E ficamos todos com o recado de que temos de fazer mais e mais, não é? Eu dou por mim a refletir nisso e a questionar se, nesta enorme barca, todos damos um pouco mais.
Em Igreja sentimos que falta vocações para quase tudo e uns desdobram-se em milhentas tarefas enquanto outros dão o que lhes apetece: nem mais nem menos!
No trabalho é igual, quando nos envolvem na resolução de tarefas, encolhemos os ombros para que não sejamos chamados a capítulo caso corra mal.
Até podia dizer mais qualquer coisa, até podia dar mais uma ajudinha, até podia mas às vezes, simplesmente não nos sentimos capazes. É que nem sempre estamos no sítio certo, rodeados de pessoas certas que nos inspirem a dar mais. E isso também é importante perceber, porque nem sempre, o que temos para dar encontra um recetor capaz de transformar a nossa dádiva em algo poderoso.
Outras vezes, escudamo-nos na falta de tempo que cada vez mais significa ”falta de vontade” e desperdiçamos oportunidades para aprender mais, para poder também ensinar melhor os outros. Ficamo-nos pelo que sabemos, damos, e isso nos basta.
Somos exímios em desculpas para justificar o que damos porque na verdade sentimos que damos sempre pouco.
Mas, quando Jesus nos conta a parábola da viúva que deu esmola, percebemos que nada sabemos sobre a quantia que ela deu, não sabemos se foi muito ou pouco, apenas sabemos que deu tudo o que tinha e isso bastou!
Por isso a questão a fazer é:
E tu amiga será que sabes tudo o que tens para dar?
A liturgia do 32.º Domingo do Tempo Comum fala-nos do verdadeiro culto, do culto que agrada a Deus. Mais do que rituais litúrgicos solenes e majestosos, Deus espera de nós uma atitude permanente de entrega nas suas mãos, de disponibilidade para os seus projetos, de escuta atenta das suas indicações, de generosidade, de partilha, de solidariedade para com os nossos irmãos.
A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de uma viúva pobre de Sarepta que, apesar da sua pobreza e necessidade, ouviu o apelo de Deus e repartiu os poucos alimentos que lhe restavam com o profeta Elias. A história dessa mulher garante-nos que a generosidade, a partilha e a solidariedade não empobrecem, mas são geradoras de vida abundante.
Esta história convida-nos a não nos fecharmos em esquemas egoístas de acumulação e de açambarcamento, esquecendo os nossos irmãos necessitados. Garante-nos que, quando repartimos, com generosidade e amor, aquilo que Deus colocou à nossa disposição, não ficamos mais pobres; os bens repartidos multiplicam-se e tornam-se fonte de vida e de bênção para nós e para todos aqueles que deles beneficiam. O que significam para nós os bens que Deus pôs à nossa disposição? Um “capital privado” exclusivamente ao nosso serviço, ou bens que Deus me encarregou de administrar e que pertencem a todos os outros filhos e filhas de Deus? O que dirige a minha vida é a preocupação egoísta da posse dos bens, ou é a generosidade e o amor?
O Evangelho convida-nos a ver, pelos olhos de Jesus, duas formas diferentes de “dar culto” a Deus. De um lado estão os “escribas”, homens-modelo de uma religião solene e formal, mas também vazia, hipócrita, teatral, fomentadora da exploração dos mais pobres, usada para fins egoístas de promoção pessoal; do outro lado está uma viúva pobre e humilde, mas que tem um coração generoso, que confia plenamente em Deus, que aceita viver num despojamento total de si própria para “dar tudo” a Deus. Jesus propõe-na aos discípulos que estão com Ele no átrio do templo como modelo do culto que devem prestar a Deus.
Como nos relacionamos com Deus? O que devemos fazer para nos encontrarmos com Ele? Como respondemos ao seu amor e ao seu cuidado de Pai? Que é que Deus espera de nós? Jesus tinha, sobre isto, ideias bastante claras. Ele estava plenamente convicto de que não se chega ao encontro com Deus através de ritos externos mais ou menos solenes, ou de atos cultuais cuidadosamente encenados mas que não passam de atos formais determinados pelo calendário litúrgico… Jesus achava que a resposta do crente a Deus, a resposta que agrada a Deus e que Deus espera, passa por gestos simples e generosos que expressem a doação total da própria vida, a entrega confiada nas mãos de Deus, a renúncia ao próprio critério para acolher os desafios e indicações de Deus, a obediência incondicional a Deus. O verdadeiro crente é aquele que, no silêncio e na simplicidade dos gestos mais banais, com um coração desprendido e generoso, coloca toda a sua existência nas mãos de Deus. Qual é a nossa resposta ao Deus que nos ama com cuidados de Pai? A nossa “religião” é uma “religião” de gestos externos e de rituais balofos, ou é uma “religião” de escuta de Deus e de obediência incondicional à sua vontade?
