, batizai as crianças”, pediu, falando perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a audiência pública semanal.Cidade do Vaticano, 11 abr 2018 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu hoje aos pais católicos que batizem os seus filhos, sem adiar esta decisão, que considera um ato fundamental na educação religiosa das crianças.


No início de um novo ciclo de catequeses, que vai dedicar ao Batismo, Francisco sublinhou que muitos defendem que se adie este Sacramento e questionam o ato de batizar uma criança.


“Alguns pensam: mas porque batizar uma criança que não entende? Esperamos que ela cresça, que perceba e que seja ela mesma a pedir o Batismo. Mas isto significa não ter confiança no Espírito Santo, porque quando batizamos uma criança, nessa criança entra o Espírito Santo. O Espírito Santo faz crescer nessa criança, desde pequena, virtudes cristãs que depois vão florescer”, precisou.


“Deve dar-se sempre esta oportunidade a todos, a todas as crianças, de ter dentro de si o Espírito Santo que as guia durante a vida”, acrescentou, em defesa do Batismo das crianças, na “fé dos pais”.


Segundo o pontífice, “ninguém merece o Batismo”, que é sempre um “dom gratuito” para todos, adultos ou bebés.


Francisco convidou todos a conhecer a data em que foram batizados e a celebrá-la como “segundo aniversário”, um dia de “renascimento”.


O Batismo, precisou, “cristifica”, ou seja, permite que Cristo “viva” em cada crente e leva-o a “colaborar na Igreja, cada um segundo a sua condição, na transformação do mundo”.


O Papa falou ainda do facto de, mesmo quando o sacramento não se celebra com a “imersão” do corpo na água, este ser um momento em que a “alma está imersa em Cristo para receber o perdão do pecado”.



Nas saudações aos peregrinos, Francisco pediu que os cristãos sejam “missionários desta vida nova”, para que “o mundo acredite e seja transformado”.


O pontífice deixou, como é tradição, um cumprimento aos peregrinos de língua portuguesa: “Queridos amigos, ser batizado significa ser chamado à santidade. Imploremos a graça de poder viver os nossos compromissos batismais como verdadeiros imitadores de Jesus, nossa esperança e nossa paz. Que Deus vos abençoe!”.


O encontro com peregrinos e visitantes de vários países começou com um percurso em papamóvel, pela Praça de São Pedro, no qual o Papa foi acompanhado, dentro do carro, por um grupo de crianças.


Antes da audiência, o Papa cumprimentou dois criadores de lamas e alpacas, da província italiana de Bolzano, que lhe ofereceram um solidéu e meias feitas com lã de alpaca.


OC

quinta-feira, 12 de abril de 2018

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https://www.youtube.com/watch?v=22fJktGJAEs

O medo é só uma pedra no caminho!



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Temos razões para ter medo. Temos todos os motivos do mundo para ter medo. Não é fácil lidar com tudo o que nos arrebata e afasta do caminho certo.

Temos razões para ter medo. A vida sabe ser terrível e muito injusta. Sabe trazer-nos a morte quando acreditávamos que ia correr tudo bem. Que seríamos testemunhas de um final feliz.


O medo parece andar de mãos dadas connosco. Não se compadece das nossas tentativas de o desacorrentar da nossa pele e dos nossos dias. Fez casa em nós e empenhou-se na decoração daquilo que trazemos cá dentro. As nossas gavetas e as nossas divisões estão sujas de um medo que não se consegue limpar nem lavar.

O medo atrofia. Faz-nos reparar melhor na escuridão e faz-nos dedilhar músicas mais tristes.

O medo cose-nos o coração com linhas de força suprema e, ainda assim, sobrevivemos. Avançamos. Atravessamos a maré com a coragem de quem sabe que não navega sozinho.

É essa a vantagem e o lado bonito do medo: a companhia.

Perante o medo da morte, estamos juntos.

Perante o medo da tristeza, estamos juntos.

Perante o medo da desilusão, estamos juntos.

Perante o medo de ir ao fundo, estamos juntos.

