quinta-feira, 30 de novembro de 2017

É para ti, é para mim, é para nós



A vida é a cada momento um espaço em branco. Santo Agostinho disse que ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus escreva nela. Quão ousada é esta proposta de entregarmos a nossa vida, as nossas indecisões e os nossos medos? Quão arriscada é esta proposta que Deus nos faz de entregarmos a nossa vida? Ser missionário é colocar a nossa vida à disposição de Deus. Como diz Santo Inácio de Loyola “de vós recebi; a vós, Senhor o restituo. Tudo é vosso; disponde de tudo inteiramente, segundo a vossa vontade. Dai-me o vosso amor e graça, que esta me basta”. Perdi a conta às vezes em que ouvi e senti o chamamento de felicidade de Deus e não lhe dei ouvidos. Sempre pensei que fosse para os outros, para o vizinho, para os amigos, para todos menos para mim. Sempre me pareceu algo muito complicado, muito difícil e que me ultrapassava. Até que um dia percebi que só tinha de ser a paula de sempre. Até que percebi que Deus só quer que sejamos felizes. Só temos de ser nós.

Vivemos numa sociedade em que são muitas as opiniões, muitas são as dicas e os julgamentos. E também nós muitas vezes querendo melhor para quem amamos indicamos caminhos, avisamos buracos e zangamo-nos quando não seguem o que achamos ser melhor. Esquecemo-nos que amar alguém é deixar que viva a sua vida, que caia, que se esfole, que se magoe, que sinta, que erre...que seja! Mesmo quando juramos que sabemos o melhor caminho, a melhor opção, mesmo quando. Amar alguém é deixar viver, deixar cair e deixar ser.

Assim é o amor de Deus por nós. Deus deixa-nos sempre ser, viver, cair, esfolar e caminhar por onde queiramos. Não nos cobra. Não nos ralha. Quando lhe chegamos arrependidos de joelhos esfolados Ele beija-nos a fronte, as feridas e perdoa-nos. Deus é este pai que nunca se cansa de nos amar, que nunca se cansa de esperar e, sobretudo, nunca se cansa de nos mostrar o caminho de felicidade que tem para cada um de nós. Deus nunca caminhará por nós. Deus nunca entrará senão lhe abrirmos a porta. Deus convida-nos a ser felizes. Deus convida-nos a caminhar com Ele.


Paula Ascenção       27 novembro 2017  

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Mianmar: Papa recebido em clima de festa numa visita inédita

Francisco antecipou encontro privado com Francisco comandante do Exército, general Min Aung Hlaing






(Ecclesia) – O Papa Francisco chegou ontem a Rangum, tornando-se o primeiro pontífice a visitar o Mianmar, na sua 21ª viagem internacional.

Após 8584 quilómetros e mais de 10 horas de voo, Francisco foi recebido no aeroporto internacional da capital da antiga Birmânia por um ministro-delegado do presidente, juntamente com todos os bispos da Conferência Episcopal.

Várias crianças das paróquias da cidade e dos arredores ofereceram flores ao Papa, num acolhimento em que não foram proferidos discursos.

O Papa fica alojado no paço arquiepiscopal dado que no país ainda não existe uma Nunciatura Apostólica - as relações diplomáticas com a Santa Sé só foram estabelecidas há alguns meses.

Francisco antecipou para hoje o encontro privado, inicialmente previsto para quinta-feira, com o comandante do Exército, general Min Aung Hlaing, em Rangum.

O encontro concluiu-se com o intercâmbio de dons: o Papa ofereceu uma medalha da viagem, o general, uma harpa em forma de barco e uma tigela decorada, informa o jornal do Vaticano.

A cerimónia oficial de boas-vindas está marcada para esta terça-feira, no palácio presidencial, em Nay Pyi Taw.

O Papa seguiu diretamente para a sede da arquidiocese, que fica na parte centro-oriental da cidade, num percurso de 18 quilómetros; segundo a Rádio Vaticano, no trajeto, percorrido em carro fechado, Francisco pôde acenar a milhares de pessoas reunidas em oito pontos organizados, que o receberam com bandeiras e cânticos.

No tradicional telegrama enviado ao presidente da Itália, ao deixar o país, o Papa referiu que partia como “peregrino da paz, para encorajar as pequenas mas fervorosas comunidade católicas e encontrar-se com os crentes de várias religiões”.

Ao longo do voo foram enviadas mensagens aos chefes de Estado da Croácia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro, Sérvia, Bulgária, Turquia, Geórgia, Azerbaijão, Turquemenistão, Afeganistão, Paquistão e Índia, à medida que estas nações eram sobrevoadas.

Até 2 de dezembro, Francisco é o primeiro Papa a visitar a antiga Birmânia, país de maioria budista, e o segundo no vizinho Bangladesh, de maioria muçulmana.

Os dois países estão no centro de uma crise humana por causa da fuga da minoria rohingya.

Neste regresso à Ásia, quase três anos depois, o Papa vai percorrer mais de 17 mil quilómetros, numa agenda que inclui encontros com a Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, chefe do Governo; responsáveis políticos, líderes católicos e com o Conselho Supremo dos Monges Budistas de Mianmar.

No Bangladesh, o Papa Francisco vai visitar o memorial nacional aos mártires de Savar, falando a autoridades políticas e religiosas.

Um "pequeno grupo" de refugiados rohingya vai estar presente num encontro inter-religioso pela paz na capital de Bangladesh, Daca, na tarde de 1 de dezembro, adiantou o porta-voz do Vaticano.

O programa inclui um momento inter-religioso de oração pela paz.

OC

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Festa do Acolhimento das crianças do 1º ano


Mais um ano de catequese… uns que vão... outros que ficam... e outros que são recebidos pela primeira vez......
Foi no domingo, dia 26 de Novembro do corrente ano, na Santa Missa das 12h00, que a Comunidade Paroquial acolheu as crianças que iniciam agora o seu percurso Catequético.
A celebração da Eucaristia, foi presidida pelo Pároco, Padre Fernando Farinha.

A celebração simples mas repleta de simbolismo, teve a participação de todos. Os catequizandos de “palmo e meio” foram conduzidos aos seus lugares pelas suas catequistas, que de forma comprometida, quiseram ajudar estas crianças a dar os primeiros passos na fé, testemunhando que têm um grande amigo chamado Jesus, que vão ter o privilégio e a oportunidade de O conhecer melhor.

A Comunidade Paroquial deixa uma palavra de apreço aos pais ou encarregados de educação por quererem educar e transmitir aos filhos os valores da Fé Cristã e por se responsabilizarem a testemunhar tal acontecimento. Dá as boas vindas aos menino e meninas do 1º ano de catequese, desejando que o seu caminho espiritual seja sempre vivido de forma alegre e comprometida.

Sejamos exemplo de acolhimento, de modo que todos se sintam bem na casa do Senhor, e que dentro dela cresça o sentimento e a união de uma verdadeira Comunidade – Família.






A minh'alma tem sede de vós


https://www.youtube.com/watch?v=dr5a52ac3PQ

Desejamos que nesta semana o seu coração e de seus familiares sejam visitados pelo Espírito Santo com uma doçura especial...

domingo, 26 de novembro de 2017

A Herança do Reino


https://www.youtube.com/watch?v=khJdkcWfO1Q

A exortação que Mateus lança à sua comunidade cristã (e às comunidades cristãs de todos os tempos e lugares) nas parábolas precedentes ganha, uma força impressionante à luz desta cena final. Com os dados que este Evangelho nos apresenta, fica perfeitamente evidente que “estar vigilantes e preparados” consiste, principalmente, em viver o amor e a solidariedade para com os pobres, os pequenos, os desprotegidos, os marginalizados. Em última análise, é esse o critério que decide a entrada ou a não entrada no Reino de Deus.

sábado, 25 de novembro de 2017

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo


https://www.youtube.com/watch?v=F6XLfaSW0i0


No 34º Domingo do Tempo Comum, celebramos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. As leituras deste domingo falam-nos do Reino de Deus (esse Reino de que Jesus é rei). Apresentam-no como uma realidade que Jesus semeou, que os discípulos são chamados a edificar na história (através do amor) e que terá o seu tempo definitivo no mundo que há-de vir.
A primeira leitura utiliza a imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua relação com os homens. A imagem sublinha, por um lado, a autoridade de Deus e o seu papel na condução do seu Povo pelos caminhos da história; e sublinha, por outro lado, a preocupação, o carinho, o cuidado, o amor de Deus pelo seu Povo.
O Evangelho apresenta-nos, num quadro dramático, o “rei” Jesus a interpelar os seus discípulo acerca do amor que partilharam com os irmãos, sobretudo com os pobres, os débeis, os desprotegidos. A questão é esta: o egoísmo, o fechamento em si próprio, a indiferença para com o irmão que sofre, não têm lugar no Reino de Deus. Quem insistir em conduzir a sua vida por esses critérios ficará à margem do Reino.
Na segunda leitura, Paulo lembra aos cristãos que o fim último da caminhada do crente é a participação nesse “Reino de Deus” de vida plena, para o qual Cristo nos conduz. Nesse Reino definitivo, Deus manifestar-Se-á em tudo e actuará como Senhor de todas as coisas (vers. 28).
A meta final da nossa caminhada é o Reino de Deus – isto é, uma realidade de vida plena e definitiva, de onde a doença, a tristeza, o sofrimento, a injustiça, a prepotência, a morte estarão ausentes. Convém ter sempre presente esta realidade, ao longo da nossa peregrinação pela terra… A nossa vida presente não é um drama absurdo, sem sentido e sem finalidade; é uma caminhada tranquila, confiante – ainda quando feita no sofrimento e na dor – em direcção a esse desabrochar pleno, a essa vida total que Deus nos reserva.
. Quem tem no horizonte final da sua vida o Reino de Deus, pode comprometer-se na luta pela justiça e pela paz, com a certeza de que a injustiça, a opressão, a oposição dos poderosos, a morte não podem pôr fim à vida que o anima. Ter como meta final o Reino significa libertarmo-nos do medo que nos paralisa e encontrarmos razões para um compromisso mais consequente com Deus, com o mundo e com os homens.
O amor ao irmão é, portanto, uma condição essencial para fazer parte do Reino. Nós cristãos, cidadãos do Reino, temos consciência disso e sentimo-nos responsáveis por todos os irmãos que sofrem?
Não esqueçamos, no entanto, este facto essencial: o Reino de Deus está no meio de nós; a nossa missão é fazer com que ele seja uma realidade bem viva e bem presente no nosso mundo. Depende de nós fazer com que o Reino deixe de ser uma miragem, para passar a ser uma realidade a crescer e a transformar o mundo e a vida dos homens.