A segunda leitura oferece-nos o exemplo de Cristo, o sumo-sacerdote perfeito. Cumprindo o projeto do Pai, Ele deu aquilo que tinha de mais precioso: a sua própria vida. Mostrou-nos, com o seu sacrifício, qual é o dom perfeito que Deus quer e espera de cada um dos seus filhos: a entrega de nós próprios para que o seu projeto para o mundo e para o homem se concretize.
A primeira leitura e o Evangelho deste domingo tocam a temática do desapego, da partilha, da capacidade para “dar tudo”. Ora Cristo, com a entrega total da sua vida a Deus e aos homens, realizou plenamente esta dimensão. Ele “deu tudo”, até à última gota de sangue. Não se limitou a partilhar alguns bens perecíveis, mas deu aquilo que tinha de mais precioso: a sua própria vida. Ele mostrou-nos, com o seu sacrifício, qual é o dom perfeito que Deus quer e espera de cada um dos seus filhos. Mais do que solenes rituais litúrgicos, orações prolongadas e perfeitas, ou ofertas em dinheiro para os projetos da Igreja, Deus espera de nós o dom da nossa vida, a entrega de nós próprios para que o seu projeto para o mundo e para o homem se concretize. Limitamo-nos a dar a Deus algumas “migalhas” que nos sobram, alguns minutos do nosso dia, ou somos capazes de “dar tudo”, de colocar toda a nossa existência ao serviço do projeto de Deus?
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A quem muito foi dado, muito também Deus exigirá!
Jesus se dirige aos economicamente bem.
Lembra-os que não podem simplesmente apoiar sua espiritualidade nas obras.
O ato exterior, quando fácil, pouco adianta.
Ele não quer nossas sobras, mas que, generosamente e de modo responsável, partilhemos nossos bens
Recadinho
Em que consiste a generosidade? Você acha que há muita hipocrisia na sociedade em geral? É fácil ser desapegado dos bens deste mundo? Conheço alguém que pode ser classificado como especializado em atender aos pobres? Há muita hipocrisia religiosa?
Deus Pai, amigo dos que procuram, ensina-nos a levantar os olhos e a ver que rompe já a aurora de um novo tempo de esperança.
Senhor Jesus, companheiro dos que se interrogam, faz-nos acolher a visitação da Tua voz que ecoa nas perguntas que guardamos e nos convoca para o serviço da Tua Igreja.
Espírito Santo, fogo dos que se incendeiam com sede da vida com que nos insuflas e confirmas, inspira-nos a responder generosamente aos apelos que nos despertam para a missão.
Que, com Maria, a discípula fiel, saibamos sempre o que podemos esperar, preferindo responder à voz que chama com disponibilidade, generosidade e confiança. Amen.
Não é só uma questão artística, pois a vida é também uma arte. A arte de ver o que realmente traz cor aos dias e saber que a preto e branco também se vê bem.
O que importa mesmo é como te encontras na tela da vida. Como e onde?Não utilizamos todos as mesmas cores. Não vemos todos da mesma forma. Mas todos somos pintores.
É interessante podermos colocar-nos em perspetiva. Olhar de fora, imaginarmos a nossa vida num quadro. O que gostarias de ver pintado? O que gostarias de pintar?
Estamos a tempo, sempre a tempo de nos abrirmos à experiência. Sem medo de olhar. Honrando toda a nossa história. As cores, todas as cores. A leveza ou a grossura dos traços. Umas vezes mais intensos, outras vezes mais suaves.
Penso na importância dos espaços em branco. Da curiosidade, do novo. De abrir espaço à criação. Construir com um olhar; onde tudo é possível e a leveza é trazida pelo amor da vida em si mesma.
De abrirmos o coração ao que vem e mesmo com a mão trémula deixarmos emergir a pintura mais bonita de cada dia.