Talvez seja esta a lição que mora em todas as coisas terríveis e tristes que nos acontecem: há sempre uma luz que nos faz brilhar outra vez. Há sempre a esperança do fim da tempestade. Há sempre a promessa de uma mão capaz de nos conter as escuridões.

Por maior que seja o medo, é maior a esperança.

Por maior que seja a treva, é maior a luz.

Por maior que seja a mágoa, há de ser maior a alegria.

Por maior que seja a noite, amanhã há de nascer um dia novo só para ti.

http://www.imissio.net/artigos/49/1385/o-medo-e-so-uma-pedra-no-caminho/

quarta-feira, 11 de abril de 2018

terça-feira, 10 de abril de 2018

Vale-nos o amor...


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"Vale-nos este Deus,

que no meio do nosso pecado,

surge para nos erguer

a cada novo dia.


Vale-nos este Deus,

para nos levantar em todos os inícios

e para nos suportar em todos os fins.


Vale-nos este Deus, 

a cada novo dia,

para nos dar a certeza

de um novo caminhar."

Emanuel António Dias

Vale-nos o amor.

Vale-nos o amor que nos encontra e reencontra em cada trajeto percorrido. O amor que nos aproxima e nos aconchega junto daqueles que mais necessitam.

Vale-nos o amor que nos abala e nos deixa inquietos com o mundo. Vale-nos este amor que nos dá a oportunidade de amarmos e sermos amados. Dando em tudo aquilo que somos e fazemos um coração disponível para o outro. Um coração disposto a arriscar. Um coração disposto a doar-se permanentemente. Um coração que se predispõe a uma confiança capaz de nos transformar e de nos fazer verdadeiros testemunhos de um amor puro, genuíno e brilhante.

Vale-nos o AMOR deste ResSuscitado.

Este ResSuscitado que Suscita em nós a alegria de uma vida em pleno.

Este ResSuscitado que surgiu em divindade vivendo de forma tão simples a Sua humanidade.

Vale-nos este ResSuscitado que continua a suscitar a Sua presença em cada olhar profundo. Em cada CRUZamento de vidas e de casas. Em cada partilha de lágrimas e risos. Em cada vida marcada pelo compasso das dúvidas, das dores e inquietações.

Vale-nos este ResSuscitado que continua a Suscitar em nós a alegria de não largarmos a Sua Boa Nova alimentada pela aceitação de todos.

Vale-nos o AMOR daquele que Suscita em nós o compromisso de vivermos em total dádiva.

Vale-nos este ResSuscitado que continua a reunir-nos à volta das vivências de cada um.

Vale-nos este ResSuscitado que nos estende a mão, que nos parte o pão e que partilha o vinho da Sua vida.



Por aqueles que têm responsabilidade em gestão econômica - Abril de 2018


https://www.youtube.com/watch?v=7EfMUi_oS0c

segunda-feira, 9 de abril de 2018

E se as nossas quedas forem degraus?


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Há relativamente pouco tempo vivemos um tempo de menor alegria. Pediu-nos a nossa fé que pensássemos sobre o sofrimento de Jesus e sobre as tormentas que se abateram sobre a sua vida. Pediu-nos a nossa fé que nos despíssemos de caprichos para contemplar a simplicidade do que é realmente importante. Claro que não poderemos nunca sentir na pele o que Jesus foi obrigado a sentir. Não está ao nosso alcance ter compaixão pelo outro a ponto de lhe sentir as feridas. No entanto, está na nossa mão querer ter essa vontade. Está ao nosso alcance simpatizar com o sofrimento daquele que, ainda hoje, inspira a nossa vida.

Jesus ter-nos-á dado inúmeras lições através dos diferentes momentos da sua vida e da sua história. Ainda assim, julgo que a maior de todas (e a mais atual) está no percurso até à Cruz.

Jesus cai pela primeira vez. Como nós. O peso do mundo às costas. O peso da sua história. O peso da sua própria vida. O peso da dor da Mãe e dos seus outros irmãos. É mais ou menos isso que nos acontece quando caímos. É sempre como se fosse a primeira vez. É como se o corpo se perdesse do nosso controlo e ficasse suspenso durante uns infindáveis milésimos de segundo. Silêncio. O embate no chão. Enfraquecidos e pequenos, tentamos recuperar-nos daquele momento. Sacode-se o que houver para sacudir e continua-se porque é assim que deve ser. No momento em que nos levantamos agimos sempre como se não estivéssemos destinados a cair outra vez.

