Os orgulhosos não têm fé senão na ilusão que fazem a respeito de si mesmos. É preciso muita humildade para aceitar como verdade aquilo que parece apenas produto da nossa imaginação, mas que sabemos, com o coração, que é a verdade.
A fé faz-nos experimentar já um pouco daquilo que esperamos, dando-nos força, não só para lutar todos os dias para a manter, mas também para alcançar aquilo para o qual nos aponta.
Não há força, por mais possante que seja, nem razão, por mais apurada que possa ser, que nos leve a vencer os mais insuportáveis desafios, senão a fé. Ela consegue o que nenhuma outra força alcança.
Animar-me é deixar que a minha alma comande a minha vida. Mais do que ter fé, importa que consigamos ser a fé que nos faz viver. Quem deixou de acreditar, já acabou. Sozinho.
A fé é o contraveneno da solidão. Quem ama nunca, nunca, nunca está só. Só a fé desfaz a sombra das dúvidas que, por vezes, nos entristecem a alma.
Só quem acredita no impossível é merecedor de o alcançar! Só quem é capaz de sofrer o que for preciso a lutar pela felicidade a merece, de facto! Que valor tem um prémio que se atinge sem qualquer sacrifício?
A fé é mais do que a esperança porque nos pede que esperemos mesmo depois de termos perdido a esperança…
Aquilo a que nós aqui chamamos AMOR, talvez no céu se chame FÉ.
Que cada caminho seja o da esperança, onde o mais profundo de cada um nos reflete mais humanos.
Que cada caminho seja o da escuta, onde os medos e a vergonha têm lugar de acolhimento e verdade.
Que cada caminho seja o do despertar, todos os dias com uma nova consciência.
Cada cada minha seja um novo amanhacer , onde nos permite ver sem véus a beleza de todas as coisas.
Que cada caminho seja o da escolha, livre e sem julgamento, onde a experiência nos transforma.
Que cada cada caminho seja o do sorrir, onde a alegria possa ser o colo da dor.
Que cada caminho seja o da coragem, onde te possas escolher vezes sem conta e correr atrás do que amas.
Que cada caminho seja o do amor, onde o sol nasce e atravessa todas as nuvens apenas para aquecer os corações de todos os que não desistem de acreditar, que escolher a fé é escolher-se a si mesmo, à vida e ao outro que é o espelho da nossa existência.
Que cada caminho seja o de viver, sorrir e amar...
Este Domingo, a nossa zona pastoral foi em Peregrinação a Fátima. Este local dá testemunho da devoção do povo de Deus, que aí acorre em grande número, para voltar fortalecido na profissão da sua fé e na prática diligente da caridade, A Mensagem de Fátima é um convite a uma escola de salvação. Foi iniciada pelo Anjo da Paz(1916) e completada por Nossa Senhora (1917) A Mensagem sublinha os seguintes pontos: _ a conversão permanente; _ a oração e nomeadamente o terço; _ o sentido da responsabilidade colectiva e a prática da reparação
Em Fátima, iniciamos a peregrinação percorrendo a Via -Sacra. A Via- Sacra representa o caminho habitualmente percorrido pelos três pastorimhos. Tem inicio na Rotunda Sul, construída em homenagem aos videntes de Fátima e termina no Calvário Húngaro. O Calvário Húngaro tem uma capela, dedicada a Santo Estevão, rei da Hungria. As catorze estações da Via-Sacra e a Capela foram oferecidos por católicos da Hungria, refugiados no Ocidente, depois da invasão soviética. Entre a oitava e a nona estação da Via- Sacra, encontra-se o local onde ocorreu a quarta aparição de Nossa Senhora , a 19 de Agosto de 1917. Uma visita obrigatória a Nossa Senhora, na Capelinha e participação na missa na Basílica da Santíssima Trindade. Regressamos com a fé renovada na esperança e na caridade.
A liturgia do 30.º Domingo do Tempo Comum exorta-nos a viver com esperança. A nossa vida não tem de ser uma experiência sombria, sem horizontes e sem perspetivas; Deus dispõe-se, a cada passo, a libertar-nos da escuridão e a conduzir-nos em direção a uma vida livre e plenamente realizada. Basta que, da nossa parte, haja disponibilidade para aceitarmos os desafios e indicações de Deus.
