sábado, 30 de setembro de 2017

Catequese



Se ainda não inscreveu o seu filho, não se atrase!

«Sempre conseguiste levar-me a Fátima», disse o Papa ao bispo de Leiria-Fátima

Foto arquivo

D. António Marto foi ao Vaticano agradecer a peregrinação de Francisco, nos dias 12 e 13 de Maio


Cidade do Vaticano, 30 set 2017 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima foi hoje ao Vaticano agradecer ao Papa a peregrinação que realizou ao Santuário de Fátima nos dias 12 e 13 de maio, que “superou todas as expectativas” de Francisco e constituiu uma “bênção para a Igreja”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, D. António Marto disse que encontrou o Papa muito “alegre, satisfeito e afetuoso”, felicitando-o por ter conseguido com que presidisse à primeira peregrinação internacional do Centenário das Aparições, em Fátima.

“Sempre conseguiste levar-me a Fátima”, disse o Papa a D. António Marto, mal o recebeu com um “grande abraço”.

“A visita era exclusivamente para agradecer ao Papa a peregrinação dele a Fátima, antes que terminasse o centenário”, disse o bispo de Leiria-Fátima, acrescentando que a audiência foi uma oportunidade para conversar sobre a vida no Santuário e sobre o “aumento de peregrinos”, concretamente de grupos da Ásia.

D. António Marto informou o Papa que a peregrinação internacional de 12 e 13 de maio de 2018 vai ser presidida pelo cardeal Jonh Tong de Hong Kong e a de outubro por D. Alexis Mitsuru Shirahama, bispo de Hiroshima.

“O Papa disse que era precisa prestar atenção à Ásia e falou da sua próxima visita à Birmânia, congratulando-se com isso”, referiu D. António Marto.

Na audiência, o bispo de Leiria-Fátima falou ao Papa sobre a canonização dos pastorinhos, presidida por Francisco no dia 13 de maio, em Fátima, e sobre o aumento da devoção aos videntes de Fátima, visível no “triplicar” das visitas aos seus túmulos.

“Num diálogo muito fecundo, de quem lê a alma humana e deixa a gente surpreendida, o Papa falou da busca da inocência num mundo perturbado e da atenção e cuidado que é necessário dar às crianças”, contou D. António Marto.

O bispo de Leiria-Fátima disse também à Agência ECCLESIA que colóquio com o Papa foi uma oportunidade para falar da misericórdia, concretamente sobre a celebração do sacramento da reconciliação no Santuário de Fátima, com o Papa a “querer saber como se realiza” e a sublinhar que “é preciso ser misericordioso”, acentuando que “Deus é muito misericordioso com as misérias humanas”.

A celebração do Centenário das Aparições de Fátima vai decorrer na peregrinação e 12 e 13 de outubro, presidida pelo bispo de Leiria-Fátima, onde D. António Marto vai transmitir os agradecimentos do Papa.

“O Papa pediu-me para transmitir aos peregrinos o agradecimento pelo acolhimento caloroso dispensado em Portugal, a memória grata da sua peregrinação, que constitui uma bênção para a Igreja, e pediu-me para dizer aos peregrinos que não se esquecessem de rezar por ele”, referiu D. António Marto.

De acordo com a Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, a audiência teve a duração de 15 minutos e, para além do bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, estavam presentes o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, o vice-reitor, padre Vitor Coutinho, e a ex-postuladora da Causa de Canonização de Francisco e Jacinta Marto, irmã Ângela Coelho

PR








SIM, PAI





A liturgia do 26º Domingo do Tempo Comum deixa claro que Deus chama todos os homens e mulheres a empenhar-se na construção desse mundo novo de justiça e de paz que Deus sonhou e que quer propor a todos os homens. Diante da proposta de Deus, nós podemos assumir duas atitudes: ou dizer “sim” a Deus e colaborar com Ele, ou escolher caminhos de egoísmo, de comodismo, de isolamento e demitirmo-nos do compromisso que Deus nos pede. A Palavra de Deus exorta-nos a um compromisso sério e coerente com Deus – um compromisso que signifique um empenho real e exigente na construção de um mundo novo, de justiça, de fraternidade, de paz.
Na primeira leitura, o profeta Ezequiel convida os israelitas exilados na Babilónia a comprometerem-se de forma séria e consequente com Deus, sem rodeios, sem evasivas, sem subterfúgios. Cada crente deve tomar consciência das consequências do seu compromisso com Deus e viver, com coerência, as implicações práticas da sua adesão a Jahwéh e à Aliança.
O Evangelho diz como se concretiza o compromisso do crente com Deus… O “sim” que Deus nos pede não é uma declaração teórica de boas intenções, sem implicações práticas; mas é um compromisso firme, coerente, sério e exigente com o Reino, com os seus valores, com o seguimento de Jesus Cristo. O verdadeiro crente não é aquele que “dá boa impressão”, que finge respeitar as regras e que tem um comportamento irrepreensível do ponto de vista das convenções sociais; mas é aquele que cumpre na realidade da vida a vontade de Deus.
A segunda leitura apresenta aos cristãos de Filipos (e aos cristãos de todos os tempos e lugares) o exemplo de Cristo: apesar de ser Filho de Deus, Cristo não afirmou com arrogância e orgulho a sua condição divina, mas assumiu a realidade da fragilidade humana, fazendo-se servidor dos homens para nos ensinar a suprema lição do amor, do serviço, da entrega total da vida por amor. Os cristãos são chamados por Deus a seguir Jesus e a viver do mesmo jeito, na entrega total ao Pai e aos seus projectos
Os valores que marcaram a existência de Cristo continuam a não ser demasiado apreciados em muitos dos nossos ambientes contemporâneos. De acordo com os critérios que presidem ao nosso mundo, os grandes “ganhadores” não são os que põem a sua vida ao serviço dos outros, com humildade e simplicidade, mas são os que enfrentam o mundo com agressividade, com auto-suficiência e fazem por ser os melhores, mesmo que isso signifique não olhar a meios para passar à frente dos outros. Como pode um cristão (obrigado a viver inserido neste mundo e a ser competitivo) conviver com estes valores?
Diante do chamamento de Deus, há dois tipos de resposta… Há aqueles que escutam o chamamento de Deus, mas não são capazes de vencer o imobilismo, a preguiça, o comodismo, o egoísmo, a auto-suficiência e não vão trabalhar para a vinha (mesmo que tenham dito “sim” a Deus e tenham sido baptizados); e há aqueles que acolhem o chamamento de Deus e que lhe respondem de forma generosa. De que lado estou eu? Estou disposto a comprometer-me com Deus, a aceitar os seus desafios, a empenhar-me na construção de um mundo mais bonito e mais feliz, ou prefiro demitir-me das minhas responsabilidades e renunciar a ter um papel activo no projecto criador e salvador que Deus tem para os homens e para o mundo?

• O que é que significa, exactamente, dizer “sim” a Deus? É ser baptizado ou crismado? É casar na igreja? É fazer parte de uma confraria qualquer da paróquia? É fazer parte da equipa que gere a Fábrica da Igreja? É ter feito votos num qualquer instituto religiosos? É ir todos os dias à missa e rezar diariamente a Liturgia das Horas? Atenção: na parábola apresentada por Jesus, não chega dizer um “sim” inicial a Deus; mas é preciso que esse “sim” inicial se confirme, depois, num verdadeiro empenho na “vinha” do Senhor. Ou seja: não bastam palavras e declarações de boas intenções; é preciso viver, dia a dia, os valores do Evangelho, seguir Jesus nesse caminho de amor e de entrega que Ele percorreu, construir, com gestos concretos, um mundo de justiça, de bondade, de solidariedade, de perdão, de paz. Como me situo face a isto: sou um cristão “de registo”, que tem o nome nos livros da paróquia, ou sou um cristão “de facto”, que dia a dia procura acolher a novidade de Deus, perceber os seus desafios, responder aos seus apelos e colaborar com Ele na construção de uma nova terra, de justiça, de paz, de fraternidade, de felicidade para todos os homens?

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

AH! MEU POVO INGRATO QUE NÃO VOTAS EM MIM!...