Nem sempre é fácil...às vezes os espaços em branco ficam apenas assim, em branco. Mas também é nesse vazio que nos encontramos. Que aprofundamos o que somos. É onde podemos expressar a nossa existência. Cada um com os seus traços.
"Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta", Carl Jung. Gosto particularmente desta frase, pois acredito que tudo se complementa.
Olho para dentro e pintaremos os sonhos, mais bonitos, na tela da vida.
Muito se tem falado sobre prolongar a vida e ambas temos pensado muito sobre o avançar da idade daqueles que nos são mais próximos. Queremos que eles vivam muito, mas também queremos que vivam bem e sintam que a vida faz sentido e que a sua presença continua a ser VIDA para nós. Admiro a ternura e dedicação daqueles que dão a sua vida para garantir que o fim da vida de outros seja digna dos anos que lhes pesam no corpo. Mas deve ser cansativo! O cuidador abdica da sua vida para ser a Vida de outros na maioria das vezes nem se queixam, apenas aceitam. Um dia fomos filhos e precisamos que cuidassem de nós, mas haverá um dia em que seremos nós a cuidar dos nossos pais e a providenciar que nada lhes falte - que assim seja!. Mas estes são os sortudos pois existem outros tantos que são deixados sem nome e às vezes sem dignidade, à espera que chegue a sua hora e à mercê da compaixão alheia.
Mas acho que pior do que isso são aqueles que desistem de viver, aqueles que, após uma vida longa, se recusam a aceitar as perdas. As perdas dos seus pares, a perda das capacidades físicas, das mentais e começam a pensar: que estou aqui a fazer? Estes podem não ser um fardo físico mas são uma enorme dificuldade para quem cuida pois por mais que se dê o necessário, sente-se que o outro simplesmente desistiu e apenas espera o inevitável. Será que eu vou ser assim?
Mal comparado, a vida pode ser encarada como uma vela que para ser útil tem de estar acesa e a cera, que a sustenta, é consumida na medida que a chama ilumina o espaço. Assim, também a vida se vai consumindo entre canseiras, alegrias e desafios. Por vezes, sofremos mazelas e desgastes que são difíceis de superar e que nos deixam marcas que nos fazem desistir um pouco e ficamos sem vontade de prolongar a vida. Será como uma chama que se vê confrontada com ventanias que a fazem fraquejar. Tal como a vela, a vida desgasta-nos, consome-nos porque isto de ser LUZ dá muito trabalho mas é o que dá razão à nossa existência. Viver para sempre nem sempre significa viver bem, por isso escolho: Viver bem!
Assim sendo, querida amiga, sugiro que vivamos com intensidade o que nos surge no caminho e preparar para um dia, quando a nossa “cera” for mais curta, e os ventos mais agrestes, termos a capacidade de aceitar o momento tal qual ele é, e continuar a ser Luz na vida dos outros, porque o resto… está nas mãos de Deus.
Sonhadores somos todos. Poucos são os que se levantam cedo para ir trabalhar pela concretização das suas aspirações. A maior parte das pessoas fica-se pela vontade de ter vontade, poucos são os que avançam e assumem, desde o primeiro passo, que vale a pena sacrificar tudo quanto é o preço daquilo que querem conquistar.
Os sonhadores comuns idealizam tanto que aquilo que desejam lhes chegará sem terem de abdicar de nada, como se o mundo lhes devesse isso e quisesse pagar-lhes a pronto! Mas a verdade é que, ainda que alguns até o possam merecer, a vida não entrega nada a ninguém sem uma contrapartida.
São tantos os esforços e os sacrifícios que é necessário despender a fim de concretizar o que queremos, que, quando o conseguimos, isso não nos deixa eufóricos, mas apenas aliviados, por ter terminado a guerra e por ela não ter sido em vão!
São muitos os tropeços, quedas e fracassos de que temos de nos reerguer… Talvez seja verdade que ninguém começa do início, porque há sempre um fim (qualquer) anterior. Começar é, na verdade, continuar depois de algo ter acabado.
As aventuras começam com o fim de qualquer coisa, assim como as tragédias.
Todos temos em nós uma alma que nos pede para que sejamos mais. Que sejamos maiores. Mas há quem desista cedo, há quem se venda por pouco, ainda que se considere muito forte e valioso, a verdade é que o nosso valor depende mais do que formos capazes de lutar por amor. Tornando real o que era apenas possível. Por vezes, era até impossível.
