terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

INFORMAÇÃO PAROQUIAL


Imagem

MISSA DOS ENFERMOS

Realiza-se amanhã dia 1- quarta- feira, pelas 15 horas, na igreja de Nª Srª da Luz, a missa dos doentes, não se celebrando a Eucaristia das 17:30h na igreja Matriz.

Imagem
No decorrer das actividades desenvolvidas pela MISSÃO PAÍS, presentes esta semana em Arronches, convidamos todos a estarem presentes, dia 3, sexta -feira, na Via Sacra pelas 16:00H, seguida da Adoração ao Santíssimo pelas 17:00H e Eucaristia às 17:30H.
Também, no mesmo âmbito, efectuar -se- á um  teatro, no auditório do centro cultural, dia 4, sábado, pelas 15:00H.

LEMA
Qual o lema que vai guiar a Missão País este ano?


O ano de 2017 será marcado por um acontecimento histórico para a Igreja e para o nosso país. A celebração dos 100 anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima serão a grande marca do próximo ano. Além disso, sentimos que tem sido Ela a guiar os nossos passos ao longo destes 13 anos... Este ano de forma especial queremos que o Evangelho e o Lema possam ser inspirados em Maria!
As visitas de Nossa Senhora a Fátima e o cariz missionário deste projecto, onde cada um de nós se torna instrumento vivo nas mãos de Deus ao visitar as pessoas em suas casas, transmitindo-lhes a alegria de acreditar em Jesus, fizeram com que a Visitação a Santa Isabel por Nossa Senhora se apresentasse como o evangelho escolhido para guiar a Missão País este ano!
Claro! Este Evangelho é a inspiração bíblica da Missão País. Também nós, à imagem de Maria, visitamos as casas, os ATL's, os lares, as escolas... No entanto, sabemos que a principal visita é aquela que Maria nos faz a nós! Nos lugares de cada missão, nas universidades, no grupo de missionários que criamos, mas mais importante em cada um de nós!!! A Missão País é uma grande visita! Em especial a mim! Então fica a pergunta de Isabel: "Quem sou eu para que me venha visitar a Mãe do meu Senhor?"


História de um encontro



Pegou em tudo aquilo de que precisava para passar uns dias fora dali, em retiro.
Na verdade, levava na mochila sobretudo cansaço e vontade de silêncio. Cansaço da rotina, do trabalho (que ficou a acumular na secretária), de casa e dos ritmos de cada um. Cansaço das exigências, dos pedidos, das respostas.
Depois de lá ter chegado e de ter mergulhado no silêncio, passeou pela sua vida enquanto olhava o mar e a serra, organizou os pensamentos, leu a Bíblia e procurou ter atenção aos gestos e atitudes de Jesus. Queria conhecê-lo melhor, fazer experiência de amizade com Ele. Cada dia era uma descoberta mais profunda de quem era, de quem Ele era, e da sua relação. Via mais claro, e aproximava-se do essencial.

Na última noite ali, subiu ao terraço e maravilhou-se com o céu estrelado. As estrelas brilhavam tanto e não corria uma brisa. Tudo estava silencioso. Tão bonito o céu e tão próximo ao mesmo tempo.
De repente, olhou para o telhado da capela, que descreveu como uma rampa a caminho daquele céu estrelado, e viu uma figura ali sentada a olhar o céu.
Quem seria, pensou?
De repente sentiu um desejo enorme de ir para ali! Ardia-lhe o coração!
Mas que pensariam os outros se vissem aquilo?
Hesitou. Tinha que saltar um pequeno portão, o telhado não tinha vedação à volta e estava escuro. A única luz vinha das estrelas.
E a figura continuava ali sentada.
Que perderia se não fosse? Mas e se alguém me vê aqui e se preocupa?, pensou. De repente a cabeça estava a mil!

Tinha medo mas seguiu em frente, passou por cima do pequeno portão, e caminhou sem ver bem onde punha os pés.
Ia alegre! E quase a chegar junto da figura ali sentada, sentiu no coração: Medo de quê? Vou ter com o Senhor do Universo!
Sentou-se ao lado d'Ele, com o coração a explodir de alegria e amor. Ficou em silêncio durante um tempo a absorver a companhia. Depois começou a falar-Lhe de tudo. De tudo mesmo. Do que Lhe custa, das feridas que traz, dos medos que tem, daquilo pelo qual mais anseia, dos seus sonhos. Falou-Lhe daqueles que ama. Ele ouviu calmamente. Rezaram em conjunto o terço e ficaram ali a olhar as estrelas. Como naquele céu, e ao lado d'Ele, estivesse tudo aquilo de que precisava, tudo aquilo de que andava à procura e de que tantas vezes se afastava.

Contou-me este encontro que agora partilho. Tão bonito.
Deixou-me a pensar que posso fazer este encontro já hoje, porque Ele está sempre à espera que me sente a conversar com Ele.
E eu quero estar sempre a caminho, naquela rampa que conduz ao céu.



Rita Sacramento Monteiro (24-02-2017) iMissio

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

«Peço-vos, por favor, que façais esta experiência»


Visita a uma paróquia de Roma 19.02.2017, captura de tela CTV

Visita a uma paróquia de Roma








Visita A Uma Paróquia De Roma 19.02.2017, Captura De Tela CTV


« Peço-vos, por favor, que façais esta experiência: todos os dias uma oração: “Ah, este não gosta de mim, mas, Senhor, peço-te…”. Um por dia. Assim se vence, deste modo iremos por este caminho da santidade e da perfeição”, disse o Papa Francisco na visita à paróquia romana de Santa Maria Josefa no bairro de Castelverde, domingo, 19 de fevereiro de 2017.

““É verdade, continuou o Papa, Padre, Deus é misericordioso”. E tu? És misericordioso, és misericordiosa, com as pessoas que foram malvadas contigo? Ou que não gostam de ti? Se Ele é misericordioso, se Ele é santo, se Ele é perfeito, nós devemos ser misericordiosos, santos e perfeitos como Ele. Esta é a santidade. Um homem e uma mulher que fazem isto, merecem ser canonizados: tornam-se santos. É tão simples a vida cristã. »

AB

Homilia do Papa Francisco

Hoje, nas leituras, há uma mensagem que definiria única. Na primeira há a Palavra do Senhor que diz: «Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo» (Lv 19, 2). Deus Pai diz-nos isto. E o Evangelho termina com aquela Palavra de Jesus: «Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está nos céus» (Mt 5, 48). A mesma coisa. Este é o programa de vida. Sede santos, porque Ele é santo; sede perfeitos, porque Ele é perfeito. E vós podeis perguntar-me: “Mas, Padre, como é o caminho rumo à santidade, qual é o percurso para nos tornarmos santos?”. Jesus explica bem isto no Evangelho: explica-o com coisas concretas.

Antes de tudo: «Foi dito: “olho por olho, dente por dente”. Mas eu digo-vos para não vos opordes ao malvado» (Mt 5, 38-39), ou seja, nenhuma vingança. Se no coração tenho rancor por alguma coisa que alguém me fez e me quero vingar, isto afasta-me do caminho rumo à santidade. Nenhuma vingança. “Fizeste isto, vais pagar!”. Um comportamento assim é cristão? Não. “Vais pagar” não faz parte da linguagem de um cristão. Nenhuma vingança. Nenhum rancor. “Mas aquele torna a minha vida impossível!…”. “Aquela vizinha fala mal de mim todos os dias! Também eu falarei mal dela…”. Não. O que diz o Senhor? “Reza por ela” — “Mas devo rezar por ela?” — “Sim, reza por ela”. É o caminho do perdão, do esquecimento das ofensas. Dão-te uma bofetada na face direita? Apresenta-lhe a outra. O mal vence-se com o bem, o pecado é vencido com esta generosidade, com esta força. O rancor é mau. Todos sabemos que não é uma coisa pequena. As grandes guerras — vemos nos telejornais, nos jornais, este massacre de pessoas, de crianças… quanto ódio, mas é o mesmo ódio — é o mesmo! — que tu tens no teu coração por alguém, por este ou por aquele teu parente ou pela tua sogra ou por outra pessoa, o mesmo. Ele é aumentado, mas é o mesmo. O rancor, a vontade de me vingar: “Vais pagar!”, isto não é cristão.

“Sede santos como Deus é santo”; sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai”, «o qual faz que o sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos» (Mt 5, 45). É bom. Deus concede os seus bens a todos. “Mas se alguém fala mal de mim, se me fez uma grande ofensa, se aquele me…”. Perdoar. No meu coração. Eis o caminho da santidade; e isto afasta as guerras. Se todos os homens e mulheres do mundo aprendessem isto, não haveria guerras, elas não existiriam. A guerra começa assim, na amargura, no rancor, na vontade de vingança. Mas isto destrói famílias, destrói amizades, destrói bairros, destrói tanto, tanto… “E, Padre, que devo fazer quando sinto isto?”. É Jesus quem o diz e não eu: «Amai os vossos inimigos» (Mt 5, 44). “Eu tenho que amar aquele?” — Sim — “Não posso” — Reza para que possas. «Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem» (Ibid.). “Rezar por aquele que é malvado comigo?” — Sim, para que mude de vida, para que o Senhor o perdoe. Esta é a magnanimidade de Deus, o Deus magnânimo, o Deus de coração grande, que tudo perdoa, que é misericordioso. “É verdade, Padre, Deus é misericordioso”. E tu? És misericordioso, és misericordiosa, com as pessoas que foram malvadas contigo? Ou que não gostam de ti? Se Ele é misericordioso, se Ele é santo, se Ele é perfeito, nós devemos ser misericordiosos, santos e perfeitos como Ele.

