quarta-feira, 24 de junho de 2015

Santos Populares


Os três santos festejados em junho com tanto estrondo de bailes, ceias e fogueiras foram três testemunhas de Jesus Cristo, muito diferentes uns dos outros: um frade do século XIII que assombrou o mundo com a sua sabedoria; um profeta publicamente elogiado por Jesus, que pagou com a vida o seu testemunho acerca da Verdade e um pescador, apóstolo de Jesus, cheio de audácias, de covardias e de fé a quem Jesus fez seu representante; este selou também com a vida a autenticidade da sua fé. Tanta austeridade contrasta com a forma ruidosa como são celebrados por todo o país.
Santo António de Lisboa


A vida de Santo Antônio comporta duas etapas: nascimento e formação em Portugal; desenvolvimento e ação em França e na Itália e morte na Itália. «O santo de todo o mundo» teve nasceu em Lisboa entre 1190 e 1195. Estudou na escola catedral e foi admitido à vida religiosa no Mosteiro de S. Vicente de Fora, dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho. Foi para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde desenvolveu e terminou estudos de Filosofia, Teologia e Sagrada Escritura. Foi ordenado sacerdote no Mosteiro de Santa Cruz, em 1219 ou 1220.

Cerca de 1220 instalaram-se em Santo Antão dos Olivais em Coimbra, alguns frades franciscanos. Rapidamente o jovem clérigo agostiniano se sentiu atraído pela vida simples daquela Ordem de mendicantes. Encontrou-se ali com os cinco frades que depois veneraria como mártires, os Mártires de Marrocos. Movido pelo seu exemplo transitou para a Ordem dos Frades Menores. Adotou o nome de frei Antônio. Partiu para Marrocos, grave doença o fez regressar. Impelido por uma tempestade o barco aportou na Sicília. E assim se iniciou a última fase da sua vida.

Dela há a reter, sobretudo, uma prodigiosa atividade como pregador contra as heresias em França e na Itália. S. Francisco mandou-o para Bolonha, ensinar. Papa Gregório IX apelidou-o de “Arca do Testamento”.

Em 1229-1231 estabeleceu-se em Pádua como pregador. Em Rimini deu-se o célebre milagre da pregação aos peixes. Fisicamente consumido morreu em Arcella a 13 de junho de 1231. Tinha 39 anos.

Foi canonizado onze meses depois da morte e proclamado Doutor da Igreja.


São João Batista, profeta, precursor de cristo, mártir.


João Batista acompanha Jesus (precede-O), desde a Anunciação. Ao nascimento de João estão associados dois dos mais emblemáticos hinos bíblicos: o Magnificat e o Benedictus, um pela boca de Maria, outro pela de Zacarias. Por sua vez Isabel, mãe de João, reconhece em Maria a Mãe do seu Senhor.

João surge como o último profeta do Antigo Testamento e o Precursor do Novo. Na orla do rio Jordão João atinge o clímax da sua missão de precursor quando apresenta publicamente Jesus como o Ungido do Pai, apontando-o como «o Cordeiro de Deus, que vai tirar o pecado do mundo» (Jo 1,29).

Definiu-se a si mesmo como uma voz, a voz do que clama no deserto: “endireitai os caminhos do Senhor”. Morreu mártir em defesa da Lei de Deus, porque ousou dizer ao rei adúltero: não te é lícito viver com a mulher de teu irmão (Mt 6,18). Além de ser é o único santo publicamente elogiado por Cristo (Lc 7,28),

S. João Batista é também o único de quem se comemoram as datas do nascimento e da morte.

São Pedro, apóstolo e mártir.

O nome de Pedro é mencionado logo nos primeiros chamamentos de Jesus (Mt 4,18-19 e Jo 1,41-42) e ele vem sempre em primeiro lugar nos elencos dos apóstolos.

Em Pedro todos nos podemos rever. Ele é capaz de rasgos audaciosos, como das piores pusilanimidades, como quando declara por três vezes nunca ter visto Jesus. Apesar disso, ele reconhece a sua cobardia, entregasse à misericórdia de Deus, nela confia (ao contrário de Judas) e «chora amargamente».

É Pedro quem, como nenhum outro, confessa abertamente a divindade de Cristo (Mt 16,16). É no nome de Pedro que se cimenta entre o pequeno núcleo cristão inicial a fé na ressurreição, expressa num conciso “credo”: «Na verdade o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». É a ele que Jesus entrega «as chaves do reino dos Céus»; é a ele que Jesus faz «pescador de homens», é ele que Jesus confirma como alicerce – sobre ti, Rochedo-Pedro, de Deus, edifico a minha Igreja.

A tradição transmite que Pedro sofreu o martírio em Roma, sob o império de Nero, por volta dos anos 64/67.


Autor: Alberto Júlio Silva Autor da obra «Os Nossos Santos e Beatos»
Fonte: Revista Ecclesia

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