sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

QUEM DERA QUE NINGUÉM TREPASSE POR AÍ...




Quando recebemos coisas de mão beijada, como, por exemplo, a saúde, a paz social, o bem estar familiar, regra geral não damos por isso, não as agradecemos nem lhes damos grande apreço. Logo que as perdemos, ficamos lacrimosos como bebés a quem se lhes retira a chupeta da boca! Sem querer ser acusa-pilatos, e desafiando quem quer que seja a atirar-lhes a primeira pedra, Adão e Eva escaqueiraram a harmonia paradisíaca. A riqueza que receberam, e gratuitamente usufruíam, foi por eles mandada às urtigas. Só depois de a terem perdido, é que lhe reconheceram o valor e a falta. Nada custa imaginar que após essa trágica aventura, possivelmente já em tensão um com o outro, tivessem zarpado lá para o fundo do quintal a carpir as mágoas de tal desgraça, sentados por lá numa qualquer pedra filosofal em jeito de poltrona almofadada e com a cobra feita mirone a gargalhar por ter levado a melhor. Assustados e de olhos arregalados até às orelhas, é de crer que se voltassem um para o outro e dissessem, tristes e amargurados: “eia!..., como a vida está difícil!...”.

Segundo a narração, logo ouviram passos no jardim a martelar-lhes a consciência. “Adão, onde é que tu estás?”. Ora, ora, onde é que ele estaria!... Reconhecendo a borrasca do seu gesto, uma desobediência que os coca-bichinhos gostariam de saber em que é que teria consistido, puseram-se ao fresco e ao largo. Foram-se esconder por entre o arvoredo e a vegetação, com medo e vergonha, sem assumir o erro, esgravatando desculpas. Como criaturas, tinham ultrapassado os limites que livremente deveriam reconhecer e respeitar. Não quiseram viver segundo o Criador. Queriam ser como Ele, mas sem Ele ou em vez d’Ele. Aceitar as leis da criação e as normas morais que regulam o exercício da liberdade não foi coisa que apreciassem. Preferiram optar por si próprios. Esqueceram a sua condição de criaturas, agiram contra todo o equilíbrio ecológico e contra o seu próprio bem. A sua dignidade e sentido existencial foram-se às malvas. Perderam a graça da santidade e da justiça originais que tinham recebido, não só para si, mas para toda a natureza humana. Assim, por um só homem entrou o pecado no mundo, e, pelo pecado, toda a criação ficou sujeita à servidão da corrupção e da morte. Embora não cometido por nós, embora fosse uma falta pessoal de Adão e Eva, e não nossa, todos ficamos privados da santidade e da justiça originais. A esta privação chamamos pecado original. Um pecado que se tornou próprio de cada um de nós. Todos nascemos com ele, por propagação, quer dizer, pela transmissão duma natureza humana privada da santidade e justiça originais. Chama-se pecado por analogia, por ser contraído, não cometido, por ser um estado, não um ato. Mas porquê, assim? Porque todo o género humano é, em Adão, como um só corpo dum único homem. De facto, como refere o Catecismo da Igreja Católica sobre esta matéria, que aconselho a ler desde o número 396 a 412, e donde fiz esta síntese sem preocupação de colocar algumas aspas, a transmissão do pecado original é um mistério que não podemos compreender plenamente, mas cujas consequências jamais deixaram de nos bater à porta.
Deus, porém, nunca desistiu de nós. Foi-nos manifestando a sua presença e cuidado por muitos meios e modos. Como expressão máxima da sua condescendência e pedagogia infinitas, enviou-nos o seu próprio Filho. Jesus é a Palava do Pai, é o Verbo encarnado entre nós! O Criador fez-se criatura para nos falar, para nos revelar o seu amor, para servir a humanidade e dar a vida em resgate de todos, para nos redimir, nos libertar do vínculo da culpa original. E assim, face à unidade de todo o género humano, como pelo pecado de um só veio para todos os homens a condenação, assim também, pela obra de justiça de um só veio para todos a justificação que dá a vida (cf. Rm 5, 18). À universalidade do pecado e da morte, opõe-se a universalidade da salvação em Cristo, onde abundou o pecado, superabundou a graça (cf. Rom 5,20). Todos estamos implicados no pecado de Adão do mesmo modo que todos estamos implicados na justificação de Cristo. Se não fosse coisa séria, como é que Deus Pai, que é infinitamente bom, enviaria o seu Filho à terra sabendo que iria ser morto, por nada, no vexame da cruz? É a partir desta certeza da fé, que a Igreja, em fidelidade a Cristo (Mt 28,18-20), anuncia, aconselha e celebra o Batismo para a remissão dos pecados, mesmo às crianças que não cometeram qualquer pecado pessoal. O Batismo, instituído por Cristo, não se deve adiar sem razão, o Papa Francisco tem insistido nisso. Ele apaga o pecado original, confere a vida da graça, reorienta-nos para Deus, torna-nos membros da Igreja, faz-nos templos do Espírito Santo e socio-cooperadores na construção do Reino de Deus, faz-nos usufruir de todas as graças que o Senhor nos oferece na sua Igreja e pela sua Igreja e das quais não devemos privar as próprias crianças. O Batismo é um dom, e tudo o que é dom de Deus implica colaboração humana. Sim, apesar de redimida por Cristo, a natureza humana ficou e persiste enfraquecida e inclinada para o mal. Dentro da sua liberdade, precisa de se concentrar no essencial, precisa de combate espiritual, precisa de aceitar e seguir a sinalética e as pistas que Jesus apontou para quem quiser trilhar os caminhos duma vida com sentido. Como afirmava São João Paulo II, “Ignorar que o homem tem uma natureza ferida, inclinada para o mal, dá lugar a graves erros no domínio da educação, da política, da ação social e dos costumes”.
Em fim de um ano civil, fazem-se análises e balanços, sempre em busca da verdade. Se há deficit, se há coisas mal feitas, procura-se ver como solucionar e como trepar no futuro. Num outro campo de ação, cada cristão também poderá provocar dentro de si a pergunta que Deus fez a Adão, ouvindo o próprio Deus a chamar-lhe pelo nome e a perguntar-lhe, não já sobre o resultado das empresas e empreendimentos, mas sobre o seu desempenho espiritual: “...onde é que tu estás?” Oxalá não seja a trepar pela infidelidade a Deus, à família, à Igreja, aos deveres laborais e sociais. Oxalá não seja a procurar desculpas para fugir a toda e qualquer espécie de compromisso em favor do bem comum e da boa cidadania. Oxalá ninguém esteja escondido por entre as esquinas do seu dia-a-dia para fazer o que quer e não o que deve. Oxalá ninguém se sinta com medo e vergonha porque despido de dignidade pela vida que leva ou locais que frequenta. Porque ninguém merece destruir-se, é importante dar sentido à vida, estar aberto às surpresas de Deus, agradecer-lhe o seu gesto de misericórdia para connosco e sentir a sua paz, uma paz que nos dinamiza em direção aos outros e na prática do bem.
Por estes dias, lemos, ouvimos e rezamos uma bênção a crescer em três tempos. Segundo os estudiosos da matéria, no original hebraico essa bênção tem três palavras na primeira parte, cinco na segunda e sete na terceira. Na Bíblia, os números ímpares são simbólicos, indicam a perfeição, têm qualidade. Ao iniciarmos um novo ano que todos desejamos seja o mais possível dentro da perfeição e da qualidade, aqui deixo essa bênção em jeito de oração por cada um: “O Senhor te abençoe e te proteja; O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz”.
Os Reis Magos, depois de terem encontrado, adorado e presenteado Jesus, regressaram a casa por outro caminho. Foi sempre assim: quem se deixa guiar pela Estrela e encontra Jesus, regressa sempre a casa por outro caminho, o caminho da conversão, da alegria e da paz dinâmica.