extractos de http://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=1719

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

MÃE ADMIRÁVEL E FILHOS A CONDIZER


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Nem sempre os reis ou os governantes foram pessoas de bem. A história da humanidade é pródiga em exemplos desses. Em exemplos de gente que se julgou dona disto tudo e agiu como lhe deu na gana, segundo os seus humores, interesses e ambições, sem qualquer espécie de escrúpulo, sem dó nem piedade. Ainda hoje encontramos tanta gente que sofre e morre às mãos de gente desta, única e simplesmente por discordar, por ter outra cultura ou outra religião, por ser considerada coisa desprezível ou mercadoria transacionável. Basta estar atento e esticar os olhos por esse mundo além. Nesta semana, a Liturgia tornou-nos presente um desses gabirus, o terrível Antíoco IV Epifânio, rei da dinastia Selêucida, bem como o testemunho de uma família que pagou com a vida a coerência da sua fé. O rei Antíoco governou a Síria entre 175 e 164 antes de Cristo. Depois de os romanos terem derrotado o seu pai – o rei Antíoco III Magno – ele viveu 14 anos exilado em Roma, até que, com o acordo do senado romano se tornou rei, vassalo de Roma. Envolvido na sexta guerra da Síria contra o Egito, centrou, depois, a sua atenção na Judeia que quis helenizar ou romanizar. Apoderou-se da cidade de Jerusalém, saqueou-lhe os tesouros, afastou uns, exterminou outros, levantou estátuas pagãs, proibiu a cultura e os costumes judaicos, perseguiu, torturou, puniu severamente quem ousava transgredir as suas ordens. Fraca rês! Queria estabelecer, pela força, uma certa uniformidade cultural e cultual. Tudo isto, porém, não agradou aos judeus que eram ciosos da sua cultura e contra a helenização ou romanização da sua terra. Como sempre, estas prepotências degeneram em mal-estar, em revoltas e guerra. Mas também há sempre quem, nestas situações, sobressaia pelas suas atitudes de coragem, coerência e heroicidade. Foi o caso de sete irmãos que, juntamente com sua mãe, foram presos por defenderam até à morte aquilo em que acreditavam. À força de torturas, o rei da Síria, quis obrigá-los a transgredir a Lei que lhes fora dada por Moisés. No meio de toda esta violência, a mãe exortava os filhos a que permanecessem fiéis a Deus, autor do nascimento e origem de todas as coisas. E apesar de tantos aliciamentos feitos pelo rei a cada um para que cada um abandonasse a Lei, nenhum dos irmãos o fez. Também eles se animavam uns aos outros para que todos e cada um permanecessem fortes e firmes nos seus princípios e contra as pretensões do rei. Com torturas inimagináveis, um a um, foram todos, sádica e paulatinamente, mortos. Estando ainda vivo o filho mais novo, o rei, prometendo-lhe mundos e fundos, tentou convencê-lo a abandonar as tradições dos seus antepassados. Mas como o jovem não lhe desse atenção, o rei chamou a mãe para o convencer a fazer isso se queria salvar a vida. A mãe, depois de muita insistência do rei, aproximou-se e, ludibriando o tirano, falou com o filho na sua língua pátria que o rei, não a entendendo bem ou nada, se julgou contrariado e suspeitou que aquelas palavras o insultavam. E a mãe disse ao filho: “Filho, tem compaixão de mim, que te trouxe nove meses no meu seio, te amamentei durante três anos, te criei e eduquei até esta idade, provendo sempre o teu sustento. Peço-te, meu filho, olha para o Céu e para a terra, contempla tudo o que neles existe e reconhece que Deus o criou do nada, assim como a todo o género humano. Não temas este carrasco, mas sê digno dos teus irmãos e aceita a morte para que eu te possa encontrar com eles no dia da misericórdia divina”. Quando a mãe acabou de falar, o rapazinho afirmou ao rei: “Que esperais? Eu não obedeço às ordens do rei. Obedeço às determinações da Lei que foi dada aos nossos antepassados através de Moisés …”. O jovem acabou por ser morto, ainda com mais sadismo que os irmãos. Havendo valores na vida e sendo Deus a primeira prioridade, todos eles preferiram a morte em vez da negação de Deus ou a desobediência à Lei. Tanto o rei como aqueles que o rodeavam ficaram estranhados com a firmeza destes irmãos e a coragem com que enfrentavam os sofrimentos e a própria morte: os fracos a confundir os fortes!... Embora os matassem, foram eles que se sentiram vencidos e se manifestavam irritados e atormentados pelo facto de os jovens se despedirem afirmando ao rei que isto de lutar contra Deus lhe haveria de trazer sérias e terríveis consequências. Morreu em terra estrangeira, doente e triste, acabrunhado por intenso desgosto e profunda angústia (cf. 1Mac 6; 2Mac 7).
Depois dos filhos, mataram a mãe. Uma mãe que soube transmitir a fé aos seus filhos e viveu preocupada, até ao último momento, para que eles fossem fortes e firmes na fidelidade a Deus. Ao serem mortos, todos fizeram uma verdadeira profissão de fé na ressurreição dos mortos, longe de imaginarem que, um dia, o Filho de Deus, oferecendo-se no altar da cruz, haveria de ressuscitar, de consumar o mistério da redenção humana, de ser constituído por Deus princípio de uma nova humanidade cujo destino é o Reino de Deus. Um Reino onde a injustiça, a opressão, a violência, a oposição dos poderosos e a própria morte não podem pôr fim à vida que o anima. É “um reino eterno e universal: reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz”. Neste Reino, reinar é servir com amor, como Cristo Rei do Universo o fez, nos ensinou e mandou fazer.

D.Antonino Dias - Bispo de Portalegre Castelo Branco
24-11-2017

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

De Colores ; A Voz dos Pastores


https://www.youtube.com/watch?v=77fH23Eo7Bc&list=PLDK-_q-2-pvQwdEXoIvEtRyMEnHkNbif5&index=4

O Cursilho destaca-se por ser um Movimento eclesial voltado a um primeiro anúncio explícito do ideal evangélico apresentado por Jesus Cristo com o propósito de despertar novas lideranças.

domingo, 19 de novembro de 2017

Bem aventurados os que choram


https://www.youtube.com/watch?v=-RTQX7LnJ6Q&feature=push-u&attr_tag=7HARqNyG3z0VCtDf-6


Que nesta semana, possam contemplar a presença de Jesus em todas as circunstâncias, e que assim recebam todo consolo prometido por Ele.


Talentos que frutificam


https://www.youtube.com/watch?v=G7gIXvVYrjQ&feature=push-u&attr_tag=ug5mTBoC4w3Hde6G-6


Talentos que frutificam! Os talentos que temos são frutos da generosidade de Deus e a missão que cada um recebe é ser bom administrador de tudo, fazendo frutificar para o bem. Deus não nos pede aquilo que está acima de nossas forças. Pede que, sendo muitos ou poucos, que produzam seus frutos! A todos Deus oferece o maior dos talentos que é sua Graça, sua amizade. Deus nos ama! Se estamos com Ele, somos ricos! Ricos do seu amor, da sua bondade, de sua misericórdia!

sábado, 18 de novembro de 2017

IV Encontro Nacional de Leigos



Encontro Nacional deixa pistas para transformar o mundo na justiça e na paz

Viseu, 18 nov 2017 (Ecclesia) – O IV Encontro Nacional de Leigos começou hoje em Viseu com propostas dirigidas aos 600 participantes de contemplação do universo, descoberta da beleza e encontro com a esperança.

Paolo Galardi, artista e conselheiro espiritual do atelier de Teologia do Centro Aletti, em Roma, disse no IV Encontro Nacional de Leigos que esperança “não é otimismo” e não consiste em “ter sucesso”.

“Na Igreja continuamos a esperar o sucesso, os números, o fruto das nossas obras. Esperamos que as nossas associações cresçam, esperamos que o nome de Cristo seja reconhecido nos nossos ambientes de trabalho”, alertou Paolo Galardi.

“A nossa esperança não é otimismo, não consiste em viver confiando numa deusa da sorte que talvez faça girar as coisas a nosso favor”, acrescentou.