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Um amigo meu, que aliás já nos espera do outro lado da vida, dizia, com graça, que os políticos só falam verdade quando dizem mal uns dos outros. Claro que ninguém acredita nisso e só por graça o dirá. No entanto, tal dito não deixa de fazer fornicoques na massa cinzenta do nosso baú craniano, mesmo que esta coisa de pensar dê muito trabalho!... Oh, se não dá!.. O choque causado por aquela frase faz-nos travar de repente, leva-nos a querer discernir bem o que estará por detrás de tão sardónica afirmação. Acredito, na verdade, que muita gente, expedita na cultura do zapping, já não tenha classe para ouvir tanto palanfrório à mistura com tanta gritaria e tanta “mixórdia de temáticas”. De facto, isso chega, por vezes, a provocar o riso, ou o lamento, ou o aborrecimento como se perante discos riscados se estivesse. O areópago parlamentar e as campanhas eleitorais, se necessárias e boas, são, por vezes, uma escola de ensino superior para deseducar e levar o povo a pensar o que pensa sobre isso e a ter em má nota a classe política. E acaba por agir no quotidiano da sua vida como eles agem nessas altas tribunas, tribunas que deveriam ser modelo exemplar do debate civilizado e proveitoso, também educativo. Há muitas e honrosas exceções, a maior parte, pois sabe o valor da política e a responsabilidade que ela merece. Outros, porém, e são bastantes – o que leva a generalizar, mesmo que injustamente! -, não se respeitam, insultam-se, exploram o negativo, negam ou desvalorizam o positivo, gritam, enervam-se, tentam fazer-se valer humilhando e desacreditando os outros, dão cambalhotas para fazer crer que partiram do zero para fazer tudo quanto está bem feito, só o bem feito, nunca o mal nem as omissões. Não raro se percebe que falam mais voltados para os interesses próprios, ou partidários, do que para as necessidades do povo concreto. Falando cá com os meus botões, acho que não é curial, nem sadio, nem política. Não se harmoniza com a arte nobre que é a política. Para lá desta impressão que já vai fazendo parte dum certo caldo cultural, sabemos que os políticos são boas pessoas e pessoas boas. Tanto assim é que o próprio povo não acredita muito nessas zangas de poleiro cacarejado, pois crê que, depois de tanta aparência de quiproquós, eles vão tomar café, todos juntos, ali no próximo bar. E é bom que o façam, mesmo que de bico algo torcido. Além disso, todos eles estão desejosos de fazer o bem sem olhar a quem. Pena é que o malandro do povo não deixe que todos sejam bons e façam o bem que tanto desejam fazer. Negando-lhes o voto, as miríades e miríades de promessas ficarão goradas e sem cumprir, desgosto pesarosamente manifestado no discurso final da derrota, mesmo confessando que, ainda assim, ganharam, cresceram. Isto de não lhes ser permitido fazer o bem que sonharam transforma-se numa gigantesca injustiça e num astronómico prejuízo para toda a humanidade, sobretudo local! De facto, é uma enorme pena que só se possa fazer uma cruzinha no boletim de voto. Que tanta má sorte!...
Mas alguém, por ter sido julgado mais capaz, e ter merecido as preferências dos eleitores, sempre lá ficará para governar. E nós cá ficamos, com esse alguém, unidos de alma e coração, discordando dele, por certo, algumas vezes, o que é normal. Esperamos tão só que não sofra de grandes amnésias para que possa cumprir o que repetidamente prometeu. Estaremos com o eleito seja ele quem for, e rezamos para que não se sinta sozinho nem faça o que não deve, mas tenha a paz e a serenidade necessárias ao bom desempenho da sua missão, missão delegada.
É São Paulo que manda rezar pelos governantes, pelos governantes e não só (Tim 2, 1-8). A Igreja sempre o fez. O Papa Francisco, há dias, acrescentou que «Não rezar pelos governantes é um pecado que deve ser confessado». Se achardes, diz o Papa, “se achardes, quando fizerdes o exame de consciência antes de vos confessar, que não rezastes pelos governantes, confessai-o. Porque o facto de não rezar pelos governantes é um pecado». Oh meu Deus, mais um a somar a tantos!... E deve-se rezar por eles para que eles entendam que o seu poder não é absoluto, é delegado. Foi «o povo, que lhes deu o poder, e Deus, do qual vem o poder através do povo». É deveras importante que o governante, para agir em prol do bem comum, saiba “pedir a graça de poder governar bem”.
Mas eu não sou crente, sou agnóstico, sou ateu, não rezo, dirá alguém querendo ser julgado como superior a tais ninharias. E o Papa responde: «Está bem, mas confronta-te: se não podes rezar, confronta-te com a tua consciência; confronta-te com os sábios; chama os sábios do teu povo e confronta-te com eles (…) se não puderes rezar, faz pelo menos isto, mas não permaneças sozinho com o pequeno grupo do teu partido. Não, isto é autorreferencial: sai, procura o conselho fora, na oração ou confrontando-te com quantos podem aconselhar-te». Esta “é a oração do governante», disse o Papa, sugerindo que peçamos ao Senhor “a graça de nos ensinar a rezar pelos nossos governantes» e «também a graça de que os governantes rezem» para que sirvam com sabedoria e amor o povo que lhes foi confiado.
Gosto da política, gosto e admiro os políticos, gosto da democracia e do debate sereno e calmo. Não gosto da gritaria, não admiro quem passa o tempo a dizer mal dos outros para se fazer valer como o melhor de todos. Mas siga a dança, que eu, respeitando a todos, saberei colocar na beirinha do prato, discreta mas decididamente, aquilo de que não gosto e até me faz algum mal. Também por isso, eu vou votar.

D. Antonino Dias Bispo de Portalegre Castelo Branco
29-09-2017

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Papa: Com Deus, ninguém pode nos roubar a esperança



Cidade do Vaticano (RV) - “Não estamos sozinhos na luta contra o desespero”. “Jesus é capaz de vencer em nós tudo aquilo que se opõe ao bem”. E “se Deus está conosco, ninguém nos roubará aquela virtude de que temos necessidade para viver. Ninguém nos roubará a esperança”.





Na Audiência Geral em que foi lançada a Campanha da Caritas Internacional “Partilhar a viagem”, o Papa Francisco dedicou sua catequese aos “inimigos da esperança”, usando frases como “ter tudo da vida é um infortúnio”, “a esperança não é virtude para pessoas com o estômago cheio” e “ter uma alma vazia é o pior obstáculo à esperança”.

Sua reflexão partiu do “antigo mito da caixa de Pandora”, que nos conta porque a esperança é tão importante para a humanidade.

Onde há esperança há vida
O Papa afirma que “é a esperança que mantém em pé a vida, que a protege, a custodia e a faz crescer”, diferente do que se costuma dizer de que “enquanto houver vida há esperança”.

“Se os homens não tivessem cultivado a esperança – observou - “nunca teriam saído das cavernas e não teriam deixado marcas na história do mundo”. É uma das coisas mais divinas que existe no coração do homem.

Ao referir-se ao poeta francês Charles Péguy - “que deixou páginas estupendas sobre a esperança” – o Papa observou que a imagem de um de seus textos evoca “os rostos de tanta gente que passou por este mundo – agricultores, pobres, operários, migrantes em busca de um futuro melhor – que lutaram tenazmente não obstante a amargura de um hoje difícil, cheio de tantas provações, animados porém pela confiança de que os filhos teriam uma vida mais justa e mais serena”.

Partilhar a viagem

Assim, “a esperança é o impulso no coração de quem parte deixando a casa, a terra, às vezes familiares e parentes, para buscar uma vida melhor, mais digna para si e para os próprios familiares”, mas é também “ o impulso no coração de quem acolhe, o desejo de encontrar-se, de conhecer-se, de dialogar”.

“A esperança é o impulso para “partilhar a viagem” da vida, como nos recorda a Campanha da Caritas que hoje iniciamos”, enfatizou Francisco, que exortou: “Irmãos, não tenhamos medo de partilhar a viagem! Não tenhamos medo de compartilhar a esperança!”.

A revolução da bondade

O Papa recorda então que “a esperança não é virtude para pessoas com o estômago cheio”, motivo pelo qual “os pobres são os primeiros portadores da esperança”, como José e Maria e os pastores de Belém. “Enquanto o mundo dormia recostado nas tantas certezas adquiridas, os humildes preparavam no silêncio a revolução da bondade. Eram pobres de tudo”, mas “eram ricos do bem mais precioso que existe no mundo, isto é, o desejo de mudança”.

Jovens de "outono"

“Às vezes – observou Francisco – ter tudo na vida é um infortúnio”:

“Pensem em um jovem a quem não foi ensinada a virtude da espera e da paciência, que não teve que suar por nada, que queimou as etapas e aos vinte anos “já sabe como funciona o mundo”. Está destinado à pior condenação: a de não desejar mais nada. Esta é a pior condenação. Deixar as portas aos anseios, aos sonhos. Parece um jovem, mas já entrou o outono em seu coração. São os jovens do outono”.

A preguiça

Mas também “a alma vazia é o pior obstáculo à esperança”, recordou o Papa, “um risco do qual ninguém está excluído, porque ser tentados contra a esperança pode acontecer também quando se percorre o caminho da vida cristã”, como advertiam os monges da antiguidade, ao denunciar um dos priores inimigos do fervor, aquele “demônio do meio-dia”.

Opor-se às tentações de infelicidade

A preguiça, de fato, – como a definiam os Padres – “é uma tentação que nos surpreende quando menos esperamos: os dias tornam-se monótonos e enfadonhos”, nenhum valor mais parece merecer algum esforço:

“Quando isto acontece, o cristão sabe que aquela condição deve ser combatida, nunca aceita passivamente. Deus nos criou para a alegria e para a felicidade, e não para nos emaranharmos em pensamentos melancólicos”.

Por esta razão, devemos custodiar o coração, “nos opondo às tentações de infelicidade, que certamente não provém de Deus. E lá onde as nossas forças parecem fracas e a batalha contra a angústia é dura, podemos sempre recorrer ao nome de Jesus. Podemos repetir aquela oração simples, que encontramos partes também nos Evangelhos e que se tornou a base de tantas tradições espirituais cristãs: Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tenha piedade de mim pecador!”.

Deus está connosco

“Não estamos sozinhos na luta contra o desespero”. “Jesus – concluiu o Papa –“é capaz de vencer em nós tudo aquilo que se opõe ao bem”. E “se Deus está connosco, ninguém nos roubará aquela virtude que temos necessidade para viver. Ninguém nos roubará a esperança”.
(from Vatican Radio)

Missa em Santa Marta: qual é a “virtude mais humilde de todas”?



Ninguém está excluído do encontro com o Senhor: Deus «passa» na vida de todos e cada cristão é chamado a estar «em tensão para este encontro» a fim de o «reconhecer» e receber a sua paz. Foi uma mensagem de esperança e de alegria a que o Papa lançou na homilia da missa celebrada em Santa Marta na segunda-feira de 25 de setembro. Mas é também um convite a sacudir de si mesmo o torpor, a não ser cristãos «fechados».

A reflexão inspirou-se na primeira leitura do dia (Esdra 1, 1-6) que «narra o momento no qual o povo de Israel foi libertado do exílio». Um povo que – como está repetido também no salmo – canta: «Grandes coisas fez o Senhor por nós». Vendo como Deus tinha inspirado «o coração do rei pagão para ajudar o povo a regressar a Jerusalém», repetiam felizes: «Parece que estamos a sonhar» e ainda: «a nossa boca encheu-se de sorrisos, a nossa língua de alegria”». Eles, disse Francisco, «não compreendiam, mas eram tão jubilosos».

Era o mesmo povo que, solicitado pelos pagãos a cantar durante o exílio, tinha respondido: «Mas não, não podemos, é longe», explicou o Pontífice: «As guitarras estavam ali, sob as árvores, não podiam cantar porque não tinham alegria: sentiam a tristeza do exílio».

