Quando fizeres algum bem ignora a falta de mudanças para melhor. O mundo, e tudo o que nele existe, muda. Mas muda devagar, muito devagar. É preciso enorme paciência para insistir, apesar da falta de resultados.
As transformações nos outros, e em nós, dão-se primeiro no interior, e é a partir daí que se vão expressando a pouco e pouco, de forma tão lenta que mais parece nada estar a mudar. Mas é desta mesma forma que crescem as árvores e o mar vai transformando as rochas.
Talvez não consigamos ver, durante o tempo da nossa vida, as grandes consequências do que fazemos neste mundo.
A nossa vida mais importante está no futuro. Nós não somos daqui. Chegámos sem saber como e voltaremos também sem compreender por que razão viemos, nem porque temos de regressar.
Mais ainda, não sabemos quando acabará esta vida (que é apenas uma pequena parte da outra), pode ser apenas daqui a três dias ou daqui a trezentos anos, quem sabe?
Cada um de nós deve buscar ser feliz. Não neste mundo nem já hoje, mas a uma profundidade onde habita o que em nós não passa.
De momento, cumpre-nos viver, mais do que sobreviver. E, ainda, conviver mais do que viver… e que, ao partilharmos assim as nossas vidas, as enchamos de amor. Que o amor seja a razão, o apoio e aquilo que nos liga uns aos outros.
A linha que separa o bem do mal é a mesma que separa o amor do egoísmo.
Não procures prémios neste mundo, pois nós não somos daqui.
José Luís Nunes Martins
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