A primeira leitura é um convite à alegria. Para o Povo que caminha pelos vales sombrias da vida e da história, Deus é um Pai que acompanha, que ampara e que cuida. Ele não deixará ninguém para trás, nem sequer os mais débeis – o cego, o coxo, a mulher grávida e a que tem dificuldade em manter o ritmo da caminhada pois transporta o seu bebé nos braços. Guiados pelo amor paternal e maternal de Deus, todos chegarão à terra sonhada, à meta da Vida verdadeira.Toda a história da salvação é uma história de perdão, de possibilidade de recomeço, de convite à superação do pecado. Também para nós isto vale. Podemos virar as costas a Deus e fechar-nos na nossa pobre autossuficiência; podemos ignorar a voz de Deus e escolher andar em caminhos que nos levam para longe d’Ele; podemos ir atrás de deuses menores, de deuses dececionantes, de deuses que nos escravizam e não nos asseguram vida… Mas, aconteça o que acontecer, Deus lá estará em cada passo do caminho a olhar para nós com um olhar cheio de amor, a perdoar-nos e a convidar-nos para nos sentarmos novamente com Ele à mesa da Vida nova, à mesa onde Ele quer reunir todos os seus filhos e filhas. Acreditamos na misericórdia e no perdão de Deus? O amor e a misericórdia de Deus são para nós motivação para vencermos a cegueira e a paralisia que tantas vezes nos impedem de caminhar?
Na segunda leitura um catequista cristão – o autor da Carta aos Hebreus – apresenta-nos Jesus como um sumo-sacerdote que compreende as nossas fraquezas e que nos leva até Deus. Podemos confiar n’Ele e segui-l’O sem hesitações. Ninguém encontra a Vida verdadeira sem caminhar com Jesus, sem escutar as suas indicações, sem viver ao seu estilo. É uma mensagem destinado a acordar crentes adormecidos, conformados com uma fé morna, sem exigência e sem compromisso.Caminhamos para onde? Por que caminhos? O que buscamos? Quem nos conduz, de forma que possamos chegar a porto seguro e dar sentido pleno à nossa vida? O autor da Carta aos Hebreus apresenta-nos Jesus e convida-nos a segui-l’O sem hesitações. Garante-nos que Ele nos leva ao Pai e nos ajudará a integrar a família de Deus. Ninguém vai ao Pai, ninguém encontra a Vida verdadeira sem caminhar com Jesus, sem escutar as suas indicações, sem viver ao seu estilo. É uma mensagem destinado a acordar crentes adormecidos, conformados com uma fé morna e sem grandes exigências, instalados na sua zona de conforto, protegidos atrás da sua segurança e do seu bem-estar. E nós? Escutamos Jesus, temo-lo como referência sempre que temos de fazer opções e de escolher caminhos? Ele é para nós Caminho, Verdade e Vida? Estamos dispostos a deixar que Ele nos conduza até ao Pai?
O Evangelho, através da história do cego Bartimeu, propõe-nos uma parábola sobre a passagem da escuridão para a luz, da vida velha para a vida nova. O encontro com Jesus é sempre uma oportunidade para abraçar uma existência com horizontes mais amplos, uma vida plena de luz e de sentido. Bartimeu, o homem que encontrou Jesus à saída de Jericó e O seguiu no “caminho” de Jerusalém, é o modelo de todos os discípulos.Quando alguém abandona a vida velha e decide tornar-se discípulo de Jesus, não tem todos os problemas resolvidos. Enfrenta desafios novos, fica fora da sua zona de conforto e tem de se adaptar a novas realidades, perde a segurança que os velhos hábitos davam, tem de enfrentar as críticas e as incompreensões de quem não compreende a sua opção… Aquele caminho de Jerusalém para o qual Jesus convoca os discípulos, é um caminho que passa pela cruz e pelo dom de si próprio. Não esqueçamos, no entanto, que esse caminho conduz à Vida nova, à ressurreição, à Vida definitiva. Jesus não arrasta os seus discípulos para um beco sem saída, mas leva-os ao encontro da Vida verdadeira, segundo o projeto do Pai. Quando avaliamos tudo isto, sentimo-nos com coragem para escolher Jesus e para O seguir? Estamos seguros de que vale a pena seguir Jesus, apesar de todas as dificuldades que teremos de enfrentar?
www.dehonianos.org
Senhor, que eu veja!