D. Antonino Dias - Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 31-12-2021




Ainda falta acontecer Natal!




Ainda falta acontecer Natal. Ainda falta tanto para que seja Natal.

Não é Natal enquanto não renovarmos o nosso coração. Não é Natal enquanto não formos capazes de ser portadores de um amor que faz novas todas as coisas. Não é Natal enquanto não nascermos para uma dádiva permanente.

Ainda falta acontecer Natal. Ainda nos falta tanto para sermos Natal.

Não é Natal enquanto não formos morada de abrigo para os que se sentem discriminados. Não é Natal enquanto não formos presença viva que acolha as lágrimas dos que sofrem em silêncio. Não é Natal enquanto não formos testemunhas de uma alegria capaz de dar vida.

Ainda falta acontecer Natal. Ainda falta olharmos tanto para que haja Natal.

Não é Natal enquanto não conseguirmos contemplar a vida que acontece no outro que é semelhante a mim. Não é Natal enquanto não formos capazes de encontrar no olhar a linguagem da nossa intimidade. Não é Natal enquanto o meu olhar não se maravilhar com a simplicidade e não se deixar surpreender pela a novidade de cada dia.

Ainda falta acontecer Natal. Ainda nos falta estar em tantas vidas.

Não é Natal enquanto eu não me deixar ficar pela vida daqueles que anseiam por um abraço. Não é Natal enquanto não permitir que me demore em conversas capazes de descodificar toda a complexidade do existir. Não é Natal enquanto não ficar ao lado dos que ninguém quer saber.

Ainda falta acontecer Natal, por isso, pergunto-te: estás pronto para que este Menino nasça no concreto da tua vida? Estás preparado para ser Luz para os outros?

Aproveito para desejar a todos os seguidores e leitores  um  e Feliz Ano Novo. Que este menino encha todas as vossas vidas com a Luz do amor!

Emanuel António Dias


quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Já passou mais um Natal?



Sim. O natal comercial, já! Foi bem mais curto. Com o adiamento da possibilidade de trocar as prendas e da ida aos saldos para dia 10 de janeiro, então é que esse natal se apagou… Já se prepara a Passagem de Ano!

O Natal cristão, não! Mesmo na situação concreta que vivemos, ainda de pandemia. No passado dia 22, numa audiência aos participantes e organizadores do Christmas Contest, o Papa Francisco disse:

«A festa do nascimento de Cristo não é dissonante em relação à provação que vivemos, porque é por excelência a festa da compaixão, a festa da ternura. A sua beleza é humilde e cheia de calor humano.

A beleza do Natal transparece na partilha de pequenos gestos de amor concreto. Não é alienante, não é superficial, não é evasivo; pelo contrário, alarga o coração, abre-o à gratuidade – gratuidade, palavra que os artistas bem entendem -, ao dom de si, podendo também gerar dinâmicas culturais, sociais e educativas».

São estes os elementos que devem-nos levar a pensar que, em qualquer condição, será sempre Natal para amar e ser amado, partilhar alegrias e dificuldades com os outros, manter os olhos abertos para o mundo, criar e estreitar laços, evitando dobrar-nos sobre nós mesmos.