Levanta-te e luta pelo que acreditas que mereces. Hás de cair muitas vezes. Muitas. Hás de sofrer de forma injusta.
Mas cada fim é um começo e feliz não é quem o merece, mas quem fez o que era preciso.
O concelho de Arronches recebe, a 9 e 10 de Novembro, o Festival Terras sem Sombra (TSS) num programa que se reparte em três momentos, dedicados ao património local, à grande música e à salvaguarda da biodiversidade.
09 DE NOVEMBRO | 15H00 | “AO ENCONTRO DAS RAÍZES: O CONVENTO E A IGREJA DE NOSSA SENHORA DA LUZ” Tido como “a menina dos olhos” dos arronchenses, o convento habita, literal e emocionalmente, o coração da vila alentejana. Antiga casa do século XVI, pertencente à Ordem dos Agostinhos Descalços, o imóvel apresenta uma arquitectura despojada, marcada pela sobriedade das linhas e pela utilização de materiais locais.
09 DE NOVEMBRO | 21H30 | “NO REGRESSO DE MAGALHÃES: DIÁLOGOS INÉDITOS ENTRE AS FILIPINAS E A EUROPA” O concerto do grupo coral filipino Sing Philippines Youth Choir, sob a direcção musical de Mark Anthony Carpio leva ao palco na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção um elenco com mais de 40 intérpretes numa viagem musical de cinco séculos. Uma noite de grande música que se completa com a inusitada colaboração de um grupo de tocadores locais, Pedrinhas de Arronches, que fazem dos seixos encontrados nas margens da ribeira local o instrumento para um emocional repertório.
10 DE NOVEMBRO | 09H30 | “FONTES VITÆ: A RIBEIRA DE ARRONCHES E O RIO CAIA” A culminar a agenda do fim-de-semana do TSS, a actividade de Salvaguarda da Biodiversidade propõe a visita “Fontes Vitæ: A Ribeira de Arronches e o Rio Caia”. A ribeira de Arronches é, há séculos, fonte de água para a população, irrigação agrícola e um valioso suporte à fauna e flora locais. Um curso de água que abriga um importante ecossistema.
Todas as atividades são de entrada livre e gratuita.
Querida amiga, nunca sentiste uma certa “vergonha” por festejar? Parece piada mas não é. Às vezes até tenho medo de dizer que estou feliz, ou que vou celebrar algo banal, para não ser olhada de lado como quem: olha esta!
Dia de pais, dia da mãe, aniversários de casados, namoro, dia da mulher… devem ser todos celebrados. Eu sei que a vertente comercial apoderou-se disto e damos por nós mais preocupados em “comprar” algo do que a “fazer” algo diferente.
Festejar para quê? Isto é tudo negócio! Pois bem, que seja! Ainda bem que há alguém que nos lembra que temos de festejar e que nos inventa pretextos para isso. Abençoados sejam, quem nos faz rir!
Abençoados, quem nos põe a pensar qual o jantar especial que vamos fazer, que bebida especial vamos pôr na mesa. Que bom que é termos um pretexto para comer na sala, pôr copos de cristal e guardanapos de pano, música de fundo. E que tal umas entradinhas, e uma sobremesa especial? E que tal um jantar mais demorado? Sim, enquanto estamos à mesa conversamos, saboreamos a companhia uns dos outros e também desabafamos. E quando nos contornamos, um jantar que deveria demorar 15m, prolonga-se por horas.
Às vezes, apenas precisamos de um pretexto para quebrar a rotina de uma semana aparentemente normal. Creio não ser preciso muito, apenas vontade!
A liturgia do 31.º Domingo do Tempo Comum convida-nos a abrir o coração ao amor. O amor liberta-nos dos círculos fechados que nos impedem de crescer e de construir uma vida com sentido; o amor permite-nos viver em comunhão com Deus e com os irmãos que a vida coloca ao nosso lado.