Esta é a santidade. Um homem e uma mulher que fazem isto, merecem ser canonizados: tornam-se santos. É tão simples a vida cristã. Eu sugiro-vos que comeceis com pouco. Todos temos inimigos; todos sabemos que aquele ou aquela fala mal de mim, todos o sabemos. E todos sabemos que este ou aquele me odeia. Todos sabemos. E comecemos do pouco. “Eu sei que este me caluniou, disse coisas más de mim”. Sugiro-vos: refleti um minuto, dirigi-vos a Deus Pai: “Aquele ou aquela é teu filho, tua filha: muda o seu coração. Abençoa-o, abençoa-a”. A isto se chama rezar por aqueles que não nos amam, pelos inimigos. Pode ser feito com simplicidade. Tavez permaneça o rancor; talvez o rancor permaneça em nós, mas nós estamos a fazer o esforço para seguir o caminho deste Deus que é tão bom, misericordioso, santo e perfeito, que faz surgir o sol sobre maus e bons: é para todos, é bom com todos. Devemos ser bons com todos. E rezar por aqueles que não são bons, por todos.

Rezamos por quantos matam as crianças na guerra? É difícil, é muito distante, mas temos que aprender a fazê-lo. Para que se convertam. Rezamos por aquelas pessoas que estão mais próximas de nós e que nos odeiam ou nos fazem mal? “Eh, Padre, é difícil! Gostaria de lhes apertar o pescoço!” — Reza. Reza para que o Senhor mude a sua vida. A oração é um antídoto contra o ódio, contra as guerras, estas guerras que começam em casa, que começam no bairro, que começam nas famílias… Pensai apenas nas guerras familiares devido à herança: quantas famílias se destroem, se odeiam devido à herança. Rezai para que haja paz. E se sei que alguém me deseja mal, que não gosta de mim, devo rezar por essa pessoa de maneira especial. A oração é poderosa, a oração vence o mal, a oração traz a paz.

O Evangelho, a Palavra de Deus hoje é simples. Dou-vos este conselho: «Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo». E depois: «Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está nos céus». E para isto, pedi a graça de não guardar rancor, a graça de rezar pelos inimigos, pelas pessoas que não gostam de nós, a graça da paz.

Peço-vos, por favor, que façais esta experiência: todos os dias uma oração: “Ah, este não gosta de mim, mas, Senhor, peço-te…”. Um por dia. Assim se vence, deste modo iremos por este caminho da santidade e da perfeição. Assim seja.

© Copyright – Libreria Editrice Vaticana

Papa: a angústia causada pelas preocupações “é muitas vezes inútil”

Confiar em Deus, o grande amigo, o aliado, o Pai

Papa:  a angústia causada pelas preocupações “é muitas vezes inútil”

Diante das tantas preocupações que tiram a nossa serenidade e equilíbrio, devemos confiar-nos a Deus. “Ele não resolve magicamente os problemas, mas permite enfrentá-los com o espírito correto”.

Palavras do Papa Francisco na alocução que precedeu a Oração mariana do Angelus, inspirada na leitura do Evangelho de Mateus, proposta pela Liturgia do dia, onde somos chamados a fazer uma escolha por Deus e pelo seu Reino, uma escolha “que nem sempre mostra imediatamente seus frutos” e que é feita na esperança.

Deus cuida dos seres da criação, “provê de alimento a todos os animais, preocupa-se pelos lírios e pela erva do campo; o seu olhar benéfico e solícito vigia quotidianamente a nossa vida”.

O Papa recorda que “a angústia” causada pelas preocupações “é muitas vezes inútil”, pois “não consegue mudar o curso dos acontecimentos”. Neste sentido, a insistente exortação de Jesus “a não nos preocupar-nos com o amanhã”, “existe um Pai amoroso que não se esquece nunca de seus filhos. Entregar-se a Ele não resolve magicamente os problemas, mas permite enfrentá-los com o espírito correto, corajosamente”:

“Deus não é um ser distante e anónimo: é o nosso refúgio, a fonte de nossa serenidade e de nossa paz. É a rocha da nossa salvação, a quem podemos agarrar-nos na certeza de não cair. Quem se agarra a Deus não cai, quem se agarra a Deus, não cai nunca! É a nossa defesa do mal, sempre à espreita. Deus é para nós o grande amigo, o aliado, o pai, mas nem sempre nos damos conta disto”.

“Preferimos apoiar-nos em bens imediatos e contingentes – constata Francisco – esquecendo, e às vezes rejeitando, o bem supremo, isto é, o amor paterno de Deus”:
“Senti-lo Pai, nesta época de orfandade é tão importante! Neste mundo órfão, senti-lo Pai. Nós nos afastamos do amor de Deus quando vamos em busca obsessiva dos bens terrenos e das riquezas, manifestando assim um amor exagerado por estas realidades”.“Jesus – recordou o Santo Padre – nos diz que esta busca incansável é ilusória e motivo de infelicidade. E dá aos seus discípulos uma regra de vida fundamental: “Buscai, pelo contrário, o reino de Deus””:

“Trata-se de realizar o projeto que Jesus anunciou no Sermão da Montanha, confiando em Deus que não desilude – tantos amigos ou tantos que acreditávamos amigos, nos desiludiram; Deus nunca desilude – agir como administradores fieis dos bens que Ele nos deu, também os terrenos, mas sem “exagerar” como se tudo, também a nossa salvação, dependesse somente de nós”.

“Esta atitude evangélica requer uma escolha clara, que a passagem de hoje indica com precisa: “Não podeis servir a Deus e à riqueza”. Ou o Senhor, ou os ídolos fascinantes, mas ilusórios”:

“Esta escolha que somos chamados a fazer, repercute depois em tantos de nossos atos, programas e compromissos. É uma escolha que deve ser feita de modo claro e renovada continuamente, porque as tentações de reduzir tudo a dinheiro, prazer e poder, estão sempre presentes. Existem tantas tentações neste sentido”.

“Enquanto honrar estes ídolos leva a resultados tangíveis, mesmo se fugazes, fazer a escolha por Deus e pelo seu Reino nem sempre mostra imediatamente os seus frutos”:

“É uma decisão que se toma na esperança e que deixa a Deus a plena realização. A esperança cristã é voltada ao cumprimento futuro da promessa de Deus e não se rende diante de alguma dificuldade, porque é fundada na fidelidade de Deus, que nunca falta. É fiel, é um pai fiel, é um amigo fiel, é um aliado fiel”.

A confiança no amor e na bondade do Pai celeste – concluiu o Papa – “é o pressuposto para superar os tormentos e as adversidades da vida, e também as perseguições, como nos mostra o testemunho de tantos nossos irmãos e irmãs”.

Ao saudar os inúmeros grupos e cerca de 30 mil fiéis presentes na Praça São Pedro, o Papa recordou que na terça-feira, 28 de fevereiro, recorre o “Dia das doenças raras”. Neste sentido, “fez votos de que os pacientes e as suas famílias sejam adequadamente apoiados no difícil percurso, quer a nível médico como legislativo”.

(Rádio Vaticano)

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Vai onde Deus te levar

https://www.youtube.com/watch?v=PCwW_Kxzh-s

Olhem as aves do céu


https://www.youtube.com/watch?v=XvLCVZogKOc
 

Olhem as aves do céu!
O convite de Jesus é muito claro:
Busquemos, em primeiro lugar,
o Reino de Deus e a sua justiça!
Jesus nos mostra o cuidado com que Deus conserva tudo quanto criou.
Os pássaros são simples, pequenos, meras criaturas destinadas só a uma vida terrestre...
No entanto, Deus os sustenta a todos.
Pois bem, se ele cuida assim dos pequeninos, muito mais ainda cuidará dos seres humanos, que criou e escolheu para seus filhos.

CRISTO TRESPASSADO DE HUMANIDADE

- Quaresma na Diocese de Portalegre-Castelo Branco -


O amor de Cristo nunca fica indiferente a tudo quanto seja desumano ou que desumanize. E nada do que é desumano fica indiferente ao amor de Cristo. É por isso que, todos os anos, a Quaresma nos faz olhar para Cristo como Aquele que foi trespassado com os golpes da nossa humanidade. E é por isso também que a Quaresma nos coloca todos os anos a percorrer os caminhos de Cristo, da paixão até à Ressurreição, para nos deixarmos trespassar da sua vida e do seu amor. Como seria diferente a nossa vida se, ao olhar para Aquele que trespassámos, nos deixássemos também trespassar do seu amor.
Quarenta dias passam num instante e, por isso, mais do que idealizar feitos improváveis, a Quaresma convida-nos a olhar para cada minuto do dia-a-dia como tempo favorável, o momento oportuno. Jejum, partilha e oração, atitudes eclesiais a que cada Quaresma sempre convida, não são os “mínimos legais” do acesso a Cristo. São sim os sinais da nossa caminhada.
O jejum vai do simples renunciar a isto ou àquilo até ao abster-se de alimentos e ao privar-se dos sentimentos menos bons, das palavras ambíguas, da atitude superficial e chocalheira da vida. A partilha vai do mero “dar alguma coisa nossa” até à capacidade de se “dar a si próprio”, acompanhando quem sofre física ou moralmente, deixando-se incomodar com o sofrimento dos outros ou a injustiça a que são submetidos. A oração vai do natural “aumento dos momentos de oração e de piedade” até à radical confiança em Deus sem desesperar dos seus aparentes silêncios quando por nós invocado. Importa rezar como se tudo dependesse de nós, sabendo que, verdadeiramente, tudo depende de Deus em quem confiamos plenamente. E como afirma o Papa Francisco na sua Mensagem para a Quaresma, “na base de tudo isto, porém, está a Palavra de Deus, que somos convidados a ouvir e meditar com maior assiduidade neste tempo”.
A Quaresma é assim um tempo de paixão e de compaixão. Um tempo de Cristo e nosso. Um tempo tal como foi o caminho de Cristo pela Cruz até à Ressurreição. Sim, um tempo de paixão e de compaixão alicerçado na Palavra de Deus, nos sacramentos, no próximo. De paixão porque a conversão dói mas tem o suporte da nossa união à vida de Cristo. De paixão porque faz sofrer mas também porque é amor. De paixão porque a conversão, às vezes, parece difícil e convidativa ao adiamento, mas, ao mesmo tempo, porque tem a urgência a que o amor sempre conduz. De paixão porque, pela conversão, pede empenho e compromisso, um verdadeiro amor que serve e liberta.
Mas a Quaresma é também um tempo de compaixão porque os sentimentos que o caminho de Cristo evoca em nós são também caminhos comunitários, nunca estamos sós. A compaixão é a última réstia do brilho da nossa humanidade: iluminamos por fora, assumindo a dor de nos queimarmos por dentro.
Quando há paixão e compaixão, não é apenas a nossa humanidade, no seu melhor ou no seu pior, a trespassar Cristo. Quando há paixão e compaixão, é o amor de Cristo que trespassa a nossa humanidade. E se me sinto incapaz de uma fé suficientemente forte, de uma verdade suficientemente libertadora, de uma oração suficientemente confiante, todas essas impossibilidades me fazem descobrir as infinitas possibilidades de Deus em mim. É Quaresma e será Páscoa. E nós somos puxados pela Páscoa. É a Páscoa que define a nossa vocação de Cristãos. É a Páscoa que deve sustentar e animar, com a iluminação do Espírito, a nossa vida, a vida das nossas famílias e das nossas comunidades cristãs nesta exigência de uma caminhada quaresmal que a todos faça renovar o dom que está em cada um, em cada família, em cada comunidade cristã.
Todos os anos, neste exercício de nos voltarmos para além de nós e das nossas fronteiras, fazemos renúncia quaresmal. Este ano, a nossa renúncia será dividida em partes iguais: metade destinar-se-á, atendendo ao pedido do Papa Francisco, ao Sudão do Sul, país devastado por um conflito fratricida e uma grave crise alimentar onde milhares de pessoas morrem de forme, mais de um milhão estão em risco e um milhão e meio são refugiados; a outra metade, a critério da Cáritas Diocesana, será para apoiar os refugidos na nossa Diocese, para que se sintam amados e recuperem a esperança de melhores dias.
Como sabemos, no caminho para a Cruz, Cristo entregou-Se por amor. Quando o amor move as nossas motivações, somos verdadeiramente imparáveis. Abrir o coração ao dom de Deus que fala faz abrir o coração ao dom que é o outro, faz crescer na verdadeira cultura do encontro.
Santa e abençoada Quaresma.

