quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

INFORMAÇÃO PAROQUIAL

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TODAS AS SEXTAS - FEIRAS DA QUARESMA , PELAS 16H30M, REALIZA -SE A VIA SACRA NA IGREJA MATRIZ, EM ARRONCHES.

17:00H - ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO

17:30H - EUCARISTIA


Todos os anos  pela Quaresma, somos convidados a partilhar com quem mais precisa, através da Renuncia Quaresmal.

O produto da mesma é destinado a obras de beneficiência ou ajuda, conforme determinação da Diocese, Este ano, os fundos recolhidos serão em 75% para a construção de Centro de Saúde na Arquidiocese de Kananga, Provincia do Kasai Central na República  Democratica do Congo e 25% para o fundo de auxilio aos incendios nas habitações do passado Verão, gerido pelas Cáritas Diocesanas.

Lembramos que a Renuncia é o fruto de algo que prescindimos em beneficio de outros.
É aproximarmo- nos dos que sofrem, dos doentes, dos irmãos em Cristo.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Podes vir buscar-me?

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Ninguém, no seu perfeito juízo, escolhe o caminho mais difícil. As nossas escolhas têm sempre como Norte aquilo que julgamos ser o melhor para nós e para a nossa vida. Quando optamos, temos esperança de conseguir escolher o melhor, o mais leve e, de preferência, o mais vantajoso. Se a vida nos dissesse que sim a tudo, ficaríamos mimados e insuportáveis. Além disso, existiriam muito menos boas pessoas. Como assim? As melhores pessoas escolhem os caminhos difíceis e ficam contentes com isso? É isso que eu tenho que fazer para ser Bom? Para ser melhor do que me permito ser? Não. Não é bem isso. As melhores pessoas também escolhem na esperança que lhes apareça o mais fácil e o mais brando. Mas, tal como acontece com cada um de nós, são confrontadas com a tristeza e o aperto de um caminho tortuoso e capaz de ferir. Quando se chega a meio caminho, é mais fácil continuar em frente do que voltar para trás. Mas as melhores pessoas não ficam por aqui. Além de seguirem o trilho espinhoso que lhes vai descalçando as certezas ainda aprendem com isso. Aprendem a ajudar os outros a caminhar. Aprendem truques para tornar o difícil mais suportável e ousam ensinar e partilhar essas dicas com quem ainda tem caminhos desses por percorrer. É isso que diferencia as melhores pessoas de todas as outras. É o que escolhem fazer quando sentem que não há nada a fazer. É o que escolhem fazer quando podiam escolher outra coisa qualquer. É o facto de escolherem tornar o mais difícil, mais fácil. É o facto de escolherem plantar flores no sofrimento que tiveram e, depois, fazer um jardim que toda a gente possa ver.

Costumo dizer aos meus amigos que já conheci muita gente. Espero que ainda haja muita gente para atravessar o meu caminho. Sou feita de cada uma dessas pessoas. Das más e das boas. Das ingratas e das generosas. Das bonitas que, no fim, eram feias e das feias que, no fim, eram bonitas. De facto, já conheci muita gente. Mas poucos me fizeram voltar para trás para os ir salvar ou buscar. Talvez me tenha faltado a coragem ou talvez tenha sentido que não valiam a pena. O que eu quero dizer com todas estas palavras (onde me vou deixando morar e viver) é que todas as pessoas valem a pena. Cada pessoa vale a pena. Ainda que doa. Ainda que tudo. Eu diria mais: cada pessoa merece que haja alguém que volte para atrás para as vir salvar e buscar. Especialmente quando for difícil. Especialmente quando o impulso do nosso coração for o de andar para a frente.

Até pode doer muito mas pensa bem. Com cuidado.

Quem é que precisas de ir buscar? Quem é que ficou lá atrás à tua espera?


Marta Arrais
http://www.imissio.net/artigos/49/1162/podes-vir-buscar-me/

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Transfigurou-se! Mostrou-lhes sua glória!


https://www.youtube.com/watch?v=qFM7J1_UAso

Na Transfiguração, Jesus manifestou sua majestade!

Transfigurou-se! Mostrou-lhes sua glória!
Da glória de Cristo todos nós somos convidados a participar!
Jesus quis encorajar os discípulos e a nós todos diante da realidade da vida!
Os discípulos não deviam deixar-se vencer pelas provações que viriam após a paixão e morte do Mestre!
Naquele momento, Jesus revestiu-se de Glória, deixando as qualidades do corpo mortal.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».


https://www.youtube.com/watch?v=ELv1kwhSVyc

No segundo Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir para chegar à vida nova: é o caminho da escuta atenta de Deus e dos seus projectos, o caminho da obediência total e radical aos planos do Pai.
O Evangelho relata a transfiguração de Jesus. Recorrendo a elementos simbólicos do Antigo Testamento, o autor apresenta-nos uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de Deus, que vai concretizar o seu projecto libertador em favor dos homens através do dom da vida. Aos discípulos, desanimados e assustados, Jesus diz: o caminho do dom da vida não conduz ao fracasso, mas à vida plena e definitiva. Segui-o, vós também.
Na primeira leitura apresenta-se a figura de Abraão como paradigma de uma certa atitude diante de Deus. Abraão é o homem de fé, que vive numa constante escuta de Deus, que aceita os apelos de Deus e que lhes responde com a obediência total (mesmo quando os planos de Deus parecem ir contra os seus sonhos e projectos pessoais). Nesta perspectiva, Abraão é o modelo do crente que percebe o projecto de Deus e o segue de todo o coração.
A segunda leitura lembra aos crentes que Deus os ama com um amor imenso e eterno. A melhor prova desse amor é Jesus Cristo, o Filho amado de Deus que morreu para ensinar ao homem o caminho da vida verdadeira. Sendo assim, o cristão nada tem a temer e deve enfrentar a vida com serenidade e esperança.
Jesus encontra-Se com o seu Pai. O monte é o lugar de encontro com Deus: Moisés e Elias encontram Deus no monte Horeb, Jesus retira-Se muitas vezes para o monte para rezar. Naquele dia, Deus toma a palavra para reconhecer Jesus como seu Filho bem-amado, e pede para O escutar. Jesus encontra-Se com Moisés e Elias, estes porta-vozes cheios do poder de Deus libertador junto do seu povo. A sua presença no monte da transfiguração revela que Jesus veio cumprir tudo o que os profetas tinham anunciado. Enfim, Jesus encontra-Se no monte das Oliveiras com as testemunhas adormecidas da Paixão. E se Jesus Se transfigura a seus olhos, é para lhes fazer ver a glória que Lhe vem de seu Pai. Mas para conhecer esta glória, é preciso passar pelo sofrimento e pela morte. Ainda não chegou o momento para nos sentarmos, é preciso retomar o caminho para “passar” com o Mestre.