Imitemos o cego que foi salvo no corpo e na alma.
Não peçamos a Deus apenas coisas terrenas.
Peçamos a luz com a qual possamos ver.
O caminho para esta luz é a fé.
E, vivendo esta fé, acreditando, glorificaremos a Deus com nossas obras.
Cada vez mais se fala da beleza do silêncio num mundo onde tudo é barulho. Concordo plenamente que devemos refletir mais antes de responder, pensar e não desbaratar à primeira alfinetada que nos espetam. Mas às vezes…
Somos instruídos a ser “politicamente corretos” com todos, a esperar as horas certas para dizer o que pensamos, a ser sensatos, educados, polidos e se possível: CALADOS. Voltamos nós ao “não te chateeis”, “deixa lá” e a todo o tipo de chavão que supostamente nos consolaria. Mas, nem sempre pode ser assim. Nem sempre nos devemos calar à espera que alguém nos pergunte como nos sentimos para dizer o que pensamos, até porque podemos ter de esperar uma vida inteira e enquanto esse sentimento nos corrói por dentro. Sim, porque nem sempre querem saber o que pensamos, ou melhor, como nos sentimos.
Quando nos sentimos injustiçados, ou apenas tristes com algo que nos fizeram, ou que talvez nos pudessem ter feito, mas não fizeram, não teremos nós o direito de dizer? Pensámos logo: “ como o outro vai pensar” pois temos medo de magoar ou de ser mal interpretados, e então, orgulhamo-nos do nosso silêncio ponderado que faz mais barulho em nós do que mais nada.
Isto leva-me a uma frase de Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.”
Não é fácil distinguir o grito dos bons e dos maus, mas lá no fundo, sabemos que podemos dar voz a mais causas e a mais lutas pela justiça e pelo respeito, mas preferimos calar para não correr riscos.
Podemos ver injustiças e causas que mereciam o nosso barulho, mas preferimos a comodidade do silêncio.
Nem sempre tomamos a dor do outro, porque não é nossa.
Nem sempre tomamos orgulhosamente partido por uma causa, porque não é nossa.
Nem sempre fazemos o barulho que deveríamos fazer.
O que significa este pedido? Que nunca nos encontremos com o mal, menos ainda com o Maligno? Ou será que há outro significado?
Será possível que, na verdade, já estejamos imersos no mal, tão aprisionados por ele que nem percebemos? Nesse caso, ao pedir para sermos libertados do mal, estamos a suplicar que alguém nos venha buscar a este lugar onde, talvez sem perceber, nos viemos afundar.
O maior perigo que corremos é o de não chegar a viver a vida que podemos viver. Esta vida possível, mas não vivida, dói muito fundo, porque o sofrimento que inflige é da nossa inteira responsabilidade, por não termos sido capazes de ousar, por não acreditarmos em nós e nos outros. Idealizamos muitos sonhos, mas como somos muito cautelosos, nunca arriscamos realizá-los. E é assim que o mal vence, mantendo-nos limitados, reprimidos e bem presos ao chão.
Precisamos de sair daqui. De sair desta prisão onde o mal já nos chega a parecer normal. Peçamos ao bem que nos ajude, liberte e salve destes momentos em que chegamos a pensar que o mal é bem.
E há o mal que vive dentro de nós. Como posso livrar-me dele? Quem me pode ajudar a arrancar as suas raízes do fundo do meu íntimo… os vícios que me escravizam, os medos que me paralisam, as amarguras que me destroem?
A linha que separa o bem do mal passa pelo meio de cada um dos nossos corações. Cada um de nós tem em si bem e mal. A qual deles concedemos mais espaço? Uma vez seduzidos pelas promessas do mal, e caídos na sua desgraça, eis que se torna quase impossível recuperar o que perdemos de nós.
