"O que ouvimos não esgota a extensão de tudo aquilo
que neste momento nos está a ser dito.
E pode mesmo acontecer que a parte mais significativa da conversa
que cada um de nós mantém com a vida seja, neste momento,
aquela que fica por escutar."
Pe. José Tolentino Mendonça -
O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas
Às vezes necessitamos que o silêncio aconteça em nós e que seja uma realidade bem concreta.
Precisamos que, neste diálogo com a vida e com os outros, as palavras não sejam o todo de uma relação e de uma descoberta, mas sim apenas uma quota-parte.
Necessitamos de estar atentos a tudo aquilo que não foi dito e a tudo aquilo que não foi revelado, para que possamos interpretar de forma clara e honesta o que nos rodeia.
Os grandes encontros que temos connosco mesmos e com os outros não acontecem no meio de grandes alaridos ou palavreados. Os grandes encontros acontecem nessa entrega ao silêncio.
Um silêncio que deixa que tudo em nós vá amadurecendo. Um silêncio que dá a aparente sensação de que nada está a acontecer ou a ser movido, mas que na realidade está a transformar tudo à sua volta, porque atua através da sua simplicidade discreta.
As grandes respostas são reveladas nesse tu-a-tu com o mais íntimo da vida de cada um.
É ali, naquilo que não foi demonstrado, que vemos as faltas que temos nas nossas vidas.
É ali, naquilo que não foi pronunciado, que ouvimos as certezas que tanto buscamos.
É ali, naquilo que ficou subentendido, que conseguimos dar valor ao olhar que nos é dirigido.
Neste mundo que não tem tempo para ter tempo é fundamental que se deixe tocar pelo silêncio.
Neste mundo que não tem tempo para ter tempo é hora de lhe mostrar a beleza que o silêncio pode ter na vida de cada um de nós.
Neste mundo que não tem tempo para ter tempo é necessário dar-lhes a ouvir a maior sinfonia da vida...
Emanuel António Dias - 13 de Outubro em iMissio
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