Contemplar as nuvens é uma oração diferente, permite-nos saber mais do mundo, de nós próprios e de Deus. O mundo é quase infinito, o céu é ainda maior e cada um de nós está num caminho só seu entre o nada e Deus.
As nuvens, tal como as ideias e as emoções dentro de nós, estão sempre a mudar. Mas também no nosso interior há um sol que se mantém constante e calmo, mesmo que as nuvens mais negras o tentem ocultar. Elas passarão, ele não.
O céu e o mar são nossos, teus e meus. Importa que compreendas e sintas que também és dono do céu e do mar!
Há quem se julgue rico e poderoso só porque tem muitas coisas… mas será que há alguma coisa, daquelas de que se pode ser dono, que valha mais do que o céu ou o mar?
Há um vento em mim que me faz viver, o sopro da vida que, sem cessar, me traz o ar e o leva de volta… assim é desde a primeira inspiração e será até ao último suspiro.
Uma onda é uma forma momentânea do mar, tal como cada um de nós é uma manifestação da vida eterna, uma obra-prima sempre nova a cada dia.
Há quem veja universos lindíssimos onde outros não veem senão vazios.
Sente o vento na tua face e atenta que, tal como o amor, nunca ninguém o viu, só se podendo conhecer pelo que faz.
Admira o vento e encontrarás inspiração e força para ir, assim saibas para onde.
Observa com olhar puro a areia da praia. O que outrora foram rochas duras maiores do que montanhas são agora grãos mínimos, macios e mais leves do que a nuvem mais ínfima, tudo isso foi possível graças à determinação simples e incansável do vento e do mar.
Admira o mar e corrigirás muito do que está mal na tua vida.
Fecha os olhos, entrega os teus pensamentos aos braços do vento e deixa que o teu coração se sinta embalado pela mais bela de todas as melodias: a vida.
Admira as nuvens e encontrarás muitas das respostas que procuras.
José Luís Nunes Martins
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