segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Quanto tempo da nossa vida...?



«Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade.
Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura.
Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.»
Charles Chaplin - O Grande Ditador


Quanto do tempo da nossa vida é passado com ensinamentos de como amar e sermos amados?
Quanto do tempo da nossa vida é passado com ensinamentos como respeitar e a sermos respeitados?
Quanto do tempo da nossa vida é usado para ensinamentos sobre o que é a humanidade?
Quanto do tempo da nossa vida é usado para descobrirmos esta vida?
Somos "trabalhados" e manobrados para correspondermos como autênticos autómatos.
Somos "programados" para realizar as tarefas e não para percebermos o que se passa ao nosso redor.
Vamo-nos cristalizando de tal forma, que o pensamento já não existe e o sentimento é algo quase utópico.
Temos, de vez em quando, um ou outro acordar para a vida, mas é tudo momentâneo. E só acontece quando perdemos os apoios e as marcas significativas de uma vida.
Aí entendemos que o que corre nas nossas veias é sangue e não meros "bits e bytes".
Nessas alturas percebemos que o nosso coração bate até um dia...e não pode ser reprogramado quando deixar de funcionar.
É nestas ocasiões que temos pequenos flash's sobre o que significa a finitude da vida humana.
Mas como qualquer flash a duração não é o seu forte. E voltamos a adormecer rapidamente.
Voltamos a cair na bolha da insignificância.
Voltamos a cair na bolha do egoísmo e da inveja.
Voltamos a cair na falta de preocupação.
É, por isso, que o Natal tem a sua grande importância.
O Natal tem a capacidade de trazer ao Mundo a Luz que todos ansiamos.
E enganem-se aqueles que acharem que as luzes que precisamos são os pisca-piscas ou as árvores extraordinariamente iluminadas.
A Luz que aparece tão forte e tão calorosa é um Deus menino.
Um Deus menino que nasceu num estábulo.
Um Deus menino que veio transformar o mundo.
Um Deus menino que veio para olhar para os que não eram vistos pela sociedade.
Um Deus menino que prometeu ser o caminho, a verdade e a vida.
Um Deus menino que sabia muito mais de humanidade e de vida do que alguma vez saberemos.
E não o soube por ser divino, soube porque foi o verbo encarnado.
Soube, porque como qualquer verbo partiu para a ação.
Soube, porque viveu autenticamente.
É urgente que o Natal seja, efetivamente, quando o Homem quer.
É urgente que o Natal seja quando uma criança chora por violência, fome ou desamparo.
É urgente que o Natal aconteça quando alguém clama desesperadamente por ajuda.
É urgente que o Natal seja todo o ano. Não para vaidades ou para luxúrias, mas para que nasça uma nova vida em cada um de nós.
O tempo que se perde a viver é tempo ganho na altura da morte.
O tempo que se perde a amar é tempo ganho na altura da despedida.
O tempo que se perde a respeitar é tempo ganho na altura da companhia.
Viver o Natal durante todo o ano para não adormecermos para a vida.
Estaremos preparados para esta radicalidade?



Emanuel António Dias (09-12-2016) em iMissio

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