Para o artista e conselheiro espiritual do Centro Aletti o caminho das pessoas “não é só aquele de conformar-se sempre mais a Cristo, mas é também aquele de reconduzir a Cristo todas as coisas”.

“Se as nossas esperanças são tão pobres e frágeis que se perdem no caminho, é porque ainda trabalhamos para nós mesmos, e esperamos as nossas ideias”, acrescentou.

Paolo Galardi referi-se também ao conceito de beleza, afirmando que “não é um absoluto, uma perfeição ideal”.

“Quando se coloca amor numa atividade ela torna-se bela, e o fruto dessa atividade é belo.

“Numa comunidade em que haja fealdade falta o amor”, afirmou.

O sacerdote italiano lembrou que “uma pessoa é atraída pelo que é belo, não pelo que é ótimo”.

A cosmologista Marisa Cristina March propôs uma redescoberta do universo a partir do significado que Deus lhe dá.

“Nós não vivemos num universo estéril, vazio, solitário, vivemos num universo em que Deus entrou, em que Deus montou a Sua tenda connosco”.

Para a Cristina March, o universo “encontra o seu significado só em Deus” e cada pessoa encontra o seu “verdadeiro sentido e identidade em Deus”.

“É bom tomar tempo, em silêncio para contemplar o universo, olhar para a beleza das “montanhas, praias, estrelas e galáxias, ponderar a sua história”, sublinhou.

“Deus é distinto da Sua Criação, mas entrou nela e tomou a natureza humana. Há uma profunda conexão entre Deus, nós mesmos e a Criação. Nós não vivemos num universo fútil, sem sentido, mas vivemos num universo que é rico de expetativa, rico de esperança”, insistiu a conferencista.

O IV Encontro Nacional de Leigos decorreu em
 Viseu durante este sábado em torno do tema “Este é o tempo”.
PR

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo


https://www.youtube.com/watch?v=do7y5zk44gY

No 34º Domingo do Tempo Comum, celebramos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. As leituras deste domingo falam-nos do Reino de Deus (esse Reino de que Jesus é rei). Apresentam-no como uma realidade que Jesus semeou, que os discípulos são chamados a edificar na história (através do amor) e que terá o seu tempo definitivo no mundo que há-de vir.
A primeira leitura utiliza a imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua relação com os homens. A imagem sublinha, por um lado, a autoridade de Deus e o seu papel na condução do seu Povo pelos caminhos da história; e sublinha, por outro lado, a preocupação, o carinho, o cuidado, o amor de Deus pelo seu Povo.
O Evangelho apresenta-nos, num quadro dramático, o “rei” Jesus a interpelar os seus discípulo acerca do amor que partilharam com os irmãos, sobretudo com os pobres, os débeis, os desprotegidos. A questão é esta: o egoísmo, o fechamento em si próprio, a indiferença para com o irmão que sofre, não têm lugar no Reino de Deus. Quem insistir em conduzir a sua vida por esses critérios ficará à margem do Reino.
Na segunda leitura, Paulo lembra aos cristãos que o fim último da caminhada do crente é a participação nesse “Reino de Deus” de vida plena, para o qual Cristo nos conduz. Nesse Reino definitivo, Deus manifestar-Se-á em tudo e actuará como Senhor de todas as coisas (vers. 28).

Descobrir que o Reino da vida definitiva é a nossa meta final significa eliminar definitivamente o medo que nos impede de actuar e de assumir um papel de protagonismo na construção de um mundo novo. Quem tem no horizonte final da sua vida o Reino de Deus, pode comprometer-se na luta pela justiça e pela paz, com a certeza de que a injustiça, a opressão, a oposição dos poderosos, a morte não podem pôr fim à vida que o anima. Ter como meta final o Reino significa libertarmo-nos do medo que nos paralisa e encontrarmos razões para um compromisso mais consequente com Deus, com o mundo e com os homens.

O amor ao irmão é, portanto, uma condição essencial para fazer parte do Reino. Nós cristãos, cidadãos do Reino, temos consciência disso e sentimo-nos responsáveis por todos os irmãos que sofrem? Os que não têm trabalho, nem pão, nem casa, podem contar com a nossa solidariedade activa?

Depois dos telemóveis, o Papa pede fim de conversas e bisbilhotice durante a Missa


https://www.youtube.com/watch?v=k47eLzKR5hk



Pensar na morte


https://www.youtube.com/watch?v=FYbwe-LKNLw

Na missa matutina celebrada, nesta sexta-feira (17/11), na capela da Casa Santa Marta, o Papa refletiu sobre o fim do mundo e também sobre o fim de cada um de nós. Segundo o Pontífice, pensar na morte faz bem, pois será o encontro com o Senhor.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

NEM SE NEM MAS NEM TALVEZ


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Ao terminar o Jubileu da Misericórdia, Francisco quis oferecer à Igreja o Dia Mundial dos Pobres: todos os anos no penúltimo Domingo do Ano Litúrgico. Com esta iniciativa, pretende-se “estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro”. Mas o convite é “é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade”. E pedindo que “não pensemos nos pobres apenas como destinatários duma boa obra de voluntariado, que se pratica uma vez por semana, ou, menos ainda, de gestos improvisados de boa vontade para pôr a consciência em paz”, ele desafia-nos “a estender a mão aos pobres, a encontrá-los, fixá-los nos olhos, abraçá-los, para lhes fazer sentir o calor do amor que rompe o círculo da solidão. A sua mão estendida para nós é também um convite a sairmos das nossas certezas e comodidades e a reconhecermos o valor que a pobreza encerra em si mesma”.
Hoje, há grande dificuldade em identificar a pobreza. Mas ela “interpela-nos todos os dias com os seus inúmeros rostos marcados pelo sofrimento, pela marginalização, pela opressão, pela violência, pelas torturas e a prisão, pela guerra, pela privação da liberdade e da dignidade, pela ignorância e pelo analfabetismo, pela emergência sanitária e pela falta de trabalho, pelo tráfico de pessoas e pela escravidão, pelo exílio e a miséria, pela migração forçada. A pobreza tem o rosto de mulheres, homens e crianças explorados para vis interesses, espezinhados pelas lógicas perversas do poder e do dinheiro”.
Sendo a opção pelos pobres uma exigência evangélica, são “benditas as mãos que se abrem para acolher os pobres e socorrê-los: são mãos que levam esperança. Benditas as mãos que superam toda a barreira de cultura, religião e nacionalidade, derramando óleo de consolação nas chagas da humanidade. Benditas as mãos que se abrem sem pedir nada em troca, sem «se» nem «mas», nem «talvez»: são mãos que fazem descer sobre os irmãos a bênção de Deus”.
Convidando o leitor a ler a Mensagem do Santo Padre para a celebração deste primeiro Dia Mundial dos Pobres, deixo-o com um texto de São Vicente de Paulo que nos aparece na Liturgia das Horas. Diz ele: “A nossa atitude para com os pobres não se deve regular pela sua aparência externa nem sequer pelas suas qualidades interiores. Devemos considera-los, antes de mais, à luz da fé. O Filho de Deus quis ser pobre e ser representado pelos pobres. Na sua paixão, quase perdeu o aspeto de homem; apareceu como um louco para os gentios e um escândalo para os judeus. Todavia apresentou-Se a estes como evangelizador dos pobres: Enviou-Me para evangelizar os pobres. Também nós devemos ter os mesmos sentimentos de Cristo e imitar o que Ele fez: cuidar dos pobres, consola-los, socorrê-los e recomendá-los. Cristo quis nascer pobre, chamar para sua companhia discípulos pobres, servir os pobres e identificar-se com os pobres, a ponto de dizer que o bem ou o mal feito a eles o tomaria como feito a Si mesmo. Deus ama os pobres, e por conseguinte amam também aqueles que os amam. Na verdade, quando alguém tem especial afeto a uma pessoa, estende também este afeto aos seus amigos e servos. Por isso, temos razão para esperar quer, por causa do nosso amor dos pobres, também nós seremos amados por Deus.
Quando os visitamos, procuremos compreender a sua pobreza e infelicidade para sofrer com eles e ter os sentimentos de que fala o Apóstolo, quando diz: Fiz-me tudo para todos. Esforcemo-nos por sentir profundamente as preocupações e misérias dos nossos semelhantes; peçamos a Deus que nos dê o espírito de misericórdia e compaixão e que conserve sempre em nossos corações estes sentimentos.
O serviço dos pobres deve ser preferido a todos os ouros e deve ser prestado sem demora. Se durante o tempo de oração, tiverdes de levar um medicamento ou qualquer auxílio a um pobre, ide tranquilamente, oferecendo a Deus essa boa obra como prolongamento da oração. E não tenhais nenhum escrúpulo ou remorso de consciência se, para prestar serviço aos pobres, tivestes de deixar a oração. De facto, não se trata de deixar a Deus, se é por amor de Deus que deixamos a oração: servir um pobre é também servir a Deus.
A caridade é a máxima norma, e tudo deve tender para ela; é uma grande senhora: devemos cumprir o que ela manda. Renovemos, portanto, o nosso espírito de serviço aos pobres, principalmente para com os mais abandonados. Esses hão de ser os nossos senhores e protetores”.