FALA POUCO E TOLERA OS FALADORES

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Napoleão Bonaparte teria dito que a melhor figura de retórica é a repetição. O ditado popular refere que água mole em pedra dura tanta dá até que a fura. Da sabedoria popular também se ouve que de grão a grão enche a galinha o papo e que devagar se vai ao longe. E muito mais sabe o povo que, inteligente, nunca diz tudo quanto sabe, vai dizendo...
O Papa Francisco também vai nessa, é do povo. E diz, e repete, e volta a dizer, e não se esquece de repetir, e lá volta a dizer, aqui, ali, acolá, mais além, dentro e fora dos muros do seu habitat. A sua experiência de vida tem-se sentido tocada e muito sofrida pela maledicência dos instalados na sua verdade e se torcem todos com aquilo que ele diz. Mas não só. Ele sabe, também pela sua experiência de vida, quanto esse hábito de dizer mal, não só fica mal, mas faz muito mal, faz sofrer, cria divisões, guerras e guerrilhas, grupos e grupelhos. Ainda há pouco ele afirmava que “o inimigo da harmonia … é o espírito da maledicência … O que destrói uma comunidade é falar mal dos outros … Há uma imagem que gosto de usar para dizer o que é o espírito da maledicência: é terrorismo. Sim, terrorismo. Pois quem fala mal de outro, não o faz publicamente. O terrorista não diz publicamente: «Sou um terrorista». E quem fala mal de outro, fá-lo às escondidas: fala com um, atira a bomba e vai-se embora. E aquela bomba destrói. E ele vai, tranquilamente, atirar outra bomba … quando tiveres vontade de falar mal de outrem, morde-te a língua; o mais provável é que ela se inche um pouco, mas não causarás dano ao teu irmão ou à tua irmã…”.
Neste contexto de Quaresma, não será preciso a cada um indagar muito sobre por onde é que há de passar o seu esforço de conversão, também neste âmbito de ser ou não bisbilhota. No entanto, a indiferença ou o abandono de Deus e de si próprio, por um lado, e a poeira da vida, poeira, aliás, sempre acarinhada, por outro lado, podem vir a exigir, aqui ou ali, alguma atenção mais aprofundada para ir ao encontro da verdade em si próprio. Verdade talvez desde há muito mal tratada, quer no coração já endurecido e incapaz de amar e de fazer o bem, quer na consciência que já não é capaz de distinguir o bem do mal e age como se tudo fosse igual a tudo. Cada um lá saberá e muito melhor saberá o que fazer, com humildade e persistência, mesmo que, à partida, se sinta o melhor e o maior do mundo. Ninguém tem o dever, muito menos o direito de enganar-se a si próprio.
Como esta semana me foi muito ocupada, deixo um texto interessante de São Martinho, do seu Opúsculo “Fórmula de vida honesta”. São Martinho viveu no século VI, era da Panónia, uma antiga província do Império Romano delimitada ao norte e no leste pelo rio Danúbio e em cujo território estão hoje a Hungria, parte oriental da Áustria, o norte da Croácia, o noroeste da Sérvia, a Eslovênia, a porção ocidental da Eslováquia e ainda o norte da Bósnia e Herzegovina. Martinho foi o grande evangelizador dos suevos, foi Bispo em Dume, nos arredores da cidade de Braga, e Bispo metropolita de Braga. Escreveu ele:
“Não procures granjear a amizade de alguém por meio da adulação, nem permitas que outros por meio dela granjeiem a tua. Não sejas ousado nem arrogante; submete-te e não te imponhas; conserva a serenidade e aceita de boa mente as advertências e com paciência as repreensões. Se alguém te repreender com razão, reconhece que é para teu bem; se o faz sem motivo, admite que é com boa intenção. Não temas as palavras ásperas, mas sim as brandas. Emenda-te dos teus defeitos e não sejas curioso indagador ou severo censor dos alheios; corrige os outros sem incriminação, prepara a advertência com mostras de sincera simpatia, e ao erro dá facilmente desculpa.
Não exaltes nem humilhes pessoa alguma. Sê discreto a respeito do que ouves dizer e acolhedor benévolo dos que te querem ouvir. Responde prontamente a quem te pergunta e cede facilmente a quem porfia, para que não venhas a cair em contendas e imprecações.
Se és moderado e senhor de ti mesmo, vigia sobre as moções do teu ânimo e os impulsos do teu corpo, evitando todas as inconveniências; não os ignores pelo facto de serem ocultos; pois não importa que ninguém os veja, se tu de facto os vês.
Sê flexível, mas não leviano; constante, mas não teimoso. A tua ciência não seja ignorada nem molesta. Considera a todos iguais a ti; não desprezes os inferiores com altivez, e não temas os superiores, se vives retamente. Em matéria de obséquios e saudações não te dispenses nem os exijas. Para todos deves ser afável; para ninguém, adulador; com poucos, familiar; para todos, justo.
Sê mais severo no discernimento do que nas palavras e mais nobre na vida do que na aparência. Afeiçoa-te à clemência e detesta a crueldade. Quanto à boa fama, não apregoes a tua nem invejes a alheia. Sobre rumores, crimes e suspeitas não sejas crédulo nem inclinado a pensar mal, mas opõe-te decididamente àqueles que com aparente simplicidade maquinam a difamação alheia.
Sê tardo para a ira e fácil para a misericórdia; firme nas adversidades, prudente e moderado nas prosperidades; ocultador das próprias virtudes como outros o são dos vícios. Evita a vanglória e não busques o reconhecimento das tuas qualidades.
A ninguém desprezes por ignorante. Fala pouco, mas tolera pacientemente os faladores. Sê sério mas não desumano, e não menosprezes as pessoas alegres.
Sê desejoso da sabedoria e dócil. Sem presunção, ensina o que sabes a quem to pedir; e sem disfarçar a ignorância, pede que te ensinem o que não sabes.”

D.Antonino Dias - Bispo de Portalegre Castelo Branco
Portalegre, 23-02-2018

Começa sempre de novo: começa por ti!

Foto de Paróquia Santa Clara - Coimbra.

Começa sempre de novo:
Começa por ti!

Vê-te como és e da luz que és capaz de irradiar e fazer chegar a tantas e tantos.

O mundo precisa dessa pequena-grande luz,
pequena-grande centelha para iluminar a vida de muitos

Começa sempre de novo:
Começa por ti!

Entende-te no mundo e sê com todas as forças que tens, com toda a liberdade de que és capaz, com toda a memória que transportas, com todo o entendimento a que chegas, com toda a vontade que te propões entregar. Uma vontade firme e sólida, alicerçada na vontade d’Aquele que te criou.

Começa sempre de novo:
Começa por ti!

Não te demitas da vida que transportas, do bem que espera apenas o momento de se fazer dom.

Começa sempre de novo:
Começa por ti!

Sê cidadão e cidadã do mundo da tua Família, da tua rua, vila, aldeia ou cidade e faz-te próximo daqueles por quem passas.

Começa sempre de novo:
Começa por ti!

E quando começar por ti, vais ver que outros te seguirão.
E seremos tantos a ser pequenas-grandes centelhas de luz no mundo em que habitamos!

Começa sempre de novo:
Começa por ti!

Fonte:
http://www.imissio.net/artigos/49/1120/comeca-sempre-de-novo-comeca-por-ti/

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

POR ONDE ANDARAM 3 MIL UNIVERSITÁRIOS PORTUGUESES?


Foram 3000 os universitários que, nestas férias de semestre, se espalharam pelo país e desempenharam uma missão.

A Inês Filipe, estagiária da RFM, também foi e teve uma semana diferente. Na verdade, completamente diferente e quer partilhar a experiência única que viveu durante oito dias, em Arronches, integrada na Missão País 2018.

Há momentos que marcam as nossas vidas. Há experiências que nos enriquecem. Há desafios que simplesmente não podemos deixar de fazer.
Para a Inês, esta foi uma das melhores semanas da vida dela. Aqui fica o seu testemunho.

Inês Filipe com a Dona Assunção, Arronches, Missão País 2018

«A Missão País é um projeto católico de universitários. Tem como objetivo levar Jesus às Universidades e evangelizar Portugal através do testemunho da fé, do serviço e da caridade. Há já Missões Universitárias em várias faculdades de Portugal, no Porto, Lisboa, Coimbra e Évora. As Missões são semanas de apostolado e de ação social intensivos que decorrem entre o 1º e o 2º semestre do ano letivo. Desde a sua criação, em 2003, a Missão País tem vindo a crescer exponencialmente, ano após ano. Começaram com 20 missionários, no primeiro ano, e em 2018 já contam com quase 3000!


Este projeto nasceu duma dupla vontade dos estudantes:
Entregar parte do seu tempo à missão;
Ter na sua faculdade algo que os aproximasse de Deus.


Sendo o local de estudo o sítio onde passavam uma grande parte do seu tempo, sentiam a necessidade de aí poderem falar sobre Jesus. Assim, seguindo o exemplo da Grande Missionária - Nossa Senhora - deixam tudo e partem com Cristo por Portugal fora. À primeira vista, pode não ser claro como uma semana de missão pode satisfazer tal desejo. No entanto, durante a semana de missão, o grupo e a amizade aí criados dão frutos no dia-a-dia da faculdade.
Todos os que vivem esta alegria em Cristo são chamados a missionar e contagiar corações! E, para isso, não é preciso ir para longe, para os confins do Mundo.


Podemos e devemos missionar aqui no nosso país, que tanto precisa de nós para continuar a “Inspirar gerações que vivam a Fé Católica em Missão”: É esta a nossa Missão!
Uma Missão em específico, a do ISCSP que começou em 2016, esteve, durante estes últimos 3 anos, em Arronches. Foram 3 anos incríveis, onde conhecemos pessoas fantásticas. Arronches, durante estes 3 anos, recebeu-nos muito bem, e de lá trazemos muitas memórias. A melhor coisa que a Missão País pode dar é a oportunidade de criar amizades em Cristo, de criar verdadeiros laços de amizades com pessoas que têm o mesmo desejo de santidade.


Lembro-me de conhecer poucas pessoas quando me juntei a este projeto, mas hoje posso dizer que vim de lá de coração cheio de amizades, tanto de missionários como de cidadãos de Arronches.

É muito bom ver que, durante estes anos que lá estivemos, pudemos fazer a diferença na vida daquelas pessoas, e que de facto, eles sentirão a nossa falta e nós a deles.