D. Antonino Dias - Bispo de Portalegre Castelo Branco
24-02-2017

sábado, 25 de fevereiro de 2017

C(oração)




«Pedir (rezar), uns pelos os outros,é missão dos cristãos.»Pe. Rui Miguel





Existem momentos em que não sabemos o que dizer ou fazer.
Somos, constantemente, colocados em diversas situações em que não temos uma palavra, um gesto ou um olhar, para aliviar o sofrimento e a dor daqueles que se sentem perdidos.
Surge, somente, o silêncio e a sensação de incompetência, quando o que mais gostaríamos seria "colocar um penso" para que tudo curasse num instante.
Nada disto é possível nesta realidade a que todos temos acesso… mas é aqui que surge a oração.
É aqui que aparece a necessidade de usarmos o silêncio perturbador para torná-lo num silêncio de entrega.
A oração torna-se o verdadeiro ato de confiança, quando já nada pode ser dito ou feito.
É a entrega total a um Pai, que não serve de S.O.S, mas que espera e anseia que lhe peçamos sem cessar.
Pedir, uns pelos os outros, é ter a certeza de que este amor é tão certo que não deve ficar apenas em mim.
Pedir, uns pelos os outros, não é esperar que os milagres aconteçam, mas que ninguém se sinta desamparado ou experimente a solidão.
Pedir, uns pelos os outros, é desejar que este Deus seja presença viva na vida de todos aqueles que se cruzam na nossa caminhada.
A oração tem consigo a beleza de uma ação que foi originada pelo coração.
A oração será, sempre, muito mais do que duas mãos juntas.
A oração é a prova de que esta vida é muito mais do que aquilo que conseguimos ver ou compreender.
A oração será a única solução para que a ação deste Deus seja visível em nós e nos outros.
Se a oração é uma missão então precisamos de verdadeiros missionários...
Precisamos de missionários, que no meio de tanta tribulação, nos mostrem a beleza de confiar num Deus, quando já não temos mais nada para oferecer àquele que se encontra ao nosso lado.
Ao rezarmos, uns pelos os outros, estamos a dar a maior prova de amor, porque entregamos as nossas vidas nas mãos do Seu criador.
Ao rezarmos, uns pelos os outros, estamos a segurar as lágrimas que escorrem na cara do nosso irmão.
Ao rezarmos, uns pelos os outros, estamos a suportar o coração angustiado e ferido de cada um de nós.
Ao rezarmos, uns pelos os outros, estamos, uma vez mais, a demonstrar que este Deus revelar-se-á, sempre, naquele que se cruza connosco.


Emanuel António Dias (17-02-2017) iMissio

Lirios do campo





https://www.youtube.com/watch?v=gjej2sLrUAQ
 
A liturgia deste 8º Domingo do Tempo Comum propõe-nos uma reflexão sobre as nossas prioridades. Recomenda que dirijamos o nosso olhar para o que é verdadeiramente importante e que libertemos o nosso coração da tirania dos bens materiais. De resto, o cristão não vive obcecado com os bens mais primários, pois tem absoluta confiança nesse Deus que cuida dos seus filhos com a solicitude de um pai e o amor gratuito e incondicional de uma mãe.
O Evangelho convida-nos a buscar o essencial (o “Reino”) por entre a enorme bateria de coisas secundárias que, dia a dia, ocupam o nosso interesse. Garante-nos, igualmente, que escolher o essencial não é negligenciar o resto: o nosso Deus é um pai cheio de solicitude pelos seus filhos, que provê com amor às suas necessidades.
A primeira leitura sublinha a solicitude e o amor de Deus, desta vez recorrendo à imagem da maternidade: a mãe ama o filho, com um amor instintivo, avassalador, eterno, gratuito, incondicional; e o amor de Deus mantém as características do amor da mãe pelo filho, mas em grau infinito. Por isso, temos a certeza de que Ele nunca abandonará os homens e manterá para sempre a aliança que fez com o seu Povo.
Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto a fixarem o seu olhar no essencial (a proposta de salvação/libertação que, em Jesus, Deus fez aos homens) e não no acessório (os veículos da mensagem).

Deus ama o seu Povo, ainda mais do que uma mãe ama o seu filho. Como o amor da mãe, também o amor de Deus é ternura, misericórdia, compreensão, bondade, amor inquebrantável e eterno, apego instintivo e gratuito; mas o amor de Deus por Israel é tudo isso em grau infinito.

O amor de Deus não é condicional e não espera nada em troca. É este amor desinteressado que procuramos testemunhar, ou os nossos gestos de bondade, de amizade, de misericórdia são um negócio em que esperamos ganhar?

Quando a lógica do “ter mais” entra no coração do homem e o domina, o homem torna-se escravo e, por sua vez, leva a escravidão aos outros homens. Torna-se injusto, prepotente e explorador, passa indiferente ao lado dos irmãos que vivem abaixo do limiar da dignidade humana, deixa de ter tempo para gastar com aqueles que ama (o amor do dinheiro sobrepõe-se a todos os outros amores), relega Deus para a lista dos valores secundários, acha o “Reino” proposto por Jesus “uma absurda quimera”. Como nos situamos face a isto? Se tivermos que optar (não em termos teóricos, mas nas situações concretas da vida) entre o dinheiro e os valores do “Reino”, qual é que escolhemos?


extractos de  http://www.dehonianos.org/portal/dia-liturgia/08o-domingo-do-tempo-comum-ano-a/?mc_id=1303

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

O inesperado poder da tristeza


O inesperado poder da tristeza

Acredito que, às vezes, minha tristeza pode alegrar o coração de quem está triste. Parece paradoxo, mas não é. Meu coração triste se torna mais empático e sabe acolher melhor quem está sofrendo.


Quando sofro, me torno mais capaz de me colocar no lugar do outro. Entendo seus sentimentos, sua impotência, sua dor. Eu me torno menor com minha tristeza e fico na altura do outro que está sofrendo. Não me distancio; me aproximo. E sei escutar só com um olhar humilde, sem dar conselhos, simplesmente ficando em silêncio ao lado de quem está triste.

Sinto que, às vezes, a alegria excessiva do alegre não me alegra. Sua posição elevada de bem-estar me incomoda. Como se tudo fosse bom nesta vida.

Minha tristeza aproxima; não distancia os outros. Talvez eu tenha que evitar dar conselhos quando estou alegre. E não dizer frases típicas que não motivam nem aconselham.

Dizia o papa Francisco: “Oremos ao Senhor para que ele nos dê estas três graças: a graça de reconhecer a desolação espiritual, a graça de rezar quando estivermos no estado de desolação espiritual e também a graça de saber fazer companhia às pessoas que passam por momentos de tristeza e desolação espiritual”.

Quando eu estiver triste, não ficarei fechado, nem perturbado por minha dor. Sairei de mim para dar alegria, ainda que eu não tenha. E farei companhia para aqueles que sofrem, mesmo que eu também sofra.

E, quando eu estiver muito alegre, não manifestarei minhas efusividades. Porque talvez eu não alegre o triste. Mas caminharei ao seu lado com minha alegria silenciosa.Sorrirei e levarei luz no meio do nevoeiro.

Sei que é o sentido da minha vida caminhar com minha tristeza e minha alegria, sem reter nada, buscando a felicidade dos que me rodeiam. Mesmo que eu esteja triste. Mesmo que eu esteja alegre. Sei que os dois estados de ânimo formam parte da minha alma. Chegam e passam.

Nos momentos em que me encontro com Deus e nos momentos em que Deus se encontra comigo, às vezes, me escondo em lágrimas. Outras vezes, me silencio em minhas risadas. São estados de ânimo passageiros que marcam meu caminho. Determinam meus gestos.

Às vezes, passo de um ao outro com rapidez; outras vezes, lentamente. Vivo também momentos mais neutros, tranquilos, nem tristes, nem alegres. Nem frio, nem calor.Mas não me assusto diante das emoções que correm por minha alma. São partes de mim e eu as acolho como um tesouro que mantenho guardado.

Tenho paixões que fazem viver. Não quero reprimir o que surge em minha alma. Quero amar com profundidade, fazer vínculos, me entregar. É parte da minha vida. Sofrer, deixando minha alma esfarrapada.

