domingo, 25 de agosto de 2024

voluntariado missionário


42 jovens dedicam-se a atividade de voluntariado missionário, numa semana que «ninguém vai esquecer»



«Estou a aprender que devemos dar mais importância ao que temos» – Beatriz Barbas, voluntária na CERCI Portalegre





Portalegre, 23 ago 2024 (Ecclesia) – 42 jovens, um número superior ao esperado pelo Secretariado Diocesano da Pastoral da Juventude e das Vocações de Portalegre-Castelo Branco, estão a dedicar parte das suas férias de verão a um “campo de voluntariado”, que termina este sábado.

“Está a ser muito bom, porque estamos a conseguir aprender com outras pessoas e também a perceber que, às vezes, não precisamos de ganhar nada para sermos felizes”, disse à Agência ECCLESIA Inês Ribeiro, de 17 anos de idade, da Paróquia de São Lourenço – Portalegre, .

Este campo de voluntariado missionário tem identidade cristã e católica e Mariana Lourenço considera que “é importante” testemunhar e mostrar a “fé na cidade”, partilhando-a com as outras pessoas.

“É bom, temos tido vários sorrisos na rua, muito apoio, a dizer que a nossa cidade precisa ser dinamizada, ficam contentes por nos verem ativos e por verem os jovens também a querer participar e a dar algum contributo à cidade”, destacou a jovem de 19 anos, que já participou em outras iniciativas de voluntariado.

Beatriz Barbas, com 17 anos, também é da Paróquia de São Lourenço – Portalegre e teve conhecimento deste campo de voluntariado pela amiga Inês Ribeiro, que participou na organização; decidiu juntar-se a ela porque “queria experimentar este tipo de voluntariado” em específico, “onde ia a outros sítios e ajudava vários tipos de pessoas”, que é diferente das iniciativas em que participou da Cáritas e do Banco Alimentar.

O campo de voluntariado ‘Missão Portalegre 24’ começou na segunda-feira e vai terminar este sábado: os 42 participantes foram divididos por três áreas de serviço – infância, idosos, e pessoas portadoras de deficiência -, em cinco instituições de Portalegre, da Santa Casa da Misericórdia, da CERCI e da APPACDM, e o Colégio Diocesano.

“Eu levo muita coisa, porque é uma nova experiência e acho que ninguém vai esquecer esta semana que estamos a passar todos juntos”, assinala Inês Ribeiro.





Beatriz Barbas está a viver esta semana na CERCI, onde “são todos muito simpáticos e gostam bastante” da presença dos jovens, aderindo às suas propostas.

“Estão sempre prontos para os jogos”, juntam-se “a cantar e a dançar”, e “também gostam” quando os voluntários se juntam nas atividades habituais de pintura, acrescenta


Estou a gostar bastante e a aprender muito com eles, assim eu vejo que a vida não é tão simples para algumas pessoas; Estou a aprender que devemos dar mais importância ao que temos”, desenvolveu a jovem que está com utentes “que vivem na CERCI porque a família não tem condições para estar com eles ou já não têm família”.

Inês Ribeiro está com os mais novos, na área da infância, no Centro Diocesano de Santo António, instituição que frequentou quando era pequena, considerando que “é bom ver as crianças que lá andam agora”, falar com elas, perceber o que é que gostam e fazer atividades com elas.

“Nós temos feito todos os dias uma oração, tocamos músicas da Igreja, vamos com elas à capela, falamos um bocadinho sobre Jesus. Hoje até teve lá o nosso padre a falar com as crianças e eles têm gostado muito”, explicou.






O pároco de Portalegre, que também está na organização desta atividade missionária considera que “a maior riqueza é para quem faz este voluntariado”, e destaca a “atitude do sim e este disponibilizar-se para os outros”, observando que os jovens “nem sempre saem de si mesmo para ir ao encontro dos outros”.

“Muitos destes jovens que estão aqui connosco participaram nas Jornadas Mundiais e sentiram, de facto, que aquela semana os marcou tão intensamente para dar a vida pelos outros. Ou, como diz o Papa Francisco, para sair da sua casa e do seu sofá para ir ao encontro e dos jovens evangelizarem outros jovens. E penso que, acima de tudo, foi este encontro”, explicou o padre Rui Rodrigues, em declarações à Agência ECCLESIA.

Inês Ribeiro, única das três jovens entrevistadas que participou na JMJ Lisboa 2023, recorda que essa “foi das melhores semanas” que já teve e esse espírito continuou este ano: “Conseguimos unir-nos bastante, fazíamos festas, e aproveitámos muito essa semana”.

Participam nesta ‘Missão Portalegre 24’ jovens de todos os arciprestados da Diocese de Portalegre-Castelo Branco.

“Eu acho que tem sido uma boa experiência e tem sido bom porque notamos que existem várias pessoas que estão dispostas a vir de longe para testemunhar a sua fé com os outros. E a nossa relação tem sido boa entre todos”, realçou Mariana Lourenço.


Mariana Lourenço, da Paróquia de São Lourenço – Portalegre, está com os idosos na Santa Casa da Misericórdia e vê que “muitos deles apenas gostavam de estar novamente na sua casa e com a sua família”, por isso, acha que vão “aprender a dar valor a isso” e o quanto importante pode ser a “marca” que deixam na sociedade.

“Vou valorizar mais a capacidade de fazer sorrir os outros e de estarmos em comunhão. Talvez não demos tanto valor a coisas básicas na vida; acima de tudo temos escutado, que eu acho que é aquilo que os idosos mais precisam, também temos animado, temos cantado músicas do seu tempo e vamos à capela”, desenvolveu, lembrando que, esta quinta-feira, deram “algumas frases de esperança e de motivação escritas pelo Papa Francisco”.

O padre Rui Rodrigues, que está em Portalegre há nove meses, assinala que teve “a graça de todas” as instituições “dizerem sim” a esta proposta de voluntariado e explica que “já era hábito, no verão, algumas receberem grupos de jovens antes pandemia” de Covid-19, mas no pós-pandemia “nunca mais ninguém apareceu e foi um rejuvenescer destas instituições”.

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