Que sejamos desenredados do mal, que se rompam os laços com que as nossas esperanças se mantêm moribundas.
… mas livrai-nos do mal… para que possamos recuperar o poder que nos foi dado com o dom da nossa vida! A verdadeira liberdade de ser quem podemos ser.
Diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã agradeceu a “dedicação à missão” dos catequistas
Fátima, 19 out 2024 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), Fernando Moita, agradeceu, nas jornadas nacionais de catequistas que estão a decorrer em Fátima, “a dedicação à missão” destes educadores da fé.
“Viemos à casa da Mãe para fazer ressoar o Deus que nos habita. Obrigado a tantos os que nos apoiaram para que estas Jornadas sejam possíveis. Obrigado aos secretariados e a cada um de vós pela dedicação à missão”, afirmou Fernando Moita.
Para o responsável pelo SNEC, as Jornadas Nacionais de Catequistas, que decorrem até este domingo em Fátima, são lugar para “para perceber melhor, para fazer caminho, para que em cada dia que tenhamos com as nossas crianças, adolescentes e adultos, um encontro alegre com Jesus Cristo, um encontro que conta e nos muda”, apelou.
Na receção ao documento que orienta o setor da catequese em Portugal, Fernando Moita agradeceu o esforço dos catequistas “na formação constante” e referiu, a mochila oferecida este ano para os trabalhos, como “um mimo da Igreja para todos vós”.
“Senti que este mimo, esta mochila, é o abraço da igreja. Grato a cada um de vós pelo enorme trabalho que fazeis todos os dias. Abraço enorme de gratidão a cada um de vós. Façamo-nos peregrinos de esperança durante estes dois dias, e sobretudo, sejamos muito felizes”, sublinhou
Sob o tema “Os Alicerces da Vida Cristã – O Itinerário e os Sacramentos” e tendo como referência bíblica «Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão e às orações (At 2, 42), a iniciativa, é promovida pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) e faz parte do caminho de receção e divulgação do novo Itinerário para a Catequese, editado pela Conferência Episcopal Portuguesa em 2022.
O responsável pela catequese em Itália, monsenhor Valentino Bulgarelli, afirmou hoje aos catequistas que a “mudança de época” exige “uma profunda e lenta mudança das estruturas criadas”
“É preciso ter a coragem de terminar com os esquemas que já não funcionam, ao nível político, civil, social e eclesial. Defendemos uma estrutura e perdemos a coisa mais preciosa que são as pessoas. Precisamos de redescobrir a Pessoa de hoje”, explicou.
À margem da conferência, e em declarações à imprensa, o diretor do Ufficio Catechistico Nazionale (UCN) italiano, defendeu que “as estruturas criadas foram pensadas para as pessoas, mas hoje a vida está transformada”.
“O Papa pede-nos, já desde 2013, que tenhamos a coragem de repensar com calma, com paciência, com gradualidade as estruturas e os modos de proceder. É fundamental começar a mudar”, declarou.
Apresentando, aos mais de 1000 catequistas que até este domingo se reúnem em Fátima, o tema «A Revelação e a transmissão da fé: os alicerces bíblicos do acreditar», o sacerdote italiano criticou a tentação dos agentes em “fazer da catequese uma aula de teologia”, que “cria conhecedores do património e da história do cristianismo”, mas “não discípulos de Jesus”.
“Precisamos escutar as pessoas. As crianças, os adolescentes, os jovens e os anciãos. Todos os que estão em passagem de vida. O modo como fazemos catequese deve levar ao encontro com Jesus Cristo e isso acontece quando a escuta, a dúvida, o silêncio e a pergunta se encontram”, sustentou.
Antes de partir para Roma, onde participa na segunda sessão da Assembleia Sinodal, monsenhor Bulgarelli convidou “a voltar ao início” de maneira que “o evangelho encarne na vida das pessoas”.
