Não nos está a ser fácil compreender estes recuos na pandemia. Parecia que estávamos um pouco mais a salvo há tão pouco tempo e, de repente, somos novamente cilindrados pelas notícias de uma nova variante, de novas restrições, de novas dúvidas e inquietações.
Para onde vamos afinal? Que espécie de castigo será este que não parece ter fim? Como é que nos mantemos à tona e mais tranquilos quando tudo parece voltar ao caos?
Gostava de ter uma resposta clara e definitiva para todas estas perguntas, e para tantas outras. As tuas perguntas também são as minhas. As tuas dúvidas e inquietações também me atormentam.
Para onde vamos?
Em primeiro lugar não podemos encarar esta pandemia como um castigo. Talvez faça mais sentido encará-la como uma lição, como uma aprendizagem. E o problema é que teimamos em não querer aprender. Teimamos em ignorar os sinais e os néones vermelhos com luzes de perigo. Continuamos a querer salvar a nossa pele sem pensar na pele dos que nos rodeiam. Não pomos a máscara porque nos custa respirar. E aos outros? Não custará? Não nos vacinamos porque temos medo dos efeitos secundários, dos sintomas e do que ainda não sabemos sobre tudo isto. E os outros? Não terão também medo? Não se terão também “sacrificado” por um bem comum?
Em segundo lugar, talvez seja possível mantermo-nos à tona se conseguirmos seguir a nossa consciência, a nossa intuição, o nosso bom senso. Devo proteger-me para poder proteger os outros. Tudo o que possa surgir que não esteja ao alcance do meu controlo, será como qualquer outro dissabor, problema ou situação caótica que poderia enfrentar num qualquer contexto.
A tranquilidade é mais difícil. Claro que é. Todos sabemos de quem tenha adoecido. De quem tenha partido deste mundo por causa desta doença. Mas todos também sabemos melhor, e sabemos mais do que sabíamos há dois anos atrás.
Que saibamos usar os erros de antes para não os repetir agora e mais lá à frente. Que saibamos honrar os que perdemos para que, no que dependa de nós e dos nossos cuidados, não tornemos a perder mais nada. Nem ninguém.
Marta Arrais
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