Mas sei também que quero aprender a amar com um amor que seja maduro. Sem me atar, sem ser escravo. Sem esperar o que não tem. Sem fingir o que não existe.

Dizia a psicóloga Carmen Serrat: “Não espere que os outros preencham sua vida. Isso é o início do caminho da frustração e desencanto. Faça isso você mesmo e de modo que poderá ser uma fonte de amor e de inspiração para os demais. Cultive sua paz interior e sua felicidade. Ninguém pode dar o que não tem e nenhuma relação lhe dará o que você não é capaz de dar a si mesmo.”
Tenho claro: se não sei amar a mim mesmo, dificilmente vou amar os outros. Se não tenho meus sentimentos organizados, será impossível saber para onde caminhar.
Quero olhar no mais profundo de minha alma. Quero saber o que acontece por dentro. Compreender minhas emoções. Entender de onde vêm. Saber decidir em meio a minhas tristezas e alegrias. Não me deixar governar por meus estados de ânimo.

Repartir sorrisos cheios de dor. Mostrar-me sereno, cheio de alegria. E saber muito bem que ninguém vai me fazer completamente feliz. Nem vai fazer todas as minhas vontades sem limites.

Procuro Deus quando estou perturbado ou alegre. Procuro-o neste tempo de espera do Advento. Procuro Deus que olha em minha alma e me compreende, sabe como estou, como me sinto. Ele se abaixa para estar na altura de meus olhos perturbados, de meus sentimentos instáveis.

Quero viver com serenidade. Sabendo que posso dar muito mais do que dou se saio de mim. Se deixo minha comodidade e este empenho vão de buscar a mim mesmo continuamente.

Saio do meu centro de atenção para colocar neste centro o menino que nasce. Este Deus feito carne. Este Deus-Comigo, que vem para cuidar de mim, para me dar paz quando eu estiver perturbado e guiar os meus passos quando eu não me entender. E sempre trazer luz nas minhas noites de inverno.

Aleteia - PADRE CARLOS PADILLA

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Iraque: Voluntários muçulmanos restauram igreja de Nossa Senhora em Mossul





Cerca de 50 jovens voluntários muçulmanos no Iraque estão atualmente empenhados no restauro de uma igreja dedicada a Nossa Senhora em Mossul.

De acordo com informações avançadas pela agência Fides, do Vaticano, grande objetivo é ‘passar uma mensagem de paz para o mundo inteiro”.

A igreja dedicada a Nossa Senhora está situada numa área que foi recentemente bombardeada pelo Estado Islâmico, mais concretamente no bairro de Dergazliya.

Um território que tem funcionado como central de operações do grupo terrorista islâmico, e onde inúmeras outras igrejas, capelas e mesquitas foram também destruídas.

JCP

Agência Ecclesia 15 de Fevereiro de 2017

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Coração arrependido

O SOM QUE AGRADA A DEUS

O SOM QUE AGRADA A DEUS 

Sabe qual o som que Deus mais gosta de ouvir?

O som da sua voz!
É esse o som que Deus quer ouvir de você em qualquer momento, a qualquer hora, em todas as situações que você passar – boas ou ruins, andando no mar ou no deserto.
Em muitos momentos nós paramos e ficamos esperando encontrar alguma forma de alcançar o Senhor, parece que não estamos conseguindo a atenção do Pai.
“Mas o que eu faço para estar ao lado do Senhor?
Como atingir o coração de Deus?”.
A resposta para essas perguntas é muito simples: Oração.
Ou seja, temos que falar com Deus! A nossa voz é o som que Deus mais gosta de ouvir, Ele quer que tenhamos comunhão com Ele em todo tempo assim como era com Adão antes do pecado entrar na vida dele.
Os ouvidos de Deus estão abertos e a melodia entoada em nossas orações está tocando o coração do Pai, mesmo que às vezes isso pareça algo distante de ser percebido por nós.
Cada uma das minhas, das suas, das nossas palavras são como música aos ouvidos do Senhor e Ele se agrada em nos atender. Por meio de Jesus Cristo (só por Ele), nós podemos pedir qualquer coisa ao Pai.
Faça soar nos ouvidos de Deus o som que Ele quer ouvir.
Ore.
A oração traz intimidade, traz paz, supre as necessidades espirituais e materiais.
Existe uma batalha dentro de nós, essa batalha é entre a carne e o espírito.
Se alimentarmos a carne ela ganha e consequente ocorre a derrota do espírito em nossas vidas.
Porém, a verdadeira vida só recebemos por intermédio de Jesus Cristo, devemos alimentar o espírito.
E como alimentá-lo?
Somente buscando da fonte da vida que é Deus.
E como buscar da fonte?
Orando!!!“E tudo o que pedirdes na oração, crendo, recebereis.” Mt 21.22
“Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração.” Mt 21.13
“Mas nós perseveraremos na oração.” At 6.4
Portanto, vamos conversar com Deus, pois Ele se agrada em ouvir a nossa voz.
Vamos tocar o som que toca o coração do Senhor.
Vamos orar sem cessar!!!!
E nunca se esqueça:
ORE e verá a glória de Deus!!


http://afamiliacatolicaoracoes.blogspot.pt

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

INFORMAÇÃO PAROQUIAL


https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT0SmGGyTx6i3KuvX9jAR5AqWmWZ68Vcba_JGQU_vbVVYf4MLs6VGTRwnM


Terminam este sábado, o curso de MECDAPs ( Ministros Extraordinários da Comunhão Dominical na Ausência do Presbítero) duas senhoras das Paróquias de Alegrete e Esperança e outra que termina o curso de MEC ( Ministro Extraordinário da Comunhão) da Paróquia de Degolados.

No próximo dia 1 de Março, quarta feira de cinzas, será celebrado o Dia do Doente, na igreja de Nª Srª da Luz, em Arronches, às 15:00H.
Durante a missa será administrado o Sacramento da Santa Unção aos doentes que se encontrem preparados para o receberem.
Nesse dia não será celebrada missa das 17:30H, na Igreja Matriz .
Recorda -se que esta celebração estava agendada para o dia 11 do corrente mês e foi adiada por motivos de cortes de circulação nas vias publicas, devido à realização do Duatlo.








Resultado de imagem para dia do doente


O Núcleo local de Cursilhos de Cristandade, reune amanhã, dia 22, seguido de Ultreia. Compareça

5 coisas que talvez não saiba sobre o Batismo católico



Foto referencial - Pixabay (Domínio público)

A seguir, confira 5 coisas que talvez não saiba sobre este Sacramento, porta para os outros sacramentos.


1. Iniciou-se com os Apóstolos

“Desde o dia de Pentecostes que a Igreja vem celebrando e administrando o santo Batismo. Com efeito, São Pedro declara à multidão, abalada pela sua pregação: ‘convertei-vos (...) e peça cada um de vós o Batismo em nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis então o dom do Espírito Santo’ (Atos dos apóstolos 2,38)” (CCI 1226).

Santo Higino, Pontífice aproximadamente entre os anos 138 e 142, instituiu o padrinho e a madrinha no batismo dos recém-nascidos, para que guiassem os pequenos na vida cristã.

2. Tem vários nomes

Batizar, do grego “baptizein”, significa “mergulhar” ou “imergir dentro da água”. Esta imersão simboliza “a sepultura do catecúmeno na morte de Cristo, de onde sai pela ressurreição com Ele” (CCI 1214).Este Sacramento também é chamado “banho da regeneração e de renovação no Espírito Santo”, assim como “iluminação” porque o batizado se converte em “filhos da luz”.São Gregório Nazianzeno dizia que o batismo é um “dom, porque é concedido aos que nada têm; graça, porque é dado também aos culpados; batismo, porque o pecado é sepultado na água; unção, porque é sagrado e régio (assim se tornam os que são ungidos); iluminação, porque é luz resplendente; veste, porque cobre a nossa vergonha; banho, porque nos lava; selo, porque nos preserva e é sinal do poder de Deus”.

3. Renova-se a cada ano


“Em todos os batizados, crianças ou adultos, a fé deve crescer depois do Batismo. É por isso que a Igreja celebra todos os anos, na Vigília Pascal, a renovação das promessas do Batismo. A preparação para o Batismo conduz apenas ao umbral da vida nova. O Batismo é a fonte da vida nova em Cristo, donde jorra toda a vida cristã” (CCI 1254).

4. Um não batizado pode batizar

Diz o Catecismo da Igreja Católica (1256) que “são ministros ordinários do Batismo o bispo e o presbítero e, na Igreja latina, também o diácono (cf CIC, cão. 861,1; CCEO, cão. 677,1). Em caso de real necessidade, qualquer pessoa, mesmo não batizada, pode batizar (cf CIC cão. 861, § 2) se tiver a intenção requerida e utiliza a fórmula batismal trinitária”.

“A intenção requerida consiste em querer fazer o que a Igreja faz ao batizar. A Igreja vê a razão desta possibilidade na vontade salvífica universal de Deus (cf 1 Tm 2,4) e na necessidade que o Batismo tem para a salvação (cf Mc 16,16)”.

5. Selo único e permanente


“O Batismo marca o cristão com um selo espiritual indelével (charactere) da sua pertença a Cristo. Esta marca não é apagada por nenhum pecado, embora o pecado impeça o Batismo de produzir frutos de salvação (cf DS 1609-1619). Ministrado uma vez por todas, o Batismo não pode ser repetido” (CCI 1272).




http://www.acidigital.com/noticias/5-coisas-que-talvez-nao-saiba-sobre-o-batismo-catolico-97824/


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Por que nós, católicos, somos tão ruins de companheirismo?


 http://i1.wp.com/aleteiaportuguese.files.wordpress.com/2016/09/hug-diaconate.jpg?resize=874%2C0&quality=70&strip=all&ssl=1 

Jesus deixou claro que não temos que navegar sozinhos na jornada cristã 


Maria Garabis Davis

George Martell/Archdiocese of Boston CCPor que nós, católicos, somos tão ruins de companheirismo?Por que nós, católicos, somos tão ruins de companheirismo?Por que nós, católicos, somos tão ruins de companheirismo?Por que nós, católicos, somos tão ruins de companheirismo?



