sexta-feira, 11 de novembro de 2016

NUNCA, NUNCA E NUNCA, UM FILHO COMO REFÉM

NUNCA, NUNCA E NUNCA, UM FILHO COMO REFÉM 



São João Paulo II dizia que as crianças “são o sorriso do céu confiado à terra. São as verdadeiras joias da família e da sociedade” (João Pulo II, Alocução em 17/8/1994). Por sua vez, Francisco, do qual vamos salientar algumas das suas afirmações sobre este tema, diz que os filhos “são o fruto mais bonito da bênção que o Criador concedeu ao homem e à mulher”.
Constata-se, porém, que “desde o início, numerosas crianças são rejeitadas, abandonadas e subtraídas à sua infância e ao seu futuro. Alguns ousam dizer, como que para se justificar, que foi um erro tê-las feito vir ao mundo. Isto é vergonhoso! - diz o Papa Francisco. Por favor, não descarreguemos as nossas culpas sobre as crianças! Elas nunca são «um erro». A sua fome não é um erro, como não o é a sua pobreza, a sua fragilidade, o seu abandono”. Se pensarmos bem, cada criança “marginalizada, abandonada, que vive pelas ruas a pedir esmola com todos os tipos de expedientes, sem ir à escola, sem cuidados médicos, é um clamor que sobe até Deus e acusa o sistema que nós, adultos, construímos. E infelizmente estas crianças são presas dos criminosos, que as exploram para tráficos ou comércios indignos, ou que as treinam para a guerra e a violência”. Graças a Deus que a maioria dos pais são extraordinários e prontos a qualquer sacrifício e generosidade pelos filhos. Mesmo assim, muitas vezes “recaem sobre as crianças os efeitos de vidas desgastadas por um trabalho precário e mal pago, por horários insustentáveis, por transportes ineficazes... Mas as crianças pagam também o preço de uniões imaturas e de separações irresponsáveis: elas são as primeiras vítimas; padecem os resultados da cultura dos direitos subjetivos exasperados e depois tornam-se os seus filhos mais precoces. Absorvem frequentemente violências que não são capazes de «liquidar» e, aos olhos dos adultos, são obrigados a habituar-se à degradação” (cf. Francisco, Catequese em 8/4/2015).
Francisco denuncia que se cuida muito de algumas áreas do bem-estar das crianças, mas dão-se ao esquecimento algumas outras de capital importância. Afirma ele que “Não obstante a nossa sensibilidade aparentemente evoluída, e todas as nossas requintadas análises psicológicas, pergunto-me se não nos entorpecemos também em relação às feridas da alma das crianças. Quanto mais se procura compensar com presentes e docinhos, tanto mais se perde o sentido das feridas — mais dolorosas e profundas — da alma. Falamos muito sobre distúrbios de comportamento, saúde psíquica, bem-estar da criança, ansiedade dos pais e dos filhos... Mas sabemos porventura o que é uma ferida da alma? Sentimos o peso da montanha que esmaga a alma de uma criança, nas famílias onde as pessoas se magoam reciprocamente e causam mal umas às outras, até quebrar o vínculo da fidelidade conjugal?”. Na verdade, quando se perde a grande responsabilidade de preservar o vínculo conjugal que dá início à família humana, “o esvaziamento do amor conjugal” acaba por difundir o ressentimento nas relações entre marido e esposa e, muitas vezes, esta desunião «desaba» sobre os filhos. Sim, quando um homem ou uma mulher pensam obsessivamente nas próprias exigências de liberdade e de gratificação, este desvio corrói profundamente o coração e a vida dos filhos que, muitas vezes, se escondem para chorar sozinhos. Quando o homem e a mulher se tornam uma só carne, todas as feridas e todos os abandonos do pai e da mãe incidem sobre a carne viva dos filhos. Acontece até que, por vezes, a separação seja inevitável e “até moralmente necessária, quando se trata de defender o cônjuge mais frágil, ou os filhos pequenos, das feridas mais graves causadas pela prepotência e a violência, pela humilhação e a exploração, pela alienação e a indiferença” (cf. Francisco, Catequese em 24/6/2015). No percurso de discernimento que o Papa Francisco propõe aos divorciados que voltaram a casar, pede-lhes, entre outras coisas, que não deixem de se interrogar sobre como se comportaram com os seus filhos, quando a união conjugal entrou em crise (cf. AL300). E mais lhes diz que: “Nunca, nunca e nunca tomeis o filho como refém! Separastes-vos devido a muitas dificuldades e motivos, a vida deu-vos esta provação, mas os filhos não devem carregar o fardo desta separação; que eles não sejam usados como reféns contra o outro cônjuge, mas cresçam ouvindo a mãe falar bem do pai, embora já não estejam juntos, e o pai falar bem da mãe. É irresponsável arruinar a imagem do pai ou da mãe com o objetivo de monopolizar o afeto do filho, para se vingar ou defender, porque isso afetará a vida interior daquela criança e provocará feridas difíceis de curar” (AL245). Respeitar a dignidade de uma criança é garantir-lhe o direito natural de ter uma mãe e um pai que a amem e cuidem, e ela perceba que o pai e a mãe se cuidam e amam entre si.