D, Antonino Dias - Bispo de Portalegre Castelo Branco
17-11-2017

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade


https://www.youtube.com/watch?v=rPO8dtuGIzM&list=PLDK-_q-2-pvQwdEXoIvEtRyMEnHkNbif5&index=3


O Cursilho destaca-se por ser um Movimento eclesial voltado a um primeiro anúncio explícito do ideal evangélico apresentado por Jesus Cristo com o propósito de despertar novas lideranças.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Inauguração da sede da conferência episcopal portuguesa



Quinta do Bom Pastor, em Benfica, acolhe serviços centrais do episcopado católico

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) inaugurou hoje as novas instalações dos serviços ligados ao episcopado católico, em Lisboa, onde encerrou a Assembleia Plenária de outono.


https://www.youtube.com/watch?v=YIFMyMM_ykI#action=share


Função de Dom Francisco Senra nos Cursilhos


https://www.youtube.com/watch?v=460Da3ZcbhQ&list=PLDK-_q-2-pvQwdEXoIvEtRyMEnHkNbif5&index=2


No programa De Colores, cada semana, Dom Francisco Senra, entrevistado pelo Padre Ricardo Lameira, vem  apresentar- nos o Cursilho de Cristandade. O Cursilho destaca-se por ser um Movimento eclesial voltado a um primeiro anúncio explícito do ideal evangélico apresentado por Jesus Cristo com o propósito de despertar novas lideranças.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

A riscar na Fé: Não voltes atrás



Foto de Paróquia Santa Clara - Coimbra.


A riscar na Fé: Não voltes atrás

Se os portais do meu coração
Estiverem sempre fechados,
Rebenta-os e entra na minha alma,
Senhor, não voltes para trás.

Se um dia destes as cordas da minha harpa
Não ressoarem com o teu nome,
Na tua espera digna de piedade,
Senhor, não voltes para trás.

Se quando me chamares
A sonolência do meu sono não passar,
Bate-me e acorda-me com o teu trovão,
Senhor, não voltes para trás.

Se um dia destes no teu trono
Eu colocar alguém sem pensamentos,
Meu eterno Rei,
Não voltes para trás!

Fonte:
http://www.imissio.net/artigos/53/717/a-riscar-na-fe-nao-voltes-atras/

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

CEP: Os incêndios e a seca obrigam a rever a «relação com o meio ambiente» - D. Manuel Clemente

Nomeações episcopais, família e jovens na agenda dos trabalhos da Assembleia Plenária do episcopado, que hoje iniciou.


https://www.youtube.com/watch?v=LTUi0wBom1U#action=share


Fátima, 13 nov 2017 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa afirmou hoje no discurso de abertura da Assembleia Plenária que os incêndios e a seca exigem uma nova “relação com a natureza” e apresentou a agenda de trabalhos do episcopado.

“Dadas as graves e gravosas circunstâncias que afetaram e afetam o nosso país, entre os incêndios e a seca, com tantas perdas de vidas e danos materiais de toda a ordem, temos de rever profundamente a nossa relação com o meio ambiente”, afirmou D. Manuel Clemente.

“É tempo de nos sentirmos parte consciente e responsável duma criação que há de ser tomada como um todo e assim mesmo respeitada nos seus ritmos e sinais”, afirmou o cardeal-patriarca de Lisboa na abertura dos trabalhos da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que decorre até ao dia 16.

D. Manuel Clemente defendeu a concretização de uma “ecologia integral”, “a que o Papa Francisco dedicou a encíclica Laudato si’, de imprescindível receção teórica e prática”, que só acontece mediante a capacidade de “respeitar a natureza, proteger a vida e atender aos pobres”.

O presidente da CEP referiu-se aos recentes incêndios em Portugal afirmando que “reforçaram tragicamente” o apelo deixado pelo episcopado numa Nota Pastoral do dia 27 de abril deste ano, onde se diz que a natureza é mais do que “uma simples fonte de utilidade e rendimento económico”.

O cardeal-patriarca de Lisboa disse depois em relação à “proteção da vida humana”, da conceção à morte natural, que o “caminho é claro e obrigatório” e saudou “quantos dão o seu melhor para defender e promover a vida em todas as suas fases”, lembrando o documento da CEP sobre a eutanásia, de 8 de março de 2016.

No discurso de abertura da Assembleia Plenária da CEP, D. Manuel Clemente referiu-se também ao Dia Mundial dos Pobres, promovido por iniciativa do Papa Francisco a 19 de novembro, pedindo que seja acolhido “ativamente” nas “comunidades e na sociedade em geral”.

Ao iniciar os trabalhos da reunião magna do episcopado português, o presidente da CEP lembrou os bispos falecidos recentemente, D. Manuel Martins e D. António Francisco dos Santos, afirmando que “ambos deixam uma saudade preenchida pelo grande exemplo de amor à Igreja e de atenção a todos”.

D. Manuel Clemente desejou a D. José Traquina, escolhido pelo Papa para bispo de Santarém, as “maiores felicidades no seu novo trabalho” e disse que aguarda “serenamente” as nomeações episcopais para as outras dioceses de Portugal.

“Serenamente esperamos as nomeações episcopais que o Papa Francisco irá fazendo a seu tempo para outras Dioceses, por motivos de idade ou de saúde dos seus atuais prelados”, afirmou.

O presidente da CEP disse também que a assembleia do episcopado vai analisar a formação em curso nos seminários, as orientações relativas à preparação para o matrimónio, “à luz da exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia” e “preparação da próxima assembleia do Sínodo dos Bispos sobre ‘os jovens, a fé e o discernimento vocacional’”.

“Ontem como hoje, nomeadamente quanto à família e à juventude, as propostas evangélicas mantêm plena verdade e requerem igual decisão”, concluiu D. Manuel Clemente.

A Assembleia Plenária da CEP termina no dia 16, em Lisboa, com a inauguração das novas instalações da Conferência Episcopal Portuguesa.

PR

Deixa aos cuidados do Senhor o teu destino


https://www.youtube.com/watch?v=ga3kSWSD-lo


Desejamos que esta mensagem leve até vós o amor do Nosso Deus que nos ensina a esperar n'Ele quando os tempos são difíceis...

domingo, 12 de novembro de 2017

sábado, 11 de novembro de 2017

«A Sabedoria faz-se encontrar aos que a procuram»



«A Sabedoria faz-se encontrar aos que a procuram»

Do Livro da Sabedoria (Sab 6, 12-16):

"A Sabedoria é luminosa e o seu brilho é inalterável; deixa-se ver facilmente àqueles que a amam e faz-se encontrar aos que a procuram. Antecipa-se e dá-se a conhecer aos que a desejam. Quem a busca desde a aurora não se fatigará, porque há de encontrá-la já sentada à sua porta. Meditar sobre ela é prudência consumada e quem lhe consagra as vigílias depressa ficará sem cuidados. Procura por toda a parte os que são dignos dela: aparece-lhes nos caminhos, cheia de benevolência, e vem ao seu encontro em todos os seus pensamentos."


Ajuda-me, Pai Santo, neste mundo e neste tempo de espera,

a não desanimar, a não perder a esperança…

Só com a Tua ajuda e proteção

serei capaz de viver esta vida como se fosse uma longa vigília,

acolhendo a Sabedoria que me procura e me conduzirá até Ti, meu Deus.

Senhor Jesus, Tu És a Luz que vem da Luz,

Ajuda-me a viver segundo a Tua humanidade,

para que, através de mim, todos aqueles,

com quem me cruzo no dia a dia,

acreditem que Tu És a Salvação e, por Ti, chegaremos ao Pai.

Que o Teu Espírito Santo me faça encontrar a Sabedoria que vem de Ti!

Dá-me a Tua Graça, Senhor,

e crescerei em maturidade.

Assim seja.


M. F.



https://www.youtube.com/watch?v=xKLn97XRERE

Lampadas acesas

https://www.youtube.com/watch?v=pgzWcSE30OQ

A liturgia do 32º Domingo do Tempo Comum convida-nos à vigilância. Recorda-nos que a segunda vinda do Senhor Jesus está no horizonte final da história humana; devemos, portanto, caminhar pela vida sempre atentos ao Senhor que vem e com o coração preparado para o acolher.
Na segunda leitura, Paulo garante aos cristãos de Tessalónica que Cristo virá de novo para concluir a história humana e para inaugurar a realidade do mundo definitivo; todo aquele que tiver aderido a Jesus e se tiver identificado com Ele irá ao encontro do Senhor e permanecerá com Ele para sempre.
O Evangelho lembra-nos que “estar preparado” para acolher o Senhor que vem significa viver dia a dia na fidelidade aos ensinamentos de Jesus e comprometidos com os valores do Reino. Com o exemplo das cinco jovens “insensatas” que não levaram azeite suficiente para manter as suas lâmpadas acesas enquanto esperavam a chegada do noivo, avisa-nos que só os valores do Evangelho nos asseguram a participação no banquete do Reino.
A primeira leitura apresenta-nos a “sabedoria”, dom gratuito e incondicional de Deus para o homem. É um caso paradigmático da forma como Deus se preocupa com a felicidade do homem e põe à disposição dos seus filhos a fonte de onde jorra a vida definitiva. Ao homem resta estar atento, vigilante e disponível para acolher, em cada instante, a vida e a salvação que Deus lhe oferece.

O que é decisivo para que o homem tenha acesso pleno aos dons de Deus é a sua disponibilidade para acolher e para aceitar esses dons… Deus coloca os seus dons à disposição do homem, de forma gratuita e incondicional; ao homem é pedido apenas que não se feche no seu egoísmo e na sua auto-suficiência, mas abra o seu coração à graça que Deus lhe oferece.