“Por vezes esquecemo-nos que o Deus em que acreditamos está na base de tudo, dá-se em gratuidade, não com reservas. Deus está antes de tudo e ama-te incondicionalmente…não existe um ‘mas’ ou um ‘porquê’. Precisamos de ajudar a gerar, naqueles que acolhemos, uma experiência que se vá aprofundando e se encarne na vida quotidiana”.
Numa “mudança de época”, onde os analfabetismos religiosos estão em forte expansão, o desafio dos crentes, “bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos, passa por redescobrir as fontes”.
“Numa certa busca de tudo procurar, de tudo fazer, a tudo chegar, temos dificuldade de nos abeirar das fontes, como a Liturgia ou a Palavra de Deus”.
Perante uma “nova pessoa” que valoriza o imediato, o zapping rápido, monsenhor Bugarelli desafia a Igreja a “valorizar as perguntas e as dúvidas de cada um”.
“Olhando para Jesus percebemos que ele faz muitas perguntas e recebe muitas perguntas. Precisamos de reabrir o diálogo entre fé e vida, fé e cultura, aceitando estar dentro de coisas que não estão clarificadas com fizemos há dois mil anos”.
Para o futuro da catequese o diretor da catequese em Itália considera que é “central o papel do catequista”.
“O catequista pode ser o ponto de mediação entre a comunidade cristã e a vida de todos os dias. Não se trata tanto de assumir um momento de encontro dentro da comunidade, mas de descobrir o valor da credibilidade, do testemunho, do reconhecimento da figura do catequista. Diria que precisamos de pessoas com vida quotidiana que trazem contigo o evangelho”, concluiu.
Somos missão, somos enviados a anunciar o Evangelho. Não como quem impõe uma obrigação, mas como quem partilha uma alegria, como quem indica um horizonte admirável ou oferece um banquete apetecível ( cf, EG14).
Como discípulos missionários de Cristo, trazemos sempre no coração a preocupação por todas as as pessoas, independentemente da sua condição. Uns partem com alegria para lugares longínquos. Outros chegam de longe numa atitude existêncial que implica prontidão para evangelizar.
Outros, sem partirem para longe, atravessam fronteiras culturais, sociais e espirituais, indo ao encontro do outro onde quer que ele esteja.
" A Igreja de Cristo sempre esteve, está e estará ´em saída´ rumo aos novos horizontes geográficos, sociais, existenciais, rumo aos lugares e situações humanos ´de confim´, para dar testemunho de Cristo e do seu amor a todos os homens e mulheres de cada povo,cultura, estado social" ( Francisco).
Como instituição missionária, a paróquia deve ser pastoralmente criativa e dinâmica, inaugurando e assumindo novas formas de viver e agir como comunidade cristã, consciente de que, pelo menos entre nós, continua a ser a própria Igreja que vive no meio das moradias das pessoas.
Colaboras? Que mais podes fazer para que a tua paróquia tenha dinâmica missionária, para dentro e para o mundo?
O que é que determina o êxito ou o fracasso da nossa existência? Como devemos viver para que a nossa vida seja repleta de sentido? A liturgia do 29.º Domingo do Tempo Comum diz-nos que conseguiremos dar pleno sentido à nossa vida quando aprendermos a deixar de lado os nossos projetos de poder e de grandeza, para apostarmos no amor e no serviço àqueles que caminham connosco. Então seremos, de facto, uma luz que brilha no meio do mundo.
A primeira leitura fala-nos de um “servo de Deus”, que cumpriu a sua existência na terra no meio do sofrimento e do desprezo, mas que Deus exaltou e glorificou. A figura desse “servo” diz-nos que uma vida vivida na humildade, no sacrifício, na entrega e no dom de si mesmo não é, aos olhos de Deus, uma vida maldita, perdida, fracassada; mas é uma vida fecunda e plenamente realizada, que trará libertação e esperança ao mundo e aos homens.
