Onde é que vivemos? No passado, no Futuro ou no Presente?
A vida passa e nós passamos por ela como quem não a quer.
Não queremos sentir, não queremos estar, não queremos. E esquecemos-nos do que realmente queremos.
Queremos passar pela vida, como quem passa por um estranho e nem lhe olha nos olhos? Queremos passar pela vida sem realmente ver o que temos diante de nós.
Hoje em dia, e acabo de assistir a esse espetáculo sentada no carro à espera de uma amida, as pessoas simplesmente passam. Passam na rua à minha frente e nem olham umas paras as outras. Nem mesmo para ver se alguma se opõe no seu caminho. A maioria usa phones nos ouvidos ou vai agarrada ao telemóvel. Sem esse, ninguém passa, mas pela vida e uns pelos outros, todos passam.
Vejo famílias divididas que não passeiam juntos, mas que passam pela rua cada uma ao seu passo e cada uma no seu caminh. Passam mas não passeiam.
À frente vejo uma casa bonita. Quem estará lá dentro? Quem viverá ali? Altas são as grades e nem são visíveis para o interior. Portanto, quem passa, por muito que queira, não consegue ver o que há, quem mora nesta linda casa.
Levamos a nossa vida assim.
Levamos a nossa vida, que é só nossa, escondida dos outros. Com altas grades a protegerem o que há dentro. Será que passa muita gente por nós que quer ver o que tenho no interior? Será que o que queremos é que a vida passe sem passearmos por ela?
Baixe as grades, aumente o tamanho da mesa e, quando “passar” pelas pessoas, não passe, mas passeie. Passeie pela vida e pelos outros como se passeasse num belo jardim.
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