A primeira leitura apresenta-nos o início do “Shema’ Israel”, a grande afirmação de fé que todo o israelita piedoso fazia duas vezes por dia. Lembrava que Deus era o centro fundamental à volta do qual se articulava e construía toda a vida do crente; e convidava o israelita fiel a responder à ação salvadora desse Deus com uma entrega total, uma dedicação completa, um amor sem limites e sem condições.“Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças” – pede Moisés ao Povo de Deus. Como é que deve expressar-se, em termos práticos, esse amor a Deus? É através de declarações solenes e ocas de boas intenções? É através de fórmulas fixas de oração que papagueamos de cor? É através de solenes ritos litúrgicos, que nos enchem os olhos mas não nos tocam o coração? Não deverá antes ser na entrega total nas mãos de Deus, na escuta atenta da sua vontade, no cumprimento dos seus mandamentos e preceitos, no testemunho do amor junto dos nossos irmãos, no compromisso com a construção de um mundo que esteja de acordo com o projeto de Deus?
No Evangelho, Jesus define o princípio que deve orientar a vida e o compromisso dos seus discípulos: o amor. Esse princípio, raiz fundamental da existência cristã, concretiza-se em duas vertentes: como amor a Deus e como amor ao próximo. Quem ama Deus escuta as suas palavras, vive de acordo com as suas indicações, procura concretizar o seu projeto para o mundo e para os homens; e ao mesmo tempo, contagiado por Deus, acolhe e cuida, com solicitude e amor, dos irmãos que encontra no caminho. Essa é, segundo Jesus, a única forma de dar sentido à própria existência.Qual é, para nós, o elemento fundamental da nossa experiência de fé? Que lugar ocupa o amor – o amor a Deus e o amor ao próximo – no edifício da nossa vida religiosa? Por vezes não tenderemos a dar demasiada importância a elementos que não têm grande significado (as tradições religiosas que herdamos dos nossos antepassados, a devoção que nos inspira determinada imagem religiosa, as festas com um leve verniz religioso mas que são pretexto para manifestações pouco cristãs, os rituais pomposos e muitas vezes vazios de significado, as questões disciplinares laterais, as honrarias pouco evangélicas, os títulos “religiosos” que nada significam…), esquecendo o essencial, negligenciando o mandamento maior?
Na segunda leitura, um catequista cristão fala de Cristo como o sumo-sacerdote perfeito, que ofereceu no altar da cruz o sacrifício da sua própria vida. Com a sua entrega, Cristo cumpriu o plano do Pai e mostrou o seu amor a Deus; apresentando-se diante de Deus com esse dom, tornou-se intercessor dos seus irmãos e mostrou também o seu amor aos homens.Cristo é, efetivamente, o sumo-sacerdote que está junto do Pai e que intercede continuamente por nós, como repete até ao infinito o autor da Carta aos Hebreus. A consciência desse facto deve encher o nosso coração de paz, de esperança e de confiança: se Cristo intercede por nós, podemos encarar a vida de forma serena, com a consciência de que as nossas debilidades e fragilidades nunca nos afastarão, de forma definitiva, da comunhão com Deus e da vida eterna. Essa certeza é, para nós, fonte de paz, de harmonia e de esperança?
A perda de um filho pode ser a dor mais forte que um pai ou uma mãe podem sentir. Não há uma palavra que consiga descrever uma dor tão profunda.
E é precisamente pelos pais que perderam um filho que o Papa Francisco nos pede que, este mês, rezemos com ele.
No Vídeo que acompanha a sua intenção de oração, produzido pela Rede Mundial de Oração do Papa, Francisco convida-nos a escutar especialmente os pais e as mães que sofrem esta perda atroz; a escutá-los e a estar junto deles com amor, como quando Jesus cuidava dos mais frágeis.
O Papa salienta a importância do apoio entre famílias, com a fé como o pilar que permite o renascer da esperança.
🙏 “Rezemos para que todos os pais que choram a morte de um filho ou filha encontrem apoio na comunidade e obtenham do Espírito consolador a paz de coração”.
"O que é que se pode dizer a pais que perderam um filho? Como consolá-los? Não há palavras.
Reparem que um cônjuge que perde o outro é um viúvo ou uma viúva. Um filho que perde um pai é órfão ou órfã. Há uma palavra para dizer isso. Mas um pai que perde um filho, não há palavra. É tão grande a dor que não há uma palavra.
E viver mais tempo do que o seu filho não é natural. A dor provocada pela sua perda é especialmente intensa.
As palavras de ânimo, por vezes são banais ou sentimentais, não servem.
Ditas com as melhores intenções, claro, podem acabar por aumentar a ferida. Para oferecer conforto a estes pais que perderam um filho, devemos ouvi-los, estar próximos deles com amor, cuidando essa dor que sentem com responsabilidade, imitando a forma como Jesus Cristo consolava os que estavam aflitos.
