domingo, 8 de outubro de 2017

Santuário de Fátima acolhe relíquia de São João Paulo II

Em várias ocasiões, João Paulo II deixou evidente a sua profunda ligação com a Virgem de Fátima


Uma relíquia de São João Paulo II estará nos dias 21 e 22 de outubro no Santuário de Fátima, em Portugal, por ocasião da memória litúrgica do santo e como expressão da profunda ligação entre o Papa polonês e a Virgem.

A relíquia será acolhida no dia 21 de outubro na Capelinha das Aparições, onde será rezado o terço. Em seguida, será exposta na Capela da Ressurreição de Jesus, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, para a veneração dos fiéis.

No dia seguinte, festa de São João Paulo II, a veneração ocorrerá no mesmo local ao longo do dia até que, às 18h30, acontecerá o acolhimento da relíquia na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, para a celebração da Missa votiva do santo.

Conforme assinala o Santuário mariano de Portugal, “a aceitação da presença desta relíquia em Fátima deve-se essencialmente à ligação profunda existente entre São João Paulo II e Fátima, que o Santuário procura também sublinhar neste ano do Centenário”.

João Paulo II cultivou grande devoção à Nossa Senhora desde novo. Quando sua mãe faleceu e ele ainda era criança, passou a visitar frequentemente a Igreja paroquial e habituou-se a confiar todas as suas preocupações e anseios à Virgem.
Mais tarde, quando foi nomeado bispo, escolheu para as suas armas episcopais a letra M junto à cruz e o lema Totus Tuus (Todo Teu), como sinal de total entrega a Maria. Além disso, frequentemente era visto no Santuário da Virgem Negra de Czestochowa.

Já como Papa, em 13 de maio de 1981, sofreu o atentado na Praça de São Pedro e agradeceu à Virgem de Fátima por ter salvado sua vida.

No ano seguinte, visitou Fátima a fim de agradecer por esta proteção. “Vi em tudo o que foi sucedendo − não me canso de o repetir − uma especial proteção materna de Nossa Senhora. E por coincidência − e não há meras coincidências nos desígnios da Providência divina − vi também um apelo e, talvez uma chamada de atenção para a mensagem que daqui partiu”, disse na ocasião.

Mais tarde, em 25 de março de 1984, buscando cumprir as orientações deixadas pela Virgem aos pastorinhos, realizou em Roma o ato de consagração à Nossa Senhora de Fátima, em união com todos os bispos do mundo. Para esta ocasião, fez-se acompanhar pela imagem original da Virgem de Fátima, que é venerada na Capelinha das Aparições.

No dia seguinte, entregou ao então bispo de Leiria, Dom Alberto Cosme do Amaral, uma pequena caixa com “um presente para Nossa Senhora”. Comovido, ao abrir a caixa o Prelado viu que era a bala que tinha atravessado o corpo do Pontífice, a qual foi colocada na coroa de Nossa Senhora de Fátima.

Em várias ocasiões, João Paulo II deixou evidente a sua profunda ligação com a Virgem de Fátima, sobretudo pelo “milagre de 13 de maio”.

“Há dez anos fui introduzido na experiência de Fátima vivida pela Igreja. Isto aconteceu na tarde do dia 13 de maio: o atentado à vida do Papa. […] Sei que a vida, a mim concedida de novo há dez anos, me foi dada pela misericordiosa Providência de Deus. Não esqueçamos as grandes obras de Deus”, disse na Audiência de 15 de maio de 1991.

O Pontífice retornou a Fátima em 1991, quando já havia caído o muro de Berlim e pôde “agradecer a Nossa Senhora a proteção dada à Igreja nestes anos, que registaram rápidas e profundas transformações sociais, permitindo abrirem-se novas esperanças para vários povos oprimidos por ideologias ateias que impediram a prática da sua fé”.

Em 13 de maio de 2000, ano em que foi revelada publicamente a terceira parte do segredo de Fátima, João Paulo II voltou ao santuário da Cova da Iria e beatificou os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto. Tornando-se, assim, o Pontífice que mais visitou Fátima.

Nas palavras proferidas pelo Cardeal Angelo Sodano, a proteção dada ao Papa “parece ter a ver também com a chamada terceira parte do segredo de Fátima”, referindo claramente o atentado sofrido por João Paulo II a 13 de maio de 1981 e “a mão materna” que permitiu que o Santo Padre se detivesse no limiar da morte.

Segundo o Cardeal, foi uma visão profética a que os três pastorinhos tiveram em 13 de julho de 1917: um bispo de branco que reza por todos os crentes, caminhando, com dificuldade, para uma cruz rodeada de cadáveres. O bispo de branco cai depois por terra, sob os tiros de uma arma de fogo.
Via ACI Digital

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