sábado, 4 de março de 2017

As tentações


https://www.youtube.com/watch?v=s4Iyq_pmLWA

No início da nossa caminhada quaresmal, a Palavra de Deus convida-nos à “conversão” – isto é, a recolocar Deus no centro da nossa existência, a aceitar a comunhão com Ele, a escutar as suas propostas, a concretizar no mundo – com fidelidade – os seus projectos.
A primeira leitura afirma que Deus criou o homem para a felicidade e para a vida plena. Quando escutamos as propostas de Deus, conhecemos a vida e a felicidade; mas, sempre que prescindimos de Deus e nos fechamos em nós próprios, inventamos esquemas de egoísmo, de orgulho e de prepotência e construímos caminhos de sofrimento e de morte.
A segunda leitura propõe-nos dois exemplos: Adão e Jesus. Adão representa o homem que escolhe ignorar as propostas de Deus e decidir, por si só, os caminhos da salvação e da vida plena; Jesus é o homem que escolhe viver na obediência às propostas de Deus e que vive na obediência aos projectos do Pai. O esquema de Adão gera egoísmo, sofrimento e morte; o esquema de Jesus gera vida plena e definitiva.
O Evangelho apresenta, de forma mais clara, o exemplo de Jesus. Ele recusou – de forma absoluta – uma vida vivida à margem de Deus e dos seus projectos. A Palavra de Deus garante que, na perspectiva cristã, uma vida que ignora os projectos do Pai e aposta em esquemas de realização pessoal é uma vida perdida e sem sentido; e que toda a tentação de ignorar Deus e as suas propostas é uma tentação diabólica e que o cristão deve, firmemente, rejeitar.


De onde vimos? Para onde vamos? Porque é que estamos aqui? Qual o sentido da nossa vida? São perguntas eternas, que o homem de todos os tempos coloca a si próprio. A Palavra de Deus que hoje nos é proposta responde: é Deus a nossa origem e o nosso destino último. Não somos um minúsculo e insignificante grão de areia perdido numa galáxia qualquer; mas somos seres que Deus criou com amor, a quem Ele deu o seu próprio “sopro”, a quem animou com a sua própria vida. O fim último da nossa existência não é o fracasso, a dissolução no nada, mas a vida definitiva, a felicidade sem fim, a comunhão plena com Deus.
Como é que chegamos a essa felicidade que está inscrita no projecto que Deus tem para os homens e para o mundo? Deus nada impõe e respeita sempre – de forma absoluta – a nossa liberdade; no entanto, insiste em mostrar-nos, todos os dias, o caminho para essa plenitude de vida que Ele sonhou para os homens. Quando aceitamos a nossa condição de criaturas e reconhecemos em Deus esse Pai que nos dá vida, que nos ama e que nos indica caminhos de realização e de felicidade, construímos uma existência harmoniosa, um “paraíso” onde encontramos vida, harmonia, felicidade e realização.
Quais os caminhos que eu escolho? As propostas de Deus fazem sentido e são, para mim, indicações seguras para a felicidade, ou prefiro ser eu próprio a fazer as minhas escolhas, prescindindo das indicações de Deus?
A vida é decisão. Depois do nascimento, em cada dia decidimos viver. Decidimos comer, trabalhar, repousar, cuidar-se, ter tempo de lazer… Diante de tantas contrariedades que é preciso aceitar, assumir, ultrapassar, também é preciso decidir. Nós não decidimos, a maior parte de nós, ser baptizados; outros fizeram-no por nós. Mas depois, decidimos crer, rezar, aprofundar a nossa fé, viver segundo o Evangelho. Muitos outros, na nossa própria família talvez, decidiram de modo diferente. Nesta semana, decidamos dar um passo ao encontro de Deus. Com toda a liberdade. Sim, façamos desta semana a semana da liberdade, a dos filhos de Deus. Deus quer-nos livres. Quer que vamos até Ele, livremente.


extractos de http://www.dehonianos.org/portal/dia-liturgia/01o-domingo-da-quaresma-ano-a/?mc_id=1336


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