Jesus encontra a sua Mãe
. Como nós. É da Mãe que nos lembramos quando caímos. É de colo que precisamos quando caímos. Precisamos de quem nos saiba lavar as feridas e a vergonha.

Simão ajuda Jesus a levar a Cruz. E nós? Reparamos nos que caem à beira do nosso caminho? Ajudamos a levantar os que não conseguem levantar-se sozinhos?

Jesus cai pela segunda vez. Como nós. A esperança de não voltar a cair e de não voltar a sentir o corpo beijar o chão, cai por terra.

Jesus cai pela terceira vez. Como nós. Com umas quantas quedas no currículo, começamos a duvidar. Começamos a perceber que talvez estejamos destinados a repetir os tropeções e as quedas. Não é fácil cair. É duro. Não é fácil ver as cicatrizes das quedas antigas e saber que, lá à frente, vai estar outra pedra prontinha para nos pregar uma rasteira.

Não faz mal. Das quedas nasce a consciência limpa da nossa humanidade e da nossa fragilidade. E o que é que isso pode ter de bom?! Ser frágil? Ser pequeno? Perceber que não somos heróis?

Tudo.

As quedas são degraus para subir.

Saber que somos frágeis ajuda-nos a aprender a ser fortes, mas sem ser arrogantes.

Saber que somos pequenos ajuda-nos a ser grandes, mas sem acharmos que somos os maiores.

Saber que não somos heróis ajuda-nos a ser pessoas de verdade. Dessas que, na sua humanidade, são capazes de mudar o mundo.



domingo, 8 de abril de 2018

Domingo da Divina Misericórdia



https://www.youtube.com/watch?v=QMDRKc0hG2c


A comunidade cristã gira em torno de Jesus é construída à volta de Jesus e é de Jesus que recebe vida, amor e paz. Sem Jesus, estaremos secos e estéreis, incapazes de encontrar a vida em plenitude; sem Ele, seremos um rebanho de gente assustada, incapaz de enfrentar o mundo e de ter uma atitude construtiva e transformadora; sem Ele, estaremos divididos, em conflito, e não seremos uma comunidade de irmãos… Na nossa comunidade, Cristo é verdadeiramente o centro? É para Ele que tudo tende e é d’Ele que tudo parte?

• A comunidade tem de ser o lugar onde fazemos, verdadeiramente, a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. É nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade (no “lado trespassado” e nas chagas de Jesus, expressões do seu amor), que encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar o mundo. É isso que a nossa comunidade testemunha? Quem procura Cristo ressuscitado, encontra-O em nós? O amor de Jesus – amor total, universal e sem medida – transparece nos nossos gestos?

• Não é em experiências pessoais, íntimas, fechadas, egoístas, que encontramos Jesus ressuscitado; mas encontramo-l’O no diálogo comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido, no amor que une os irmãos em comunidade de vida. O que é que significa, para mim, a Eucaristia?

sábado, 7 de abril de 2018

Espero em Ti


https://www.youtube.com/watch?v=W72eK7bbihE

A Comunidade


https://www.youtube.com/watch?v=UjUOGQogG58

A liturgia deste domingo apresenta-nos essa comunidade de Homens Novos que nasce da cruz e da ressurreição de Jesus: a Igreja. A sua missão consiste em revelar aos homens a vida nova que brota da ressurreição.
Na primeira leitura temos, numa das “fotografia” que Lucas apresenta da comunidade cristã de Jerusalém, os traços da comunidade ideal: é uma comunidade formada por pessoas diversas, mas que vivem a mesma fé num só coração e numa só alma; é uma comunidade que manifesta o seu amor fraterno em gestos concretos de partilha e de dom e que, dessa forma, testemunha Jesus ressuscitado.
No Evangelho sobressai a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.
A segunda leitura recorda aos membros da comunidade cristã os critérios que definem a vida cristã autêntica: o verdadeiro crente é aquele que ama Deus, que adere a Jesus Cristo e à proposta de salvação que, através d’Ele, o Pai faz aos homens e que vive no amor aos irmãos. Quem vive desta forma, vence o mundo e passa a integrar a família de Deus.



http://www.dehonianos.org/portal/02o-domingo-da-pascoa-ano-b0/

sexta-feira, 6 de abril de 2018

QUE QUERERÁ DIZER ESTE PAPAGAIO?