Este domingo faleceu o conhecido Arcebispo Anglicano Desmond Tutu. O amor deste homem que transformou a vida de políticos e de padres, de moradores de township (pequenas vilas) a líderes mundiais, estava radicado neste acontecimento gerador que foi o nascimento de Jesus. Foi símbolo da resistência ao apartheid; ganhou o Prémio Nobel da Paz em 1984 pela luta não violenta contra o racismo; foi um profeta e sacerdote; um homem de palavra e ação; uma pessoa que encarnou a esperança e a alegria; foi um homem de extraordinária coragem pessoal e audácia… Foi discípulo de Jesus encarnado e esta foi a raiz de tudo o que disse, fez e viveu em toda a sua vida.

Que sejam estes alguns dos nossos propósitos para este Tempo de Natal e para o Novo Ano. Assim sendo, poderemos dizer como Ary dos Santos:

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser.

Continuação de Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!



Paulo J. A. Victória

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Jubileu de 2025 é preparado pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização

Arcebispo Rino Fisichella foi encarregado pelo Papa para coordenar o próximo Ano Santo



(Ecclesia) – O Papa Francisco confiou ao arcebispo Rino Fisichella, Presidente Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização a preparação do Jubileu de 2025.

Num comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, divulgado este domingo, lê-se que nos “últimos dias, o presidente do conselho, arcebispo Rino Fisichella, encontrou-se com os superiores da Secretaria de Estado, da Administração do Património da Sé Apostólica e da Secretaria para a Economia”.

O último jubileu foi o Ano Santo extraordinário dedicado à Misericórdia, convocado com a Bula «Misericordiae Vultus» do Papa Francisco, cuja coordenação foi também confiada a D. Rino Fisichella.

Esse jubileu durou de 29 de novembro de 2015, com a abertura antecipada da Porta Santa em Bangui, na República Centro-Africana – e 8 de dezembro em São Pedro – a 20 de novembro de 2016.

O Jubileu de 2025 será o 27º Jubileu ordinário da história da Igreja e o primeiro foi proclamado por Bonifácio VIII em 1300.

Entre os peregrinos que chegaram a Roma para este primeiro Jubileu estavam Dante, Cimabue, Giotto, Carlo di Valois, irmão do rei da França, com sua esposa Catarina.

Pensados para serem celebrados a cada cem anos, o Papa Clemente VI determinou, em 1350, realizá-los a cada 50 anos.

O Papa Paulo II, com uma Bula de 1470, estabeleceu que o jubileu deveria ser realizado a cada 25 anos.

O jubileu oferece aos cristãos a possibilidade de terem uma indulgência plenária, para si ou para os falecidos, e é um ano de reconciliação e conversão, de solidariedade e empenho pela justiça a serviço de Deus e dos irmãos.

LFS

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

2021: O Ano do Papa em revista

Últimos meses foram marcados por internamento de 10 dias, viagens internacionais simbólicas e um Sínodo inédito, com marca global




(Ecclesia) – O Papa viveu em 2021 de um ano de pontificado marcado pelo internamento de dez dias, num hospital de Roma, por três viagens internacionais e Sínodo inédito, com marca global.

O ano fica marcado pelo internamento no Hospital Gemelli, em Roma, de 4 a 14 de julho, após uma intervenção cirúrgica ao cólon; Francisco recuperou da operação e descartou mesmo qualquer cenário de eventual conclave.

“Continuo vivo, embora alguns me quisessem morto”, disse num encontro com jesuítas, em Bratislava.

O Papa, que tem repetido mensagens em favor da paz no Médio Oriente, decidiu visitar o Iraque de 5 a 8 de março, ainda em contexto pandémico, para ajudar a virar a página da guerra e do terrorismo, em defesa da minoria cristã e do diálogo entre religiões.

A segunda viagem internacional do ano levou Francisco a Budapeste, para encerrar o Congresso Eucarístico Internacional, e à Eslováquia, em setembro, com mensagens e gestos em defesa das populações mais vulneráveis.

Falando aos jornalistas no voo de regresso a Roma, o Papa sublinhou a necessidade de proteção legal para as várias uniões, distinguindo-as do matrimónio católico.



Dezembro marcou o regresso do Papa a Lesbos, para um encontro com os refugiados ali acolhidos, após uma viagem ao Chipre e Grécia que deixou várias mensagens ecuménicas e em defesa da democracia.

Francisco quis estar junto de várias famílias de refugiados, cinco anos depois da primeira visita a Lesbos, evocando as imagens de crianças mortas nas costas do Mediterrâneo.

“Não permitamos que este mar das memórias se transforme no mar do esquecimento. Irmãos e irmãs, eu peço-vos: paremos este naufrágio de civilização!”, afirmou.


A nível interno, 2021 marcou o arranque de um inédito processo sinodal, convocado pelo Papa Francisco, que vai ter etapas diocesanas, continentais e um encontro global, em outubro de 2023, promovendo a auscultação das comunidades católicas e da sociedade, sobre o futuro da Igreja Católica.

O Sínodo 2021-2023 é visto como um momento de concretização de várias das dinâmicas do Concílio Vaticano II (1962-1965), uma referência do pensamento do atual Papa, que este ano voltou a restringir o uso do Missal pré-conciliar.

Francisco criou um novo ministério, de catequista, para leigos e leigas católicos, e abriu o acesso das mulheres aos ministérios de leitor e acólito; no Vaticano, foi nomeada, pela primeira vez, uma mulher como secretária-geral do Governatorato e há uma nova lei anticorrupção para dirigente do Estado.