A certeza da ressurreição garante-nos que Deus tem um projecto de salvação e de vida para cada homem; e que esse projecto está a realizar-se continuamente em nós, até à sua concretização plena, quando nos encontrarmos definitivamente com Deus.

A nossa vida presente não é, pois, um drama absurdo, sem sentido e sem finalidade; é uma caminhada tranquila, confiante – ainda quando feita no sofrimento e na dor – em direcção a esse desabrochar pleno, a essa vida total em que se revelará o Homem Novo.

“Estar preparado” não significa, contudo, ter a “alminha” limpa e sem mancha, para que, quando nos encontrarmos com o Senhor, Ele não tenha nenhuma falta não confessada a apontar-nos e nos leve para o céu… Mas significa, sobretudo, vivermos dia a dia, de forma comprometida e entusiasta, o nosso compromisso baptismal. “Estar preparado” passa por descobrirmos dia a dia os projectos de Deus para nós e para o mundo e procurar concretizá-los, com alegria e entusiasmo; “estar preparado” passa por fazermos da nossa vida, em cada instante, um dom aos irmãos, no serviço, na partilha, no amor, ao jeito de Jesus.


sexta-feira, 10 de novembro de 2017

A CONSCIÊNCIA DA MORTE APAIXONA A VIDA

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Mês de novembro, mês em que fazemos memória e rezamos pelos que nos precederam na fé e já morreram. A consciência da morte carateriza-nos como pessoas, distingue-nos dos outros seres vivos, está na origem da cultura e do progresso civilizacional. Desde os primórdios da humanidade que a morte sempre interpelou o homem e o fez pensar e agir. Na verdade, é “diante da morte que o enigma da condição humana mais se adensa” (GS18). Mas se isso é verdade, também Santo Agostinho afirmava que “não há ponto em que a fé cristã encontre mais contradição do que o da ressurreição da carne”. Nós, os cristãos, professamos a fé na ressurreição da carne. “Carne” designa aqui o homem na sua condição de fraqueza, de mortalidade. No entanto, por mais prodigiosa que seja a nossa imaginação, ficamos sempre muito aquém daquilo que gostaríamos de saber sobre tal assunto. O homem de Neandertal já sepultava os seus mortos com ritos fúnebres que os estudiosos interpretam como sendo ritos de passagem, ritos de entrada num mundo diferente do dos vivos. Ao longo dos tempos, foi-se elaborando um conjunto de crenças que apontam para um mundo para lá deste mundo seja lá como quer que tenha sido ou seja o seu entendimento. Apoiados em Cristo, o Filho de Deus, nós, os cristãos, quando falamos de ressurreição da carne, queremos dizer que, depois da morte, não haverá apenas a vida da alma imortal, mas também os nossos corpos mortais retomarão a vida. Tal como Cristo ressuscitou, também nós haveremos de ressuscitar, por Ele, pelo Seu Espírito que habita em nós. Este mistério é um elemento essencial da fé dos cristãos, é a sua fé. Como ensina São Paulo “se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. Mas se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a vossa fé” (1Cor 15, 13-14). A ressurreição dos mortos foi revelada progressivamente por Deus e impõe-se como consequência intrínseca da fé num Deus criador do homem todo, alma e corpo, num Deus que se mantém fiel à Sua aliança com Abraão e sua descendência. Ele «não é um Deus de mortos, mas de vivos» (Mc 12, 27). Já os mártires Macabeus viviam na esperança de que haveriam de ser ressuscitados por Ele (cf. 2 Mac 7, 14). Aos saduceus que não acreditavam na ressurreição, Jesus responde-lhes: «Não andareis vós enganados, ignorando as Escrituras e o poder de Deus?» (Mc 12, 24). E ligou a fé na ressurreição à Sua própria pessoa: «Eu sou a Ressurreição e a Vida» (Jo 11, 25). “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue terá a vida eterna e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia” (Jo 6, 54). Como sinal e garantia disto mesmo, Ele restituiu, na altura, a vida a alguns mortos, preanunciando assim a Sua própria ressurreição, embora de ordem diferente.

Ser testemunha de Cristo é ser «testemunha da sua ressurreição» (At 1, 22) (571), é «ter comido e bebido com Ele depois da sua ressurreição dos mortos» (At 10, 41). “Deus ressuscitou este Jesus. E nós todos somos testemunhas disso” (At 2, 32). Jesus morreu, “foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia … apareceu a Cefas e depois aos Doze. Em seguida, apareceu a mais de quinhentos irmãos, de uma só vez … Depois apareceu a Tiago e, a seguir, a todos os Apóstolos. Em último lugar, apareceu-me também a mim “ (1Cor 15, 1…). E a Tomé que não queria acreditar no testemunho dos outros discípulos, Jesus, aparecendo-lhes de novo, chamou-o e disse-lhe: “Acreditaste porque viste. Felizes os que acreditam sem terem visto” (Jo 20,29). Ora, “o que nós vimos e ouvimos, isso agora vos anunciamos para que estejais em comunhão connosco” (1Jo 1, 3).

O Catecismo da Igreja Católica que, aliás, tenho vindo a seguir (cf. nºs 988-1004), ensina-nos que, embora com a morte o corpo do homem se corrompa e destrua, Deus, na sua omnipotência, restituirá definitivamente a vida incorruptível aos nossos corpos, unindo-os às nossas almas pela virtude da ressurreição de Jesus. E todos haveremos de ressuscitar, todos: «Os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida e os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de condenação» (Jo 5, 29). Ora, Cristo ressuscitou com o seu próprio corpo: «Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo» (Lc 24, 39). Mas ressuscitou para uma vida diferente, tanto assim que Maria Madalena e os discípulos de Emaús, na manhã da ressurreição, não O reconheceram, e, outros, precisaram de provas que, aliás, Cristo Glorioso não lhes regateou. Como Jesus, e n’Ele, «todos ressuscitarão com o seu próprio corpo, com o corpo que agora têm», mas esse corpo será «transformado em corpo glorioso», em «corpo espiritual» (1 Cor 15, 44) a gozar de impassibilidade, claridade, agilidade e subtilidade. Assim como a simples semente lançada à terra só volta à vida depois de morrer, assim os mortos cujos corpos se corrompem, hão de ressuscitar incorruptíveis (cf. 1 Cor 15, 35…). E tudo acontecerá, definitivamente, no último dia» (Jo 6, 39-40…), «no fim do mundo», «ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, o próprio Senhor descerá do céu e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro» (1 Ts 4, 16). É «digna de fé esta palavra: se tivermos morrido com Cristo, também com Ele viveremos» (2 Tm 2, 11). Para os que creem em Cristo “a vida não acaba, apenas se transforma».


Antonino Dias

10-11-2017

O que é que te queima o coração?!


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Não digas nada. Fica quieto por um momento. Respira fundo. Não tenhas pressa nem medo. Não digas nada. Fica contigo o que havia para dizer. Respira fundo. Não esperes. Deixa-te ficar no meio daquilo que ainda não existe. Guarda tempo para gastar com coisa nenhuma. Guarda tempo para aprender a respirar. Não suspires. Não revires os olhos. Não ponhas rugas desnecessárias nessa cara que é janela para o que tu és. Não baixes a cabeça. Nem os olhos. Encontra o olhar de quem está perto e ousa ver o que está para lá do que pode ser visto. Não desistas ainda. Lê mais um pouco nas entrelinhas. As entrelinhas dizem tudo. Guardam segredos que ninguém quer perceber. Guardam segredos que ninguém quer guardar. Julgar é menos cansativo. Criticar dá-nos uma força que nos faz ficar por cima daquilo que não queremos enfrentar em nós. Olhar para as pessoas sem pensar nelas dá muito menos trabalho.

Não digas nada. Fica sossegado por um momento. Atravessa-te de um lado ao outro e aprecia a paisagem. Vale a pena olhar outra vez?

Não digas nada. Repara no que é teu e agradece. Apesar de tudo o que passaste, estás aqui. Apesar de todas as vezes que não conseguiste ver um palmo à frente do coração, avançaste. Apesar das vezes em que deixaste fugir, ficaste. E houve quem ficasse também. Ainda que não tivesse razões para isso. Não digas nada. Sopra os muros que não te deixam fazer caminho e deixa voar quem não te pertence. Deixa voar o que não é teu.

Não digas nada. Faz perguntas simples e não deixes as respostas para amanhã. Dá passos do teu tamanho. Dá na tua medida e deixa-a transbordar sempre que possível. Quem escolhe dar pouco, nunca conhece tudo o que a vida tem para dar.

Não digas nada. Fica quieto. Endireita as costas. Escolhe respirar o vento que sopra lá fora. Escolhe respirar coisas novas. Escolhe respirar o ar do que está para vir. Pousa as mãos nas mãos dos que são teus. Nunca os largues. Não deixes fugir o laço que está debaixo delas. Ata o coração ao que o faz arder de alegria. Ata o coração ao azul que há no Céu para que te lembres dele quando chegar a chuva e a tormenta.

Não digas nada. Não adormeças sem pedir perdão. Não partas sem dar luta. Não lutes se souberes que já é hora de dar corda ao caminho. Mas, antes de seguir em frente, não te esqueças da coragem para responder à pergunta que está lá em cima.

Levanta-te e vai. Segue na direção do que te faz arder o coração.

