sábado, 18 de abril de 2020

É preciso deixar no passado aquilo que foi passado!


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É preciso deixar no passado aquilo que foi passado. Não se pode pisar nada de novo se continuamos a persistir no que foi antigo. Há que existir uma libertação para que possamos começar uma nova ação. Só deste jeito permitiremos que o perdão nos seja dado. Deixando que tudo seja, de novo, trabalhado em nós para que a renovação aconteça na nossa total dignidade. Que nunca se esvaece, que nunca se perde.

É preciso deixar no passado aquilo que foi passado. Pode ter ficado escrito, nas marcas que delimitam a nossa humanidade, mas não se deve tornar em travões, que nos fazem arrastar os pés, em busca daquilo que tanto desejamos: deixarmo-nos ser efetivamente! Só assim poderemos voltar a ver mais e melhor. Despontando, de uma vez por todas, a novidade de podermos viver cada dia como dádiva permanente.

É preciso deixar no passado aquilo que foi passado. Agarrarmos o nosso coração despedaçado e quebrado e passar-lhe a mão da vida. A mão que sustenta todo aquele que parece perdido. A mão que aponta no meio da escuridão para a aurora da vida. A mão que é capaz de manter a sinfonia da vida ao ritmo dos hinos da alegria.

É preciso deixar no passado aquilo que foi passado. É o agora que existe. E este agora pode ser eternizado, porque viverá na certeza de que nada se dá por terminado e que ninguém pode ser acabado. Este agora pode ser eternizado, porque se alicerça na vontade de recomeçar vezes sem fim na esperança de voltar a caminhar por trilhos jamais imaginados.

É preciso deixar no passado aquilo que foi passado!

Hoje, se quiseres purificar-te diante das tuas sombras, pergunta-te demoradamente: quantas vezes deixaste que a Luz te visse? quantas vezes permitiste que a Luz te amasse?


Emanuel António Dias

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