Outra preocupação do pontificado, o combate aos abusos sexuais de menores, conheceu um novo capítulo, a 1 de junho, quando o Papa publicou a constituição Apostólica ‘Pascite gregem Dei’, promovendo uma reforma do Direito Canónico no que se refere às sanções penais na Igreja.

As novas normas integram as várias medidas legislativas promovidas por Francisco desde 2016, visando “a proteção penal incisiva dos bens maiores da Igreja: a fé, a santidade dos sacramentos, a vida das pessoas mais frágeis, que têm meios de proteção limitados”, ou seja, menores e adultos vulneráveis.

Destacando a importância de mudança, Francisco nomeou como membro da Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores uma vítima de abusos, no Chile, e escreveu aos bispos da França, manifestando “vergonha” perante os dados revelados por uma comissão independente.

A Igreja Católica viveu um Ano de São José; em maio, encerrou-se o Ano ‘Laudato Si’, a encíclica ecológica e social que o Papa assinou em 2015, a caminho da COP26 de Glasgow.

A cimeira do clima levou vários líderes religiosos a assinar uma declaração conjunta, no Vaticano, e Francisco aos microfones da BBC, para pedir respostas urgentes, sublinhando que o tempo se está a esgotar e é preciso agir quanto antes.



A Igreja Católica celebrou, pela primeira vez, o Dia Mundial dos Avós e Idosos, por iniciativa do Papa, e voltou a viver o Dia Mundial dos Pobres, que Francisco quis celebrar em Assis, junto de pessoas de toda a Europa.

Em Roma, o Papa uniu-se a uma oração inter-religiosa pela paz, no Coliseu, e evocou, no dia dos fiéis defuntos, os soldados mortos na II Guerra Mundial.

As crises no Líbano, Myanmar, Ucrânia, Israel e Palestina mereceram várias intervenções, para além da mensagem ‘Urbi et Orbi’, na Páscoa, em que Francisco recordou as vítimas da violência em Cabo Delgado, Moçambique.

O Papa recebeu o novo presidente dos EUA e recordou o sofrimento dos povos indígenas no Canadá, cujas lideranças acabaram por adiar um histórico evento no Vaticano, por causa da pandemia.

Em fevereiro, Francisco recebeu representantes de mais de 180 Estados, referindo-se aos conflitos no mundo e às consequências da pandemia, para afirmar que a fraternidade e a esperança “são remédios de que o mundo precisa, hoje, tanto como as vacinas”.




A Covid-19 esteve no centro das preocupações do Papa, uma das vozes mais ativas na defesa do acesso universal à vacina contra a Covid-19, tendo ele próprio sido vacinado, no Vaticano.

Foram várias as mensagens a pedir a libertação de patentes, os convites à oração pelo fim da pandemia e, no seu vídeo mensal de novembro, Francisco alertou para as consequências da pandemia, ao nível da saúde mental, ofereceu vacinas e apresentou um roteiro para o pós-pandemia, para travar as desigualdades sociais que colocam milhões de pessoas na miséria e à beira da morte de fome.

O Papa associou-se também aos grandes eventos desportivos que decorreram no último ano, do Euro aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, em Tóquio.

A última semana incluiu o tradicional encontro de Natal com a Cúria Romana, a bênção ‘Urbi et Orbi‘ e uma inédita carta aos casais de todo o mundo, pelo Ano Amoris Laetitia, a caminho do encontro mundial das famílias, em 2022.

O próximo ano começa com a mensagem de Francisco para o Dia Mundial da Paz, em que apela ao investimento na educação e na valorização do trabalho.



INFORMAÇÃO PAROQUIAL

 ESTADO DE CONTENÇÃO




Devido ao estado de contenção e ao aumento de casos de infecção, a Igreja Paroquial de Arronches estará encerrada no horário habitual para os visitantes.

As celebrações da Eucaristia continuarão nos horários habituais.: 3ªs e 5ªs feiras às 17:30H.

Dia de Ano Novo e Domingos, a Eucaristia será celebrada às 12:00H



segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Papa escreve aos casais de todo o mundo, para abordar impacto da pandemia e dos confinamentos

Francisco destaca necessidade de transformar cada casa num «lugar de acolhimento e compreensão», manifestando proximidade a quem viveu situações de «rotura»





(Ecclesia) – O Papa escreveu uma carta aos casais de todo o mundo, aludindo aos vários impactos da pandemia e dos confinamentos, com uma mensagem de “proximidade”, particularmente a quem viveu momentos de perda e separação.

“Vivemos enormemente a incerteza, a solidão, a perda de entes queridos e fomos impelidos a sair das nossas seguranças, dos nossos espaços de controlo, da nossa forma de fazer as coisas, das nossas ambições, para nos interessarmos não apenas pelo bem da nossa família, mas também pelo da sociedade, que depende igualmente do nosso comportamento pessoal”, refere o documento, divulgado hoje pelo Vaticano, na festa litúrgica da Sagrada Família (primeiro domingo depois do Natal).

Francisco assinala o primeiro aniversário da proclamação do ano especial ‘Família Amoris Laetitia’, iniciativa que teve início na solenidade de São José deste ano (19 de março) e decorre até à celebração do X Encontro Mundial das Famílias, em Roma (26.06.2022).

“Sempre tive presente as famílias nas minhas orações, mas mais ainda durante a pandemia que colocou todos duramente à prova, sobretudo os mais vulneráveis. O momento que estamos a atravessar leva-me a aproximar, com humildade, estima e compreensão, de toda a pessoa, casal e família na sua situação concreta”, escreve.