Marta Arrais
http://www.imissio.net/artigos/49/823/o-que-e-que-te-queima-o-coracao/

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Papa responde a «perguntas importantes» sobre a Eucaristia e quer telemóveis de fora

Francisco inicia ciclo de catequeses sobre a Missa homenageando «mártires» do domingo





(Ecclesia) - O Papa Francisco iniciou hoje um novo ciclo de reflexões no Vaticano, dedicado à Eucaristia, prometendo responder a “perguntas importantes” sobre este sacramento, que apresentou como “coração” da Igreja.

“Nas próximas catequeses gostaria de dar resposta a algumas perguntas importantes sobre a Eucaristia e a Missa, para redescobrir, ou descobrir, como através deste mistério de fé resplandece o amor de Deus”, disse aos milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para a audiência pública semanal.

A intervenção evocou o “grande número de cristãos” que ao longo de dois mil anos deram a sua vida para “defender a Eucaristia” e os que, ainda hoje, arriscam a vida para participar na Missa dominical.

Um dos casos apresentados foi o de um grupo de cristãos do norte de África, em 304, presos durante as perseguições de Diocleciano, tendo respondido ao procurador romano: “Sem o domingo não podemos viver”.

“Estes cristãos do norte de África foram mortos. Deixaram o testemunho de que se pode renunciar à vida terrena por causa da Eucaristia, porque ela nos dá a vida eterna, tornando-nos participantes da vitória de Cristo sobre a morte”, assinalou o Papa.

Francisco questionou os presentes sobre a sua participação na Missa, lamentando que nas celebrações da Praça de São Pedro seja possível ver telemóveis levantados, “não só de fiéis, mas de alguns padres e também bispos”.

“A Missa não é um espetáculo: é ir ao encontro da Paixão e da Ressurreição do Senhor. Por este motivo é que o sacerdote diz «corações ao alto». O que é que isso quer dizer? Lembrem-se: nada de telemóveis”, advertiu.

O Papa convidou todos a regressar aos “fundamentos”, ao que é essencial na celebração dos Sacramentos, sublinhando a importância da renovação litúrgica levada a cabo no Concílio Vaticano II (1962-1965) e da formação dos católicos.

"Já viram como as crianças fazem o sinal da cruz? Não sabemos o que estão a fazer, se é o sinal da cruz ou um desenho. Precisamos de ensiná-las a benzer-se bem. Assim começa a Missa, assim começa a vida, assim começa o dia", exemplificou.

A intervenção recordou a memória litúrgica dos Santos Mártires, cujas relíquias estão guardadas na Basílica de São Pedro, recordando “os muitos cristãos perseguidos” na atualidade.

Francisco deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, desejando-vos que cresçam “no amor e na adoração da Eucaristia”.

“Que este Sacramento possa continuar a plasmar as vossas comunidades na caridade e na comunhão, segundo o coração do Pai. De bom grado vos abençoo a vós e aos vossos entes queridos!”, concluiu.

OC   ( Agencia Ecclesia)

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Benção das mochilas




A celebração na Paróquia de Arronches deste domingo (5) foi especial, houve a benção das mochilas, cadernos, dossier e demais materiais escolares dos estudantes.

 Na presença dos estudantes, pais e demais fiéis, o Padre Fernando Farinha abençoou os estudantes presentes e suas mochilas, encaminhados para mais um ano letivo repleto da graça de Deus para os ajudar no caminho de fé e no processo de aprendizagem.

A Missa de Benção das Mochilas marca o início do ano letivo, é uma celebração que já acontece em algumas paróquias, uma iniciativa que partiu do Papa Bento XVI e tem como objetivo proporcionar um encontro entre Igreja, família e escola, onde as crianças passam a maior parte do tempo durante o ano.


Oração do Estudante

Mestre e fonte de todos os dons!
Eu te agradeço pela oportunidade de poder estudar!
Estudar é uma dádiva,uma arte,uma trajetória de enriquecimento cultural e de constantes desafios,que exigem dedicação e esforço.
Sou um estudante feliz em busca de novos conhecimentos,disposto a desenvolver meus talentos,seguir uma vocação e percorrer o glorioso caminho da aprendizagem e realização.
Senhor inspira – me na concentração dos estudos e na frequência ás aulas.
Dá – me sabedoria e prudência no decorrer dos exames.
Abençoa meus professores e todos os estudantes.
Conduza – me pelo caminho do bem,para prosperar nos meus sonhos e construir um futuro melhor.

Amém!





 










RETIRO DE FAMILIAS


Estão abertas as inscrições para o Retiro de Famílias organizado pela Pastoral Familiar, dia 26/11/2017 na Casa Diocesana de Mem Soares.
Limitado a 70 adultos. Atividades para crianças e jovens.

Foto de Pastoral Familiar Portalegre - Castelo Branco.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Como saber o que Deus quer para mim?



Como escolher a postura correta? Como saber o que de verdade me convém? Não vou me equivocar e errar o caminho?


Não sei bem como lidar com a incerteza na minha própria vida. Como fazer para não temer diante do futuro incerto? Tenho medo de enfrentar o que eu não controlo. Não ser dono dos tempos. Nem do resultado de minhas apostas na vida.

Assusto-me ao ver que a paz e a guerra não dependem do desejo de meu coração. Não quero ser tomado pela raiva quando eu vislumbrar caminhos que não desejo. Nem que o medo me impeça de avançar quando tudo parecer difícil e incerto.

Não quero que o fim justifique os meios que eu emprego para alcançá-lo. Mesmo que o fim seja bom, às vezes os meios podem não ser tão bons quanto. Não quero me ofuscar por possuir o que desejo. Não quero que os sonhos e ideais que se apoderam de mim cheguem a tomar conta da minha alma. Não quero me confundir e pensar que o que eu consigo fazer é tudo o que eu posso e nada mais.

Não sei bem o que fazer quando as posições opostas se enfrentam sem um aparente caminho de saída. Tudo é escuro ao meu redor. Às vezes, há muita luz, muita esperança.

É verdade que eu não sei o que vai acontecer amanhã. Nem nos dias seguintes. Não sei bem qual é o desejo de Deus para a minha vida. Nem conheço seu desejo mais íntimo. Ele pronuncia esse desejo dentro de mim. Mas eu não ou ouço. Talvez o barulho do mundo me perturbe.

Seguindo os passos de São Ignácio, eu lia: “Busque a vontade de Deus. Uma proposta imensa e difícil. Você nunca se perguntou o que Deus quer de você? Nunca discutiu com alguém, enchendo-se de incerteza? Na vida, é conveniente buscar a vontade de Deus” [1].

Buscar o desejo de Deus quando tudo está cheio de dúvidas e medos. Buscar a vontade Dele quando eu pretendo seguir meus desejos sozinho. Buscar a vontade de Deus quando não controlo meus passos no meio da noite.

Como escolher o posicionamento correto? Como saber o que de verdade me convém? Não vou me equivocar e errar o caminho?E se eu fracassar em minhas opções de vida e perder amigos e entes queridos para a vida inteira?

Às vezes, só quero ter certeza do futuro. Temo tanto a morte. Tenho tanto medo de perder o que amo. A única coisa com que eu deveria me preocupar é viver o momento. Amar sem barreiras. Sonhar mais alto, com o bom, com o nobre, com o belo.

Mas, neste mundo inquieto e cheio de mudanças, não sei bem como fazer para escolher o posicionamento correto, o lado adequado, o lugar pacífico. Uns me dizem para seguir um caminho. Outros me mostram o caminho oposto. Nos dois, há algo de verdadeiro. Nos dois, há algo de atrativo. Nos dois, há mentiras. Não sei como escolher o meu caminho.
Como fazer para encontrar meu caminho entre tantos possíveis? Como fazer para não errar meus passos, para não deixar feridos com minhas opções de vida? Há tantas incertezas neste caminho que fico andando de um lado para o outro!

Como saber o que Deus me pede? Como saber onde ele quer que eu entregue minhas forças? Como saber quando caminho segurando suas mãos?

Jesus passou pela Terra libertando os corações. Acolheu a todos. Buscaram enquadrá-lo em uma postura, em um grupo. Quiseram fazer dele o inimigo dos que eram contra. Quiseram que ele decidisse por um lado, sua posição. Mas Jesus veio para todos ou somente para alguns?

Jesus não se deixou enganar. Não caiu no jogo dos homens. Não se alinhou a alguns, deixando os outros. Isso sempre me impressiona.

Ele poderia ter optado pelos poderosos do mundo para impor seu reino. Poderia ter escolhido os mais sábios e os conhecedores da lei. Poderia ter se protegido. Mas não fez nada disso.

Não caiu no jogo dos enganos. Queriam sua ruína. Mas ele veio para salvar a todos. Os bons e os maus. Os puros e os impuros. Os de um lado e os de outro. Os que ninguém queria e os que todos amavam. Jesus se fez carne para todos. Alma de um mundo ferido. E quis amar os que o rejeitavam.

Seu imenso coração me mostra um caminho a seguir. Jesus foi um homem livre, que amou a todos. Sua liberdade estava no amor, não no ódio. Ele não defendeu sua postura com ódio. Não recorreu à violência para fazer vencer seus pontos de vista. Aquele que usa a violência perde a razão.

Tagore dizia: “A verdade não está do lado de quem grita mais”. Ele guardou silêncio. Outros gritavam. Jesus me mostrou como eu tenho que viver. Ele quer que eu ame até a morte. Quer que eu entregue meu coração e, ao mesmo tempo, viva livre para doar-me.