E estes pais sustentados pela fé podem certamente encontrar conforto noutras famílias que, depois de terem sofrido uma tragédia tão terrível como esta, renasceram na esperança.
Rezemos para que todos os pais que choram a morte de um filho ou filha encontrem apoio na comunidade e obtenham do Espírito consolador a paz de coração."
A Igreja, acolhendo uma tradição monástica que vem do século XI, dedica o dia 2 de Novembro à memória dos fiéis defuntos. Depois de ter celebrado a glória e a felicidade dos Santos, no dia 1 de Novembro, a Igreja dedica o dia 2 à oração de sufrágio pelos "irmãos que adormeceram na esperança da ressurreição". Assim fica perfeita a comunhão de todos os crentes em Cristo.
Finados!
Jesus nunca ficou indiferente. Sentiu, e muito, a realidade da morte. Chorou a morte do amigo Lázaro. E, isto, para nos ensinar a encarar esta realidade não com lamentos constantes, perenes, mas sentir, porque somos humanos, e superar, porque aprendemos e tornamos realidade a mensagem de Jesus para nós!
Oraçáo
Senhor, quero hoje rezar-te por aqueles que desapareceram no mistério da morte. Dá o descanso àqueles que expiam, luz aos que esperam, paz aos que anseiam pelo teu infinito amor. Descansem em paz: na paz do porto seguro, na paz da meta alcançada, na tua paz, Senhor. Vivam no teu amor aqueles que amaste, aqueles que me amaram. Não esqueças o bem que me fizeram, o bem que fizeram a outros. Esquece tudo o mal que praticaram, risca-o do teu livro. Aos que passaram pela dor, àqueles que parecem ter sido imolados por um iníquo destino, revela, com o teu rosto, os segredos da tua justiça, os mistérios do teu amor. Concede-me aquela vida interior que permite comunicar com o mundo invisível em que se encontram os nossos defuntos: esse mundo fora do tempo e do espaço, esse mundo que não é lugar, mas estado, e mundo que não está longe de mim, mas à minha volta, esse mundo que não é de mortos, mas de vivos. Ámen.
Primeira leitura: Como descrever a felicidade dos mártires e dos santos na sua condição celeste, invisível? Para isso, o profeta recorre a uma visão. Salmo responsorial: O salmo de hoje proclama as condições de entrada no Templo de Deus. Ele anuncia também a bem-aventurança dos corações puros. Nós somos este povo imenso que marcha ao encontro do Deus santo. Segunda leitura: Desde o nosso baptismo, somos chamados filhos de Deus e o nosso futuro tem a marcada da eternidade. Evangelho: Que futuro reserva Deus aos seus amigos, no seu Reino celeste? Ele próprio é fonte de alegria e de felicidade para eles.
A SANTIDADE DE MUITOS
Fruto da conversão realizada pelo Evangelho é a santidade de muitos homens e mulheres do nosso tempo; não só daqueles que foram proclamados oficialmente santos pela Igreja, mas também dos que, com simplicidade e no dia a dia da existência, deram testemunho da sua fidelidade a Cristo. Como não pensar aos inumeráveis filhos da Igreja que, ao longo da história do continente europeu, viveram uma santidade generosa e autêntica no mais recôndito da vida familiar, profissional e social? «Todos eles, como "pedras vivas" aderentes a Cristo "pedra angular", construíram a Europa como edifício espiritual e moral, deixando aos vindouros a herança mais preciosa. O Senhor Jesus havia prometido: "Aquele que acredita em Mim fará também as obras que Eu faço; e fará obras maiores do que estas, porque Eu vou para o Pai" (Jo 14,12). Os santos são a prova viva da realização desta promessa, e ajudam a crer que isto é possível mesmo nos momentos mais difíceis da história». [nº 14 da Exortação Apostólica Ecclesia in Europa de João Paulo II]
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Santidade é algo importante para todos os cristãos! Todos nós somos chamados para a vida de filhos de Deus e, quem é seu filho, é santo, está na sua Graça! Vivendo nossa peregrinação neste mundo, entre trabalhos, alegrias, lutas constantes e esperança, tornamo-nos santos, pois caminhamos no espírito das bem-aventuranças! Nossa fé e esperança não esmorecem porque temos a promessa de Cristo: “Fiquem alegres e contentes, porque vocês terão uma grande recompensa nos céus!”