quinta-feira, 13 de julho de 2023

Empatia precisa-se


Querida amiga já te aconteceu, numa conversa de amigos, alguma destas situações?

    - Olá estás bem?

    - Sim.

    - Que bom, eu é que estou mal…

E lá vem o rol das lamentações

Ou então,

    - Olá estás bem?

    - Nem por isso, dormi mal.

    - Isso não é nada, eu não durmo á 2 noites, e estou cheia de dores de cabeça…

E lá vem o rol das lamentações.

Bem me parecia que conhecias esta história.

Pois é, não é que eu tenha nada contra quem conta as suas misérias, e até tenho vontade de ajudar, mas não gosto é de desvalorizarem as minhas angústias, consoante as suas próprias. Costumo chamar a isso a “conversa dos reumáticos”, com todo o respeito pela doença. Na prática, o que acontece é que quando um se começa a queixar, logo outro se queixa ainda mais.

Se alguém diz:

    -Estou ocupada, nem sei para onde me virar! (em jeito de desabafo)

Geralmente não ouço ninguém dizer:

    - A sério? Posso ajudar?

O que ouço é

    - Nem digas nada! E Eu?

E lá vem o rol das lamentações

Nem sempre estamos com paciência uns para os outros mas podíamos cultivar mais a empatia, a escuta e a valorização do que o outro sente, pensa ou acha que tem, sem o querer “atropelar” com as nossas considerações. E isto tanto vale para o mal como para o bem.

Não raras vezes alguém partilha:

    - Fui ver um concerto de alguém.

E o outro responde

    - Esse? Não canta nada, eu fui ver…e blábláblá

E lá temos de ouvir as peripécias todas do concerto que o outro assistiu sem termos possibilidade de partilhar a nossa alegria. Isto passa-se com viagens, idas a restaurantes e tantas outras coisas que são tão boas de partilhar e que nem sempre encontram o recetor certo.

Creio que não custa nada mostrar interesse, empatia e escutar o outro. Quem sabe o outro nos pergunta:

    E tu amiga, como estás?



Raquel Rodrigues

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