Ele quer que eu deixe tudo para seguir seus passos: “Jesus os convida a deixar a casa onde vivem, a família e as terras pertencentes ao grupo familiar. Não é fácil. A casa é tudo: refúgio afetivo, lugar de trabalho, símbolo da posição social. Desfazer uma casa é uma ofensa grave para a família e uma desonra para todos. Mas, sobretudo, significa lançar-se a uma insegurança total [2].

Jesus me convida a viver a incerteza dos caminhos, sem buscar segurança. Convida-me a não me alinhar com os poderosos, a não me esconder entre os que protegem meus passos. Ele me quer livre, sem ataduras, sem cordas. Assim quero viver.
Carlos Padilla Esteban | Out 23, 2017

[1] José María Rodríguez Olaizola, Ignacio de Loyola, nunca solo

[2] José Antonio Pagola, Jesús, aproximación histórica
https://pt.aleteia.org/2017/10/23/como-saber-o-que-deus-quer-para-mim/

domingo, 5 de novembro de 2017

O Vídeo do Papa 11-2017 – Testemunhar o Evangelho na Ásia – Novembro 2017


https://www.youtube.com/watch?v=cWQ7TCwBB_s

Este mês o Papa nos pede que rezemos pela Ásia, um continente enorme onde convivem diversas religiões e onde os cristãos são uma minoria. Escutemos seu testemunho e aprendamos com sua abertura aos demais. “O que mais me impressiona da Ásia é a variedade de seus povos, herdeiros de antigas culturas, religiões e tradições. Neste continente onde a Igreja é uma minoria, o desafio é apaixonante. Devemos promover o diálogo entre religiões e culturas. O diálogo é uma parte essencial da missão da Igreja na Ásia. Peçamos pelos cristãos da Ásia, para que favoreçam o diálogo, a paz e a compreensão mútua, especialmente com aqueles que pertencem a outras religiões.”

Jornadas Nacionais de Catequistas





D. António Moiteiro, presidente da CEECDF, indicou a formação de catequistas, novos recursos para a catequese da adolescência e um itinerário para os adultos como prioridades para a catequese portuguesa.

Nas jornadas do setor, que decorrem em Fátima, o prelado abordou o tema «Linhas programáticas para a Catequese».
Perante mais de 600 catequistas vindos de todo o país o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) congratulou-se “pelo trabalho desenvolvido ao longo dos anos” nesta área da educação cristã e apresentou a Carta Pastoral da Conferencia Episcopal Portuguesa editada em maio sob o tema «Catequese: A Alegria do Encontro com Jesus Cristo».

O também bispo de Aveiro apresentou como prioridades para próximo triénio a “formação de catequistas, a catequese da adolescência e um novo percurso estruturado para a catequese de adultos”.

“Precisamos de reorganizar a catequese de acordo com o mundo que hoje necessita de Jesus. Não há muitos anos o ambiente social propiciava, de maneira mais ou menos clara e efetiva, o despertar da fé nas pessoas. Hoje a realidade pede-nos que este despertar da fé seja realizado em catequese. Sem isto nunca poderemos transmitir a fé”.





publicado por educris.pt

sábado, 4 de novembro de 2017

A coerência do compromisso com Deus


https://www.youtube.com/watch?v=CMzaTMDnzi0

A liturgia do 31º Domingo do Tempo Comum convida-nos a uma reflexão séria sobre a seriedade, a verdade e a coerência do nosso compromisso com Deus e com o Reino. De forma especial, as leituras deste domingo interpelam os animadores das comunidades cristãs acerca da verdade do seu testemunho, da pureza dos seus motivos, do seu real empenho na construção de comunidades comprometidas com os valores do Evangelho.
O Evangelho apresenta-nos o grupo dos “fariseus”. Critica violentamente a sua pretensão à posse exclusiva da verdade, a sua incoerência, o seu exibicionismo, a sua insensibilidade ao amor e à misericórdia. Mais do que informação histórica, é um convite aos crentes no sentido de não deixarem que atitudes semelhantes se introduzam na família cristã e destruam a fraternidade, fundamento da comunidade.
Na primeira leitura um “mensageiro de Jahwéh” interpela os sacerdotes de Israel. Convocados por Deus para serem “mensageiros do Senhor do universo”, para ensinar a Lei e para conduzir o Povo para Deus, eles deixaram-se dominar por interesses egoístas, negligenciaram os seus deveres, desvirtuaram a Lei. Eles são, por isso, os grandes responsáveis pelo divórcio entre Israel e o seu Deus. Jahwéh anuncia que não pode tolerar esse comportamento e que vai desautorizá-los e desmascará-los.
A segunda leitura apresenta-nos, em contraste com a primeira, o exemplo de Paulo, Silvano e Timóteo – os evangelizadores da comunidade cristã de Tessalónica. Do esforço missionário feito com amor, com humildade, com simplicidade, com gratuidade, nasceu uma comunidade viva e fervorosa, que acolheu o Evangelho como um dom de Deus, que se comprometeu com ele e que o testemunha com verdade e coerência.
. O anúncio do Evangelho tem de ser, antes de mais, um serviço de amor. É assim que nós – aqueles a quem foi confiada a missão de anunciar o Evangelho – agimos? O nosso trabalho é feito com amor e com entrega total, ou com o espírito de funcionário cansado que despacha o expediente para se ver livre de uma tarefa monótona e fastidiosa?
Convém estarmos conscientes de que não basta que a Palavra seja proclamada: é preciso que ela seja, também, escutada e acolhida. Escutar não significa apenas “ouvir com os ouvidos”, mas também acolher no coração as propostas que nos são feitas por Deus.
No processo de escuta e de acolhimento da Palavra, é preciso não esquecer que os anunciadores não são o essencial: o essencial é a Palavra de Deus. Os homens podem apresentar a Palavra de forma mais ou menos brilhante, mais ou menos sedutora, mais ou menos interpelativa; mas é preciso sabermos discernir a beleza das palavras da força da Palavra de Deus e não deixarmos que o essencial seja ofuscado pelo brilho do acessório.

http://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=1674

A Semana de Francisco


https://www.youtube.com/watch?v=0YgaMM96Y9w



Reveja os principais momentos que marcaram a semana do Papa Francisco de 29 de Outubro a 03 de Novembro.

A SANTIDADE COMO HORIZONTE DA PASTORAL


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A história da Igreja foi sempre enriquecida por homens e mulheres que souberam marcar a diferença. Viveram, com alegria e esperança, na caridade, a sua fidelidade a Cristo e à Sua Igreja. Fazendo com amor as coisas mais pequeninas do seu dia-a-dia, eles transformaram-se na imagem de Cristo que passou pelo mundo fazendo o bem. Tornaram-se pontos de referência ao longo da história e continuam a sê-lo, também hoje, nesta comunhão que nasce da fé e une todos aqueles que pertencem a Cristo em virtude do Batismo.
Em Dia de Todos os Santos, tivemos a graça de, mais uma vez, de forma mais viva e solene, recordar estes amigos de Jesus, que, por caminhos muito variados e apropriados à vocação de cada um, foram verdadeiras testemunhas da verdade do Evangelho. Com muitos deles nos cruzamos, com certeza, ao longo da nossa vida. Com eles convivemos, nos divertimos e crescemos. Eles entenderam e aceitaram a proposta de Jesus: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de Mim, vai encontrá-la. De facto, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua vida? O que pode um homem dar em troca da sua vida?” (Mt 16, 24-26).
Este aceitar a proposta de Jesus, com amor - o que não quer dizer que seja fácil ou sem sofrimento -, é o garante de que nada terminará no calvário. Haverá sempre o dia da vitória sobre a morte, o dia da ressurreição, do encontro com o Senhor que nos disse: “Eu vou preparar-vos um lugar. E quando Eu for e vos tiver preparado um lugar, voltarei e levar-vos-ei comigo, para que onde Eu estiver, vós estejais também” (Jo 14, 2-3). O Senhor a todos nos convida à santidade, santidade que não se pode reivindicar nem comprar nem obter apenas com o nosso próprio esforço ou as nossas ações. É o Espírito Santo que nos fala aos ouvidos do coração, nos anima e inspira a seguir Cristo pobre e humilde que, carregando a Sua Cruz, nos ensina a carregar a nossa cruz para um dia participarmos da sua glória: “nem os olhos viram nem os ouvidos ouviram, nem pela imaginação do homem passou o que Deus tem preparado para aqueles que O amam” (1Cor 2,9). Ora, esta vida de Cristo ressuscitado, nós a podemos viver desde já, no tempo, se formos dóceis e fiéis à graça que nos é comunicada e nos transforma, à graça do nosso Batismo: “Pelo batismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos por meio da glória do Pai, assim também nós possamos caminhar numa vida nova” (Rm 6,4). A vida cristã é, desde já, na terra, uma participação na morte e ressurreição de Cristo.
No alvorecer deste terceiro milénio, São João Paulo II, ao apontar a necessidade de redescobrir o Capítulo V da Constituição Lumen Gentium que trata da “Vocação Universal à santidade”, ele colocava como primeira prioridade de todo o caminho pastoral, precisamente a santidade: “Em primeiro lugar, não hesito em dizer que o horizonte para que deve tender todo o caminho pastoral é a santidade” (NMI 30). Colocar a programação pastoral sob o signo da santidade, significava para João Paulo II, “exprimir a convicção de que, se o Batismo faz verdadeiramente entrar na santidade de Deus, através da inserção em Cristo e da presença do seu Espírito, seria um contrassenso contentar-se com uma vida medíocre, pautada por uma ética minimalista e uma religiosidade superficial” (id.31). E toda a pedagogia da santidade que ele aponta (cf. id. 32-41), implica fomentar a arte da oração, dar particular relevo à Eucaristia Dominical e ao próprio Domingo, propor de forma persuasiva e eficaz a prática do sacramento da Reconciliação, respeitar o princípio do primado da graça, dar lugar de honra à escuta da Palavra de Deus e reacender em nós o zelo das origens, deixando-nos invadir pelo ardor da pregação apostólica que se seguiu ao Pentecostes. Devemos reviver em nós o sentimento ardente de Paulo que o levava a exclamar: “Ai de mim se não evangelizar” (1Cor 9,16).
“Santos, amigos de Deus,
E dos homens padroeiros,
Ajudai-nos a seguir
Por caminhos verdadeiros…”