Portanto, a Escritura descreve «uma visita do Senhor: o Senhor visitou o seu povo e conduziu-o de volta para Jerusalém». O Papa analisou precisamente a palavra «visita»: uma palavra «importante na história da salvação». É possível encontrá-la, por exemplo, quando «José disse aos seus irmãos no Egito: “Quando Deus vos visitar, levareis daqui os meus ossos convosco”». Todas as vezes que se fala de «libertação, cada ação de redenção de Deus, é uma visita: o Senhor visita o seu povo». E também «na época de Jesus», quando «as pessoas eram curadas ou libertadas dos demónios, diziam: “O Senhor visitou o seu povo”». E o próprio Jesus, recordou Francisco, «quando olhou para Jerusalém chorou... Chorou sobre ela. Por que chorou?», porque, afirma: «Não conheceste o tempo em que foste visitada; não percebeste a visita do Senhor».

Eis então o ensinamento para cada homem: «Quando o Senhor nos visita dá-nos a alegria, ou seja, leva-nos para um estado de consolação», leva-nos a «ceifar na alegria», doa «consolação espiritual». Uma consolação, acrescentou, que «não só se verificou naquele tempo», mas «é um estado na vida espiritual de cada cristão».

Sobre ela o Papa estruturou, em três pontos, a sua meditação: «esperar a consolação», «reconhecer a consolação, porque há alguns falsos profetas que parecem consolar-nos, mas ao contrário nos enganam», e «conservar a consolação».

Antes de tudo, explicou Francisco, é necessário «manter-nos abertos para a visita de Deus», porque «o Senhor visita cada um de nós; procura cada um de nós e encontra-nos». É possível ter «momentos mais débeis, momentos mais fortes deste encontro, mas o Senhor sempre nos fará sentir a sua presença, sempre, de uma forma ou de outra». E, acrescentou, «quando vem com a consolação espiritual, o Senhor enche-nos de alegria», como aconteceu com os israelitas. Por conseguinte, é preciso «esperar esta alegria, esperar esta visita», e não, como pensam muitos cristãos, esperar só o céu, pediu de facto o Pontífice: «Na terra, que esperas? Não queres encontrar-te com o Senhor? Não queres que o Senhor te visite na alma e te conceda a beleza da consolação, da felicidade da sua presença?». A pergunta sucessiva então é: «Como se espera a consolação?» A resposta é: «Como aquela virtude humilde, a mais humilde de todas: a esperança. Espero que o Senhor me visite com a sua consolação». É necessário «pedir ao Senhor que se deixe ver, se deixe encontrar». É preciso «preparar-se», explicou o Papa, porque «o cristão é um homem, uma mulher, em tensão rumo ao encontro com Deus», rumo «à consolação que este encontro proporciona». E se não for assim: «é um cristão fechado, um cristão colocado no armazém da vida; não sabe o que fazer».

Portanto, reafirmou mais uma vez, devemos «preparar-nos para a consolação, pedir a visita do Senhor», como os israelitas que «por setenta anos pediram esta visita! O senhor visitou-os». Preparar-se com «esperança», mesmo se pensamos ter uma esperança «pequena», também porque esta, «muitas vezes é forte quando está escondida como a brasa sob cinzas».

O segundo ponto era: «reconhecer a consolação». Com efeito, «a consolação do Senhor não é uma alegria comum, não é uma alegria que se pode comprar», como quando «vamos ao circo». A consolação do Senhor, disse Francisco, «é outra coisa». Reconhece-se: «mexe contigo, move-te, aumenta em ti a caridade, a fé, a esperança e também te leva a chorar pelos [teus] próprios pecados» e a «chorar com Jesus» quando contemplamos a sua paixão. A «verdadeira consolação», explicou o Papa, «eleva a alma para as coisas do Céus, para as coisas de Deus e, também, acalma a alma na paz do Senhor». Não se pode confundir com o «divertimento. Isso não significa, especificou, que o divertimento seja «algo mau quando é bom, somos humanos, devemos divertir-nos», mas a consolação é outra coisa: ela «arrabata-te» e precisamente «a presença de Deus sente-se» e faz reconhecer: «este é o Senhor». É a mesma experiência vivida pelos discípulos na noite em que no lago de Tiberíades não tinham pescado nada e João na margem disse: «É o Senhor!». Reconheceu-o imediatamente». E é a experiência vivida pelos israelitas depois do exílio: «A nossa língua enche-se de alegria. A nossa boca enche-se de sorriso».

Portanto, é necessário reconhecer a consolação «quando vem». E quando vem, «agradecer o Senhor», cada um deve estar ciente de que «é precisamente o Senhor que passa, que passa para nos visitar, para nos ajudar a ir em frente, para esperar, para carregar a Cruz». E, disse o Pontífice, devemos preparar-nos também para isso «com a oração»: esperança e oração: «Vem Senhor, vem, vem».

Há por fim um terceiro ponto: «conservar a consolação» porque se é verdade que a «consolação é forte», também é verdade que «não se mantém tão forte – é um momento – mas deixa os seus vestígios». Entra, assim, em jogo o fazer «memória». Como fez o povo de Israel quando foi libertado. E quando depois, concluiu Francisco, «passa este momento forte» do encontro e da consolação, «o que permanece? A paz», que é precisamente «o último nível de consolação». Um estado que se reconhece; com efeito, afirma-se: «Olha. Um homem em paz, uma mulher em paz. Eis então que «cada um de nós pode questionar-se: será que estou em paz? Estou sereno na alma?».

Portanto, a exortação final do Papa foi a de pedir «ao Senhor que nos ensine esta tensão para a redenção, este caminho de tensão» relativo ao qual o salmo, comentando o regresso do exílio, diz: «Andando e chorando, leva a semente para lançar, mas voltará com alegria, trazendo consigo os seus molhos». E concluiu: «Que o Senhor nos dê esta graça: esperar a consolação, reconhecer a consolação espiritual e conservar a consolação».


L'Osservatore Romano

terça-feira, 26 de setembro de 2017

26/09 - São Cosme e São Damião

Foto de Fé e muito amor.

Hoje, lembramos dois dos santos mais citados na Igreja: Cosme e Damião. Eram irmãos gêmeos, médicos de profissão e santos na vocação da vida. Viveram no Oriente e, desde jovens, eram habilidosos médicos. Com a conversão passaram a ser também missionários, ou seja, aproveitando a ciência com a confiança no poder da oração levavam a muitos a saúde do corpo e da alma.

Viveram na Ásia Menor, até que diante da perseguição de Diocleciano, no ano 300 da era cristã, foram presos pois eram considerados inimigos dos deuses e acusados de usar feitiçarias e meios diabólicos para disfarçar as curas. Tendo em vista esta acusação, a resposta deles era sempre:

“Nós curamos as doenças, em nome de Jesus Cristo e pelo Seu poder!”

Diante da insistência, quanto à adoração aos deuses, responderam: “Teus deuses não têm poder algum, nós adoramos o Criador do céu e da terra!”

Jamais abandonaram a fé e foram decapitados em 303. São considerados os padroeiros dos farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina.
São Cosme e São Damião, rogai por nós!

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

domingo, 24 de setembro de 2017

Deus espera por todos!




Operários da vinha!
Deus espera por todos.
Quer todos em seu santo serviço, embora cada um a seu tempo.
Há circunstâncias, situações, estados e trabalhos diversos.
O que importa é que cada um assuma sua parte e no momento indicado pelas luzes do Espírito.

sábado, 23 de setembro de 2017

A Esperança

Foto de Imissio.

Voltar para DEUS



A liturgia do 25º Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir um Deus cujos caminhos e cujos pensamentos estão acima dos caminhos e dos pensamentos dos homens, quanto o céu está acima da terra. Sugere-nos, em consequência, a renúncia aos esquemas do mundo e a conversão aos esquemas de Deus.
A primeira leitura pede aos crentes que voltem para Deus. “Voltar para Deus” é um movimento que exige uma transformação radical do homem, de forma a que os seus pensamentos e acções reflictam a lógica, as perspectivas e os valores de Deus.
O Evangelho diz-nos que Deus chama à salvação todos os homens, sem considerar a antiguidade na fé, os créditos, as qualidades ou os comportamentos anteriormente assumidos. A Deus interessa apenas a forma como se acolhe o seu convite. Pede-nos uma transformação da nossa mentalidade, de forma a que a nossa relação com Deus não seja marcada pelo interesse, mas pelo amor e pela gratuidade.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de um cristão (Paulo) que abraçou, de forma exemplar, a lógica de Deus. Renunciou aos interesses pessoais e aos esquemas de egoísmo e de comodismo, e colocou no centro da sua existência Cristo, os seus valores, o seu projecto.
A conversão é um processo nunca acabado. Todos os dias o crente terá de optar entre os valores de Deus e os valores do mundo, entre conduzir a sua vida de acordo com a lógica de Deus ou de acordo com a lógica dos homens. Por isso, o verdadeiro crente nunca cruza os braços, instalado em certezas definitivas ou em conquistas absolutas, mas esforça-se por viver cada instante em fidelidade dinâmica a Deus e às suas propostas.
Não podemos construir e testemunhar diante dos outros homens um Deus à nossa imagem, que funcione de acordo com os nossos esquemas mentais e que assuma comportamentos parecidos com os nossos. Temos de descobrir, no diálogo pessoal com Ele, esse Deus que nos transcende infinitamente. Sem preconceitos, sem certezas absolutas, temos de mergulhar no infinito de Deus, e deixarmo-nos surpreender pela sua lógica, pela sua bondade, pelo seu amor.
O Deus que Jesus anuncia é o Pai que quer ver os seus filhos livres e felizes e que, por isso, derrama o seu amor, de forma gratuita e incondicional, sobre todos eles. Sendo assim que sentido fazem certas expressões da vivência religiosa que são autênticas negociatas com Deus (“se tu me fizeres isto, prometo-te aquilo”; “se tu me deres isto, pago-te com aquilo”)?
Entender que Deus não é um negociante, mas um Pai cheio de amor pelos seus filhos, significa também renunciar a uma lógica interesseira no nosso relacionamento com ele. O cristão não faz as coisas por interesse, ou de olhos postos numa recompensa (o céu, a “sorte” na vida, a eliminação da doença, o adivinhar a chave da lotaria), mas porque está convicto de que esse comportamento que Deus lhe propõe é o caminho para a verdadeira vida. Quem segue o caminho certo, é feliz, encontra a paz e a serenidade e colhe, logo aí, a sua recompensa.