Recentemente, fui convidada a falar durante um encontro de mulheres católicas. Fazia certo tempo que eu não calçava mais os meus “sapatos de dar palestra” – e eu estava realmente animada. Até que… me disseram qual seria o tema. “Companheirismo”.

Companheirismo? Estremeci. Não podia ser o sofrimento? A oração? A discórdia familiar? Como manter a fé durante a crise? Não. Companheirismo.

Pensei imediatamente nos ex-católicos que se declaram hoje felizes na sua nova comunidade protestante, onde estão engajados e são bem recebidos, ao contrário da paróquia que antes frequentavam e na qual se sentiam indesejados, entre pessoas frias, indiferentes, sem viver uma verdadeira experiência de companheirismo.

Pensei na formalidade tantas vezes desconfortável daqueles apertos de mão na hora da saudação fraterna durante a Missa. Pensei na pressa com que grande parte dos fiéis sai da igreja, quase sem olhar para mais ninguém.

Por que nós, católicos, somos tão ruins de companheirismo?

O companheirismo é simplesmente uma relação amigável, um convívio amistoso de pessoas com pontos de vista e ideais em comum. Como é que isso é tão difícil?

É interessante, aliás, que o próprio conceito de “companheirismo” desperte o desdém de alguns católicos: “Nós não precisamos de companheirismo. Vamos à missa para receber a Eucaristia, não para saudar os outros”, dizem alguns. Outros corroboram: “Os protestantes precisam de pessoas; nós não: nós temos Jesus”.
Sério? Os católicos não precisam de pessoas? Foi Jesus quem nos ensinou isso? Onde? Quando? Como?

Sim, nós temos Jesus na Eucaristia, mas é falacioso abraçar uma “espiritualidade” sem comunidade. Nós somos a Igreja! E “Igreja” quer dizer “assembleia”, o que, em essência, significa que somos uma comunidade. Comunidade de quê? De pessoas! De pessoas em comunhão! O conceito de comunhão é essencial na jornada cristã!

Jesus deixou claro, ao nos chamar a fazer parte da sua comunidade de amigos, que nós não vamos navegar sozinhos pela jornada cristã. Nós precisamos de amor e de apoio recíproco – afinal, é nisto que todos reconhecerão que somos seus discípulos: se nos amarmos uns aos outros! É claro que queremos assistir à Santa Missa para receber a Cristo na Eucaristia, mas isso não significa de forma alguma que a nossa experiência de Igreja deva ser limitada ao momento da comunhão.

Alguns anos atrás, eu fui convidada – várias vezes! – a participar de um círculo de estudos bíblicos para mulheres católicas. Dei uma série de desculpas para fugir, mas, a certa altura, não consegui mais me esquivar do convite. E lá fui eu.

Havia algumas mulheres com as quais eu tinha coisas em comum, mas outras não tinham simplesmente nada a ver comigo. Mesmo assim, estávamos todas unidas pela nossa fé católica. Todas ali queriam viver no mundo sem ser do mundo e cada uma sabia que não conseguiria isto sozinha. Precisávamos de apoio.

Não demorou para eu descobrir o porquê da insistência do Espírito Santo em me colocar naquele grupo.

Era uma brilhante manhã de outubro e eu estava levando os meus filhos até a casa da minha mãe. Isso era costumeiro. Só que, naquela manhã, encontrei mamãe inerte em sua cama. Foi quando mais senti os benefícios de participar daquele círculo bíblico. Naquele mesmo dia, enquanto eu ficava de vigília ao lado da cama da minha mãe doente, a corrente de oração do meu grupo nos cercava e envolvia. E não parou por aí: começaram a chegar refeições prontas. Produtos de higiene pessoal. Ofertas de disponibilidade para tomar conta dos meus filhos. Cada uma das minhas preocupações encontrou quem cuidasse dela. E aquela comunidade, aquela COMUNHÃO de mulheres católicas, me ajudou a atravessar um dos momentos mais escuros da minha vida.

Talvez o maior erro que nós, católicos, cometemos – e seremos julgados por isso – seja a nossa falta de demonstração de abertura e companheirismo às pessoas que estão ao nosso lado nos bancos da igreja todo domingo.

Que tipo de corpo somos nós se não vivemos conscientes da nossa missão de olhar para o próximo, acolhê-lo, aliviar seus sofrimentos e levar nossos irmãos e irmãs a experimentarem Jesus Cristo? A Santa Missa é ainda mais bela e exponencialmente mais poderosa quando vivida na plenitude do seu propósito: COMUNHÃO. Com Cristo e, por Ele, entre todos nós.


Maria Garabis Davis
28 de Setembro de 2016 aleteia.orgPor que nós, católicos, somos tão ruins de companheirismo?

ORAÇÃO DOS BEATOS JACINTA E FRANCISCO MARTO


Hoje celebra-se o dia litúrgico de Francisco e Jacinta


Francisco (1908-1919) e Jacinta Marto (1910-1920), foram beatificados a 13 de maio de 2000 pelo Papa João Paulo II, numa celebração que levou milhares de pessoas ao Santuário de Fátima.
Os dois irmãos, que segundo o testemunho reconhecido pela Igreja Católica presenciaram com a prima Lúcia as aparições da Virgem Maria na Cova da Iria e arredores, entre maio e outubro de 1917, são os mais jovens beatos não-mártires da história da Igreja Católica.


Oremos

Jacinta e Francisco, Pastorinhos de Fátima, queremos aprender convosco o caminho que nos leva a uma vida de verdadeira união com Jesus.

Ensina-nos Jacinta, a amar os outros com todo o nosso coração,a reconhecer neles o Amor de Deus e a dar a vida para que nenhum se perca.Ensina-nos a desejar tão intensamente como tu a conversão dos pecadores,a começar por cada um de nós.

Ensina-nos, Francisco, o teu enorme amor, fiel e silencioso, por Jesus.Faz-nos desejar cada vez mais a sua companhia na oração e identificar-nos com a dor do seu Coração ferido pela ingratidão dos homens.

Pastorinhos de Fátima, pela vossa mão queremos entrar cada vez mais no coração de Maria, nosso refúgio, que nos há de conduzir até Deus.

Ámen




domingo, 19 de fevereiro de 2017

Como a Brisa

https://www.youtube.com/watch?v=kiJANfR7J2I&t=61s

Buscando a perfeição.


https://www.youtube.com/watch?v=vMYCrJgFrMI

“Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito!”
Buscando a perfeição, o ser humano se realiza.
É no fazer o bem que está a felicidade!
O Pai do céu faz nascer o sol
tanto sobre os maus como sobre os bons
e faz chover sobre os justos e sobre os injustos!



sábado, 18 de fevereiro de 2017

COMO DIZ O OUTRO!...




Este citadíssimo senhor, “o outro”, deve ser um ás, um sábio ou um artola qualquer. É um cavalheiro que diz de tudo, sabe de tudo, investe em tudo, despista a ignorância de uns, a safadeza de outros, a preguiça de muitos, as trapalhadas de qualquer e fica sempre na boa, sem nome nem rosto. Como diz o outro!... O outro é que disse ou fez. O outro é que teria dito ou feito. E vamos nós lá saber quem é que é esse outro, se foi ele quem disse ou fez, se teria dito ou feito. É o outro! E pronto, ponto. No caso presente, porém, e porque as minhas andanças por obrigações acima nem sequer me têm deixado livre a hora de sesta para eu matutar, indagar e escrevinhar, vai ser mesmo o outro quem vai dizer. Trata-se mesmo do outro. Ninguém sabe quem foi esse personagem, atento, sabido e aplicado. Foi alguém que, lá pelo século II, escreveu uma belíssima carta ao Senhor Diogneto, um ilustre pagão com certeza, culto, curioso, admirado com a vida dos cristãos e intrigado com o facto de o cristianismo se espalhar, a todo o gás e em força, por terras, culturas e raças adentro. A carta já tem barbas, mas é sempre nova e sempre antiga, nunca velha, sempre atual. Conta 1900 anos, mais coisa menos coisa. Procura satisfazer a curiosidade do Senhor Diogneto e está pronta para esclarecer os possíveis diognetos de hoje. Cheia de sabedoria evangélica, dá conta da primitiva experiência cristã e do diálogo que a Igreja já procurava manter com a cultura do tempo. É um belo texto literário. Para não testar a já treinada paciência do leitor, transcrevo cerca de metade, podendo cada um encontrar toda a carta, com algumas explicações introdutórias, na net:


“Excelentíssimo Diogneto,
Vejo que te interessas em aprender a religião dos cristãos e que, muito sábia e cuidadosamente, te informaste sobre eles: Qual é esse Deus no qual confiam e como o veneram, para que todos eles desdenhem o mundo, desprezem a morte, e não considerem os deuses que os gregos reconhecem, nem observem a crença dos judeus; que tipo de amor é esse que eles têm uns para com os outros; e, finalmente, por que é que essa nova estirpe ou género de vida apareceu agora e não antes. Aprovo esse teu desejo e peço a Deus que nos concede o dizer e ouvir, que me seja dado falar de tal modo que tu, ouvindo, te tornes melhor e de tal modo ouças que não contristes quem te fala. Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela pátria, nem pela língua, nem pelos costumes. Efetivamente, eles não têm cidades próprias, não usam uma linguagem peculiar, e a sua vida nada tem de excêntrico. A sua doutrina não procede da imaginação fantasiosa de espíritos exaltados, nem se apoiam, como outros, em qualquer teoria simplesmente humana. Vivem em cidades gregas ou bárbaras, segundo as circunstâncias de cada um e seguem os costumes da terra, quer no modo de vestir, quer nos alimentos que tomam, quer em outros usos; mas a sua maneira de viver é sempre admirável e passa aos olhos de todos por um prodígio. Cada um habita a sua pátria, mas vivem todos como de passagem; em tudo participam como os outros cidadãos, mas tudo suportam como se não tivessem pátria. Toda a terra estrangeira é sua pátria, e toda a pátria lhes é estrangeira. Casam-se como toda a gente e geram filhos, mas não se desfazem dos recém-gerados. Participam da mesma mesa, mas não do mesmo leito. São de carne, mas não vivem segundo a carne. Habitam na terra, mas a sua cidade é o Céu. Obedecem às leis estabelecidas, mas pelo seu modo de vida superam as leis. Amam toda a gente e toda a gente os persegue. Condenam-nos sem os conhecerem; conduzem-nos à morte, mas o número de cristãos cresce continuamente. São pobres e enriquecem os outros; tudo lhes falta e tudo lhes sobra. São desprezados, mas no desprezo encontram a sua glória; são caluniados, mas transparece o testemunho da sua justiça. Amaldiçoam-nos e eles abençoam. Sofrem afrontas e pagam com honras. Praticam o bem e são castigados como malfeitores; e, ao serem executados, alegram-se como se lhes dessem a vida. Os judeus combatem-nos como estrangeiros, e os gregos movem-lhes perseguições; mas nenhum dos que os odeiam sabe dizer a causa do seu ódio. Numa palavra: os cristãos são no mundo o que a alma é no corpo. A alma encontra-se em todos os membros do corpo; os cristãos estão em todas as cidades do mundo. A alma habita no corpo, mas não provém do corpo; os cristãos habitam no mundo mas não são do mundo. A alma invisível é guardada num corpo visível; os cristãos vivem visivelmente no mundo, mas a sua piedade permanece invisível…”

