Querida amiga já te aconteceu, numa conversa de amigos, alguma destas situações?
- Olá estás bem?
- Sim.
- Que bom, eu é que estou mal…
E lá vem o rol das lamentações
Ou então,
- Olá estás bem?
- Nem por isso, dormi mal.
- Isso não é nada, eu não durmo á 2 noites, e estou cheia de dores de cabeça…
E lá vem o rol das lamentações.
Bem me parecia que conhecias esta história.
Pois é, não é que eu tenha nada contra quem conta as suas misérias, e até tenho vontade de ajudar, mas não gosto é de desvalorizarem as minhas angústias, consoante as suas próprias. Costumo chamar a isso a “conversa dos reumáticos”, com todo o respeito pela doença. Na prática, o que acontece é que quando um se começa a queixar, logo outro se queixa ainda mais.
Se alguém diz:
-Estou ocupada, nem sei para onde me virar! (em jeito de desabafo)
Geralmente não ouço ninguém dizer:
- A sério? Posso ajudar?
O que ouço é
- Nem digas nada! E Eu?
E lá vem o rol das lamentações
Nem sempre estamos com paciência uns para os outros mas podíamos cultivar mais a empatia, a escuta e a valorização do que o outro sente, pensa ou acha que tem, sem o querer “atropelar” com as nossas considerações. E isto tanto vale para o mal como para o bem.
Não raras vezes alguém partilha:
- Fui ver um concerto de alguém.
E o outro responde
- Esse? Não canta nada, eu fui ver…e blábláblá
E lá temos de ouvir as peripécias todas do concerto que o outro assistiu sem termos possibilidade de partilhar a nossa alegria. Isto passa-se com viagens, idas a restaurantes e tantas outras coisas que são tão boas de partilhar e que nem sempre encontram o recetor certo.
Creio que não custa nada mostrar interesse, empatia e escutar o outro. Quem sabe o outro nos pergunta:
E tu amiga, como estás?
Raquel Rodrigues
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