terça-feira, 24 de novembro de 2015

"O único tesouro é Cristo"







No início da sua reflexão o Papa tomou as leituras de Daniel e o Evangelho de São Lucas para mostrar o modo como elas nos "falam de pessoas necessitadas, especialmente na tradição de Israel: o estrangeiro, a viúva e o orfão".

Papa Francisco "os estrangeiros eram os jovens trazidos da Babilónia" porque estavam distantes da sua terra e tinham decidido permanecer na fidelidade das suas tradições, à lei do Senhor". Mas "o personagem que mais chama a atenção, neste Evangelho, é a viúva". Na Bíblia, afirmou o Papa, "as viúvas muitas vezes, quer no Antigo quer no Novo Testamento" é a mulher "sozinha, sem marido que a proteja; a mulher que se deve arranjar como pode, que vive da caridade pública".

Olhando para esta viúva em particular o Papa convidou a olhá-la como Jesus "que nos faz vê-a como alguém que tinha esperança só no Senhor". E "quando Jesus viu aqueles que lançavam as ofertas no templo, viu-a que lançava só duas moedas, e disse: 'Esta viúva, tão pobre, ofereceu mais do que todos. De facto, todos ofereceram parte do seu supérfluo. Ela, ao contrário, na sua miséria, ofereceu tudo o que tinha para viver'", afirmou.

O Papa disse gostar de "ver nas viúvas do Evangelho a imagem da 'viuvez' da Igreja que espera a vinda de Jesus". De facto a "Igreja é esposa de Jesus, e o seu Senhor é o seu único tesouro". Quando a Igreja é "fiel deixa tudo na expectativa do seu senhor. De contrário, quando a Igreja não é fiel, ou não é muito fiel ou não tem muita fé no amor do seu Senhor, procura arranjar-se também com outras coisas, com outras seguranças, mais do mundo do que de Deus", concluiu.

Para o Papa "as viúvas do Evangelho transmitem-nos uma bonita mensagem de Jesus sobre a Igreja": Assim, "aquela mulher que saía de Naim com o cadáver do filho e chorava, sozinha" não obstante "estar acompanhada de pessoas muito gentis o seu coração estava sozinho!". È como a "Igreja viúva que chora quando os seus filhos morrem para a vida de Jesus".

Olhando para outra viúva o Papa recordou-a como alguém que "para defender os seus filhos, vai ter com o juiz iníquo: torna a sua vida impossível, batendo à sua porta todos os dias, dizendo, 'faça justiça!'" é como a "Igreja viúva que reza, intercede pelos seus filhos".

Igreja tem o seu tesouro em Jesus

Não obstante as cirscuntâncias desta viuvez o Papa lembrou que "o coração da Igreja está sempre com o seu Esposo, com Jesus. Está nas alturas. Também a nossa alma, segundo os padres do deserto, se assemelha muito com a Igreja". E "quando a nossa alma, a nossa vida, estiver mais próxima de Jesus, afasta-se de muitas situações mundanas, que não servem, que não ajudam e nos distanciam de Jesus". Assim "é a nossa Igreja que procura o seu Esposo, espera o seu Esposo, espera aquele encontro, que chora pelos seus filhos, luta pelos seus filhos, dá tudo o que tem porque se interessa apenas com o seu Esposo".

No final de mais um ano litúrgico o Papa pediu aos fiéis que se "questionem para perceber se a nossa alma é como esta Igreja que deseja Jesus, se ela se dirige ao seu Esposo e diz: 'Vem Senhor Jesus! Vem'" e é capaz de deixar "de lado todas aquelas situações que não servem, não ajudam a fidelidade, como os jovens da primeira leitura deixaram de lado todas aquelas refeições, que não ajudavam a sua fidelidade".

A Igreja é 'viuva' porque "espera o seu Jesus. Assim poderá ser "uma Igreja fiel a esta expetativa, esperando com confiança a volta do esposo ou uma Igreja infiel a esta “viuvez”, procurando segurança noutras realidades... a Igreja tíbia, medíocre, mundana".

No final o Papa rezou: "pensemos também nas nossas almas. Procuram elas segurança só no Senhor ou buscam outras seguranças que não agradam ao Senhor?", convidando os presentes a rezarem interiormente "Vem Senhor Jesus!", o último trecho da Bíblia.

Educris com Rádio Vaticana
Na manhã desta segunda-feira o Papa Francisco celebrou Eucaristia na Casa 
de Santa Marta, no Vaticano. Na ocasião, e durante a homilia Francisco afirmou que "o único tesouro da Igreja é Cristo". Para o Papa a "Igreja corre o risco de se tornar tíbia, medíocre e mundana" se depositar a sua confiança
 "noutras realidades".

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