sexta-feira, 4 de maio de 2018

QUE A MÃE PROTEJA TODAS AS MÃES


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Em Dia da Mãe, lembramos todas as mães da terra, aquelas que já partiram e aquelas que ainda correm em direção à meta. Damos graças a Deus por elas e por elas rezamos, confiando-as à proteção da Mãe de Jesus, a Senhora de Fátima. Rezamos por todas, mas, sobretudo, por aquelas que sofrem injustamente, que vivem sem qualidade de vida, sem amor, sem alegria, sem esperança, sem pão nem paz e são vítimas de violências sem conta.
Vamos viver, neste mês de maio, a Semana da Vida. A vida tem uma referência social associada ao amor e à responsabilidade. Todos temos o dever de defender a vida humana, pressuposto de todos os direitos. A vida não pode ser concebida como um objeto de uso privado que cada um pode usar ou deitar fora de acordo com os seus humores ou determinadas circunstâncias. Respeitamos a vida, recusamos a eutanásia e o suicídio assistido, pois não eliminam o sofrimento, acabam, isso sim, com a vida de quem sofre, é um retrocesso civilizacional. Também não defendemos a obstinação terapêutica, a chamada distanásia, a terapêutica desadequada e excessiva que impede que a natureza siga o seu caminho normal: é má prática médica e eticamente condenável. Defendemos a “carinhotarepia” e os cuidados paliativos, para todos, sempre melhorados em qualidade e eficácia, aqueles cuidados que intervêm ativamente no sofrimento, mitigam a dor e outros sintomas, proporcionam apoio e qualidade de vida ao doente e a seus familiares. E se não somos donos da nossa própria vida, muito menos somos donos da vida dos outros, desde a conceção à morte natural. Por motivos vários, muitas mães sentiram-se forçadas a abortar e vivem agora amarguradas e sem paz. Confiando na infinita misericórdia do Deus da Vida, que elas, de coração renovado e confiante, sejam capazes de levantar o ânimo e de voltar a enfrentar a vida com alegria e esperança. Mas outros abortos são feitos conscientemente e reiterados por muitas mães. Não queremos julgar ninguém, apenas queremos reafirmar que toda a vida humana tem valor e dignidade infinita, reclama acolhimento e proteção.
As crianças, porém, não têm só mãe, também têm pai. E os pais destas crianças assim descartadas, não podem passar como se nada tivesse acontecido, também são corresponsáveis, não podem lavar as mãos da sua consciência para se fazerem crer a si próprios que não têm nada a ver com isso...
Segundo a Organização Mundial de Saúde, são realizados entre 40 e 56 milhões de abortos por ano, 153.425 por dia, 6.393 por hora, 2 abortos por segundo. E segunda dados da Pordata, em Portugal, desde 2008 a 2015, sem contar os abortos clandestinos, foram praticados, voluntariamente, nos estabelecimentos de saúde, 149.725 abortos. “Uma sociedade será tanto mais moderna e avançada quanto melhor trata e cuida dos seus elementos mais vulneráveis, criando leis e normas que impeçam o mais forte de exercer o seu poder sobre o mais fraco”. Nem tudo o que é decidido e aplaudido por maiorias parlamentares tem em conta a ecologia humana e integral em prol do bem comum, muito menos pode ser ética e moralmente aceite.

ORAÇÃO PELAS MÃES

“Louvado sejas, meu Senhor, pelas Mães.
Pela Mãe de cada um de nós;
pela tua Mãe, Maria de Nazaré
que tu quiseste fosse também nossa;
por todas as Mães, ainda vivas ou já falecidas.

Porque todas as Mães são iguais perante o mistério da vida,
todas são mártires e santas,
todas colaboraram Contigo na continuação do género humano.

Louvado sejas, meu Senhor,
pelas Mães pobres e doentes;
pelas Mães sobrecarregadas pelo trabalho, no emprego e em casa;
pelas Mães doadoras de muitas vidas;
pelas Mães que não são amadas pelos seus filhos;
pelas Mães solteiras e pelas Mães que morreram ao dar à luz uma vida nova.

Louvado sejas, meu Senhor,
pela dedicação que cada um de nós recebeu de sua Mãe;
pela doação de todas as Mães a seus filhos;
e porque, no amor das Mães,
revelas o rosto materno do teu Amor a todos os homens.
Por Cristo, na unidade do Espírito Santo.” (Lopes Morgado, em “Lucas, e paz na terra”.

D. Antonino Dias   Bispo de Portalegre Castelo Branco
Proença-a-Nova, 04-05-2018.

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