extractos de portal dos dehonianos

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

SER PROFESSOR NÃO É PERA DOCE



As aulas irão temperar toda esta fervura juvenil que sobe e desce, feliz e cheia de esperança, pelas ruas do burgo estudantil. A par, alguns dos professores - parece que muitos! -, sofrem pesado as distâncias e a permanente instabilidade. Hoje, aos professores e aos responsáveis pelas escolas, pede-se muito. O contexto sociopolítico e cultural que nos envolve coloca enormes desafios a quem tem a vocação e a nobre missão de ensinar e educar. Se é importante a competência, não o é menos a estabilidade e a serenidade interior do professor. Fruto deste tempo e desta cultura, os jovens, com ou sem vontade, rumam à escola com todas as suas circunstâncias, defeitos e virtudes, e, muitos, sem qualquer modelo de referência válido. E não há receitas de fácil aplicação. Impõe-se, isso sim, tentar perceber e acolher tais situações e fazer caminho com elas, com confiança, sem desânimo.
Sabemos que a escola deixou de ser o único e principal meio de aprendizagem para os jovens. Mesmo que se implementem novas matérias, novas metodologias, novas competências e funções educativas mais alargadas e especializadas, a escola perdeu a primazia. A mobilidade, as comunidades virtuais, as novas linguagens tecnológicas e as novas oportunidades de aprendizagem, fora da escola, são cada vez mais e muito mais interessantes. Para além da necessária humildade na ação, isto coloca à escola um desafio que pode causar enxaquecas e fazer cair o cabelo a muitos professores: levar os alunos, com a gradualidade própria do seu crescimento, a terem um juízo crítico sobre esta realidade, de braço dado com a capacidade de discernir o bom e o melhor.
De facto, aos professores “pede-se muito. Deseja-se que tenham a capacidade de criar, de inventar e de gerir ambientes de aprendizagem ricos de oportunidades; deseja-se que sejam capazes de respeitar as diversidades das ‘inteligências’ dos estudantes e de guiá-los numa aprendizagem significativa e profunda; exige-se que saibam acompanhar os alunos rumo a objetivos elevados e desafiantes, demonstrar elevadas expectativas em relação a eles, envolver e relacionar os estudantes entre eles e com o mundo…, devem saber enfrentar situações problemáticas que exigem um elevado profissionalismo e preparação. Para estar à altura de tais expectativas é necessário que essas funções não sejam confiadas a responsabilidades individuais, mas que seja oferecido um adequado suporte ao nível institucional”. Exige-se, porque é importante, “que a educação escolar valorize não só as competências relativas aos âmbitos do saber e do saber fazer, mas também aquelas do viver junto com outros e crescer em humanidade. Existem competências como aquela de tipo reflexivo, onde se é autor responsável dos próprios atos; aquela intercultural, deliberativa, da cidadania, que aumentam de importância no mundo globalizado e se referem a nós diretamente, como também as competências em termos de consciência, de pensamento crítico, de ação criadora e transformadora” (cf. CdDC, Educar hoje e amanhã: uma paixão que se renova).
O ensino é, na verdade, “uma das atividades mais altas e criativas do homem”. O professor “não escreve sobre matéria inerte mas no próprio espírito dos homens”. E é da experiência que “as boas relações pessoais com os educadores, e entre os educadores, bem como os próprios conhecimentos, têm maior impacto na formação dos estudantes se colocados num contexto de empenhamento pessoal, de reciprocidade autêntica, de coerência de atitudes, de estilos e de comportamentos quotidianos. Por isso, nunca é supérfluo promover a ideia da escola como comunidade” (cf. CdEC, Escola no limiar do terceiro milénio).
Tirando o chapéu ao precioso trabalho de tantos professores extremamente dedicados, torno presente o apelo do Papa Francisco:
“Não desanimeis diante das dificuldades apresentadas pelo desafio educativo! Educar não é uma profissão, mas uma atitude, um modo de ser; para educar é preciso sair de si mesmo e permanecer no meio dos jovens, acompanhá-los nas etapas do seu crescimento, pondo-se ao seu lado. Dai-lhes esperança, otimismo para o seu caminho no mundo. Ensinai-lhes a ver a beleza e a bondade da criação e do homem, que conserva sempre os vestígios do Criador. Mas sobretudo com a vossa vida, sede testemunhas daquilo que comunicais. Um educador […] transmite conhecimentos e valores com as suas palavras, mas só será incisivo sobre os jovens se acompanhar as palavras com o testemunho, com a sua coerência de vida. Sem coerência não é possível educar! Sois todos educadores, não há delegações neste campo. Então, a colaboração em espírito de unidade e de comunidade entre os vários componentes educativos é essencial e deve ser favorecida e alimentada. A escola pode e deve ser catalisadora, ser lugar de encontro e de convergência de toda a comunidade educadora, com a única finalidade de formar, ajudar a crescer como pessoas maduras, simples, competentes e honestas, que saibam amar com fidelidade, que saibam levar a vida como uma resposta à vocação de Deus, e a profissão futura como um serviço à sociedade”.

D. Antonino Dias - Bispo de Portalegre Castelo Branco
22-09-2017

Ainda é preciso coragem?!



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A coragem, tal como a esperança, parece estar em risco de desaparecimento súbito. Talvez seja melhor reformular um pouco. A coragem que está prestes a evaporar-se é a coragem certa. Aquela que nos permite avançar no caminho com a certeza de que não nos perderemos. A coragem que não se ouve nas bocas do mundo é, precisamente, aquela que nos faz falta. A coragem que não se vê nem se vislumbra é, exatamente, a necessária. Ainda é precisa, a coragem. Ainda é preciso coragem.

No entanto, o mundo parece estar inundado de uma coragemzinha triste e cabisbaixa. A coragem de fazer tropeçar quem se cruza no nosso caminho; a coragem de falar sem pensar (ignorando as consequências); a coragem de promoção do auto conforto (mesmo que isso signifique roubar o conforto alheio); a coragem para preferir palavras destrutivas, feias e magoadas (com o intuito de interferir com a paz de quem está à nossa volta); a coragem de cruzar os braços e tornar de pedra todos, e qualquer um, dos nossos gestos; a coragem de ignorar o sofrimento que se fez Casa nos olhos de quem está por perto; a coragem de não fazer absolutamente nada e de deixar tudo entregue aos logo-se-vê que vamos gritando todos os dias.

Lamento mas, a partir desta coragem, não nascem heróis. Se é esta a coragem que nos sobra, então acabo de dispensá-la. Dispenso a coragemzinha. E tu?!

Vais (e queres) encontrar espaço para:

A coragem que faz levantar os que caíram?
A coragem que faz esquecer a mágoa de ontem?
A coragem que prefere palavras bálsamo (em vez de palavras-seta) ?
A coragem para abrir os braços ao que ainda é preciso ser construído?
A coragem para os gestos que tranquilizam e acalmam?
A coragem para abraçar a dor que não é nossa?
A coragem para responsabilizar as nossas mãos pelo que falta ser feito?

É a essa a coragem que nos falta. A mim. A ti. Ao mundo. Essa que tem a forma de um raiozinho de luz e que vive, precisa e exatamente, no meio do coração de cada um.

Marta Arrais 20 setembro 2017
   http://www.imissio.net/artigos/49/629/ainda-e-preciso-coragem/   

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Papa apresenta «hino de esperança» e apela ao respeito pela história de cada pessoa

«Ama as pessoas; ama-as, uma a uma»

O Papa Francisco apresentou hoje no Vaticano um “hino” à esperança, convidando ao respeito pela história de cada pessoa e à capacidade de acreditar mesmo perante as dificuldades.

“Sente-te responsável por este mundo e pela vida de cada ser humano. Pensa que cada injustiça contra um pobre é uma ferida aberta na humanidade e diminui a tua própria dignidade”, disse, na audiência pública semanal, que reuniu milhares de pessoas na Praça de São Pedro.

Num texto em forma de diálogo “tu a tu”, o Papa desafiou todos os seus ouvintes a não ter medo de sonhar e a serem construtores de paz, “irmão de todos”.

“Ama as pessoas; ama-as, uma a uma. Respeita o caminho de todos, seja ele linear ou enviesado, porque cada um tem a sua história a contar, cada um de nós tem a sua própria história”, assinalou.

“Em nós palpita uma semente de absoluto. Deus não dececiona: se colocou uma esperança nos nossos corações, não foi para coartá-la com contínuas frustrações. Tudo nasce para florir numa eterna primavera”, afirmou ainda.

Francisco convidou a superar o “desânimo” e a ver o mundo como “um milagre de Deus”.

“Confia em Deus Criador, que levará a sua criação à sua realização definitiva. No Espírito Santo, que guia todo o bem. Em Cristo, que nos espera no final da nossa existência”, acrescentou.

A intervenção falou das crianças como “promessa de vida” e na força transformadora do amor.

“Nunca penses que lutaste em vão, que no final da vida nos espera o naufrágio. Deus não nos engana, levará à sua plenitude, numa eterna primavera, a esperança que colocou no nosso coração”, declarou o Papa.

Francisco apresentou esta reflexão em italiano e espanhol, com sínteses em várias línguas, saudadas pela multidão com várias salvas de palmas.

