quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O sonho começa em nós


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Os sonhos são pedaços de paraíso. Sonhos são pedaços de amor e doçura numa realidade tantas vezes amargurada pela violência, pela injustiça e pelo ódio. Os sonhos não escolhem a sua casa, não escolhem pessoas, país ou realidade. Os sonhos dão-nos asas para voar. Os sonhos são universais.

Sonhar não é proibido nem punido por lei ainda que por vezes nos façam pensar que não podemos sonhar demasiado alto por ser irrealista, porque nunca iremos lá chegar. Fernando Pessoa diz-nos que somos do tamanho dos nossos sonhos. Somos do tamanho daquilo que nos permitimos sonhar, somos do tamanho do que nos permitimos ser. Quantas vezes chegamos a um momento da nossa vida em que simplesmente nos impedimos de sonhar?

Tantas vezes fiquei envergonhada quando me perguntavam: “com o que é que sonhas?”. Foi nesse momento em que percebi que devia deixar de usar rédeas para os sonhos e me permiti sonhar sem horizontes ou limites. Foi nesse momento que me permiti sonhar com aquilo que muitos diriam ser impossível, improvável, irreal. Pelo caminho descobri que só é impossível o que tu acreditares que é. O impossível é só algo por fazer, por acontecer.

Não sonho com casas, com emprego ou carros de alta gama. Sonho com o amor. Sonho com um mundo justo, de amor, serenidade e paz. Sonho com um mundo sem violência. Onde cada um independente do seu credo, da sua raça, da sua sexualidade ou idade pode ser, simplesmente ser em liberdade. Seria fácil pensar na impossibilidade de este meu sonho. Seria fácil confiar que nunca vai acontecer. Mas eu acredito, e por acreditar sou parte da mudança. Mahatma Gandhi deixou-nos o truque acerca de como concretizar os nossos sonhos: “sê a mudança que queres ver no mundo”. Nelson Mandela repetiu-nos: “parece sempre impossível até estar feito”. Então ponhamos mãos à obra. A mudança começa em nós. O sonho começa em nós. Deixemos de esperar. Este é o momento. Então deixemos de esperar, de adiar ou de olhar para o lado a ver se alguém se adianta a nós. Deixemos todas as desculpas e confiemos em nós. Ousemos deixar as roupas usadas, os hábitos enraizados e recreando-nos vamos a descobrir que todo o mundo transformou-se em arco-íris e se recriou connosco.

Paula Ascenção

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