Mas a Missão não termina. A vontade de voltar é gigante e não terminará.»

Inês Filipe

https://rfm.sapo.pt/content/4107/por-onde-andaram-3-mil-universitarios-portugueses

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Somos a felicidade que construímos

Foto de Paróquia Santa Clara - Coimbra.

Vivemos no agora. Queremos muito cumprir os nossos sonhos ou atingir aquele objetivo mas queremos agora, não depois. Isto, porque depois é tão tarde e tão longe que senão o conseguimos neste agora damos por nós tristes e a querer desistir. Precisamos de saber esperar. Diz o povo que quem espera sempre alcança ainda que desespere. Precisamos de aprender o dom daespera. Porém, não fiquemos parados nessa espera, pelo contrário construamos! Vamos construído esse caminho até onde planeamos chegar.

Somos o que construímos. Façamos então do nosso caminho a felicidade em construção. Não tenhamos vontade de chegar rápido ao final. Não queiramos chegar rápido à meta. Tinha eu treze anos quando escutei uma senhora dizendo-me: “as pessoas têm pressa de crescer. Depois têm pressa de aprender. Pressa de namorar. Pressa de casar. Pressa de ter filhos. Vivem a vida com tanta pressa que até se esquecem de saborear a vida e ser feliz”. Vivamos sem pressa de chegar, sabendo esperar. Saboreemos cada passo e momento. A felicidade não está em casar, namorar, licenciar-nos ou ter filhos mas sim no caminho, na construção que fizemos até lá chegar. Precisamos da serenidade, da calma, da paz de saber esperar. Precisamos de viver essa espera, esse caminho de uma forma serena e alegre.

Miguel Araújo escreveu numa das suas crónicas à visão: “vivemos num tempo em que se fica com a ideia que temos que escolher aquilo que é melhor para nós, aquilo que mais nos agrada. Mas isso é o grande engano dos nossos dias. Temos é que deixar que seja a vida a escolher-nos para aquilo que for melhor para os outros.” Vivamos. Vivamos de forma calma, serena e paciente. Vivamos fazendo alguns planos mas deixando sempre que a vida nos diga os planos que tem para nós. Por vezes, fazemos tantos planos para vida que nos esquecemos de dar espaço à vida e a Deus para que nos mostrem os maravilhosos planos que têm para nós. Deus tem um plano de felicidade e de amor para cada um de nós. Deus tem paraísos planeados para nós. Vivamos sabendo reconhecer que somos a felicidade que construímos em cada passo.

Fonte:
http://www.imissio.net/artigos/49/1111/somos-a-felicidade-que-construimos/

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Como faço para viver na presença de Deus?

Foto de Paróquia Santa Clara - Coimbra.



Faça silêncio e ouça a orientação que vem de Deus!
Este é o ponto mais importante da vida espiritual. Deus habita em nós desde o batismo (1Cor 3,15), desde que estejamos na graça de Deus; mas, infelizmente, nos esquecemos disso com muita facilidade. São Paulo disse aos filósofos gregos em Atenas, no areópago, que “em Deus nós existimos, nos movemos e somos” (At 17,28). Mas esquecemos.

Assim como o pássaro vive no ar, e nele voa e se desloca, assim nós fomos feitos para “viver mergulhados em Deus”. Sem o ar que o envolve o pássaro não consegue voar; no vácuo não teria a sustentação da resistência do ar e cairia; de nada lhe valeriam as asas.

Nós também, sem Deus não temos sustentação para viver em equilíbrio e paz, caímos. O mesmo vale para o peixe; ele vive na água; fora dela ele não pode se mover, respirar, e morre. É isso que acontece conosco quando nos afastamos da Presença de Deus. Como disse São Tomás, nos “aproximamos do nada”.

Deus está em todo lugar a todo tempo, pois é Onipresente. Então, esteja você onde estiver, fazendo qualquer atividade, boa ou má, Deus ai está. Não há como viver longe Dele. Precisamos meditar profundamente, o que diz o salmista:

“Senhor, Vós me perscrutais e me conheceis, sabeis tudo de mim, quando me sento ou me levanto. De longe penetrais meus pensamentos. Quando ando e quando repouso, Vós me vedes, observais todos os meus passos. A palavra ainda me não chegou à língua, e já, Senhor, a conheceis toda. Vós me cercais por trás e pela frente, e estendeis sobre mim a vossa mão. Conhecimento assim maravilhoso me ultrapassa, ele é tão sublime que não posso atingi-lo. Para onde irei, longe de Vosso Espírito? Para onde fugir, apartado de Vosso olhar? Se subir até os céus, ali estareis; se descer à região dos mortos, lá vos encontrareis também. Se tomar as asas da aurora, se me fixar nos confins do mar, é ainda Vossa mão que lá me levará, e Vossa destra que me sustentará. Se eu dissesse: Pelo menos as trevas me ocultarão, e a noite, como se fora luz, me há de envolver. As próprias trevas não são escuras para vós, a noite Vos é transparente como o dia e a escuridão, clara como a luz.” (Sl 138)

Deus está em nós, e junto de nós, mas às vezes somos cegos a esta realidade. Se um cego estiver na presença do rei, mas não souber disso, pode se comportar-se mal, distraído; mas se sabe que o rei está presente, então muda sua atitude. Nós agimos muitas vezes assim como cegos na presença do Rei divino, sem saber que Ele está ali; então, nos comportamos mal, agimos mal, rezamos mal; somos distraídos na Presença do Rei.

Quando vamos rezar, então, a primeira necessidade é “se colocar na presença de Deus”; tomar consciência que Ele está ali, me vendo, me ouvindo. Então podemos ter uma devoção profunda, falando com Ele no silencio da alma, familiarmente, como um filho fala com seu querido pai.

Quando Deus chamou Abraão para uma Aliança especial, da qual nasceria o povo de Deus, e dele o Salvador, fez duas exigências fundamentais a Abraão: “Anda em minha presença e sê perfeito” (Gen 17,1). “Anda na minha presença”: Abraão saiu do paganismo da Babilônia, para dele nascer o povo de Deus; precisava ser guiado pela mão por Deus. Então, Deus exige, “anda na minha presença”; “sem isso você não vai ouvir minha voz, não vai saber o caminho da Terra Prometida que Eu quero lhe dar, não vai ter luz em seu caminho, e nem força para caminhar”. Então, por favor, “anda na minha presença”. E Abraão soube obedecer esta ordem; por isso levou a sua família até a Palestina e fez Aliança com Deus. Tinha familiaridade com Deus, conversava com Deus como um Amigo.

E Deus exigiu também, “se perfeito”. Deus é santo, três vezes santo, disse Paulo VI. E não convive com o pecado. Para que Abraão andasse sempre em sua presença, precisava ser integro; não se deixar corromper pelos idolos e fascinações do pecado. E Abraão foi integro; foi obediente a Deus a tal ponto de estar disposto a imolar Isaac, se Deus de fato quisesse.

Nós também temos de viver assim: na presença de Deus, lutando para ser íntegro. Então, permaneceremos em Deus; e Ele será nossa luz na caminhada, nossa força, nossa esperança. Na sua luz teremos resposta a nossas dúvidas, paz no meio dos conflitos, tentações, tribulações. Teremos harmonia e verdade, porque a luz eterna vai conosco. Dele vêm nossas inspirações, com Ele todo medo e insegurança serão banidos.

Por isso, cultivar essa amizade e intimidade com Deus na oração, na meditação e na contemplação, será sempre a melhor garantia de colher bons frutos na ação familiar, profissional e, especialmente, pastoral e missionária. Aqueles que se atiram a um ativismo frenético na pastoral, sem essa vida interiror com Deus, se cansam, se desiludem, desanimam e largam tudo. Porque agem com as próprias forças e não com as de Deus. A Igreja perdeu muitos por causa disso.

Se você está perdido, se já não sabe o que fazer na vida, é porque perdeu essa Luz divina que reside no teu ser. Faça silêncio e ouça a orientação que vem de lá. Não deixe que ela se apague em você por causa do pecado. O pecado fere a Majestade divina e sua justiça. A força para não ofender a Deus está na própria consciência de Sua Presença. Certos dela, teremos constrangimento de pecar.

Sem essa Presença divina, você estará excluindo-se de si mesmo; pois não conhecerás mais a sua identidade. O querido papa São João Paulo II, disse um dia numa enciclica (Redemptor hominis), que “sem Jesus Cristo, o homem permanece para si mesmo um desconhecido, um enigma indecifrável, um mistério insondável”. Está perdido!

