Recentemente falei com uma amiga sobre a importância da presença das pessoas na nossa vida e como notamos as ausências dos que nos são próximos. Sim, disse bem: ausências dos que nos são próximos.
A distância está muitas vezes associada ao afastamento, mas conheço algumas pessoas que a distância as obriga a estreitar laços, a falar todos os dias e a querer estar presente. Estão longe fisicamente mas mais perto do que muitos.
Outros, porém, habitam as mesmas casas, partilham os mesmos espaços mas estão…ausentes. É como se vivessem noutro mundo, alheios aos que sentimos e vivemos. São filhos que entram e saem como se num hotel estivessem. É maridos e esposas que se limitam a chegar a casa e ligar televisão ou fazer tarefas. São colegas de trabalho com quem estamos e pouco ou nada sabemos, são pais e mães que deixamos de visitar porque “precisamos de descansar”. E aos poucos vamo-nos alheando uns dos outros. Vivemos no nosso mundo e estamos sempre cansados e preocupados. Como chegamos aqui? Como permitimos estas ausências? Como as justificamos? Será que já não temos saudades uns dos outros, não gostamos uns dos outros? Só sei que esta ausência de quem nos está próximo doí muito! Atrevo-me a dizer que é a que doí mais.
Recordo alguns idosos que me contavam que tinham imensos filhos, mas viviam sozinhos, completamente sós.
É assim que nos queremos sentir: SÓS!?
Se não, então temos de nos esforçar mais para não fazermos aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem a nós.
Se te tiveres de te zangar para teres mais abraços dos teus filhos, zanga-te!
Se tiveres que te zangar porque queres visitar os teus, zanga-te!
Se te tiveres de zangar para juntar a família para jantarem juntos, zanga-te!
As tuas lutas de hoje serão as conquistas de amanhã.
Pelo menos tentaste!
E tu amiga, quais as ausências que sentes falta?
Raquel Rodrigues
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