O Papa convida a refletir sobre algumas “dificuldades e oportunidades” que as famílias têm vivido neste tempo de pandemia, em que passaram mais tempo juntas, “proporcionando uma oportunidade única para cultivar o diálogo em família”.

“Obviamente isto requer um exercício especial de paciência; não é fácil estar juntos o dia todo, quando se tem que trabalhar, estudar, divertir-se e descansar na mesma casa”, acrescenta.

Francisco deseja que esta oportunidade de estar juntos seja “um refúgio no meio das tempestades” e que a família seja “um lugar de acolhimento e compreensão”.

A carta admite que, para muitos casais, a convivência durante estes confinamentos foi “particularmente difícil”, com “discussões e feridas”, chegando até à “rotura da relação”, nalguns casos.

“A estas pessoas, desejo manifestar também a minha proximidade e afeto”, indica.

Nem sequer é possível poupar aos filhos a amargura de ver que os seus pais já não estão juntos. Mesmo assim, não deixeis de procurar ajuda para que se possa dalguma forma superar os conflitos, a fim de que estes não provoquem ainda mais sofrimento entre vós e aos vossos filhos”.



Francisco deixa um apelo ao “perdão”, sublinhando que Deus acompanha e ama “incondicionalmente” todas as pessoas.

“As diferentes situações da vida – a idade que vai passando, a chegada dos filhos, o trabalho, as doenças – são circunstâncias em que o compromisso mutuamente assumido obriga cada um a abandonar a própria inércia, as certezas, os espaços de tranquilidade para sair rumo à terra que Deus promete”, refere aos casais católicos.

O Papa deixa uma reflexão sobre a importância da paternidade e da maternidade, da autoridade e da educação dos filhos, desafiando as famílias a “colaborar na Igreja”.

“Compete às famílias o desafio de lançar pontes entre as gerações para a transmissão dos valores que constroem a humanidade. É necessária uma nova criatividade para expressar, nos desafios atuais, os valores que nos constituem como povo nas nossas sociedades, e como Povo de Deus na Igreja”, precisa.

Francisco encoraja os jovens que se preparam para o casamento, num momento de dificuldades por causa da pandemia, em que “aumenta ainda mais a incerteza laboral”, e aos avós que sofreram com o isolamento, longe dos netos.

“Que São José inspire em todas as famílias a coragem criativa, tão necessária nesta mudança de época que estamos a viver, e Nossa Senhora acompanhe na vossa vida conjugal a gestação da cultura do encontro, tão urgente para superar as adversidades e os contrastes que obscurecem o nosso tempo”, conclui.

O Papa publicou a 8 de abril de 2016 a sua exortação apostólica sobre a Família, ‘Amoris laetitia’ (A Alegria do Amor), uma reflexão que recolhe as propostas de duas assembleias do Sínodo dos Bispos (2014 e 2015) e dos inquéritos aos católicos de todo o mundo.

OC

Após a recitação do ângelus, neste domingo, o Papa anunciou a publicação desta carta, como “presente de Natal” para os casais e sinal de “proximidade”.

“É importante refletir e fazer experiência da vontade e da ternura de Deus, que com mão paterna guia os passos dos esposos, no caminho do bem. Que o Senhor dê a todos a força e a alegria de continuar o caminho começado”, disse.

Francisco convidou a preparar o próximo Encontro Mundial das Famílias, “especialmente com a oração”.


domingo, 26 de dezembro de 2021

SEMPRE EM CONSTRUÇÃO ... SEMPRE INACABADA ...

 

Individualmente, em família e em comunidade, celebramos a grande solenidade do nascimento de Jesus, o acontecimento mais sublime de toda a história da humanidade. Celebrar o Natal de Jesus faz vir ao de cima sentimentos de gratidão por tudo quanto veio trazer à história da humanidade, à vida de cada família e de cada pessoa. Embora, na liberdade que lhe assiste, o mundo moderno queira endeusar o homem e construir uma humanidade nova sem Deus, não é lícito nem saudável negar, esquecer, minimizar ou querer substituir aquele que tudo fez e continua a fazer pela humanização e salvação da humanidade, apresentando-se como o príncipe da paz, o caminho, a verdade e a vida. Sempre que Deus tem sido ignorado ou se tenta manipular, o homem é desprezado e a história fica escrita com sangue, sofrimento e morte que a todos envergonha.
Logo a seguir do Natal de Jesus, temos a festa da Sagrada Família, a família de Jesus. Uma família migrante e pobre, das periferias. Uma família sofrida, mas feliz e cheia de esperança. A sua aliança de amor e fidelidade a Deus, de um ao outro, e de ambos a Jesus, mesmo no meio da fragilidade, “ilumina o princípio que dá forma a cada família e a torna capaz de enfrentar melhor as vicissitudes da vida e da história”. A vida desta Família ensina “o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu carácter sagrado e inviolável” (AL66).
Em Nazaré, cada um dos esposos é o companheiro de coração do outro, um cúmplice na história e na caminhada da sua vida. É um companheiro por excelência, com quem se enfrentam as alegrias e as tristezas da vida em saudável intimidade. Há um projeto comum estável, assumido numa decisão do coração e a envolver toda a existência. Há um amor mutuamente prometido, capaz de superar os mal entendidos, os conflitos e os possíveis sentimentos ou estados de ânimo. Acima de todas as vergastadas que a vida vai infligindo, acima de toda e qualquer circunstância menos boa, há neles um querer-se bem mais profundo a manter viva a decisão de se amarem, de se pertencerem, de partilharem a vida inteira, amando-se, perdoando-se, continuando a amar-se e a perdoar-se, celebrando cada nova etapa com alegria e esperança, com carinho e ternura.
A família, constituída por um homem e uma mulher e aberta à vida, não é uma realidade estática, é dinâmica, é um caminho de crescimento, sem idealismos utópicos nem pessimismos que entorpeçam . É uma tarefa sempre inacabada e sempre em construção por todos os seus membros. Reclama pormenores de qualidade e arte no trato. Exige ternura e delicadeza de gestos. Pede criatividade em surpresas mútuas que gerem alegria e bem estar. É um espaço sagrado, um lugar de refúgio, uma escola onde se fomenta a cultura da entreajuda, do respeito pela diferença e pelas diversas gerações. É a primeira escola do diálogo, da amizade, da compreensão, da tolerância, da delicadeza, do perdão, da paciência. Ali se transmite o amor à Igreja, se reza e ensina a rezar, se aprende o sentido da partilha, da generosidade, da gratidão, do apoio aos fragilizados, do saber esperar, da troca de experiências que ajudam a crescer, do interesse e compromisso pela construção do bem comum, da cidadania responsável. A família que se ama, se constrói e reconstrói com alegria e esperança, é lâmpada que não se pode colocar debaixo do alqueire mas bem alto no candelabro. Aí, sendo em Cristo esperança e luz do mundo, ela alumia a todos como boa nova para o futuro da humanidade.