OC
Cidade do Vaticano, 20 set 2017 (Ecclesia)

Nem todo o movimento é um passo em frente


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Andamos de um lado para o outro, muitas vezes às voltas, sem chegar a lado nenhum. Outras vezes, a linha é reta mas o rumo é errado!
Outros vão no rumo certo, mas perdendo-se em mil desvios, acabam por nunca lá chegar.
Depois há quem goste de andar para trás, sempre na convicção de que os demais é que estão a regredir!
Antes do primeiro passo, importa perceber a vontade que nos anima, o que está à nossa volta e escutar bem o que dizem os que nos respeitam e merecem ser escutados, aqueles que, na maior parte dos casos, se expressam por poucas e boas palavras. Preocupam-se com o bem e com o nosso bem, mas não nos propõem o caminho sem que antes o peçamos.
Nem toda a presença significa respeito, nem todo o silêncio é bom e nem toda a palavra procura o entendimento.
Os caminhos da vida não se repetem. Ninguém dá duas vezes o mesmo e exato passo. Cada momento é apenas um degrau para o seguinte, onde não se pode descansar. Há luzes e trevas, mas, muitas vezes, as sombras são sinais de grandes luzes por detrás dos obstáculos que importa vencer.
O caminho que vira as costas à luz é o dos que querem ser felizes, mas não estão dispostos a ir por onde tem de ser. É um caminho cheio de gente.
O bom caminho é o da luz. Por entre as sombras. Nenhum passo é em vão, ainda que seja possível que nada se conquiste, senão a dignidade de honrar a nossa vida e o seu sentido!


José Luís Nunes Martins 15 de Setembro 2017 em iMissio              

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Perdoar

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Perdoar, per+donare, conceder generosamente ao agressor arrependido, através de um gesto benevolente, a graça de se libertar da culpa por uma ofensa cometida. É um passo muitas vezes incompreensível, sem justiça nem lógica. Grandioso como uma pirâmide e simples, tão simples e discreto que se esconde facilmente na ternura de um olhar ou no silêncio de um abraço. É um acontecimento regenerador. Proporciona um caminho diferente.

A experiência de liberdade é evidente: o ofendido não cedeu à tentação da reacção primitiva da vingança e o agressor, tocado por este gesto sobrenatural, reconhece-se amado, libertando-se assim do medo da retaliação. Perdoar é uma sublime manifestação de amor. É dizer 70X7 «eu amo-te apesar da tua fraqueza». E quem não perdoa, não só não ama, como não se sente amado. Talvez não se perdoe também. Por isso, tem uma história suspensa. Permanece congelado pelo ódio e é refém dos estilhaços de uma palavra, de um gesto, de um passado que é sempre presente. Resiste à graça da reconciliação.

Guardo na memória, com algum incómodo, o exemplo de perdão dos cristãos egípcios cujos familiares tinham sido brutalmente assassinados pelos ISIS. Era um perdão capaz do milagre maior da conversão do assassino. Um gesto que o transformaria se ele se tivesse deixado tocar pela atitude misericordiosa das vítimas.

Mas o perdão não vem por si. É necessário um treino diário. Assim como aprendemos as primeiras letras, também devíamos interiorizar a beleza da comunhão construída pelo perdão celebrado em família, na escola e entre amigos. Só assim nos livramos da espiral de violência reclamada pela natureza humana e potenciada por uma cultura que enaltece os aparentemente fortes e vencedores. Pedir perdão não é, no entanto, um sinal de fraqueza nem de derrota.

Per-doar não se confunde com esquecimento. Posso ter bem presente o cenário doloroso da ofensa, mas o seu efeito e respetivo veneno, já foi neutralizado pelo antídoto do amor. Pelo contrário, tornar-me-ia terra fértil para o rancor e em cada palavra e até nos gestos mais simples transpareceria o azedume da discórdia e a sede de vingança.

Tristes são aqueles que se despedem deste mundo com o jugo das ofensas nunca perdoadas. Só a eternidade lhes há-de ensinar o valor do perdão.

[
P. Nélio Pita, CM] - 16 Setembro 2017 em iMissio

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Deus só é bom


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"Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo

para condenar o mundo,

mas para que o mundo seja salvo por Ele."

João 3,17


É esta a garantia que recebemos de Deus: a de que o Seu amado Filho veio para nos salvar. Não de graça, mas pela imensa graça que tem por nós.

É por Ele e com Ele que somos salvos.

Não que sejamos salvos de toda a doença e de todo o sofrimento.

Não que sejamos salvos do terrorismo e das catástrofes, mas que somos salvos por esse amor que suporta e que renova todas as coisas.

Somos eternamente salvos, por este Deus que só é bom.

Somos constantemente salvos, por este Deus das surpresas, que mesmo em momentos de aflição nos convida a olharmos para Ele com confiança.

Não é Ele que nos foge entre os dedos, somos nós que deixamos de querer estar nas Suas mãos.

Somos nós que, muitas das vezes, perdemos-Lhe de vista pela nossa frágil humanidade, mas nem assim Ele nos abandona.

E não, Ele não nos pede sacrifícios.

Ele não nos pede que façamos promessas sem fim, nem que nos ajoelhemos por medo ou obrigação.

Devemo-nos ajoelhar, pelo amor que temos por Ele. Devemo-nos ajoelhar, para que Ele reconheça que toda a nossa vida está a Seus pés.

A única promessa, a que Ele nos convida, é que sejamos Seus amigos, que caminhemos com Ele.

Será isto sacrifício? A entrega a um Deus que só é bom?

Iremos continuar a duvidar e a negá-Lo em muitos momentos da nossa vida, mas Ele continuará a acolher-nos, na certeza de que, aos Seus olhos, seremos sempre muito valiosos.

Iremos falhar, tropeçar e cair vezes sem conta, mas nunca duvidemos de que este Deus só é bom e que por Ele não vem mal ao mundo.

Emanuel António Dias  15 de Setembro de 2017 em iMissio

sábado, 16 de setembro de 2017

O Perdão sem limites



A Palavra de Deus que a liturgia do 24º Domingo do Tempo Comum nos propõe fala do perdão. Apresenta-nos um Deus que ama sem cálculos, sem limites e sem medida; e convida-nos a assumir uma atitude semelhante para com os irmãos que, dia a dia, caminham ao nosso lado.
O Evangelho fala-nos de um Deus cheio de bondade e de misericórdia que derrama sobre os seus filhos – de forma total, ilimitada e absoluta – o seu perdão. Os crentes são convidados a descobrir a lógica de Deus e a deixarem que a mesma lógica de perdão e de misericórdia sem limites e sem medida marque a sua relação com os irmãos.
A primeira leitura deixa claro que a ira e o rancor são sentimentos maus, que não convêm à felicidade e à realização do homem. Mostra como é ilógico esperar o perdão de Deus e recusar-se a perdoar ao irmão; e avisa que a nossa vida nesta terra não pode ser estragada com sentimentos, que só geram infelicidade e sofrimento.
Na segunda leitura Paulo sugere aos cristãos de Roma que a comunidade cristã tem de ser o lugar do amor, do respeito pelo outro, da aceitação das diferenças, do perdão. Ninguém deve desprezar, julgar ou condenar os irmãos que têm perspectivas diferentes. Os seguidores de Jesus devem ter presente que há algo de fundamental que os une a todos: Jesus Cristo, o Senhor. Tudo o resto não tem grande importância.
Às vezes perdemo-nos na discussão das coisas secundárias e esquecemos o essencial. Discutimos se se deve receber a comunhão na mão ou na boca, se se deve ou não ajoelhar à consagração, se determinado cântico é litúrgico ou não, se os padres devem ou não casar, se a procissão do santo padroeiro da paróquia deve fazer este ou aquele percurso… e, algures durante a discussão, esquecemos o amor, o respeito pelo outro, a fraternidade, e que todos vivemos à volta do mesmo Senhor. É preciso descobrir o essencial que nos une e não absolutizar o secundário que nos divide.
O que significa, realmente, perdoar? Significa ceder sempre diante daqueles que nos magoam e nos ofendem? Significa encolher os ombros e seguir adiante quando nos confrontamos com uma situação que causa morte e sofrimento a nós ou a outros nossos irmãos? Significa “deixar correr” enquanto forem coisas que não nos afectem directamente? Significa pactuar com a injustiça e a opressão? Significa tolerar tudo num silêncio feito de cobardia e de conformismo? Não. O perdão não pode ser confundido com passividade, com alienação, com conformismo, com cobardia, com indiferença… O cristão, diante da injustiça e da maldade, não esconde a cabeça na areia, fingindo que não viu nada… O cristão não aceita o pecado e não se cala diante do que está errado; mas não guarda rancor para com o irmão que falhou, nem permite que as falhas derrubem as possibilidades de encontro, de comunhão, de diálogo, de partilha… Perdoar não significa isolar-se num silêncio ofendido, ou demitir-se das responsabilidades na construção de um mundo novo e melhor; mas significa estar sempre disposto a ir ao encontro, a estender a mão, a recomeçar o diálogo, a dar outra oportunidade.