Constata-se, porém, que “desde o início, numerosas crianças são rejeitadas, abandonadas e subtraídas à sua infância e ao seu futuro. Alguns ousam dizer, como que para se justificar, que foi um erro tê-las feito vir ao mundo. Isto é vergonhoso! - diz o Papa Francisco. Por favor, não descarreguemos as nossas culpas sobre as crianças! Elas nunca são «um erro». A sua fome não é um erro, como não o é a sua pobreza, a sua fragilidade, o seu abandono”. Se pensarmos bem, cada criança “marginalizada, abandonada, que vive pelas ruas a pedir esmola com todos os tipos de expedientes, sem ir à escola, sem cuidados médicos, é um clamor que sobe até Deus e acusa o sistema que nós, adultos, construímos. E infelizmente estas crianças são presas dos criminosos, que as exploram para tráficos ou comércios indignos, ou que as treinam para a guerra e a violência”. Graças a Deus que a maioria dos pais são extraordinários e prontos a qualquer sacrifício e generosidade pelos filhos. Mesmo assim, muitas vezes “recaem sobre as crianças os efeitos de vidas desgastadas por um trabalho precário e mal pago, por horários insustentáveis, por transportes ineficazes... Mas as crianças pagam também o preço de uniões imaturas e de separações irresponsáveis: elas são as primeiras vítimas; padecem os resultados da cultura dos direitos subjetivos exasperados e depois tornam-se os seus filhos mais precoces. Absorvem frequentemente violências que não são capazes de «liquidar» e, aos olhos dos adultos, são obrigados a habituar-se à degradação” (cf. Francisco, Catequese em 8/4/2015).
Francisco denuncia que se cuida muito de algumas áreas do bem-estar das crianças, mas dão-se ao esquecimento algumas outras de capital importância. Afirma ele que “Não obstante a nossa sensibilidade aparentemente evoluída, e todas as nossas requintadas análises psicológicas, pergunto-me se não nos entorpecemos também em relação às feridas da alma das crianças. Quanto mais se procura compensar com presentes e docinhos, tanto mais se perde o sentido das feridas — mais dolorosas e profundas — da alma. Falamos muito sobre distúrbios de comportamento, saúde psíquica, bem-estar da criança, ansiedade dos pais e dos filhos... Mas sabemos porventura o que é uma ferida da alma? Sentimos o peso da montanha que esmaga a alma de uma criança, nas famílias onde as pessoas se magoam reciprocamente e causam mal umas às outras, até quebrar o vínculo da fidelidade conjugal?”. Na verdade, quando se perde a grande responsabilidade de preservar o vínculo conjugal que dá início à família humana, “o esvaziamento do amor conjugal” acaba por difundir o ressentimento nas relações entre marido e esposa e, muitas vezes, esta desunião «desaba» sobre os filhos. Sim, quando um homem ou uma mulher pensam obsessivamente nas próprias exigências de liberdade e de gratificação, este desvio corrói profundamente o coração e a vida dos filhos que, muitas vezes, se escondem para chorar sozinhos. Quando o homem e a mulher se tornam uma só carne, todas as feridas e todos os abandonos do pai e da mãe incidem sobre a carne viva dos filhos. Acontece até que, por vezes, a separação seja inevitável e “até moralmente necessária, quando se trata de defender o cônjuge mais frágil, ou os filhos pequenos, das feridas mais graves causadas pela prepotência e a violência, pela humilhação e a exploração, pela alienação e a indiferença” (cf. Francisco, Catequese em 24/6/2015). No percurso de discernimento que o Papa Francisco propõe aos divorciados que voltaram a casar, pede-lhes, entre outras coisas, que não deixem de se interrogar sobre como se comportaram com os seus filhos, quando a união conjugal entrou em crise (cf. AL300). E mais lhes diz que: “Nunca, nunca e nunca tomeis o filho como refém! Separastes-vos devido a muitas dificuldades e motivos, a vida deu-vos esta provação, mas os filhos não devem carregar o fardo desta separação; que eles não sejam usados como reféns contra o outro cônjuge, mas cresçam ouvindo a mãe falar bem do pai, embora já não estejam juntos, e o pai falar bem da mãe. É irresponsável arruinar a imagem do pai ou da mãe com o objetivo de monopolizar o afeto do filho, para se vingar ou defender, porque isso afetará a vida interior daquela criança e provocará feridas difíceis de curar” (AL245). Respeitar a dignidade de uma criança é garantir-lhe o direito natural de ter uma mãe e um pai que a amem e cuidem, e ela perceba que o pai e a mãe se cuidam e amam entre si.

D. Antonino Dias- Bispo Portalegre Castelo Branco - 11-11-2016

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