Deus se esconde em nossa alma, porque quer ser procurado, amado; quer que tenhamos sede Dele. O autor das Crônicas disse: “O Senhor está convosco assim como vós estais com Ele. Se vós o procurais, Ele se manifestará a vós, mas se vós o abandonais, ele vos abandonará” (2 Cr 15,2). Jesus mandou: “Permanecei em Mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em Mim… sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15,5).

Todos os nossos pensamentos, palavras, atos e decisões, precisam ser realizados na Presença de Deus, para que sejam acertados. Não vemos Deus, mas Ele nos vê. A Esposa do Cântico dos Cânticos, disse: “Ele está escondido, não o posso ver, mas Ele me vê, Ele está me olhando…” De modo muito especial isso se aplica quando estamos diante de Jesus Sacramentado. Não o vemos no Sacrário, mas
Ele nos vê e nos ouve.

Na Presença de Deus temos então, um respeito profundo com Sua divina Majestade. E precisamos pedir como o Salmista: “Nunca me lance longe de Tua Presença, ó meu Deus, não tires de mim o Vosso Santo Espírito” (Sl 50,13).

Fonte:
https://pt.aleteia.org/2018/01/20/como-faco-para-viver-na-presenca-de-deus/

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Missão País


https://www.youtube.com/watch?v=yZA54x8TeGo#action=share


Há alguém que me quer
Enviar
Largo tudo, vou sem nada
Para O levar

Sou cordeiro entre os lobos
Não posso ceder
Vamos dois, não vou sozinho
Não me vou perder

PRÉ REFRÃO

E quando eu voltar
O meu nome vai estar
Escrito no Céu

REFRÃO

Vê lá se tu és capaz
Foste enviado p’ra levar a Paz
Não sejas só mais um na multidão
Reza, converte o teu coração
E a paz esteja em tua casa, esteja em tua
casa, esteja em tua casa!

Porta a porta eu procuro
Alguém p’ra servir
e com o terço na mão
sei para onde ir

PRÉ REFRÃO

REFRÃO

Ohohohoh...​
 


Terminou, hoje, mais uma semana do Projecto Missão País, o último ano deste projecto,em Arronches,

Um grupo de sessenta universitários missionários com acompanhamento  espiritual do Cónego Rui, visitaram durante esta semana as instituições sociais, escolas e casas particulares, levando a Mãe Peregrina  a todos, o carinho, a atenção, ouvindo, consolando, rezando com todos e por todos.
Dinamizaram e animaram as celebrações, realizaram actividades lúdicas,  conviveram entre eles e a comunidade. Fizeram amigos, deixaram saudades.

Agradecemos a disponibilidade destes jovens que abdicaram das suas férias, do conforto dos seus lares, do convivio com as famílias e amigos para, numa demonstração de fé, nos levar a  Cristo e Sua Mãe.

Rezemos por estes jovens, para que continuem na sua missão, levando a fé e a paz às comunidades.

Rezemos também para que mais jovens abram seu coração a Cristo e abracem a obra missionária










.               





fotos Emilio Moitas


sábado, 17 de fevereiro de 2018

Jejuar com coerência


https://www.youtube.com/watch?v=ShteVTav_EI

Jejuar com coerência e não para aparecer. Na homilia da Missa na Casa Santa Marta (16/02), o Papa Francisco advertiu quanto ao jejum incoerente, exortando a nos questionar sobre como nos comportamos com os outros.

Convertei- vos!


https://www.youtube.com/watch?v=j3kfYdPFsjU


No primeiro Domingo do Tempo da Quaresma, a liturgia garante-nos que Deus está interessado em destruir o velho mundo do egoísmo e do pecado e em oferecer aos homens um mundo novo de vida plena e de felicidade sem fim.
A primeira leitura é um extracto da história do dilúvio. Diz-nos que Jahwéh, depois de eliminar o pecado que escraviza o homem e que corrompe o mundo, depõe o seu “arco de guerra”, vem ao encontro do homem, faz com ele uma Aliança incondicional de paz. A acção de Deus destina-se a fazer nascer uma nova humanidade, que percorra os caminhos do amor, da justiça, da vida verdadeira.
No Evangelho, Jesus mostra-nos como a renúncia a caminhos de egoísmo e de pecado e a aceitação dos projectos de Deus está na origem do nascimento desse mundo novo que Deus quer oferecer a todos os homens (o “Reino de Deus”). Aos seus discípulos Jesus pede – para que possam fazer parte da comunidade do “Reino” – a conversão e a adesão à Boa Nova que Ele próprio veio propor.
Na segunda leitura, o autor da primeira Carta de Pedro recorda que, pelo Baptismo, os cristãos aderiram a Cristo e à salvação que Ele veio oferecer. Comprometeram-se, portanto, a seguir Jesus no caminho do amor, do serviço, do dom da vida; e, envolvidos nesse dinamismo de vida e de salvação que brota de Jesus, tornaram-se o princípio de uma nova humanidade.

Diante das dificuldades, das propostas contrárias aos valores cristãos, é em Cristo – o Senhor da vida, do mundo e da história – que colocamos a nossa confiança e a nossa esperança? Ou é noutros esquemas mais materiais, mais imediatos, mais lógicos, do ponto de vista humano?
O chamamento a integrar a comunidade do “Reino” não é algo reservado a um grupo especial de pessoas, com uma missão especial no mundo e na Igreja; mas é algo que Deus dirige a cada homem e a cada mulher, sem excepção. Todos os baptizados são chamados a ser discípulos de Jesus, a “converter-se”, a “acreditar no Evangelho”, a seguir Jesus nesse caminho de amor e de dom da vida. Esse chamamento é radical e incondicional: exige que o “Reino” se torne o valor fundamental, a prioridade, o principal objectivo do discípulo.


extractos de
 http://www.dehonianos.org/portal/

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

RECORDAR PARA VIVER E TRANSMITIR


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Começamos a viver, com alegria e saudável determinação, a Quaresma. É um tempo exigente que nos confronta com as exigências do nosso Batismo e nos prepara para a Páscoa, a Festa por excelência dos cristãos. Neste tempo da Quaresma, reconhecemos a nossa fragilidade mas reafirmamos também a nossa confiança em Deus rico em misericórdia, pedimos-Lhe o perdão e a Sua Graça e entramos para a Festa que Ele faz connosco. Faz festa porque regressamos, porque queremos ser livres e caminhar! É a conversão de coração que, na Quaresma, tem na oração, na esmola e no jejum as suas tradicionais e mais eficazes ferramentas para o caminho de identificação com Cristo. Mas convém ter presente que o bom cristão não é um mero cumpridor de preceitos. É o que cumpre, sim, mas cumpre para se converter. Cumprir por cumprir não faz sentido, é masoquismo. Jesus até chama a isso outra coisa, chama-lhe hipocrisia! Podemos, de facto, ser exímios cumpridores e péssimos cristãos. Cristo não quer admiradores, não quer meros cumpridores, quer discípulos, convertidos e missionários que O conheçam, vivam n’Ele, com Ele, por Ele e O anunciem com alegria e esperança.
Sei que muitos as vivem e, de forma bela e pedagógica, as ensinam a viver em família. Mesmo assim, e a completar a Mensagem para a Quaresma aqui publicada na Quarta-Feira de Cinzas, vou recordar as normas sobre o jejum e a abstinência que a Conferência Episcopal, de acordo com o Código de Direito Canónico (cân. 1253), estabeleceu, em julho de 1984, para as Dioceses portuguesas:

“OS TEMPOS PENITENCIAIS

1. Na pedagogia da Igreja, há tempos em que os cristãos são especialmente convidados à prática da penitência: a Quaresma e todas as sextas-feiras do ano. A penitência é uma expressão muito significativa da união dos cristãos ao mistério da Cruz de Cristo. Por isso, a Quaresma, enquanto primeiro tempo da celebração anual da Páscoa, e a sexta-feira, enquanto dia da morte do Senhor, sugerem naturalmente a prática da penitência.

JEJUM E ABSTINÊNCIA

2. O jejum é a forma de penitência que consiste na privação de alimentos. Na disciplina tradicional da Igreja, a concretização do jejum fazia-se limitado a alimentação diária a uma refeição, embora não se excluísse que se pudesse tomar alimentos ligeiros às horas das outras refeições.
Ainda que convenha manter-se esta forma tradicional de jejuar, contudo os fiéis poderão cumprir o preceito do jejum privando-se de uma quantidade ou qualidade de alimentos ou bebidas que constituam verdadeira privação ou penitência.
3. A abstinência, por sua vez, consiste na escolha de uma alimentação simples e pobre. A sua concretização na disciplina tradicional da Igreja era a abstenção de carne. Será muito aconselhável manter esta forma de abstinência, particularmente nas sextas-feiras da Quaresma. Mas poderá ser substituída pela privação de outros alimentos e bebidas, sobretudo mais requintados e dispendiosos ou da especial preferência de cada um. Contudo, devido à evolução das condições sociais e do género de alimentação, aquela concretização pode não bastar para praticar a abstinência como ato penitencial. Lembrem-se os fiéis de que o essencial do espírito de abstinência é o que dizemos acima, ou seja, a escolha de uma alimentação simples e pobre e a renúncia ao luxo e ao esbanjamento. Só assim a abstinência será privação e se revestirá de caráter penitencial.