extractos de http://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=1642

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

DINAMITE PARA ESCAQUEIRAR UMA CIVILIZAÇÃO

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A Paulus Editora acaba de publicar, na Coleção Youcat, a Bíblia para os Jovens da Igreja Católica. Foi preparada por uma equipa de biblistas, doutores em Sagradas Escrituras, membros da Comissão Teológica Internacional da Santa Sé e professores do Pontifício Instituto Bíblico de Roma. É um belo instrumento de apoio à formação e ação pastoral. Pelo desafio que lança, e porque sei que não vai ser lido por muitos, não resisto à tentação de transcrever, aqui, o Prefácio que é do Papa Francisco, onde, inclusive, cita Mahatma Gandhi:
“Meus queridos jovens amigos,
Se vocês vissem a minha Bíblia, talvez não ficassem muito impressionados. Diriam: “O quê? Esta é a Bíblia do Papa? Que livro tão velho e usado!”. Poderiam também oferecer-me uma nova, talvez uma que custasse mil euros, mas eu não gostaria dela. Amo a minha velha Bíblia, aquela que me acompanhou durante metade da vida. Viu as minhas alegrias, foi banhada pelas minhas lágrimas: é o meu inestimável tesouro. Vivo dela e por nada no mundo me desfaço dela.
A Bíblia para os jovens, que acabaram de abrir, agrada-me muito: é tão viva, tão rica em testemunhos de santos, de jovens, que dá vontade de a ler de uma só vez, desde a primeira até à última página. E depois? Depois escondem-na, fazem-na desaparecer numa prateleira de uma biblioteca, quem sabe atrás, na terceira fila, onde acaba por acumular pó. Até ao dia em que os vossos filhos a venderão numa feira de velharias. Não, isto não pode acontecer!
Quero dizer-vos uma coisa: na atualidade, mais do que no início da Igreja, os cristãos são perseguidos; por que razão? São perseguidos porque usam uma cruz e dão testemunho de Cristo; são condenados porque têm uma Bíblia. Então, a Bíblia é um livro extremamente perigoso, de tal forma que em alguns países quem possui uma Bíblia é tratado como se escondesse granadas num armário! Mahatma Gandhi, que não era cristão, uma vez referiu: “A vocês, cristãos, é confiado um texto que tem em si uma quantidade de dinamite suficiente para fazer explodir em mil pedaços a civilização inteira, para colocar de cabeça para baixo o mundo e levar a paz a um planeta devastado pela guerra. Porém, tratam-no como se fosse simplesmente uma obra literária, nada mais do que isso”.
O que é que vocês têm, então, nas mãos? Uma obra-prima literária? Uma seleção de antigas e belas histórias? Neste caso, seria necessário dizer aos muitos cristãos que se deixam aprisionar e torturar pela Bíblia: “Vocês são realmente tolos e pouco sábios: é somente uma obra literária!” Não, com a Palavra d Deus, a luz veio ao mundo e nunca mais se apagou. Na minha Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (nº175) escrevi: “Nós não procuramos Deus tateando, nem precisamos de esperar que Ele nos dirija a palavra, porque realmente “Deus falou, já não é o grande desconhecido, mas mostrou-Se a Si mesmo”. Acolhamos o tesouro sublime da Palavra revelada.”
Portanto, vocês têm nas mãos algo de divino: um livro como fogo! Um livro no qual Deus fala. Por isso recordem-se: a Bíblia não é feita para ser colocada na prateleira, mas para ser levada na mão, para ser lida frequentemente, a cada dia, quer sozinho, quer acompanhado. De facto, vocês praticam desporto em grupo, vão ao centro comercial acompanhados; por que não ler juntos, em grupos de dois, três ou quatro, a Bíblia? Talvez ao ar livre, imersos na natureza, no bosque, à beira-mar, de noite à luz das velas…fariam uma experiência forte e envolvente. Ou talvez tenham medo de parecer ridículos diante dos outros?
Leiam com atenção. Não permaneçam à superfície, como se faz com histórias de banda desenhada! A palavra de Deus não pode ser lida com “uma vista de olhos”! Antes, perguntem-se: “O que diz este texto ao meu coração? Deus fala-me através desta palavra? É possível que suscite anseios, a minha sede profunda? O que devo fazer?” Somente desta forma a Palavra de Deus poderá mostrar toda a sua força; somente assim a nossa vida se poderá transformar, tornando-se plena e bela.
Quero confidenciar-vos como leio a minha velha Bíblia. Pego nela frequentemente, leio um pouco, depois coloco-a de lado e deixo que o Senhor olhe para mim. Não sou eu que olho para Ele, mas é Ele que olha para mim. Deus está realmente ali, presente. Assim que me deixo observar por Ele e escuto – e não é um certo sentimentalismo -, percebo no mais profundo do meu ser aquilo que o Senhor me diz. Às vezes não fala: então não ouço nada, somente vazio, vazio, vazio… Mas, paciente, permaneço lá e espero por Ele, lendo e rezando. Rezo sentado, porque me faz mal ficar de joelhos. Por vezes, quando estou a rezar, chego até a adormecer, mas não há problema: sou como um filho próximo do seu Pai, e isto é que interessa.
Querem fazer-me feliz? Leiam a Bíblia!
O vosso Papa Francisco.”

D. Antonino Dias   Bispo de Portalegre Castelo Branco
15-09-2017

Ainda vale a pena crescer?!

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Não sei bem quando é que paramos de crescer. Parece-me que deixamos de crescer quando deixamos de querer fazer melhor e ser melhores. No entanto, a minha dúvida é esta: Será que ainda vale a pena crescer?! Ou melhor: será que vale a pena continuar a crescer, mesmo depois de já se ser bastante adulto?! Ou ainda: pensarão as crianças de hoje que o mundo se tornará (ainda) mais difícil quando crescerem?!

Eu diria que ainda vale a pena crescer. Vale a pena crescer, como adultos, para poder ajudar as crianças a crescer como crianças. Não é isso que estamos a fazer. Não é isso que tem acontecido. Temos levado as crianças pela mão e, precisamente por serem pequenas, ainda não perceberam que as levamos, muitas vezes, pelo caminho errado. Queremos transformar os mais pequenos em sombras nossas. Queremos que consigam fazer muitas coisas ao mesmo tempo e que, no final, ainda tenham vontade de fazer um pouco mais. Não era suposto que as crianças se sentissem cansadas de crescer. Não era suposto que os adultos quisessem fazer dos mais novos pequeninas réplicas suas.

Talvez valha a pena perceber que estamos a entrar numa espiral bastante perigosa. Queremos adultos em miniatura ou queremos pessoas que cresçam saudáveis e felizes? Queremos entupir a vida das crianças com rotinas, atividades, trabalho, exigências e resultados rápidos ou queremos deixar que o caminho se faça no tempo certo?

Talvez valha a pena guardar um par de horas para ensinar aos mais pequenos o que realmente importa: não é preciso que se preocupem com absolutamente nada. É para isso que existem os adultos. Não é preciso que adormeçam a pensar nos problemas do dia de amanhã. É para isso que existimos (nós, os adultos).

Ainda vale a pena crescer. Ainda precisamos de crescer de verdade. Somos pequenos Peter Pans mimados que se perderam com a ilusão da Terra do Nunca. Esta não é a Terra do Nunca, meus amigos. É a Terra do Sempre. Sempre ativos. Sempre funcionais. Sempre alerta. Sempre atentos. Sempre eficientes. Sempre produtivos. Sempre criativos. Sempre empenhados. Sempre ao sabor da corrente e da maré.

Quando é que nos sobra tempo para viver?!

Vale a pena guardar tempo para ter tempo. Tempo para a alegria. Para os abraços demorados. Para os beijos multiplicados. Para ver as flores novas. Para encontrar esqueletos de conchas à beira mar. Tempo para ver as estrelas ou o nascer do sol. Tempo para beber do azul do Céu e para respirar o esverdeado das montanhas e das serras. Tempo para engordar os sonhos e viver à sombra deles. Se for para ter tempo para cada uma destas coisas, então sim, vai valer a pena crescer.

Marta Arrais - 13 de Setembro 2017 em iMissio            

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Diz sim ao amor

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Somos muito benevolentes com a violência, desculpamo-la muito facilmente. E, todos, somos em algum momento da nossa vida, com mais ou menos intensidade, violentos para com alguém. Há uma música da “Avenida Q” que fala de todos sermos um pouco racistas, assim também é com a violência. Todos fomos violentos em algum momento e com alguma pessoa seja gritando, seja dizendo coisas horríveis, seja fazendo bullying ou de tantas outras formas.

Há muitos tipos de violência, com diferentes gravidades e consequências. Porém, todos eles agridem, todos eles deixam marca em nós. Podemos não ver essas marcas, mas existem e têm em impacto em nós. Daniel Comboni falou das pessoas escravizadas como embrutecidas.

Quantos de nós não somos embrutecidos?

Quantos de nós não temos cicatrizes?

É preciso criar a cultura do encontro e a revolução da ternura a que tanto o Papa Francisco nos convida. É preciso abandonar o ciclo de violência porque tal como nos diz Gandhi: “Olho por olho, dente por dente e o mundo acabará cego”. Respondamos à violência com amor. Não há outro caminho: ou somos parte da solução ou parte do problema. Calarmo-nos, ignorar e ser indiferente é ser parte do problema. É tão mais fácil não nos preocuparmos com a senhora que soubemos que sofre violência doméstica. É tão mais fácil ficarmos indiferentes. É tão mais fácil não querer saber da criança que sofre bullying na escola. É tão mais fácil encontrar desculpas como “são crianças” ou “não vai mudar nada” ou “sou eu quem vai mudar alguma coisa?” ou outras tantas. Não fiquemos indiferentes à violência. Não façamos de nós cegos.

O papa Francisco disse “na noite dos conflitos que estamos a atravessar, cada um de nós pode ser uma candeia acesa, que recorda que a luz vence as trevas, e não o contrário. Para nós, cristãos, o futuro tem um nome, e esse nome é esperança.”

Sejamos candeias na vida uns dos outros. Sejamos luz. Abracemos. Quando quisermos fazer guerra e a violência parecer o caminho mais simples façamos a revolução da ternura com abraços, tempo e silêncio como a 25 de Abril de 1974 se fez uma revolução com flores. Sejamos revolucionários da ternura e comecemos por nós. Amemo-nos, perdoemo-nos e sejamos misericordiosos connosco olhando com amor todas as traves das nossas vistas. Se cada um de nós erradicando a violência de si estamos aos poucos a erradicar a violência do mundo. Digamos sim ao amor.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Será que o fim está próximo?


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Vivemos num mundo demasiado uniforme, quase monótono. Valorizamos aquilo que os outros valorizam, como se temêssemos usar a nossa cabeça. Até os nossos sentimentos conseguimos subordinar às opiniões alheias. Qualquer desvio destas modas é penalizado de forma implacável, talvez porque ninguém queira admitir que tem liberdade e que a devia usar.

O consumismo prende-nos à tristeza de não ter coisas que, em verdade, não prestam para nada, apresentando-se como solução para essa mesma inquietação. Muitos ainda são os que resistem, mais pela falta de recursos que os faz encontrar melhores alternativas, do que por convicção.

Os profetas, mais do que saber o futuro, são quem é capaz de dizer a verdade. Muitos são os que anunciam o fim dos tempos, mas sem que muita gente lhes dê crédito. Afinal, são pessoas estranhas que nos vêm estragar o sossego, despertando-nos o medo mais profundo: o de sermos confrontados connosco mesmos, tal como nos escolhemos. É mais confortável julgar que não somos assim tão responsáveis… é mais fácil negar a evidência de que o fim está mesmo próximo.

O mal é relativizado em função da distância, sendo tanto maior quanto mais próximo estiver de nós. Se, bem longe da nossa casa, dez milhões de seres humanos inocentes estiverem a sofrer de forma injusta por iniciativa de um tirano qualquer, sentimos que isso pouco ou nada nos diz respeito. Mas se nos doer um dente, então sim, já se trata de uma tragédia que revela quanto o mundo é condenável e injusto.