Com o Papa Francisco, rezemos pela Família:

“Jesus, Maria e José,
em Vós contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor,
confiantes, a Vós nos consagramos.
Sagrada Família de Nazaré,
tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
autênticas escolas do Evangelho
e pequenas igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré,
que nunca mais haja nas famílias
episódios de violência, de fechamento e divisão;
e quem tiver sido ferido ou escandalizado
seja rapidamente consolado e curado.
Sagrada Família de Nazaré,
fazei que todos nos tornemos conscientes
do carácter sagrado e inviolável da família,
da sua beleza no projeto de Deus.
Jesus, Maria e José,
ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.
Amém.”


D. Antonino Dias - Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 24-12-2021.



FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ

 

https://www.youtube.com/watch?v=BhObpbpTHDQ&t=12s

Tema da Festa da Sagrada Família

As leituras deste domingo complementam-se ao apresentar as duas coordenadas fundamentais a partir das quais se deve construir a família cristã: o amor a Deus e o amor aos outros, sobretudo a esses que estão mais perto de nós – os pais e demais familiares.
O Evangelho sublinha, sobretudo, a dimensão do amor a Deus: o projecto de Deus tem de ser a prioridade de qualquer cristão, a exigência fundamental, a que todas as outras se devem submeter. A família cristã constrói-se no respeito absoluto pelo projecto que Deus tem para cada pessoa.
A segunda leitura sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos de todos os que vivem “em Cristo” e aceitaram ser Homem Novo. Esse amor deve atingir, de forma mais especial, todos os que connosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.
A primeira leitura apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais. É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura.

https://www.dehonianos.org/

sábado, 25 de dezembro de 2021

NATAL DO SENHOR – MISSA DO DIA

 

https://www.youtube.com/watch?v=tZpZ5ZhvibM

O tema desta Eucaristia pode girar à volta da expressão “a Palavra fez-se carne e habitou entre nós”.
A primeira leitura anuncia a chegada de Deus ao meio do seu Povo. Ele é o rei que traz a paz e a salvação, proporcionando ao Povo de Deus uma era de felicidade sem fim. O profeta convida, pois, a substituir a tristeza pela alegria e pelos gritos de vitória.
A segunda leitura apresenta, em traços largos, o plano salvador de Deus. Insiste, sobretudo, que esse projecto alcança o seu ponto mais alto com o envio de Jesus, a “Palavra” de Deus que os homens devem escutar e acolher.
O Evangelho desenvolve o tema esboçado na segunda leitura e apresenta a “Palavra” viva de Deus, tornada pessoa em Jesus. Sugere que a missão do Filho/“Palavra” é completar a criação primeira, eliminando tudo aquilo que se opõe à vida e criando condições para que nasça o homem novo, o homem da vida em plenitude, o homem que vive uma relação filial com Deus.

https://www.dehonianos.org/

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

NATAL DO SENHOR


https://www.youtube.com/watch?v=GJYuT11gLic

O tema desta Eucaristia pode resumir-se na expressão “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz”.
A primeira leitura anuncia a chegada de um menino, da descendência de David, dom de Deus para o Povo, que eliminará as causas objectivas de sofrimento, de injustiça e de morte, e inaugurará uma era de alegria, de felicidade e de paz sem fim.
O Evangelho apresenta a concretização da promessa profética: Jesus, o menino de Belém, é o Deus que vem ao encontro dos homens para lhes oferecer – sobretudo aos mais pobres e débeis – a salvação. Não se trata de uma salvação imposta, mas de uma salvação oferecida com ternura e amor.
A segunda leitura lembra que acolher a salvação de Deus, tornada presente na história dos homens em Jesus, significa renunciar aos valores do mundo, sempre que eles estejam em contradição com a proposta do menino de Belém.

https://www.dehonianos.org/

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

INFORMAÇÃO PAROQUIAL

 PARÓQUIA DE ARRONCHES

Informa- se que a missa que seria celebrada ,hoje, pelas 17:30 H terá lugar amanhã, sexta- feira, pela mesma hora. 

Mais se informa que não será celebrada a tradicional MISSA DO GALO.