D. Antonino Dias Bispo de Portalegre Castelo Branco
17-02-2017

Unidos pela Palavra de Deus



https://www.youtube.com/watch?v=_-K2mw8EOrk#action=share

Perfeitos como o Pai





https://www.youtube.com/watch?v=2zr1dGaBybg


A liturgia do sétimo Domingo do Tempo Comum convida-nos à santidade, à perfeição. Sugere que o “caminho cristão” é um caminho nunca acabado, que exige de cada homem ou mulher, em cada dia, um compromisso sério e radical (feito de gestos concretos de amor e de partilha) com a dinâmica do “Reino”. Somos, assim, convidados a percorrer o nosso caminho de olhos postos nesse Deus santo que nos espera no final da viagem.
A primeira leitura que nos é proposta apresenta um apelo veemente à santidade: viver na comunhão com o Deus santo, exige o ser santo. Na perspectiva do autor do nosso texto, a santidade passa também pelo amor ao próximo.
No Evangelho, Jesus continua a propor aos discípulos, de forma muito concreta, a sua Lei da santidade (no contexto do “sermão da montanha”). Hoje, Ele pede aos seus que aceitem inverter a lógica da violência e do ódio, pois esse “caminho” só gera egoísmo, sofrimento e morte; e pede-lhes, também, o amor que não marginaliza nem discrimina ninguém (nem mesmo os inimigos). É nesse caminho de santidade que se constrói o “Reino”.
Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto – e os cristãos de todos os tempos e lugares – a serem o lugar onde Deus reside e Se revela aos homens. Para que isso aconteça, eles devem renunciar definitivamente à “sabedoria do mundo” e devem optar pela “sabedoria de Deus” (que é dom da vida, amor gratuito e total).

Como o nosso texto deixa claro, ser santo não significa viver de olhos voltados para Deus esquecendo os homens; mas a santidade implica um real compromisso com o mundo. Passa pela construção de uma vida de verdadeira relação com os irmãos; e isso implica o banimento de qualquer tipo de agressividade, de vingança, de rancor; implica uma preocupação real com a felicidade e a realização do outro (“corrigirás o teu próximo”); implica amar o outro como a si mesmo.

Tenho consciência de que não posso ser santo se o amor não se derramar dos meus gestos e das minhas palavras? Tenho consciência de que não posso ser santo se vivo fechado em mim mesmo, na indiferença para com os meus irmãos (ainda que reze muito)?

Para que a santidade não seja uma miragem, temos de ter o cuidado de viver num contínuo processo de conversão, que elimine do nosso coração as raízes do mal, responsáveis pelo egoísmo, pelo ódio, pela injustiça, pela exploração.

O que é que preside à minha vida: a “sabedoria de Deus” que é amor e dom da vida, ou a “sabedoria do mundo”, que é luta sem regras pelo poder, pela influência, pelo reconhecimento social, pelo bem estar económico, pelos bens perecíveis e secundários?

A minha atitude é a de quem não exclui nem discrimina ninguém, mesmo aqueles de quem não gosto, mesmo aqueles contra quem tenho razões de queixa, mesmo aqueles que não compreendo, mesmo aqueles que assumem atitudes opostas a tudo em que eu acredito?

extractos de http://www.dehonianos.org/portal/dia-liturgia/07o-domingo-do-tempo-comum-ano-a/?mc_id=1340

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Papa: coragem, oração e humildade para anunciar o Evangelho



Coragem, oração e humildade: estes são os traços que caracterizam os grandes “arautos” que ajudaram a Igreja a crescer no mundo, que contribuíram à sua missionariedade. Foi o que disse o Papa na missa celebrada na manhã de terça-feira (14/02) na capela da Casa Santa Marta.

Necessita-se de “semeadores de Palavra”, de “missionários, de verdadeiros arautos” para formar o povo de Deus, como foram Cirilo e Metódio, “irmãos intrépidos e testemunhas de Deus que fizeram da Europa mais forte", padroeiros do continente. Na homilia, o Papa indicou as três características da personalidade de um “enviado” que proclama a Palavra de Deus, inspirando-se no Evangelho de Lucas que a liturgia propõe.

A primeira característica é a “franqueza”, que inclui força e coragem:

“A Palavra de Deus não pode ser levada como uma proposta – “bom, se você gostar...” – ou como uma ideia filosófica ou moral, boa – “você pode viver assim …” … Não. É outra coisa. Precisa ser proposta com esta franqueza, com aquela força, para que a Palavra penetre, como diz o próprio Paulo, até os ossos. A Palavra de Deus deve ser anunciada com esta franqueza, com esta força … com coragem. A pessoa que não tem coragem – coragem espiritual, coragem no coração, que não está apaixonada por Jesus, e dali vem a coragem! – não, dirá, sim, algo de interessante, algo moral, algo que fará bem, um bem filantrópico, mas não tem a Palavra de Deus. E esta palavra é incapaz de formar o povo de Deus. Somente a Palavra de Deus proclamada com esta franqueza, com esta coragem, é capaz de formar o povo de Deus”.

Do capítulo décimo do Evangelho de Lucas foram extraídas outras duas características próprias de um arauto da Palavra de Deus. Um Evangelho “um pouco estranho”, afirmou o Papa, porque rico de elementos acerca do anúncio. “A messe é abundante, mas são poucos os operários. Rezem portanto ao Senhor da messe para que mande operários para a sua messe”, repetiu Francisco, e é assim, portanto, que depois da coragem está a “oração”:

“A Palavra de Deus deve ser proclamada com oração também, sempre. Sem oração, se pode fazer uma bela conferência, uma bela palestra: boa, boa; mas não é a Palavra de Deus. Somente de um coração em oração pode sair a Palavra de Deus. A oração, para que o Senhor acompanhe este ‘semear’ a Palavra, para que o Senhor regue a semente e ela brote, a Palavra. A Palavra de Deus deve ser proclamada com oração: a oração daquilo que anuncia a palavra de Deus”.

No Evangelho consta também um terceiro ‘trecho interessante’. O Senhor envia os discípulos “como cordeiros em meio aos lobos”:

“O verdadeiro pregador é o que sabe ser fraco, sabe que não se pode defender sozinho. ‘Tu vais como cordeiro em meio aos lobos’. ‘Mas, Senhor, para que eles me comam?’. ‘Tu, vais, é este o caminho’. E creio que o Crisóstomo faz uma reflexão muito profunda quando diz: “Se tu não for como cordeiro, mas como lobo entre os lobos, o Senhor não te protegerá: defende-te sozinho”. Quando o pregador se acha muito inteligente ou quando quem tem responsabilidade de levar adiante a Palavra de Deus e quer dar uma de esperto... ‘Ah, eu sei me sair com esta gente!’, ele termina mal. Negociará com a Palavra de Deus: aos poderosos, aos soberbos...”.

E para ressaltar a humildade dos grandes arautos, Francisco cita um episódio que lhe contaram de um sacerdote que “se vangloriava de pregar bem a Palavra de Deus e se sentia um lobo”: depois de uma bela pregação – recorda o Papa, foi ao confessionário e encontrou um grande pecador que chorava... queria pedir perdão”. Este confessor – prossegue Francisco – ‘começou a encher-se de vaidade e a curiosidade o levou a perguntar qual era a Palavra que o havia tocado ao ponto de leva-lo ao arrependimento. “Foi quando o senhor disse ‘mudemos de assunto’. “Não sei se é verdade” – esclareceu o Papa – “mas isto confirma que se acaba sempre mal quando a Palavra de Deus é usada ‘sentindo-se seguros de si’ e não como cordeiros, que o Senhor defenderá”.

“Esta é a missionariedade da Igreja; e os grandes arautos, “que semearam e ajudaram a crescer as Igrejas no mundo, foram homens corajosos, de oração e humildes”. A oração final é para que os Santos Cirilo e Metódio nos ajudem a proclamar a Palavra de Deus assim como eles o fizeram”, conclui o Pontífice.

CF Atualidades
De News.VA
Link http://www.news.va/pt/news/papa-coragem-oracao-e-humildade-para-anunciar-o-ev

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Papa na Audiência: a esperança cristã é sólida, não decepciona



A esperança não decepciona: este foi o tema da catequese do Papa Francisco, na Audiência Geral desta quarta-feira (15/02), na Sala Paulo VI, no Vaticano.


Na catequese baseada na Carta de São Paulo aos Romanos, o Pontífice ressaltou que “desde pequenos nos é ensinado que vangloria-se não é uma coisa bonita. Está certo, pois gabar-se do que se é ou do que se tem, além de uma certa soberba, traz consigo uma falta de respeito pelos outros, especialmente pelas pessoas desfavorecidas”.