O pior dos males que vai destruindo o valor das nossas vidas é o egoísmo. Pior, um egoísmo coletivo em que todos se copiam uns aos outros.

O fim do mundo está próximo. Não só o do mundo de todos nós, mas o de cada um de nós.

A morte é um mal. Ninguém nasce para morrer. Mas morremos. Nascemos para viver e para ser felizes, mas há muitos que passam o tempo a arrastar-se entre medos e cinzas de sonhos que não foram capazes de cumprir.

Nunca como hoje estivemos tão perto do fim. Mas a razão exige que pensemos que este mundo não é o todo da existência. O amor vence a morte, quebra todas as barreiras – assim seja verdadeiro. O amor é a única passagem por cima do maior de todos os abismos, mas é uma ponte que tem de ser construída pelas nossas mãos.

O que é que está próximo?

De quem é que estou próximo?



José Luís Nunes Martins  - 8 de Setembro 2017 em iMissio
              

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

OBRIGADO, SENHOR DOM ANTÓNIO FRANCISCO

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Porque inesperada, correu célere a triste notícia da morte do Senhor Dom António Francisco dos Santos, Bispo do Porto. Os olhos humedeceram com os gemidos e o sangue da alma! Deixamos nós de ter um grande amigo, amigo sincero e dedicado. A Igreja, porém, vê partir um Homem Bom, um bom Pastor, sempre atento e humilde, sempre acolhedor e ocupado com a melhor maneira de bem servir a Cristo e a Sua Igreja. Gerador de rápida empatia através d...o seu natural acolhimento e agradável diálogo, sempre deixava a marca feliz da sua alegria e serenidade, da sua competência e bondade, da sua proximidade e atenção a todas as causas e a todas as pessoas.
Conhecia-o desde os tempos em que, ambos Superiores de Seminários Diocesanos, nos íamos cruzando em encontros nacionais ou jornadas de formação. Convivi com ele enquanto, depois, fomos, simultaneamente, Bispos Auxiliares na Arquidiocese de Braga. Aí vivemos momentos felizes de serviço constante em comunhão com o Senhor Arcebispo. Aí partilhávamos preocupações pastorais e metodologias de ação. Aí nos alegrámos quando foi nomeado Bispo da Diocese de Aveiro e, mais tarde, com a sua nomeação para a grande Diocese do Porto que agora servia e amava, com tanta alegria e esperança.
Responsável por áreas complexas e delicadas da pastoral a nível nacional e da Conferência Episcopal, estudava e conhecia os dossiers, esclarecendo a todos com inteligência, agindo com a sabedoria e a prudência que as mesmas impunham.
Foi para mim uma lição de vida o carinho que, apesar dos constantes trabalhos pastorais, sempre dedicava a sua mãe, tantos anos acamada, imóvel, totalmente dependente. Apreciei a sua reconfortante presença na morte de meus pais. Sinto a sua partida como se de pessoa de família se tratasse. Consola-me, porém, aquela certeza que a fé nos dá: “As almas dos justos estão na mão de Deus e nenhum tormento os atingirá … eles estão em paz” (Sab 3, 1-4).
Obrigado, Senhor Dom António, e até um dia!
Por favor, interceda por nós junto do Senhor.


D. Antonino Dias
  Bispo de Portalegre-C. Branco
09-11-2017

Papa despede -se da Colombia



O Papa Francisco despediu-se da Colômbia celebrando a missa no porto de Cartagena.

Olhos fixos no Senhor




Que nesta semana as famílias prossigam com os olhos fixos no Senhor, caminhando e seguindo os Seus passos de amor...

domingo, 10 de setembro de 2017

Os vigilantes



Vamos meditar sobre a liturgia deste 23º Domingo do Tempo Comum, onde o evangelho nos apresenta uma lição de humildade perante Deus, reconhecendo nossa fraqueza e a necessidade de sua Divina Misericórdia. Um Santo e Abençoado Domingo!

sábado, 9 de setembro de 2017

A CARIDADE SUPÕE, EXIGE, SUPERA A JUSTIÇA


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A Assembleia-Geral das Nações Unidas, em 2012, proclamou o Dia Internacional da Caridade. Celebra-se no dia 5 de setembro de cada ano, dia em que se assinala a morte de Madre Teresa de Calcutá. O objetivo deste Dia é, segundo lemos, e entre outros, reconhecer o papel da caridade no alívio às crises humanitárias e ao sofrimento humano em todo o mundo, homenagear o extraordinário trabalho de inúmeras organizações e indivíduos, fomentar e promover o diálogo, a solidariedade, o entendimento mútuo e os valores universais.
Assumindo-se como uma expressão de “solidariedade global”, a caridade sente, neste seu Dia Internacional, o carinho e o encorajamento de todos os Estados-membros, organizações regionais e internacionais e os vários atores da sociedade civil, nomeadamente através da educação e de atividades que contribuam para a sensibilização da sociedade.
Falar da caridade, é falar do “ápice do amor”, do mandamento novo, daquele amor que Jesus viveu, ensinou e elevou ao seu mais alto nível morrendo por nós na cruz. É esta caridade levada até às últimas consequências que sustenta o mundo: dar a vida, por amor, por amigos e inimigos, pelo próximo, fazer bem sem olhar a quem. Esta é, assim o cremos e Bento XVI no-lo lembra, uma “vocação colocada por Deus no coração e na mente de cada pessoa”. É uma “força extraordinária que impele as pessoas a comprometerem-se, com coragem e generosidade, no campo da justiça e da paz.” É “o dom maior que Deus concedeu aos homens; é sua promessa e nossa esperança”. Apesar disso, a caridade – o amor levado até às últimas consequências! -, continua a ser rodeada de preconceitos, é mal entendida por muitos, por vezes excluída da vida ética, desvalorizada, julgada irrelevante, esvaziada de sentido,tida como mera organização assistencial, não raro ridicularizada. E tudo acontece – assim o acreditamos - por desconhecimento da sua natureza e valor, e, talvez, pelo fraco testemunho de quem melhor a deveria servir e testemunhar. No entanto, pela sua estreita ligação com a verdade, ela impõe-se “como expressão autêntica de humanidade e como elemento de importância fundamental nas relações humanas, nomeadamente de natureza pública”.
Com este reconhecimento pela ONU, somos confirmados e alertados para a sua importância e necessidade. Com origens bíblicas, ela “dá valor teologal e salvífico a todo o empenho de justiça no mundo”. Sabemos que não é caridade nenhuma usar a caridade para promover o proselitismo eclesial. Mas também sabemos “que o amor, na sua pureza e gratuidade, é o melhor testemunho do Deus em que acreditamos e que nos impele a amar”. Não é humanismo piegas, não é filantropia para promoção do ego, não é mera solidariedade interesseira que humilha, entristece e entorpece. Tampouco se identifica com aquele bem-fazer que brota do sentimento de pena, ou com aquele “amor” que por aí trepa orgulhoso tão a cotio e banalizado, a precisar de ser reconduzido ao seu sentido mais profundo, à verdade. A caridade de que falamos e que deve ser iluminada pela luz da razão e da fé, exige sempre a verdade. Sem a verdade, a Caridade e o Amor ficam excluídos “dos projetos e processos de construção dum desenvolvimento humano de alcance universal, no diálogo entre o saber e a realização prática”. Sem a verdade, “sem confiança e amor pelo que é verdadeiro, não há consciência e responsabilidade social, e a atividade social acaba à mercê de interesses privados e lógicas de poder, com efeitos desagregadores na sociedade”.
A caridade na verdade, por sua vez, exige a justiça. Amar é dar, e ninguém pode «dar» ao outro nada do que é seu, sem antes lhe ter dado o que lhe pertence por justiça. A caridade exige, pois, a justiça, exige o reconhecimento e o respeito dos legítimos direitos dos indivíduos e dos povos. Empenha-se na construção do bem comum. Querer e trabalhar pelo bem comum é exigência da justiça e da caridade. A caridade, porém, supera a própria justiça, pois a completa com a lógica do dom e do perdão, da gratuidade, da misericórdia e da comunhão. “Quando o empenho pelo bem comum é animado pela caridade, tem uma valência superior à do empenho simplesmente secular e político” (cf. Bento XVI, Carta Encíclica Caritas in Veritate, 1-7).

D. Antonino Dias  Bispo de Portalegre Castelo Branco
08-09-2017


Sentinelas




A liturgia deste domingo sugere-nos uma reflexão sobre a nossa responsabilidade face aos irmãos que nos rodeiam. Afirma, claramente, que ninguém pode ficar indiferente diante daquilo que ameaça a vida e a felicidade de um irmão e que todos somos responsáveis uns pelos outros.
A primeira leitura fala-nos do profeta como uma “sentinela”, que Deus colocou a vigiar a cidade dos homens. Atento aos projectos de Deus e à realidade do mundo, o profeta apercebe-se daquilo que está a subverter os planos de Deus e a impedir a felicidade dos homens. Como sentinela responsável alerta, então, a comunidade para os perigos que a ameaçam.

Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Roma (e de todos os lugares e tempos) a colocar no centro da existência cristã o mandamento do amor. Trata-se de uma “dívida” que temos para com todos os nossos irmãos, e que nunca estará completamente saldada.

• É importante sentirmos que a nossa dívida de amor nunca está paga. Podemos, todos os dias, realizar gestos de partilha, de serviço, de acolhimento, de reconciliação, de perdão… mas é preciso, neste campo, ir sempre mais além. Há sempre mais um irmão que é preciso amar e acolher; há sempre mais um gesto de solidariedade que é preciso fazer; há sempre mais um sorriso que podemos partilhar; há sempre mais uma palavra de esperança que podemos oferecer a alguém. Sobretudo, é preciso que sintamos que a nossa caminhada de amor nunca está concluída.

