O encontro e a vivência plena da fé em Jesus Cristo é algo que nos inquieta permanentemente.
Falo, obviamente, não da vivência da fé por partilha de ideal ou de herança de família, mas da fé que leva a sermos crentes. Isto é, a vivência total da fé, onde é caracterizada por momentos de luz e de sombra. De dúvidas. De crises e também de um arriscar pleno.
E, por isso, a grande questão que trago hoje e que me tem acompanhado nos últimos tempos é: quem é Jesus? Quem é este Jesus? Quem é este homem que depois de tantos anos após a sua existência continua a fazer parte da minha vida e a definir muito do que sou?
Reconheço-O como Deus por causa dos milagres? Reconheço-O como Deus porque me dá segurança e conforto?
Reconheço-O como Deus para defender a minha visão do mundo?
Estou inclinado a responder, principalmente a estas últimas questões, que não. Não é por nada disso. Até porque aos milagres eu nunca os assisti. E o Evangelho que Ele me apresenta é reconfortante, mas é também muito mais desafiador e inquietante para a minha vida.
Por isso, a vivência da fé em Jesus penso que deve passar pela sede. Sim, temos de andar sedentos. De nós mesmos e de Deus, porque a fé estará sempre alinhada com este arriscar. Muitas vezes duvidando de tudo. Muitas vezes questionando-nos por inteiro.
A fé não pode é ser uma moda. Não pode ser uma ideologia política. Não pode deixar-nos serenos e cheios de certezas.
Para vivermos a fé temos de aceitar que a nossa vida será uma interna interrogação. Para vivermos a fé temos de aceitar que arriscaremos sempre no mistério e na loucura de acreditar numa pessoa.
Hoje, antes de voltares a professar o Credo, pergunta-te: quem é Jesus? Quem é este Jesus para ti?
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