Abundância da graça

Nessa passagem da Carta aos Romanos, o Apóstolo Paulo nos surpreende, pois por duas vezes nos exorta a vangloriar-nos. Mas, do que é justo nos vangloriar? Como é possível fazer isso sem ofender, sem excluir ninguém?, perguntou o Papa.

Segundo Francisco, no primeiro caso, somos convidados a nos vangloriar da abundância da graça de Deus que recebemos de Jesus Cristo.

“Paulo quer nos fazer entender que, se aprendemos a ver os acontecimentos à luz do Espírito Santo, percebemos que tudo é graça! Se prestarmos atenção, quem age na história assim como em nossa vida, não somos nós sozinhos mas é sobretudo Deus. Ele é o protagonista absoluto que cria todas as coisas como um dom de amor, que tece a trama de seu desígnio de salvação, levado à plenitude em Jesus. Quando acolhemos com gratidão essa manifestação do amor de Deus, experimentamos uma paz que se estende a todas as dimensões de nossa vida: Estamos em paz com nós mesmos, estamos em paz na família, em nossa comunidade, no trabalho e com as pessoas que encontramos a cada dia em nosso caminho”, disse ainda o Papa.

Misericórdia de Deus

“O Apóstolo nos convida também a nos ufanar de nossas tribulações. Isso não é fácil de entender. Trata-se de algo mais difícil e pode parecer que não tenha nada a ver com a condição de paz que acabamos de descrever. Contudo, devemos pensar que a paz que Deus nos oferece não significa ausência de dificuldades, preocupações, desilusões e sofrimentos, mas é um dom que nasce da experiência de sabermos que somos amados por Ele, que sempre nos acompanha e nunca nos abandona. Isso faz com que sejamos pacientes nas tribulações, pois a misericórdia de Deus é maior do que tudo”.

“Por isso, a esperança cristã é sólida, não decepciona. O seu fundamento não está no que nós podemos ou não fazer, e nem no que podemos crer. O seu fundamento é o que de mais fiel e seguro possa existir, ou seja, o amor de Deus por nós. É fácil dizer: Deus nos ama. Todos dizemos isso. Mas pensem um pouco: cada um de nós é capaz de dizer: Estou certo de que Deus me ama? Não é muito fácil dizer isso. É um bom exercício dizer a si mesmo: Deus me ama. Esta é a raiz de nossa segurança, a raiz da esperança”, sublinhou Francisco.


Vangloriar-se do amor de Deus

“O Senhor infundiu abundantemente em nossos corações o Espírito, que é o amor de Deus, como artífice, como garante, para que possa alimentar dentro de nós a fé e manter vida essa esperança. Deus me ama! Mas neste momento difícil? Deus me ama. E eu que fiz coisas feias e más? Deus me ama. Esta certeza ninguém pode nos tirar e devemos repeti-la como uma oração: Deus me ama. Estou certo de que Deus me ama.”

Agora, compreendemos porque o Apóstolo Paulo nos exorta a nos vangloriar sempre de tudo isso. “Vanglorio-me do amor de Deus, porque Ele me ama. A esperança que nos foi dada não nos separa dos outros, e muito menos me leva a desacreditá-los ou marginalizá-los. Trata-se de um dom extraordinário do qual somos chamados a ser ‘canais’ para todos, com humildade e simplicidade. Então, a nossa maior glória será a de ter como Pai um Deus que não tem preferências, que não exclui ninguém, mas que abre a sua casa a todos os seres humanos, começando pelos marginalizados e distantes, para que como seus filhos aprendamos a nos consolar e nos ajudar reciprocamente”.

(MJ)

CF Atualidades
De News.VA
Link http://www.news.va/pt/news/papa-na-audiencia-a-esperanca-crista-e-solida-nao

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O que há em comum entre ir à Missa e ir ao ioga?


O que há em comum entre ir à Missa e ir à ioga?

Algumas vezes, uma voz diz para não ir à Missa. Mas uma bênção fala: vá!


As roupas, ela diz, “não me fazem sentir atlética, nem flexível , nem particularmente bonita – me sinto mais comprimida e inchada, como uma salsicha.” Assim lamenta uma escritora chamada Lisa Renee sobre ir à sua aula de ioga. Ela geralmente vai, mas não feliz. “Eu sou a garota que diz – ‘Nós realmente temos que fazer algum exercício hoje? ‘ Os professores me amam.”

Eu não estou endossando a ioga, sobre a qual eu sei praticamente nada. Mas me lembrei deste artigo quando eu estava procurando outra coisa. Ele diz algo sobre a bênção de ter que ir à Missa.

Muitas regras

Alguns dos meus amigos protestantes reclamam que a Igreja Católica tem muitas regras. Alegam que, se fôssemos realmente cristãos, faríamos o que deveríamos fazer sem que alguém precisasse nos obrigar. Amigos ortodoxos também dizem isso. Os dias santos de guarda os irritam, especialmente quando eles descobrem que os domingos também são dias sagrados. Eles dizem coisas como “Você deve querer ir à Igreja”, “A Igreja não pode fazer você ir” e “Está tudo bem com o fato de ficar em casa quando você não tem vontade de ir”.

Eles parecem acreditar que, se você não quer fazer algo, é porque não funciona ou não é importante. Você tem que sentir isso. Você tem que querer. Não é tão bom se alguém obriga você a fazer isso. Não é autêntico. É imposto. Você não faz isso por vontade própria, você está apenas seguindo regras.

Renee, que claramente não está escrevendo como uma cristã, mostra o motivo pelo qual a Igreja adotou regras. A autora passa a primeira parte do artigo reclamando que ela se sente mal, que ela não tem as roupas ideais, que ela não tem tempo, que ela não quer malhar com todas aquelas pessoas que estão em melhor forma do que ela, que ela não quer sentir dor.

“O joelho dói”, diz ela,”não há equilíbrio, a mente tagarela sem parar, eu me esqueço de respirar. Algumas vezes, eu me arrasto para atravessar a linha de chegada tonta e dolorida, e me pergunto quem exatamente eu acho que sou, nesta idade avançada, fazendo essas coisas estranhas extenuantes”. Ela se pergunta por que seus professores exigem tanto dela.

O momento em que as coisas ficam mais claras

Às vezes, algo acontece. Pode durar um momento ou o resto da aula. “É um momento em que as coisas ficam mais claras. A respiração, o corpo, a mente, a música, o grupo. É uma estranha sinergia divina do corpo e da mente que me faz sentir forte e flexível, clara e fundamentada… Eu sinto que tudo vai ficar bem.”

Eu gosto de ir à Missa. A Missa sempre me faz feliz. Mesmo quando a liturgia aperta todos os meus botões e a homilia visita cada cliché que me faz querer cuspir, tudo toma o seu lugar na hora da comunhão. Chegar ao padre e ouvir “Corpo de Cristo” me dá a sensação de ter entrado em casa depois de caminhar quilómetros debaixo de uma tempestade e atravessar a porta da frente para entrar em uma casa quente e brilhante, com minha família esperando. Esse é o momento em que as coisas se tornam mais claras

Eu também sei que tem aquela pequena voz que diz que você não precisa ir. Às vezes eu gosto dessa pequena voz. A minha me lembra de que estou cansada, ou me sentindo mal, ou que tive uma semana difícil, que a Missa (especialmente naquele dia santo) foi programada num momento ruim, que é um horário bom para o padre e os aposentados, mas não para quem trabalha. O trânsito para atravessar a ponte estará intenso e será super difícil encontrar estacionamento. É emocionante quando ela pode invocar mau tempo.

A voz lembra que meu joelho está dolorido e eu, provavelmente, deveria descansar porque se eu for à Missa, eu terei de ficar de pé e me ajoelhar. Assim, eu ficaria dolorida por dias. Essa pequena voz, que pode pertencer a um advogado, fala que eu posso ir amanhã, outro dia ou até mesmo adiar essa missa para o dia santo. O ponto, diz ela, é sofrer a ruptura, não indo para a Missa exata. Ir à Missa exata é apenas legalismo, diz, franzindo a testa.

Mas há a regra. Foi para isso que eu me inscrevi quando entrei na Igreja. Eu concordei que ela sabia melhor do que eu o que estava fazendo, e que ela me faria bem, de maneira que eu não teria escolha. Ela tem uma razão para me orientar a ir à Missa em certos dias, independentemente da minha vontade.

Empurro a voz para fora da porta, de preferência para aquela tempestade que mencionei anteriormente, e dirijo-me para o carro.

Se alguém pode encontrar o momento em que as coisas ficam mais calaras em um estúdio de ioga, depois de ter se arrastado lá, eu sei que vou encontrar o momento em que eu me arrasto para a Missa. Com a Igreja, primeiro é obediência, depois bênçãos. Siga a regra e as coisas ficarão mais claras.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