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São Paulo, que não era pessoa de atirar com a toalha ao chão, passou as passinhas do Algarve para ir ao encontro das periferias geográficas, existenciais e culturais do seu tempo. Era aí que ele, impulsionado pelo Espírito, sentia a obrigação de levar a Boa-Nova do Senhor Jesus. Numa dessas situações, acossado por uns judeus que provocaram a agitação e a discórdia entre o povo – sempre houve gente dessa! -, ele viu-se na necessidade de dar às de Vila Diogo de Bereia para Atenas. Atenas era uma cidade onde se cruzavam comerciantes, culturas, artes e saberes, uma importante e influente cidade. Tinha, como ainda tem, porto de mar, o porto de Pireu, com todas as potencialidades, virtudes e vícios que isso arrasta. As pessoas viviam mergulhadas num mar imenso de superstições e idolatria. A cidade estava repleta de ídolos em escala de mais ou menos valor e devoção, conforme os gostos. Mas era também, de facto, uma cidade da cultura desde há muito tempo atrás. Foi sede de grandes filósofos que ainda hoje fazem queimar as pestanas a muitos estudantes e professores, influenciaram e continuam a influenciar a humanidade. Sócrates, Platão, Aristóteles, Zenão, Epicuro e muitos outros fazem parte dessa rara estirpe. Em alguma medida, Atenas foi também o berço do conhecimento científico, da civilização ocidental e da democracia, uma cidade global, mesmo que no tempo de Paulo a sua influência já não fosse tão acentuada. Poder-se-á dizer que Paulo estava bem no centro da civilização clássica da Antiguidade, na milenar Atenas dedicada a Atena, a deusa da sabedoria. Chegado a Atenas, Paulo percorre a cidade e constata que, de facto, em Atenas, "é mais fácil encontrar um deus que um homem". Não podendo fazer vista grossa, agonia-se e chora por dentro, não sossega. Procura descobrir como entrar no coração daquela gente e daquele mundo para lhes anunciar a Boa-Nova de Jesus Cristo. Com calma, sem pressas, mas sem amolecer, tenta desenterrar a ponta por onde lhe haveria de pegar e a estratégia a implementar, tanto para falar à gente simples como aos mais ilustrados e influentes. Aos sábados, vai às sinagogas para falar a judeus e a prosélitos. Diariamente, na praça pública, fala e discute com quem lhe aparece, onde não faltam filósofos epicuristas e estoicos para trocar impressões com ele, não fossem os atenienses tão abertos a ouvir as últimas novidades que lá chegassem doutras paragens! Mas já com a pulga atrás da orelha, alguns troçavam: “Que quererá dizer este papagaio?”. E outros casquinavam: “Parece que é um pregoeiro de deuses estrangeiros”. Todos, porém, se manifestavam curiosos: “Poderemos saber que nova doutrina é essa que ensinas? O que nos dizes é muito estranho e gostaríamos de saber o que é que isso quer dizer”. Convidaram-no, então, para ir com eles e falar no Areópago, próximo da Acrópole. São lugares que ainda hoje, ao visitá-los, nos atiram com o pensamento para este tempo, nos fazem imaginar e admirar a força e as dificuldades sentidas por Paulo. Ali se reunia o grande Conselho da cidade-estado de Atenas, com fins culturais, políticos, judiciais e outros. Ao longo dos tempos, foi palco de grandes acontecimentos e decisões políticas que marcaram a história grega. E vai ser mesmo ali, bem no coração de tão importante cidade cosmopolita, que o Evangelho vai ser testemunhado às autoridades e aos mais altos representantes do mundo grego, com engenho e arte.