Qual o sentido do sofrimento? Porque é que há tantas pessoas boas, honestas, justas, generosas, que atravessam a vida mergulhadas na dor e no sofrimento? Trata-se de uma pergunta que fazemos frequentemente e que o autor do quarto cântico do “Servo” também punha a si próprio. A resposta que ele encontra é a seguinte: o sofrimento do justo não se perde; através dele, da sua entrega e do seu sofrimento, os pecados da comunidade são expiados e Deus dará vida e salvação ao seu Povo. Trata-se de uma resposta insatisfatória? Talvez. Mas por detrás desta resposta percebe-se a convicção profunda que alimenta a fé deste “catequista” de Israel: nos misteriosos caminhos de Deus, o sofrimento pode ser uma dinâmica geradora de vida nova. Aliás, alguns séculos mais tarde Jesus Cristo demonstrará, com a sua paixão, morte e ressurreição, a verdade desta afirmação. Como entendemos o sofrimento? Sentimo-lo como algo injusto e definitivamente incompreensível, ou como algo que, de uma forma que nem sempre é clara para nós, se insere no plano de Deus? Entendemos que o sofrimento poderá ser fonte de vida nova para nós e para o mundo? Como?
No Evangelho, Jesus mostra aos discípulos em que direção devem caminhar para que as suas vidas se encham de sentido. Confrontado com os sonhos de poder e de honrarias de Tiago e de João, Jesus garante-lhes que é no dom da vida, na entrega de si próprios, no serviço simples e humilde aos irmãos, que se sentirão plenamente realizados.
Há pessoas – muitas – que passam despercebidas, que não são nomeadas nos jornais, que não frequentam ambientes seletos, que nunca tiveram acesso a cargos de poder, que não têm dinheiro nem influência, que não possuem títulos nem nomes sonantes, que não se impõem pela sua beleza física ou pelas roupas finas que vestem, que não fazem ouvir a sua voz nem impõem a sua presença… mas são grandes pela sua bondade, pela sua humildade, pela sua compaixão, pela sua alegria serena, pelo serviço humilde que prestam aos mais necessitados, pela forma como cuidam dos seus irmãos e irmãs, pelo amor e carinho que põem em cada gesto que fazem. De acordo com Jesus, essas pessoas são aquelas cujas vidas são plenamente realizadas. Elas tornam o nosso mundo um lugar mais bonito, mais humano e mais feliz. No deserto inóspito e egoísta do nosso mundo, essas pessoas são pequenos oásis de paz, de fecundidade e de vida nova. Elas são o melhor do nosso mundo. Como avaliamos e consideramos esses homens e mulheres simples e humildes, que o mundo tantas vezes ignora ou despreza, mas que são testemunhas e sinais do amor e da bondade de Deus na vida dos seus irmãos e irmãs?
Na segunda leitura, o autor da Carta aos Hebreus apresenta Jesus como um sumo-sacerdote misericordioso que, depois de apresentar o seu sacrifício, “atravessou os céus” e se apresentou diante de Deus para interceder pelos homens. Assim, Ele alcançou de Deus a misericórdia para os homens pecadores. A nossa resposta à ação salvadora de Cristo em nosso favor deve traduzir-se na adesão plena às suas propostas.
Ao assegurar-nos que nada temos a temer pois Deus ama-nos, quer integrar-nos na sua família e oferecer-nos Vida em abundância, o nosso texto convida-nos a encarar a vida e os seus caminhos com serenidade e confiança. A certeza do amor infinito de Deus é, para nós, fonte de serenidade e de paz? Sabemos que as nossas fragilidades e debilidades não nos afastam, nunca, de Deus e do seu amor?
Como servir? Este Dia Mundial das Missões recorda-nos a nossa vocação a sermos servidores do Evangelho… Concretamente, como fazer passar o Evangelho antes dos nossos próprios desejos? Fazer passar o respeito pelo outro antes da nossa própria vantagem? De que maneira vamos poder servir nesta semana? Ousaremos fazê-lo em nome de Cristo Servidor?
Como rezar? Isso diz respeito também à qualidade da nossa oração… A maior parte das vezes, somos como os filhos de Zebedeu: prontos a pedir. Mas se nos esforçamos por amar e servir como Cristo nos pede, então, melhor que pedir, poderemos oferecer-Lhe aquilo que, graças a Ele, faremos pelos nossos irmãos.