DETERMINAÇÕES SOBRE JEJUM E ABSTINÊNCIA

4. O Jejum e a abstinência são obrigatórios em Quarta-Feira de Cinzas e em Sexta-Feira Santa.
5. A abstinência é obrigatória, no decurso do ano, em todas as sextas-feiras que não coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades. Esta forma de penitência reveste-se, no entanto, de significado especial nas sextas-feiras da Quaresma.
6. O preceito de abstinência obriga os fiéis a partir dos 14 anos completos. O preceito do jejum obriga os fiéis que tenham feito 18 anos até terem completado os 59. Aos que tiverem menos de 14 anos, deverão os pastores de almas e os pais procurar atentamente formá-los no verdadeiro sentido da penitência, sugerindo-lhes outros modos de a exprimir.
7. As presentes determinações sobre o jejum e a abstinência apenas se aplicam em condições normais de saúde, estando os doentes, por conseguinte, dispensados da sua observância.
8. Nas sextas-feiras poderão os fiéis cumprir o preceito penitencial, quer fazendo penitência como acima ficou dito, quer escolhendo formas de penitência reconhecidas pela tradição, tais como a oração e a esmola, ou mesmo optar por outras formas, de escolha pessoal, como, por exemplo, privar-se de fumar, de algum espetáculo, etc.
9. No que respeita à oração, poderão cumprir o preceito penitencial através de exercícios de oração mais prolongados e generosos, tais como: o exercício da Via-Sacra, a recitação do Rosário, a recitação de Laudes e Vésperas da Liturgia das Horas, a participação na Santa Eucaristia, uma leitura prolongada da Sagrada Escritura.
10. No que respeita à esmola, poderão cumprir o preceito penitencial através da partilha de bens materiais. Essa partilha deve ser proporcional às posses de cada um e deve significar uma verdadeira renúncia a algo do que se tem ou a gastos dispensáveis ou supérfluos.
11. Os cristãos que escolherem como forma de cumprimento do preceito da penitência uma participação pecuniária orientarão o seu contributo penitencial para uma finalidade determinada, a indicar pelo Bispo diocesano.
12. Os cristãos depositarão o seu contributo penitencial em lugar devidamente identificado em cada igreja ou capela, ou através da Cúria Diocesana. Na Quaresma, todavia, em vez desta modalidade ou concomitantemente com ela, o contributo poderá ser entregue no ofertório da Missa dominical, em dia para o efeito fixado.

NÃO SE EXCLUEM, COMPLETAM-SE

13. É aconselhável que, no cumprimento do preceito penitencial, os cristãos não se limitem a uma só forma de penitência, mas antes as pratiquem todas, pois o jejum, a oração e a esmola completam-se mutuamente, em ordem à caridade.”

D. Antonino Dias. Bispo de Portalegre Castelo Branco
Portalegre, 16-02-2018

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Quaresma 2018: As propostas do Papa Francisco

Jornada de oração e jejum soma-se a mensagem para todos os católicos



(Ecclesia) – O Papa escreveu uma mensagem aos católicos de todo o mundo, com indicações para a Quaresma que se iniciou esta quarta-feira, na qual propõe práticas ligadas à oração, jejum e esmola, com atenção aos mais necessitados.

“A prática da esmola liberta-nos da ganância e ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão: aquilo que possuo, nunca é só meu. Como gostaria que a esmola se tornasse um verdadeiro estilo de vida para todos”, escreve Francisco.

A Quaresma, que começa com a celebração de Cinzas, é um período marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

O Papa parte destas práticas tradicionalmente associadas ao tempo quaresmal para apelar à solidariedade, recordando que muitos organismos recolhem, nesta ocasião, donativos “em favor das Igrejas e populações em dificuldade”.

A mensagem apresenta o jejum como “ocasião de crescimento”, colocando-se no lugar de quem não tem “sequer o mínimo necessário”, afetado pela fome.

A Quarta-feira de Cinzas é, juntamente com a Sexta-feira Santa, um dos únicos dias de jejum e abstinência obrigatórios para os católicos.

Francisco deixa votos de que estes apelos ultrapassassem as fronteiras da Igreja Católica, dirigindo-se a todos os que se preocupam com a “iniquidade no mundo” e o “gelo que paralisa os corações”, com a perda do sentido da humanidade comum.

“Uni-vos a nós para invocar juntos a Deus, jejuar juntos e, juntamente connosco, dar o que puderdes para ajudar os irmãos”, apela.

O mesmo apelo inter-religioso estende-se à jornada mundial de oração e jejum pela paz, convocada para 23 de fevereiro, evocando em particular as vítimas dos conflitos na R. D. Congo e Sudão do Sul.

“Perante o trágico arrastamento de situações de conflito em diversas partes do mundo, convido todos os fiéis para uma jornada especial de oração e jejum pela paz, a 23 de fevereiro, sexta-feira da primeira semana da Quaresma”, anunciou o Papa.

Francisco alerta, na sua mensagem para a Quaresma 2018, para os “falsos profetas” do dinheiro e do lucro, que considera responsáveis pela violência e o descarte dos mais fracos.

“O que apaga o amor é, antes de mais nada, a ganância do dinheiro, raiz de todos os males; depois dela, vem a recusa de Deus”, adverte.

No que diz respeito à oração e ao recolhimento na preparação para a Páscoa, o Papa dá ele próprio o exemplo, dedicando seis dias aos exercícios espirituais de Quaresma, fora do Vaticano, este ano com orientação do padre e poeta português Tolentino Mendonça, de 18 a 23 de fevereiro.

“O elogio da sede” é o tema do retiro do Papa Francisco e da Cúria Romana, na Casa do Divino Mestre, dos religiosos paulistas, em Ariccia, arredores de Roma.