No sábado, DIA DE NATAL,  a Eucaristia será no horário habitual pelas 12:00H.



Natal quer dizer espírito de amor. Um tempo quando o amor de Deus e o amor dos seres humanos deveriam prevalecer acima de todo o ódio e amargura... Um tempo em que nossos pensamentos, ações e o espírito de nossas vidas manifestam a presença de Deus.

Que o Menino Jesus faça morada em seu coração, irradiando- o com sua luz e seu amor. Feliz Natal!

Só se vive para diante



O tempo nunca parou, nem vai parar. Não espera por ti, nem por ninguém. Só se compreende a vida olhando para o passado, mas só se pode viver a olhar para a frente. Não é possível compreender a vida ao mesmo tempo que se vive.

Sermos quem somos passa por estar neste mundo onde tudo pode mudar a qualquer instante, sem que sequer tenha de fazer sentido. Não há muitas certezas, mas uma delas é que pouco é certo.

O amanhã é um vazio onde habita o infinito. Tudo é possível. Um universo de horizontes imensos, porque tudo é sempre novo, único e autêntico.

A eternidade cabe num só instante. Neste preciso segundo, em que lês este texto, está a acontecer por todo o mundo um número sem fim de acontecimentos, milhares de milhões de pessoas vivem de forma diferente e singular esta migalha do tempo.

Aquieta-te por apenas um minuto. Sentes a vida a soprar em ti? Já compreendeste que viajas à velocidade da luz rumo a um amanhã sem fim? Sabes que és tu quem escolhe o caminho?

Nenhum de nós sabe quem será, mas podemos saber quem somos e o que queremos. Depois, é apontar cada passo em direção ao sonho.

Não esperes pelo tempo, porque quem cria o futuro és tu.

Sê prudente, a vida é um diálogo permanente entre nós e o mundo, em que importa muito saber qual o momento certo para cada coisa, sendo que nunca é tempo de apenas esperar.

Quem espera e desespera pelo futuro não é feliz, talvez porque não saiba o que fazer no presente…

O futuro não é lógico, mas quem olha para o seu passado com atenção sabe sempre um pouco mais. Atenta na tua história, que importância teve o que fizeste antes das coisas acontecerem? Não está o futuro já aqui, embora de forma disfarçada?

Aprende a viver o presente com alegria e com tristeza, mas não com euforia ou desespero. Concentra-te no que podes fazer para que até o impossível deixe de o ser… dessa forma, mesmo que não realizes os sonhos, terás sempre razões para sorrir e para seres feliz, apesar de tudo.

A tua vida é um dia a dia, até ao dia em que terás de saltar para a eternidade.


José Luís Nunes Martins





quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

No final és tu e Ele





No final és tu e Ele. Será sempre assim. Não haverá mais ninguém que te espere como Ele te espera. Não haverá amor maior que te embale de forma tão carinhosa.

No final és tu e Ele. Resta a tua intimidade com Aquele que realmente te conhece. Não precisas de gastar tempo com explicações ou evitamentos. Ele sabe do que és feito. Sabe o que és e quem és.

No final és tu e Ele. Num encontro tremendamente humano. Numa relação que se deixa encarnar pelo mistério da vida e pela beleza do acreditar.

No final és tu e Ele. E nada O deixará mais irrequieto do que a espera pela tua presença. Mesmo que chegues de forma desarranjada, despenteado/a e descalço/a. Para Ele não interessa nada mais do que a tua vida. Do que a tua liberdade de simplesmente estares.

No final és tu e Ele. Em abraços calorosos que transformam o teu caminhar. O teu olhar. A tua vida. No final és tu e Ele. Num relacionamento que ganha forma a partir da tua sede de quereres ver mais. De quereres ser mais. De quereres senti-Lo.

No final és tu e Ele. Seja o final de cada dia ou o final de toda a tua vida.

No final és tu e Ele e teres consciência deste verdadeiro encontro dar-te-á a conhecer a finalidade da tua vida!


Emanuel António Dias


terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Qual Natal?!



Somos tentados a sentir que não há condições para o Natal. Não há espírito. Parece que nos falta o que já não volta. Que sentimos as ausências mais do que nunca. Que compreendemos, agora, o que perdemos.

Viramos a cara ao Natal e quase parece que lhe viramos o coração, também. Não nos inquietemos no meio da confusão que nos vamos provocando. O Natal não é uma data. Não é um dia nem dois. Não é uma árvore nem o brilho das luzes das ruas. O Natal é a luz que não passa. Que se acende no lugar mais frio do mundo, mesmo que esse lugar mais frio seja (exatamente) o nosso coração. O Natal não tem nada que ver connosco nem com as nossas vontadezinhas. O Natal foi um presente que nos foi dado e, todos os anos, todos os dias, somos convidados a renovar esse recebimento. E que bonito é perceber que houve um menino que se quis fazer Tudo para nós.

“Mas isso é só para os que acreditam”.

Não.

O Natal é, também, para os que não acreditam nele. Para os que nunca acreditaram. Para os que, um dia, vão acreditar e ainda nem sabem. O Natal é uma mantinha de retalhos das vidas de todos nós. Tal e qual como elas são. Bonitas e feias. Confusas e tristes. Esfusiantes e barulhentas. Mais amargas ou mais doces.

Mas claro que há Natais que doem muito. Que doem mais. Se este Natal for, para ti, um desses dias mais difíceis, lembra-te que não estás sozinho. Que amanhã será melhor. Ou no dia seguinte.