D. Antonino Dias . Bispo de Portalegre Castelo Branco
03-11-2017

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Comemoração de Todos os fiéis Defuntos


https://www.youtube.com/watch?v=wQM5iQc4RdA

A Igreja, acolhendo uma tradição monástica que vem do século XI, dedica o dia 2 de Novembro à memória dos fiéis defuntos. Depois de ter celebrado a glória e a felicidade dos Santos, no dia 1 de Novembro, a Igreja dedica o dia 2 à oração de sufrágio pelos “irmãos que adormeceram na esperança da ressurreição”. Assim fica perfeita a comunhão de todos os crentes em Cristo.
Senhor, quero hoje rezar-te por aqueles que desapareceram no mistério da morte. Dá o descanso àqueles que expiam, luz aos que esperam, paz aos que anseiam pelo teu infinito amor. Descansem em paz: na paz do porto seguro, na paz da meta alcançada, na tua paz, Senhor. Vivam no teu amor aqueles que amaste, aqueles que me amaram. Não esqueças o bem que me fizeram, o bem que fizeram a outros. Esquece tudo o mal que praticaram, risca-o do teu livro. Aos que passaram pela dor, àqueles que parecem ter sido imolados por um iníquo destino, revela, com o teu rosto, os segredos da tua justiça, os mistérios do teu amor. Concede-me aquela vida interior que permite comunicar com o mundo invisível em que se encontram os nossos defuntos: esse mundo fora do tempo e do espaço, esse mundo que não é lugar, mas estado, e mundo que não está longe de mim, mas à minha volta, esse mundo que não é de mortos, mas de vivos. Ámen.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

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Celebramos hoje a Solenidade de Todos os Santos. Com esta solenidade a Igreja peregrina é convidada a contemplar a Igreja triunfante pedindo-lhe a sua intercessão e sentindo-se estimulada a imitar os seus exemplos.

Na vivência da nossa fé o termo “santo” é um dos termos que mais frequentemente escutamos, seja na invocação de Deus, seja na invocação dos Santos, seja no convite à santidade que se nos propõe.

No entanto, muitas vezes surge-nos a dúvida: mas afinal o que é ser santo? Quando falamos em santidade vem-nos logo a mente os milagres sobrenaturais que as ciências humanas não conseguem explicar, isto é, paralíticos que começam a andar, doentes em fases terminais que são curados, … Todavia a santidade não é só isto.

A Santidade é um dos principais atributos de Deus. Na verdade, Is 6, 3 e, na sua continuidade, a aclamação litúrgica do “Santo”, proclama Deus como o três vezes santo. A etimologia hebraica do termo santo (qadôsh) está relacionada com o termo separação. Dizer que Deus é três vezes santo é dizer que Deus é separado. Mas separado de quê e de quem? Não separado do mundo e do homem pecador. Mas separado de Si mesmo e dos privilégios da sua divindade ao ponto de por nós se fazer homem para que nós possamos participar da sua condição divina. “Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza.” (2 Cor 8, 9) O Deus três vezes santo é o totalmente “separado” do pecado que para “separar” o homem pecador do pecado se “separa”, por amor, de si mesmo.

É nesta linha que ressoa o grande apelo do livro do Levítico “Sede santos, porque Eu, o SENHOR, vosso Deus, sou santo” (Lv 19, 2) que é citado por 1 Pe 1, 16 e adaptado por Mt 5, 48 (“sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste”). A santidade deve ser o objectivo de todo o cristão sem excepção. Pelo nosso baptismo somos chamados a ser santos em qualquer estado de vida (LG 40).

A etimologia latina das palavras Santo e Beato referem-se respectivamente a um estado de vida sadio e feliz. E os santos não são mais que isso: são pessoas que na sua peregrinação sobre a terra viveram uma vida sadia e feliz segundo os critérios do reino e são exemplos de vida para nós. Os santos foram aqueles que descobriram e viveram a verdadeira qualidade de Vida, aquela vida em abundância de que Jesus nos falou e que, por isso, são exemplos e intercessores para nós que ainda peregrinamos na terra. Os santos viveram o grande milagre do Amor. De certa maneira podemos dizer que ser santo não é nada de que fazer tudo por Amor a Deus e aos irmãos. O Amor é o grande milagre dos Santos. É o Amor incondicional a Deus e aos irmãos, que os santos viveram, que nós devemos imitar e venerar. Ser Santos é participar na perfeição de Deus no Amor (cf. Mt 5, 49)

O apelo divino à santidade não é mais um de tantos apelos que se escutam no nosso mundo. É o apelo por excelência, é o objectivo da nossa vida. No entanto, somos conscientes que este apelo não é um apelo que se ouça e que depois se cumpre. A santidade não é uma conquista humana mas é dom de Deus que o homem está chamado a acolher e a cooperar. Necessitamos da graça de Deus e é por isso que escutamos as palavras do Apocalipse, na primeira leitura desta celebração: “São os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro”.

Como caminho concreto de felicidade e santidade, o evangelho deste dia apresenta-nos a página das Bem-aventuranças, segundo a versão de S. Mateus.

As bem-aventuranças não são ordens concretas de acções a realizar mas sim um conjunto de valores pelo qual nos devemos guiar e segundo os quais devemos agir para alcançarmos uma vida feliz. O nosso texto revela-nos qual é o caminho para atingir esta felicidade paradoxal. Felicidade paradoxal porque está muito longe das propostas de felicidade apresentadas por este mundo e que assentam na alienação do poder, do prazer e do ter.

No entanto, quantos de nós é que já não seguimos a alienação do ter, do poder e do prazer e não encontramos a verdadeira felicidade e a realização plena. Na verdade, estas alienações escravizam-nos e destroem as nossas relações connosco próprios, com o próximo e com Deus.

Assim sendo, uma vez que a sabedoria do mundo não nos conduz à felicidade deveríamos ter a audácia de experimentar o caminho de felicidade que Jesus nos apresenta nas Bem-aventuranças e que consistem na pobreza de espírito, na humildade, nas lágrimas, na fome e sede de justiça, na misericórdia, na pureza de coração, na promoção da paz, na perseguição por causa da justiça e na perseguição por causa de Jesus.

Uma pobreza de Espírito que, na linha dos pobres do Senhor, tem de ser entendida como a dependência total de Deus e não como a pobreza material efectiva que em si é um mal que tem de ser combatida. Só os pobres em espírito é que se sabem entregar totalmente ao Senhor.

Uma humildade que não é humilhação mas reconhecimento da sua verdade de criatura ante Deus e de irmão ante os demais Homens.

Umas lágrimas que nascem da compaixão com aqueles com mais sofrem e são o desejo dos novos céus e da nova terra. Na verdade, só Deus é que pode compreender toda a dor humana e consolá-la.

Uma fome e uma sede de Justiça que é inconformidade e luta contra a corrente numa sociedade onde ricos cada vez são mais ricos e os pobres cada vez mais pobres devido as grandes injustiças que se cometem.

Uma misericórdia que é a continuação da acção de Deus para com o Homem: amor, compaixão, perdão, compreensão, ajuda…

Uma pureza de coração que se traduz numa pureza de olhar, de desejos, de pensamentos, de palavras e de actos. Uma pureza de coração que é limpidez que nos permite ver Deus nos outros.

Uma promoção da paz que é o anseio de toda a humanidade mas em que em vez de se aproximar afasta-se. Afasta-se porque todos querem a paz, a sua paz, mas para a conseguir utilizam a violência para com os outros e tantas vezes para consigo mesmos. Se queremos ser antecipadores do Reino temos de ser homens e mulheres de paz.

Uma perseguição por causa da justiça e do nome de Jesus porque quem defende apaixonadamente o Amor fiel aos outros e a Deus, não pode seguir um caminho diferente do de Jesus de Nazaré que foi o caminho da cruz.

É assim que as bem-aventuranças se nos apresentam como caminho de santidade, caminho de separação total de mim mesmo, dos meus egoísmos para me encontrar com Deus e com os irmãos. A santidade é o grande dom e desafio que se nos coloca. Deixemo-nos estimular pelo nosso Deus três vezes santo e pelos exemplos dos nossos irmãos que já fazem parte da Igreja triunfante que hoje celebramos e, acolhendo o dom da Graça, realizemos o apelo: “Sede santos, porque Eu, o SENHOR, vosso Deus, sou santo”.

P. Nuno Ventura Martins

Missionário Passionista