OC


QUARESMA: A LÓGICA DO DOM QUE GERA CONFIANÇA

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O centro do Cristianismo católico e da vida da Igreja é a Pessoa e o Mistério de Jesus Cristo. E o centro da Pessoa e do Mistério de Jesus Cristo é o seu Mistério pascal. É a Sua encarnação e o dom de Si mesmo pela vida do mundo. É a Sua morte na Cruz como plenitude da vida entregue por amor. É a Ressurreição como revelação de que o amor é mais forte do que a própria morte.
Centro da vida de Jesus Cristo, o Mistério pascal de Cristo mostra-nos o que é dar plenitude à vida: nascer e agradecer quotidianamente o dom e o valor da vida, comungar a vida dos outros e servi-los particularmente onde e quando necessitam, esquecermo-nos de nós próprios, unirmo-nos a Deus na oração filial, acolher sem julgar, deixarmo-nos surpreender pela novidade de Deus, não temer remar contra a corrente, ser radicalmente pela verdade que liberta e pela justiça que responsabiliza e ajusta, despojar-se de tudo o que impede de ajoelhar aos pés de Deus e das necessidades dos outros, deixar cair a capa da autossuficiência, ser próximo e livre, amar e perdoar mesmo quando parece impossível e o mundo refuta a motivação. É viver a fidelidade com amor de oblação mesmo quando nela se vislumbra a Cruz, a solidão.
Todos os anos a Quaresma surge na Igreja como dom e tempo favorável para, progressivamente, cada um de nós ser mais capaz de viver da graça e do dom de Deus assumindo no nosso quotidiano o estilo de Jesus Cristo. É o tempo por excelência de quem se prepara e dá passos para ser batizado na fé em Jesus Cristo. É o tempo em que os cristãos, já batizados e a viver a história de todos os dias, são desafiados a reavivar o dom do seu batismo e a refontalizar a sua fé.
A fé cristã, a nossa fé cristã, tem sempre a marca existencial da confiança absoluta em Jesus Cristo. A sua identidade envolve-nos, a sua Palavra cria-nos e recria-nos, os seus gestos modelam a nossa maneira de agir, a sua oração assume as nossas súplicas e ações de graças e ensina-nos a rezar. A fé cristã é simultaneamente dom e resposta. É fundamentalmente uma atitude de confiança em Jesus Cristo e na sua verdade revelada. É uma relação pessoal vivida num enquadramento comunitário. É uma atitude existencial que envolve tudo o que somos, fazemos e pensamos. É uma experiência de libertação porque de caminho e de purificação. Ela envolve a esperança e o amor como dimensões da sua realização. É histórica e dá sempre origem a um projeto de vida.
A fé tem, de facto, a marca da gratuidade. É da ordem e da lógica do dom. Não espera recompensa para dar o passo, não exige retribuição para se comprometer. Ao dom recebido responde sempre com a entrega confiante. É motivação, confiança, liberdade e compromisso. Nunca obrigação. Não é assim que a experimentamos!?
Para reavivar o dom do batismo, e, portanto, da fé, a Igreja aponta-nos, tradicionalmente, neste tempo de Quaresma, três grandes sinais ou atitudes: a oração, o jejum e a partilha. Não se trata de “mínimos legais” para um qualquer acesso a um mundo desejado. São antes a oportunidade e ocasião da redescoberta da fé. Reza-se para ouvir Deus e Lhe falar, para descobrirmos que não nos faz bem a loucura de querer ocupar o lugar que só Deus pode ter. Jejua-se para percebermos que há muitas coisas com as quais não podemos nunca confundir-nos ou até misturar-nos. Partilha-se para descobrirmos e saborearmos o gosto de nos sabermos amados e acompanhados em cada passo da vida.
Há tanto aborrecimento por falta de objetivos! Há tanto luxo por falta de disponibilidade! Há tanta solidão por falta de olhar para fora de si mesmo! E, neste caminho, a Palavra de Deus, a celebração do perdão e da reconciliação, a participação na Eucaristia mostram-nos a paixão de Cristo por nosso amor e surpreendem-nos com a conversão. O Santo Padre, na esperança de que “o nosso coração volte a inflamar-se de fé, esperança e amor”, convida-nos também a “empreender com ardor o caminho da Quaresma apoiados na esmola, no jejum e na oração”, recorda-nos a iniciativa das “24 horas para o Senhor” que este ano decorre no dia 9 e 10 de março, e pede-nos que, em cada Diocese, pelo menos uma igreja fique aberta durante 24 horas consecutivas, oferecendo a possibilidade de adoração e da confissão sacramental.
Nesta Quaresma poderíamos, por isso, eleger como grande propósito da nossa caminhada a redescoberta e o reavivar da nossa fé cristã. Cristãos de prática dita regular, comprometidos em Comunidades e em Movimentos, ou Cristãos mais ao longe, sem regularidade de presença e, sobretudo, sem serenidade de pertença, poderíamos viver este tempo como um regresso à casa em que fomos batizados.
Nos últimos tempos muita coisa mudou, é verdade. A nossa fé andou por dentro e por fora das mudanças. E a grande pergunta é se as mudanças a enriqueceram ou a empobreceram. Não nos sentimos, muitas vezes, numa paisagem e numa sociedade de tipo agnóstico? Não nos damos conta de que esse agnosticismo pode perpassar ou perpassa já a nossa fé cristã? As nossas incertezas, as nossas desconfianças, as nossas dúvidas, o estilhaçar das nossas seguranças, as dificuldades da nossa comunhão, a nossa exclusiva autoconfiança, a representação que fazemos de Deus, as resistências ao sentido de pertença à Igreja, a nossa vivência dos sacramentos por tradição, as eucaristias distraídas, o sentido apenas abstrato da nossa vocação à santidade, as nossas dificuldades em rezar, dificuldades silenciosamente vividas, vividas a par dos ritos cristãos mas dando sempre corpo às nossas escolhas… tudo isto, e o mais que quisermos acrescentar, não nos deixa aquela sensação de que o agnosticismo também ataca fortemente o coração da nossa própria fé cristã? E nos tira força, e nos faz esmorecer na alegria de sermos cristãos e no entusiasmo da primeira hora?
Tempo de descobrir e redescobrir Jesus Cristo, de reavivar a fé, de refontalizar as nossas vidas, a Quaresma é tempo de descobrir e redescobrir a essência do Cristianismo (cf. Elmar Salmann). Crês em Jesus Cristo!? Creio! Firmemente!
Quaresma é, por isso, o tempo favorável da abertura do nosso coração a Deus: uma oração mais confiante, uma simplicidade mais natural, uma partilha mais alegre, a ensinar e a viver também em família. Deus espera por nós! Os outros esperam por nós. E nós temos necessidade de reavivar a fé para não perdermos o sentido da vida e da nossa integração na Igreja.
Destinamos 75% da Renúncia Quaresmal deste ano para a construção de um Centro de Saúde na Arquidiocese de Kananga, Província do Kasai Central na República Democrática do Congo. O objetivo deste Centro de Saúde é, sobretudo, socorrer as crianças roubadas às famílias e usadas como soldados ou que perderam os seus pais na guerra. Temos na nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco um sacerdote desse país a trabalhar na zona pastoral de Nisa. Aí, nesse país, “as pessoas que acreditam demonstram uma grande fé no Senhor da vida” a quem gritam “na dor e na angústia”, mas as atrocidades, os massacres, a instabilidade e o sofrimento são enormes, agravados ainda com as carências de todo o tipo. O próprio Papa Francisco, tendo em mente a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul, convocou uma jornada mundial de oração e jejum pela paz, a 23 de fevereiro, primeira sexta-feira da Quaresma, à qual não devemos ficar indiferentes. Os outros 25% da Renúncia Quaresmal destinam-se ao Fundo Social Diocesano gerido pela Cáritas, um Fundo que prestou todo o seu apoio à reconstrução, e a outros gastos inerentes, de 14 casas de primeira habitação ardidas nos incêndios do verão passado na nossa Diocese, na zona do Pinhal. A todo o momento surgem novas necessidades na Diocese.

Antonino Dias
Bispo Diocesano

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Quarenta dias ‘à grande’!




Sim, vem aí a Quaresma e, com ela, a Páscoa aparece logo como luz no fundo de um túnel. A Festa da Vida é grande demais para que chegue de um dia para o outro, sem um longo tempo que a prepare a sério. É para isso que serve a Quaresma, esses quarenta longos dias que desembocam na manhã da Páscoa. Exigem uma Oração mais profunda, um Jejum mais efectivo e uma Partilha mais solidária e fraterna.
O Papa Francisco, na sua Mensagem, pede que aqueçamos as vidas com o amor, pois o pecado congela! Chama a atenção para os falsos profetas que, gritam alto mas não têm nada de bom a propor. Lembra: ‘quantos homens e mulheres vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na realidade, os torna escravos do lucro e de interesses mesquinhos!’. Tem razão o Papa Francisco: a Quaresma tem de ser um tempo de conversão ‘á grande’! Há muito que mudar para que os corações dos humanos batam ao ritmo do coração de Deus. Há que combater todos os ‘charlatães que oferecem soluções simples e imediatas para todas as aflições, mas são remédios que se tornam completamente ineficazes: a quantos jovens se oferece o falso remédio da droga, das relações passageiras, de lucros fáceis, mas desonestos!’. Há que combater os ‘pavões’ que caem no ridículo por causa da sua vaidade.
O Papa Francisco, depois de citar Dante (no seu ‘Inferno’, o diabo está sentado num trono de gelo!), pergunta: ‘como se resfria o amor em nós? Quais são os sinais indicadores de que o amor corre o risco de se apagar em nós?’. A resposta do Papa vai para um ataque forte à ganância do dinheiro, a raiz de todos os males. Aponta ainda os dramas das migrações forçadas e os atentados contra a criação. Há muito caminho a fazer para que a conversão se torne palavra-chave da vida cristã, neste tempo da Quaresma.
Para acontecer uma ‘conversão à grande’, é urgente tomar três ‘remédios doces’, como sugere o Papa na sua Mensagem: a Oração, o Jejum e a Partilha.
O P. Tolentino Mendonça, no seu ‘manual de instruções ‘ para a Quaresma, lembra que ‘a Fé sem obras é palha. E sem caridade é uma terrível mentira’. E este padre-poeta português que orienta este ano o Retiro da Quaresma ao Papa e à Cúria Romana, acrescenta: ‘ninguém renasce para a Fé se não renascer com toda a autenticidade para a solidariedade, inter-ajuda e partilha’.
O Papa Francisco pediu que anotássemos na agenda o 23 de Fevereiro, a segunda sexta-feira da Quaresma. Será a Jornada Mundial de Oração e Jejum pela Paz. Nesse dia, o olhar dos cristãos (e quantos se queiram associar) estará focado na República Democrática do Congo e no Sudão do Sul, dois países africanos marcados por ondas cruéis de violência. O Papa quer dar voz aos que ‘gritam a Deus, na dor e na angústia’. Esta jornada nasce da convicção de que todos podemos fazer muito pela Paz. Francisco disse que as vitórias obtidas com a violência são ‘falsas vitórias’ e que ‘trabalhar pela paz faz bem a todos’.
Optemos por um estilo de vida simples, evangélico, fraterno. Como escreveu há anos o Papa Bento XVI, Deus faz-nos irmãos e não vizinhos. A vizinhança é um dado geográfico, enquanto a fraternidade exige amor. A Quaresma tem de valorizar a vivência, pela medida grande, da Oração, do Jejum e da Partilha, sempre com a Páscoa como horizonte de eternidade.