DIA DOS NAMORADOS: DIA DE ESPERANÇA

São constantes as abordagens relacionadas com os jovens, o namoro, a constituição de família e as famílias. Na sociedade portuguesa, e segundo dados do Prodata, três em cada quatro casamentos não sobrevivem. Há menos casamentos, mais divórcios, menos filhos. Sensivelmente, metade dos que nascem nascem fora do matrimónio. E, pasme-se!, aumenta o número de filhos de pais incógnitos. Alguém escrevia, há semanas, num dos grandes jornais da nossa praça: “Não é por acaso que toda a gente repreende com o olhar o choro de um bebé. Já o ladrar canídeo não parece incomodar ninguém”.
Há dias, diz o nosso povo, em que melhor seria não ter saído de casa. Saltita-me a ideia de que eu, hoje, também não deveria escrever, muito menos escrever tanto, mexendo em feridas. Parece-me que vou ser pessimista e deselegante em clima do dia dos namorados, mas picar-me-ia por dentro se calasse o que entendo dever dizer, com esperança e confiança nos jovens que entendem a importância do namoro e da preparação para o matrimónio. Serei perdoado, com certeza, pois é por respeito a eles e à família que o faço. Acho, pelo que se constata e pela dor de quem nos bate à porta, que a saúde social se vai tornando problemática, sem terapia adequada e a indiferença a globalizar-se. Sem querermos julgar as causas de tais situações, por vezes muito delicadas, difíceis e não procuradas, sabemos que o sofrimento causado pela falência familiar é demasiadamente dolorosa e triste. Os filhos, sobretudo quando pequenos, para além do sofrimento que ninguém vê nem sequer imagina, são muitas vezes reféns da mãe ou do pai ou de ambos. São “coisa” a negociar. E vamos nós lá saber quanto sofrimento se esconde no coração destes esposos desavindos.
Com estas e outras palavras, tem-se dito e repetido que a quebra de laços familiares, a liberalização e banalização dos afetos, as crises económicas e sociais, o centro colocado na carreira profissional e no mercado de trabalho, a exploração laboral e quejandos, o ter de estar em todo o lado sem estar em lado nenhum, tudo, tudo faz esquecer e inverter as prioridades e os valores estruturantes da sociedade e da própria ecologia humana. Seria bom que se conjugassem todas as forças e sinergias sociais na luta pela existência de famílias saudáveis e felizes, crentes e não crentes. Qualquer Estado, mesmo que laico, dever-se-ia chegar mais à frente nesta responsabilidade de ajudar a formar os jovens para a constituição de uma família, fundamento da sociedade. Formação que vai para além da educação sexual nas escolas e do saberem como é que hão de fazer sexo seguro. Para lá do ensino, haveria de cuidar-se também da educação integral dos jovens para saberem viver e conviver em sociedade, com maneiras e modos que edificassem e não levassem as pessoas a ter medo de viver numa sociedade a escangalhar-se e a fazer sofrer pelos cantos e esquinas. Tanta exigência e preparação para isto, para aquilo e para aqueloutro, e bem. Até para se usar uma maquineta agrícola de pouca monta e se deitar ervecida na borda do caminho é preciso um curso de não sei quantas horas… Não me parece muito curial que nenhuma preparação se aponte para aquilo que humaniza e enriquece a vida e a sociedade: A FAMÍLIA. Não se trata duma questão religiosa, trata-se, sim, duma questão verdadeiramente humana e social, de interesse público e global, que afeta a todos. É-se mais exigente na constituição de um qualquer clube de bairro ou empresa, bem como nas burocracias para ultimar as suas falências, do que para a constituição de uma família ou o desquitar-se da mesma. Qualquer falência, mesmo que sempre olhada com respeito, deveria ser exceção e não a regra.
No Sínodo sobre a família apontaram-se várias realidades a ter em conta e de que faço eco. Afirmou-se que as novas gerações são as mais afetadas pela degradação do humano, da autorreferência do indivíduo, da afirmação de um individualismo exasperado que desnatura os laços familiares. E mesmo que a maior parte dos jovens, porque responsáveis, bons e generosos, continuem a afirmar que gostariam de constituir uma família estável, eles “crescem na lógica do individualismo, do pragmático e do narcisismo que desperta neles mundos imaginários especiais de liberdade e de igualdade”. Tudo isto os leva a fugir dos compromissos definitivos. A par, e tocados pelas ideologias que desvalorizam o matrimónio e a família, a muitos jovens não lhes passa despercebida a experiência do fracasso de outros casais. Muitos deles assistiram ou assistem, com apreensão e estranheza, ao fracasso do casamento dos próprios avós, pais, irmãos, educadores, professores, governantes, amigos, alguns deles os seus heróis. É verdade também que alguns terão o matrimónio como algo demasiado grande e sagrado a que têm receio de não corresponder. Outros haverá, porém, que, por causa de leis anti família, não queiram casar porque, se casarem, vão perder vantagens económicas que, se apenas conviverem, essas vantagens permanecem, como permanece a liberdade e a autonomia que também não querem deixar. Por um outro lado, existe também, não raro, uma visão meramente emotiva e romântica do amor e reação a tudo quanto é institucional e burocrático. A própria extensão do termo família e do termo casamento a toda a sorte de realidade social não ajuda muito e a confusão é grande. Também por isso, muitos olham para a família de forma redutora e alguns acabam por fazer uma escolha “à la carte”, relativizada e privatizada, mas reivindicando os mesmos direitos. Ao Estado, qual pai bonacheirão ou pau-mandado, fica-lhe apenas o ónus de garantir as reivindicações destas escolhas pessoais, mesmo não sendo fundadas sobre um bem objetivo de alcance comum, mas sobre desejos individuais e aspirações afetivas. Tudo se justifica, ideologicamente, pelo princípio da não discriminação e da tolerância.
Jean Laffitte, um estudioso francês diz que “Muitas vezes, pessoas vivem juntas e pensam preparar-se assim para um casamento ulterior. Enganam-se, tanto mais que se sabe que há uma maior proporção de divórcios entre as pessoas que viveram juntas que entre aquelas que não coabitaram antes do casamento, numa proporção enorme”. E no meio de todas estas experiências, mesmo quando não se chega ao casamento e a união se desfaz, a mulher é sempre a mais prejudicada e a que mais sofre, toda a gente sabe disso.
Saudações amigas para todos os namorados e namoradas com os votos de que tenham a coragem de marcar a diferença procurando fazer do namoro um verdadeiro tempo que os possa ajudar a descobrir “a beleza da família e do matrimónio, a grandeza desta realidade humana, tão simples e ao mesmo tempo tão rica, feita de alegrias e esperanças, de fadigas e sofrimentos, como o é toda a vida”. O que parece, de momento, mais fácil e agradável, nem sempre será, por certo, o melhor nem o mais útil.
D. Antonino Dias Bispo de Portalegre Castelo Branco
10-02-2017

Tempo de ficar calado




Todas as experiências de Deus nos arrebatam, interpelam e desinstalam. Umas são mais previsíveis e agradáveis, outras mais imprevistas e que mexem diretamente com o nosso íntimo. Estas últimas, inesperadas como um relâmpago e com a força capaz de abalar qualquer estrutura, levam-nos a questionar "onde está Deus quando preciso dele?".

Ao aderir a uma proposta de felicidade e de vida eterna, é para mim impensável pensar em dor e sofrimento, em tormenta e provação. "Sim Senhor, eu creio em Ti, mas isto, a mim, não!"

Como é boa uma experiência alegre deste Deus próximo que me convida ao seu amor... mas quão dura é a experiência de participar na Cruz de Cristo.

Desinstalaste-me e quiseste que confiasse em Ti... mas não fui capaz. Ou não quis. Recusei a tua paz e quis viver num grito interior que invadia o meu ser e ameaçava ecoar na vida dos outros. Então deparei-me com a experiência da morte. A morte que chegou sem avisar, sem eu a ter previsto, sem ter tempo de me preparar. A morte que me fez gritar ainda mais alto e questionar a necessidade de Te ter na minha vida.

Mas no meio de tanta dúvida, de tanto ruído e de tanta incredulidade, parei. Parei porque me fizeste parar. Calei-me porque me quiseste em silêncio. Escutei-te porque percebi que assim tinha de ser.

Fiquei calada pois, na verdade, deixei de ter o que quer que fosse para dizer. Fiquei calada pois, na verdade, o que precisava era de Te escutar. Fiquei calada pois, na verdade, não sabia o que fazer.

Procurava-Te fora sem saber que estavas em mim. Recusava-me a sofrer por não perceber que sofrias comigo.

E quando me calei, Tu falaste. Quando me calei, Tu me guiaste. Deixei a minha dúvida e mergulhei na Tua certeza. Porque foi no silêncio que Te revelaste.

Rita Santos (09-02-2017) iMissio.net


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Quantas palavras cabem no que não se diz?!




No silêncio cabe tudo. Cabem muros, cabem pobres. Cabem palavras amordaçadas que só se soltam se se souber ler o que está por detrás dos olhos.
No silêncio cabe a fé. Que tem muitos nomes e muitas caras e que, por isso mesmo, é tão bonita.
No silêncio cabe o que não se pode chorar nem rezar em voz alta. Quem se arriscar a fazê-lo, não volta a ver a luz da liberdade.
No silêncio cabe a cruz que vai de mão em mão, sem nunca poder ser vista ou adivinhada.
No silêncio cabe o grito de quem não pode dizer tudo o que lhe arrasa o coração.
No silêncio cabe a luta de quem não desiste.
Cabe o que nos conforta quando não há palavras nem gestos capazes de nos alcançar os vazios.
Cabe o mundo inteiro e tudo o que sonhámos, um dia, fazer com ele.
Não somos, mesmo assim, pessoas de silêncio. Somos barulho de quem se quer fazer ouvir. De quem se quer fazer ver. Somos gente de voz alta e quase rouca que precisa das palavras para ser feliz e para falar da Fé. Seja ela qual for.
Mas, se somos feitos de barulho...
Como é que se acredita num Deus que está calado?! Como é que se vive para uma Cruz que há-de queimar-nos a pele até à última réstia de vida?
Como é que se confia a vida a um Céu que está mudo e não devolve resposta alguma?!
Acredita-se como se acredita que o vento que passa é o vento que passa.
Confia-se como se confia que o Céu há-de salpicar a noite de estrelas.
Acredita-se como se acredita que as estrelas que brilham são as estrelas que brilham.
Confia-se como se confia nas nuvens que prometem chuva de gotas gordas.

A Fé é uma certeza que aquece os pés ao coração. Feita de silêncios e, na maioria das vezes, de muito barulho. De muitos incómodos. E ainda bem. Quem não se incomoda com o que acontece, não muda nem cresce. Quem não se inquieta, não pergunta e vive para colher as respostas alheias. Eu sei o nome da minha Fé. Que é minha e rima com o menino Jesus do presépio. A minha fé anda descalça e deixa-se ferir muitas vezes. Para depois se cicatrizar e se melhorar. A tua fé pode não ser uma fé de Deus ou do menino do presépio. Mas, se é a tua, cabe-me a mim e à minha fé, respeitar-te. Não precisamos de acreditar todos no mesmo Céu. Mas precisamos de acreditar que cada um pode acreditar (sempre) no que quiser.


Marta Arrais (08-02-2017) iMissio.net