Ao falar a judeus, Paulo, como é evidente, citava-lhes as Escrituras. Aos atenienses, porém, Paulo, embora talvez lhe apetecesse gritar e desancar neles com vergasta de marmeleiro, ele faz, isso sim, um excelente exercício de inculturação, inteligente e de bom senso. Começa por lhes louvar a sua grande religiosidade e cita-lhes até filósofos e poetas gregos. Fala-lhes ao coração e mostra-se conhecedor da sua religiosidade e cultura. Para levar a água ao seu moinho, ele sabe fazê-lo com sabedoria e prudência, clara e habilidosamente, dirigindo-se mais à consciência dos presentes do que à sua curiosidade de espiões. Começa pelo facto de, ao andar pela cidade e ter visto tantos altares e deuses, até viu um altar dedicado “Ao Deus desconhecido”. E logo se apresenta como alguém capaz para lhes falar desse Deus desconhecido, desse Deus que eles veneram mas não conhecem, o Deus verdadeiro que dá a vida, o Deus que fez o mundo e tudo quanto nele existe. E citando-lhes de imediato um filósofo grego de pensamento afim, não demora em criticar a idolatria que aliena o homem. No entanto, para evitar comparações com os filósofos gregos, Paulo nunca menciona o nome de Jesus, mas toda a assembleia acaba, mesmo assim, por ficar concentrada em Cristo Jesus quando ele, Paulo, anuncia que Deus, um dia, há de julgar o mundo com justiça “por meio de um Homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos". Ao falar em ressurreição dos mortos, entornou-se o caldo, a paciência daquela gente esgotou-se, o discurso foi interrompido. A mensagem de Paulo, porém, – o kerygma -, não deixou ninguém indiferente. Uns troçaram, é certo, talvez contorcendo-se por aquilo que acabavam de ouvir e lhes abalava as suas certezas, outros acreditaram, outros queriam ouvir mais: «Ouvir-te-emos falar sobre isso ainda outra vez».
Eis, então, o discurso que Paulo, de pé no meio do Areópago, lhes fez:
«Atenienses, vejo que sois, em tudo, os mais religiosos dos homens. Percorrendo a vossa cidade e examinando os vossos monumentos sagrados, até encontrei um altar com esta inscrição: ‘Ao Deus desconhecido.’ Pois bem! Aquele que venerais sem o conhecer é esse que eu vos anuncio. O Deus que criou o mundo e tudo quanto nele se encontra, Ele, que é o Senhor do Céu e da Terra, não habita em santuários construídos pela mão do homem, nem é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa, Ele, que a todos dá a vida, a respiração e tudo mais. Fez, a partir de um só homem, todo o género humano, para habitar em toda a face da Terra; e fixou a sequência dos tempos e os limites para a sua habitação, a fim de que os homens procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo, mesmo tateando, embora não se encontre longe de cada um de nós. É nele, realmente, que vivemos, nos movemos e existimos, como também o disseram alguns dos vossos poetas: ‘Pois nós somos também da sua estirpe.’
Se nós somos da raça de Deus, não devemos pensar que a Divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e engenho do homem. Sem ter em conta estes tempos de ignorância, Deus faz saber, agora, a todos os homens e em toda a parte, que todos têm de se arrepender, pois fixou um dia em que julgará o universo com justiça, por intermédio de um Homem, que designou, oferecendo a todos um motivo de crédito, com o facto de o ter ressuscitado de entre os mortos»
Ao ouvirem falar da ressurreição dos mortos, uns começaram a troçar, enquanto outros disseram: «Ouvir-te-emos falar sobre isso ainda outra vez.» Foi assim que Paulo saiu do meio deles. Alguns dos homens, no entanto, concordaram com ele e abraçaram a fé, entre os quais Dionísio, o areopagita, e também uma mulher de nome Dâmaris e outros com eles. Depois disso, Paulo afastou-se de Atenas e foi para Corinto” (At 17).

D.Antonino Dias Bispo de Portalegre Castelo Branco
Portalegre, 06-04-2018.