E depois, fecha os olhos, respira fundo e lembra-te que um dia houve um menino-Vida que quis nascer para que a tua fosse melhor. Para que pudesses ter água a correr no lugar do coração. Para que pudesses ser voo em vez de peito estacionado. Para que pudesses ser esperança e asa em vez de tormenta.

Olha para o Céu, assim que puderes. Se usares o telescópio da alma, já deves ver a primeira ponta de luz daquela Estrela que veio para mudar tudo.

Para melhor.


Marta Arrais


segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Quero um Natal não comercializável!



Faltam menos de 15 dias para essa festa tão global, que é o Natal, que eu próprio tenho medo…

Procuro no meu dia que o Natal não seja comercializável como tantas coisas mais. Explico. Todos, como seres conscientes que somos, já percebemos que anualmente vivemos um Natal, como outras festas, de uma forma muito comercial. Se isso já é preocupante, pelo menos para mim, ainda o é mais quando o comercializamos!

Numa sociedade que vive das aparências, cada vez mais, já não me assusta a imagem que damos das coisas. O que me apavora é quereremos vender um produto chamado Natal!

Temos a tendência para idealizar o Natal. Ou seja, no correr dos dias, vemo-nos seduzidos por certas vivências. Como que quiséssemos que as nossas festas natalícias fossem como aquelas que vemos nas revistas cor de rosa ou nos programas xpto que passam nas tv's…

E assisto a pessoas, a famílias que não conseguem lá chegar. Famílias que não conseguem proporcionar aos mais jovens aquele ideal que é tão publicitário, aquele ideal que é tão inverosímil. Como algo que só na publicidade é que se tem.

Não quero esse Natal! Não quero um Natal que só alguns querem que eu tenha, para maior benefício pessoal (deles) porque ganham muito dinheiro com isso!

Não!

O Primeiro Natal é daquele menino que nasceu numa manjedoura… Aquele que tinha tudo e de tudo se alheou para encarnar na realidade mais humana possível.

É preciso proclamar aos sete ventos que o Natal não é nada daquilo! O Natal é despojamento. O Natal é encarnar a nossa realidade de todos os dias e fazer disso salvação!

Quero um Natal mais humano! Quero um Natal mais nosso! Daquele que vive todos os meses com as contas apertadas! Um Natal daquele que tem que acompanhar o filho ao IPO no dia 25 de dezembro! Um Natal daquele que não consegue ter a família unida por problemas de relacionamento entre todos! Um Natal daquele que vive na rua! Um Natal daquele que espera o diagnóstico da T.A.C. que fez ao seu corpo! Quero um Natal daquele que espera, honestamente, da IPSS que lhe forneça o Bolo-Rei e as batatas para a ceia! Um Natal daquele que não se reconhece no próprio corpo! Um Natal daquele ou daquela que se questiona se deve ou não abortar! Quero um Natal…

Quero um Natal em que todos nos preocupemos com todos!

Quero um Natal em que todos encarnemos as realidades, as vidas de todos os que mais sofrem nestes dias!

Quero um Natal em que nos identificamos com aquele Jesus que se fez Homem para viver a realidade do Homem e assim o redimir…


Paulo J. A. Victória


domingo, 19 de dezembro de 2021

VISITA PASTORAL DE BISPO DIOCESANO

 D. Antonino Dias, concluiu a visita  pastoral ao Arciprestado de Portalegre, visitando a Paróquia de Arronches



Hoje, domingo, dia 19, a paróquia de Arronches recebeu o Bispo Diocesano, D. Antonino Dias, na sua visita pastoral.

Esta teve início numa breve oração no cemitério local.


A Santa Eucaristia teve início pelas 12:00H.

Na celebração 16 jovens e adultos receberam o sacramento da Crisma.





O sacramento da Crisma dá ao batizado – de modo efusivo, como no dia de Pentecostes – o Espírito Santo a fim de que seja o fiel fortalecido na sua vida interior de fé, encorajado e animado para a profissão externa dessa mesma fé, ou seja, leva-o a olhar para o bem do próximo.

Sacramento da Crisma: sempre no feminino, pois quer dizer Unção. A crisma nomeia apenas o óleo usado nesse sacramento, e não o sacramento em si. No século V, a Crisma passou a ser designada também como Confirmação [do Batismo].

O Espírito Santo é dado, no Batismo, como dom inicial e, na Crisma, como dom em toda sua plenitude para o fortalecimento interior do batizado.

De fato, precisamos ser fortes, na graça de Deus, para enfrentar, com vigor, os ataques internos e externos que colocam em risco a nossa fé.

Encorajado e animado para a profissão externa dessa mesma fé, ou seja, leva-o a olhar para o bem do próximo: fortalecido, interiormente, o fiel deixa verter seu grande dom para o exterior ao fazer o bem ao próximo.

Comparado com a adolescência, fase na qual se passa a ganhar espaço maior na família e na sociedade, “o cristão crismado começa a ver cada vez com maior clareza (ou deveria fazê-lo) a sua responsabilidade para com Cristo e o seu próximo. Compromete-se profundamente (ou deveria fazê-lo) com o bem de Cristo-no-mundo, que é a Igreja, com o bem de Cristo-no-próximo. Nesse sentido, a Confirmação é um crescimento espiritual”.

“Agora compartilhamos com Cristo a sua missão de estender o Reino, de adicionar novas almas ao Corpo Místico de Cristo. As nossas palavras e atos já não se dirigem meramente à santificação pessoal, mas vão, além disso, fazer com que a verdade de Cristo se torne real e viva para aqueles que nos rodeiam”