Tony Neves
http://www.agencia.ecclesia.pt/portal/lusofonias-3/

Cinzas, um forte sinal



As cinzas, sinal de penitência pelos nosso pecados, pelos do próximo e lembrança da nossa pequenez

Caro(a) irmão(ã), com a Quarta-feira de Cinzas iniciamos o tempo da Quaresma, quarenta dias em preparação à Páscoa do Senhor, maior solenidade cristã.

Nossa proposta, nesta reflexão, é falar das cinzas. No entanto, antes, cremos ser oportuno lembrar algo muito importante: São Bento de Núrsia, falecido no século VI, ensinava que seus monges deveriam viver, em toda a vida, uma penitência quaresmal. Como sabia, contudo, que isso era difícil, recomendava a cada religioso que redobrasse as penitências – sem exageros (com o aval do superior) –, no tempo da Quaresma (Santa Regra, 49), a fim de pedir perdão pelos próprios pecados e também pela falha dos demais seres humanos. Isso é belo e serve para nós hoje: devemos batalhar, com a graça divina, na própria santificação e na salvação do mundo inteiro.

Aqui entra o tema desta reflexão: as cinzas, sinal de penitência pelos nosso pecados, pelos do próximo e lembrança da nossa pequenez. Sim, para os judeus, no Antigo Testamento, ela representa o que é passageiro (cf. Jó 13,12) e sem valor (cf. Gn 18,27; Is 44,20; Eclo 40,3; Lm 3,16). É também um sinal de luto tomar cinza sobre a cabeça (cf. 2 Sm 13,19; Is 61,3; Mt 11,21), sentar-se sobre ela (cf. Jo 2,8; Jn 3,6) ou revolver-se nela (cf. Jer 6,26; Lm 3,16; Ez 27,30). Dá ainda ideia de aflição (Sl 102,10).

No entanto, vale lembrar o seguinte: a cinza recebida na Quarta-feira, início da Quaresma, é um sinal expressivo, mas externo da verdadeira penitência, que deve ser interior (no coração), a despertar em cada um de nós o decidido arrependimento dos pecados e o consequente desejo da Confissão Sacramental. Só ela apaga o pecado grave.

É nesse contexto que entra a fala penitencial do Profeta Joel (2,13): “Rasgai os vossos corações, e não as vossas roupas, retornai a Javé vosso Deus, porque ele é bondoso e misericordioso, lento para a ira e cheio de amor, e se compadece da desgraça”.

Santo tempo quaresmal!

https://pt.aleteia.org/2018/02/13/cinzas-um-forte-sinal/

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

A cultura do amor

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Deus conhece-nos, sabe as nossas dúvidas, anseios e ainda assim repete-nos: Amai-vos. Deus como qualquer Pai sabe sempre reconhecer o melhor para nós ainda assim simplesmente caminha ao nosso lado amando-nos e dando-nos a liberdade de simplesmente ser. Ousemos amar como Deus nos ama. Ousemos amar sem barreiras, sem regras e sem cobranças. É assim que Deus nos ama, incondicionalmente. E tantas são as vezes que nos esquecemos disso. Permitamos amanhecer em nós o amor incondicional todos os dias. Deixemos de querer moldar-nos, deixemos de querer mudar o mundo e as pessoas à nossa medida. Ousemos amá-los como Deus os ama. Vivamos a nossa vida entregando-nos a esse amor. Demos vida e sentido ao Amor.

Entregar-nos ao seu amor é árduo e envolve a travessia de todos os nossos desertos interiores. Em todos eles Deus demonstra-nos o quanto nos ama. Está escrito 'Depois que eu ressuscitar, irei à vossa frente para a Galileia' (Mc 14, 28). Amar a Deus é ousar partir até à galileia. Onde é a tua galileia? Um dia disseram-me: Já chamaram pelo teu nome? estava eu numa formação de missiologia. Despistada, pensei que alguém me procurava. Uns tempos mais tarde descobri que era Deus quem me chamava.

A ti já te chamaram? Continuas a ouvir Deus a chamar-te? Deus não te chamou somente uma vez, Deus chama-te continuamente todos os dias. Deus não só te chama como caminha, vive, sofre, ri, comemora e alegra-se contigo. És em cada momento a voz de Deus, as mãos de Deus e o corpo de Deus. Deus está em ti à espera que o leves e está no outro à espera que o encontres. Deus ama-te, ama infinitamente tudo o que és e tal como és.

“E se para os descobrir e amar
é necessário atravessar mares
e voar pelos céus,
então, missão é partir até aos confins do mundo!”
D. Helder da Camara

Paula Ascenção

http://www.imissio.net/artigos/49/1156/a-cultura-do-amor/

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Não esperes nada de ninguém!


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Não esperes nada. Não apostes os teus melhores gestos. Não vivas de mão estendida à espera de quem nada tem para te dar.

Não esperes nada. Agarra nas expetativas e constrói-lhes uns remos para que nadem para bem longe. Não arrisques tudo o que tens nas mãos. Voltarão vazias para ti.

Não esperes nada. Não faças poemas bonitos para oferecer porque haverá quem cuspa as tuas palavras. Sem pena do trabalho que te deram a dizer ou a construir.

Não esperes nada. Faz como te fizeram a ti. Devolve na mesma medida do que te foi dado. Nem mais. Nem menos. Não te entregues. Rende-te ao que não vais poder mudar.

Não esperes nada de ninguém. As pessoas querem que dês tudo em troca de nunca darem (absolutamente) nada.

Não esperes nada de ninguém. Dizemos todos. Somos pequeninos de gestos e de esperanças. Encolhemos a generosidade na proporção do que nos foi tirado. Mas não é assim que o mundo continua a girar. Experimenta agora reescrever o que leste antes. Nem é preciso mudar muito para mudar tudo.

Que apostes os teus melhores gestos.

Que vivas de mãos estendidas à espera de quem não tem nada para te dar.

Que construas remos às expetativas e que as deixes nadar para o mar certo.

Arrisca tudo o que tens nas mãos. Voltarão vazias. Arrisca mesmo assim.

Devolve tudo o que te foi dado.

Entrega-te ao que não vais poder mudar.

Não esperes nada de ninguém. Dizemos todos. Somos miniaturas de altruísmo e de bondades. Encolhemos a medida do que nos compete, ainda, dar. Não é preciso mudar muito para mudar tudo.

Não é preciso muito para mudares tudo.


Marta Arrais

http://www.imissio.net/artigos/49/1095/dizemos-tudo%E2%80%A6-menos-a-verdade/

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Missionário de Jesus


https://www.youtube.com/watch?v=xWvWEMrULM0


O homem, curado, fez-se discípulo missionário de Jesus!
 A oração do leproso é breve, mas nascida do fundo do coração. Jesus a escutou! A eficácia de minha oração depende da confiança e do sentimento que a inspiram. E o ser humano não conseguiu guardar só para si o grande benefício que recebeu. Fez-se, de imediato, discípulo missionário de Jesus! Entusiasmou-se!