É preciso que a nossa intervenção junto do nosso irmão não seja guiada pelo ódio, pela vingança, pelo ciúme, pela inveja, mas seja guiada pelo amor. A lógica de Deus não é a condenação do pecador, mas a sua conversão; e essa lógica devia estar sempre presente, quando nos confrontamos com os irmãos que falharam. O que é que nos leva, por vezes, a agir e a confrontar os nossos irmãos com os seus erros: o orgulho ferido, a vontade de humilhar aquele que nos magoou, a má vontade, ou o amor e a vontade de ver o irmão reencontrar a felicidade e a paz?

• A Igreja tem o direito e o dever de pronunciar palavras de denúncia e de condenação, diante de actos que afectam gravemente o bem comum… No entanto, deve distinguir claramente entre a pessoa e os seus actos errados. As acções erradas devem ser condenadas; os que cometeram essas acções devem ser vistos como irmãos, a quem se ama, a quem se acolhe e a quem se dá sempre outra oportunidade de acolher as propostas de Jesus e de integrar a comunidade do Reino.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Quantos dias são precisos para mudar o Mundo?!


O mundo não se muda. Foi-nos dado para estar quietinho e sossegado enquanto recebe todas as nossas loucuras e disparates. O mundo não se muda só porque tu queres. Só porque eu quero. Já ouvimos (e lemos) esta frase algumas vezes: “por muito que faças, não vais conseguir mudar o mundo” ou uma variante: “o mundo não muda só por tua causa”. Tenho pena. Tenho pena porque temos sido convencidos a acreditar nesta espécie de veredito em forma de beco sem saída. Sinto muito que estejamos empenhados em cortar as vontades e esperanças alheias com base numa teoria de ninguém. O conforto de não fazer nada pode ser tentador. Pode aquecer-nos a pele de dentro durante algum tempo. Depois, o conforto transforma-se em pedras que se atiram a quem decidiu não estar ainda confortável. Temos tendência a criticar aqueles que ousam ir mais longe. Aqueles que se atrevem. Aqueles que colocam o Medo numa mochila e o levam às costas.

O mundo não se muda. Não se mexe. Não te mexas. Não faças para não estragar. Não sonhes. Não te entregues. Não cries coisas novas. Rende-te. Deixa-te ficar à beirinha de tudo o que podia ter acontecido e não faças absolutamente nada. O mundo não há-de mudar.

Respiramos uma fraqueza triste (e diária) de quem não quer “chatices”. Nem problemas. Nem ter trabalho. Respiramos um desânimo que paira à volta de cada gesto, de cada atitude, de cada decisão. Desculpem a sinceridade mas… não me parece que estejamos a respirar. Não me parece que estejamos a viver! Permitam-me a provocação:

O mundo é para se mudar. Para melhor. Mexe-te. Sai do lugar. Abre a porta. Rema. Voa. Atravessa. Espera. Pensa. Vai a pé. Abre os braços. Faz. Sonha em voz alta. Entrega-te. Faz coisas que nunca ninguém fez. Faz de novo. Desenha novidades e pinta-as com cores vivas. Cores que façam viver. Acorda! Sai dessa beirinha. Fecha os olhos. Agarra-te bem. O mundo muda se tu quiseres. Quando tu quiseres e SE tu quiseres.

Faz por ti. Por quem está perto. Por quem está doente. Por quem está triste. Por quem desistiu. Por quem anoiteceu. Por quem perdeu a calma. Por quem te deixou. Por quem te agarrou.

Faz por ti. Com as tuas mãos. Sem esperar que aconteça seja o que for. É no silêncio sossegado das ações pequeninas que os milagres acontecem. Quando menos esperares, nada voltará a ser igual.

Marta Arrais   6 de Setembro de 2017 em iMissio.net

              

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Papa Francisco já está em Colombia

Após mais de 12 horas de voo

(ZENIT – Roma, 6 Set. 2017).- O voo de Alitalia que levou o Papa Francisco até  Colômbia, chegou as 16h30 locais. O Presidente colombiano, Juan Manuel Santos e sua consorte deram as boas-vindas numa breve cerimônia, junto a autoridades políticas e civis, bispos e umas mil pessoas.

Do aeroporto, onde chegou após mais de 12 horas de voo, o Papa viajou em papamóvel diretamente à Nunciatura Apostólica. No caminho milhares de pessoas aguardavam o Sucessor de Pedro com cantos, coros e bandeiras.

Na Nunciatura um grupo de fiéis lhe aguarda com cantos e danças tradicionais.
Na capela da Nunciatura o Sucessor de Pedro oferece flores a Nossa Senhora, concluindo assim seu primeiro dia de viagem.

Até domingo o Papa visitará quatro cidades: Bogotá, Adicionar ao dicionário, Medellín e Cartagena. Celebrará três missas e pronunciará 12 discursos.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Sofre de ansiedade? Então precisa conhecer o conselho mais repetido na Bíblia




Esse conselho é repetido 365 vezes ao longo do Antigo e do Novo Testamentos

Provavelmente, muitos pensam que a frase mais comum da Bíblia teria que ser algum tipo de proibição, um “não farás” isso ou aquilo. Talvez até algo como “amarás teu próximo”…

Nada disso. O conselho mais repetido no Antigo e Novo Testamentos é “Não temas” (e suas variações).

Você deve conhecer alguns versículos da Escritura com essa amorosa exortação. Um exemplo é quando o anjo Gabriel apareceu a Maria, anunciando que ela seria a Mãe de Nosso Salvador e quando José ouviu estas palavras ao saber que seria o pai terreno de Jesus: “Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo” (Mateus 1, 20).

Quando Jesus estava prestes a nascer, em Belém, outro anjo apareceu aos três reis com as mesmas palavras de alento.

Quer mais um exemplo? Pois bem: quando Zacarias foi informado que sua esposa ficaria grávida em idade avançada, “ficou perturbado, e o temor assaltou-o. Mas o anjo disse-lhe: Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração: Isabel, tua mulher, dar-te-á um filho, e chamá-lo-ás João” (Lucas 1, 12-13)

Na verdade, há muito mais versículos em que a Bíblia nos anima a não ter medo.

Na Transfiguração de Jesus, os discípulos caíram no chão, apavorados pelo medo. Mas “Jesus aproximou-se deles e tocou-os, dizendo: Levantai-vos e não temais” (Mateus 17,7).

Ao todo, a frase “Não temas” e suas variações são repetidas 365 vezes ao longo da Escritura!

Muitas das nossas preocupações diárias giram em torno de algum tipo de medo do que pode acontecer. A ansiedade consome grande parte de nossa energia. Vai dar tudo certo na viagem? Haverá algum acidente com o carro? Saberei perdoar meu irmão? Estou fazendo o que Deus gostaria que eu fizesse? O que os médicos vão nos dizer sobre os exames? Será que esta é a melhor decisão que eu posso tomar? Essas são algumas das as perguntas que martelam interminavelmente em nossas cabeças. E, para cada uma delas, Deus nos lembra que temos que nos voltar para Ele em oração, com confiança.

Em Apocalipse 2,10, temos mais uma lição de coragem: “Nada temas ante o que hás de sofrer. Por estes dias o demónio vai lançar alguns de vós na prisão, para pôr-vos à prova. Tereis tribulações durante dez dias. Sê fiel até a morte e te darei a coroa da vida.”

Já em Deuteronómio 31.6, somos incentivados a depositar nossa confiança em Deus, que não nos abandonará se O colocarmos em primeiro lugar em nossa vida: “Nada vos atemorize, e não os temais, porque é o Senhor vosso Deus que marcha à vossa frente: ele não vos deixará nem vos abandonará”.

Além dos inúmeros exemplos da Bíblia, temos que nos lembrar também de São João Paulo II, que começou seu pontificado com uma lembrança crucial: “Não temam”, disse ele. Esse santo de nosso tempo nos convidava constantemente a aceitar a paz que Cristo nos oferece e a confiar sempre em Seu amor e em Sua misericórdia.

Portanto, “Não temas”.


Patty Knap | Ago 29, 2017  em iMissio






terça-feira, 5 de setembro de 2017

Falta o amor




Falta o amor. Muitos dizem que falta Deus que falta a doutrina e catequese e ir à missa. Eu digo-vos: falta o amor. E desde que o pratiquem, cada um à sua própria forma, estamos bem. Há muitos caminhos para o amor. Um deles, o meu, é a religião cristã. É esse o caminho, foi aí que encontrei o amor, foi aí que encontrei o meu caminho. Reconheço que a minha resposta não tem que ser a resposta de todas as pessoas do mundo. O lugar onde eu encontrei o amor não tem de ser o lugar onde todas as pessoas vão encontrar o amor.

Precisamos de amor. Precisamos de transmitir amor. Precisamos de abraçar, acolher e partilhar o amor. Mais que querer que hajam mais pessoas na igreja, na missa e na catequese a necessidade de evangelização é a necessidade do amor, do toque e dos afetos. Não é por conversão, não é para aumentar o número: é por amor.

A igreja deve ser primeiramente a igreja dos afetos, a igreja dos braços abertos, de portas abertas que ama a todos. A regra deve ser a do amor. Aos que sentirem que este é o seu caminho de felicidade convidamos a fazer casa lá dentro ensinamos a nossa forma de estar, ser e amar. Ensinamos a doutrina. Mas primeiro o amor. Primeiro sempre o amor. Primeiro a igreja aberta de par em par, os braços abertos de par em par. Precisamos de acolher. Precisamos de ser misericordiosos. Precisamos de ser alegres e contagiar na nossa alegria. Não devemos passar demasiado tempo à caça de pecado, erros, obstáculos e defeitos. Precisamos de sair de nós, de ultrapassar-nos os nossos próprios defeitos e imperfeições para ir ao encontro do amor no outro, para buscar Deus no outro. Deus mora em cada um de nós, o Amor mora em cada um de nós.

Devemos passar todo o nosso tempo à procura do amor, olhando para o amor, partilhando o amor, alegrando-nos no amor, anunciando o amor, sentindo o amor e vivendo o amor. Porque quando há amor não há pecado, erro, defeito ou obstáculo. O papa francisco diz-nos “A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino. O amor torna semelhante, abate muros e as distâncias." vivamos isso em cada dia. vivamos o amor divino em cada dia.


Paula Ascenção  4 Setembro 2017 em iMissio