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Testemunho de Fé


https://www.youtube.com/watch?v=UF7Cj7Rjrcg&t=1s

A liturgia do 6º Domingo do Tempo Comum apresenta-nos um Deus cheio de amor, de bondade e de ternura, que convida todos os homens e todas as mulheres a integrar a comunidade dos filhos amados de Deus. Ele não exclui ninguém nem aceita que, em seu nome, se inventem sistemas de discriminação ou de marginalização dos irmãos.
A primeira leitura apresenta-nos a legislação que definia a forma de tratar com os leprosos. Impressiona como, a partir de uma imagem deturpada de Deus, os homens são capazes de inventar mecanismos de discriminação e de rejeição em nome de Deus.
O Evangelho diz-nos que, em Jesus, Deus desce ao encontro dos seus filhos vítimas da rejeição e da exclusão, compadece-Se da sua miséria, estende-lhes a mão com amor, liberta-os dos seus sofrimentos, convida-os a integrar a comunidade do “Reino”. Deus não pactua com a discriminação e denuncia como contrários aos seus projectos todos os mecanismos de opressão dos irmãos.
A segunda leitura convida os cristãos a terem como prioridade a glória de Deus e o serviço dos irmãos. O exemplo supremo deve ser o de Cristo, que viveu na obediência incondicional aos projectos do Pai e fez da sua vida um dom de amor, ao serviço da libertação dos homens.
Indirectamente, o nosso texto convida-nos a repensar as nossas atitudes e comportamentos face aos nossos irmãos. Não será possível que os nossos preconceitos, a nossa preocupação com o legalismo, a nossa obsessão pelo politicamente correcto estejam a criar marginalização e exclusão para os nossos irmãos? Não pode acontecer que, em nome de Deus, dos “sãos princípios”, da “verdadeira doutrina”, das exigências de radicalidade, estejamos a afastar as pessoas, a condená-las, a catalogá-las, a impedi-las de fazer uma verdadeira experiência de Deus e de comunidade?


http://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=1772

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

NAMORADOS QUE NÃO SE MERECEM


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Dia de São Valentim, Dia dos Namorados. A todos saudamos com os votos de que sejam muito felizes! Hoje, porém, vou escrever sobre um tema que a todos nos surpreende e entristece. É que, sem querer generalizar, como é evidente, há namorados que não se merecem. Há namoros que não são namoro. Como diz “o outro”, e o “outro” sabe tudo, são uma espécie de encontro a dois para a humilhação de um ou de ambos. E ninguém merece isso, ninguém, muito menos um jovem ou uma jovem. Uma das constatações de hoje, no namoro, é a violência. Considerada crime público, as Associações que acompanham tão triste fenómeno, dizem-nos que a violência no namoro é transversal à sociedade e a todas as classes sociais, que é frequente, que tem aumentado, que pode passar despercebida, que um em cada quatro jovens consideram-na legítima, etc. Sendo violência, ela tende a magoar, a humilhar, a controlar, a assustar, a fazer sofrer, sendo sempre difícil de resolver e ultrapassar, pois o amor lá tem os seus caprichos, razões que a razão não entende. Regra geral, é uma situação que se vive em silêncio, pela vergonha de o contar, pelo medo de que o namoro acabe, pelo receio de que a denúncia traga mais violência, porque a idade passa e quer-se casar, porque não se respeitaram e até já o bebé vem a caminho... Tudo se vai suportando na esperança de que, na verdade, essa violência vá acabar ou já acabou. Mas como dizem os estudiosos desses casos e é confirmado pela contumácia dos experimentados em tais brigas, não acabou nem vai acabar. Ir-se-á, isso sim, é agravar, mesmo que haja promessas de amor eterno, com pompa e circunstância, à Romeu e Julieta. Os sofrimentos, as humilhações, os homicídios e os feminicídios fruto da violência doméstica continuam mais que muitos mercê de instintos bárbaros que se vão treinando e avolumando. Há quem não queira ver este desaire já entre os namorados, quem negue a sua existência, quem a considere irrelevante, quem a legitime, quem pense que isso passa, que são questões de ciúme, do “não te quero perder”. Os namorados que se dão a estes luxos, não são, por certo, jovens adultos, são adolescentes envelhecidos e mal formados, que nem sequer têm a coragem de se mandarem bugiar. São cegos que, vendo, não veem: “quanto mais me bates mais te quero”. Ilusão!

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), descreve a violência no namoro como um ato de violência, pontual ou contínua, cometida por um dos namorados, ou ambos, com o objetivo de controlar, dominar e ter mais poder do que a outra pessoa envolvida no namoro. Os agressores ou as vítimas tanto podem ser os rapazes como as raparigas. Mesmo quando se tende a banalizá-la ou a romantizá-la, a violência tem muitas caras e feitios, desde as verbais às físicas, desde o proibir ao obrigar, desde a publicação de fotografias íntimas ao insulto através das redes sociais, desde as relações sexuais forçadas à imposição de certas roupas para saírem juntos, desde o acesso às passwords de email e facebook à violência psicológica, desde o exigir ao outro o que não se impõe a si próprio. O individualismo reinante gera uma supersensibilidade tão doentia e tão egoísta que logo agride quem incomoda ou contraria, ficando-se nas tintas e orgulhoso por humilhar e fazer sofrer. Tudo isto torna urgente a sua prevenção e o seu combate. Entendo, porém, que a solução não estará tanto em andar à cata de quem prevaricou, nem em sensibilizar para que se faça denúncia, nem no criar linhas de apoio para que as vítimas se possam queixar, etc. Tudo isso é importante, não duvido, embora me pareça que são poucas ou nenhumas as consequências práticas quando as vítimas se queixam, podendo mesmo vir a complicar a situação. A solução mais eficaz está a montante, está na educação, qual remédio milagroso que em doses e tempos certos se deveria receitar e tomar. Este remédio profilático, barato mas eficaz, o da educação, é uma espécie de cultura que, de forma natural, se começa a entranhar desde pequenino sem exigir inteligências raras ou rasgos de génio para ser assimilada. É um somatório de experiências que informam e formam, que dão os conteúdos do bom senso e do caráter saudável e cortês. Essa cultura, apesar de tantos anos de instrução académica, parece que não se consegue viver, transmitir e fazer entender. E é pena. Tanta gente que nem ler sabe e passa a perna a colecionadores de cursos universitários nestas questões de relacionamento e de boa educação. De facto, é um bem precioso a construir pelo trabalho e o testemunho de quem tem o dever de educar, a começar pelos pais, a continuar nas escolas, a ser testemunhado por quem educa, a perceber-se na sociedade, a ser sentido como um dever de todos, sendo educado e ajudando a educar. Posso estar errado e sei que ele tem muito em que pensar e que fazer, mas acho que o Estado, no âmbito do bem-estar da família, deveria antecipar-se e agir de forma mais alargada, mais atenta, clara e eficiente. Ele tem um papel a desempenhar na formação dos cidadãos para o global exercício da cidadania. E a formação para constituir família, implica formação nos valores e virtudes humanas essenciais à vivência e convivência humana. Na verdade, as famílias são as células estaminais da sociedade, aquelas células que têm um enorme potencial terapêutico para promover e melhorar o processo regenerativo do tecido social e das patologias inerentes. Nenhuma Nação que se preze de o ser deixará de se sentir incomodada pelo desmoronamento das famílias, as células base de si própria, com todas as consequências que daí resultam. Sempre entendi - inutilmente, sei, sonho meu! -, mas sempre entendi que a preparação para o casamento, para além do indispensável trabalho dos pais, não deveria ser apenas uma preocupação da Igreja onde o casamento é Sacramento. Aí, a Igreja tem o dever de ajudar os seus membros a entender o que é um Sacramento, quais as suas exigências, os seus efeitos e consequências, onde é que está a diferença de o casamento ser ou não ser Sacramento. Da maneira que os ventos sopram e em que muitos crescem na reivindicação caprichosa e no facilitismo bonacheirão de uma educação light que compra tudo feito e sem contrariedades, o próprio casamento natural entre um homem e uma mulher deveria implicar preparação. O amor, se existe, não perdura sem a educação mútua e tudo o que ela envolve de saberes, do saber fazer, do saber ser e estar, independentemente de se ter ou não fé. Desde o chocalho aos bonecos de Estremoz, há, por aí, agora, muita coisa classificada como património da humanidade a preservar e a promover, e bem, aplaudimos. Mas que bom seria se o mais excelente património da humanidade, a Família, fosse muito melhor cuidada, defendida e promovida.

Muitas coisas se ensinam nas escolas com a esmerada dedicação dos professores. Mas a educação para os valores estruturantes da vida, bem como a importância da constituição de famílias estáveis e felizes, a própria preparação para o casamento, deveria merecer espaço, tempo e pessoas, também elas bem formadas, sem rugas ideológicas, com conteúdos e programação própria e persistente. A educação capacita para dar sentido à vida e às coisas da vida, ajuda a concretizar os sonhos de felicidade e os projetos que a ela conduzem, projetos sempre assentes na verdade. Sim, só “na medida em que o amor estiver fundado na verdade é que pode perdurar no tempo, superar o instante efémero e permanecer firme para sustentar um caminho comum. Se o amor não tivesse relação com a verdade, estaria sujeito à alteração dos sentimentos e não superaria a prova do tempo” (cf. LF27-34).


D. Antonino Dias - Bispo de Portalegre Castelo Branco

Portalegre, 09-02-2018