Sem tempo para brincar na rua, descalças ou com sapatos,
Sem tempo para encontrar o seu lugar de crianças,
Sem tempo para descansar o suficiente ou simplesmente reféns do lado sombra da tecnologia, temos vindo a assistir a uma mudança enorme tanto no comportamento como na dinâmica das crianças e entre as crianças.
Muitas das crianças que conhecemos são o reflexo de um grupo de pais desconectados, apressados e a quem lhes é pedido para corresponder ao “nível” de uma sociedade cuja fasquia não faz outra coisa senão subir.
Dentro daquilo que nos é possível fazer com adultos quase me parece que temos feito muito pouco. Vemos crianças com pouca resistência à frustração, dedicadas ao scrolling em vez de se dedicarem a um puzzle e rendidas aos tik toks de maquilhagem em vez de lerem um livro que as faça sonhar.
Se analisarmos atentamente, quase parece que as crianças brincam aos adultos e querem fazer tudo o que eles fazem e que os adultos passam o tempo a igualar-se às crianças sem assumir o seu lugar de adultos e de gente que devia ter crescido.
Somos nós os adultos que estamos a deseducar, por muito que nos custe. Tem-nos sido pedido muito. Mas às crianças não lhes tem sido pedido menos. Que as notas sejam boas. Que sejam os melhores da turma. Os mais bonitos. Os mais bem vestidos. Os que convidam mais gente para a festa, mas que, depois, não ligam aos convidados.
Somos nós os adultos que gritamos no trânsito como expiação dos nossos problemas e conflitos internos e que, em resposta a uma buzinadela, saímos do carro e pontapeamos o carro da frente ou proferimos impropérios capazes de envergonhar e magoar a pessoa mais bem resolvida.
São estes os exemplos que vemos e damos e somos. Como é que queremos que as crianças cheguem à escola e não digam palavrões? Ou não tratem os outros como nos veem a tratar os que se cruzam connosco no dia a dia?
É natural que este texto provoque urticária a algumas pessoas porque ninguém gosta de ver o dedo esticado na ferida que é de todos. Mas alguma coisa ainda devemos estar a tempo de fazer. Assim, como estamos, é que não me parece que possamos continuar.
Tenho-me apercebido que aquilo a que resistimos é o que tantas vezes persiste na nossa vida. Porque na verdade deixamos que permaneça no nosso pensamento e no nosso coração.
Deixar vir o que está dentro de nós é possibilitarmo-nos de conhecimento sobre nós mesmos. É não fugir do que pensamos, do que sentimos e do que falamos. Pois, "há tantas histórias para serem escutadas, nos pontos de escuridão como nos pontos de luz".
Cada um de nós tem os seus desafios, as suas características. Cada um tem o que necessita para fazer o seu caminho.
Os passos que vamos dando levam-nos até onde temos de ir, com mais ou menos consciência daquilo que internamente nos equilibra e nos completa. A coragem é a bússola para permanecer nessa descoberta.
Que o amor nos guie. Que o silêncio nos ilumine. Que a compaixão nos inspire. Que a simplicidade nos liberte. Que a confiança nunca nos falte e que a fé nos traga a paz que abraça o mundo inteiro.
Persiste no que te faz bem, não resistas ao que apenas ocupa espaço. Observa, compreende e deixa ir. Não fujas de ti mesm@. Para onde fores aí estarás!
Feliz de ti que te alegras com o sucesso dos outros;
Feliz de ti que te compadeces da tristeza alheia;
Feliz de ti que consolas o teu irmão;
Feliz de ti que deixas o teu conforto para contribuír para um mundo melhor.
Feliz de ti que ambicionas, idealizas e sonhas com projetos capazes de mudar o mundo.
Que compreendas… és feliz!
Que reconheças que és feliz e que faças tudo o que estiver ao teu alcance para te sentires feliz e beberes esse sentimento como um cálice de vencedor.
Às vezes implica ir à luta, ficar exausta, debater, argumentar, arregaçar mangas, chorar…
Outras vezes a felicidade implica, deixar andar, afastar e dar ao luxo de sentir que tudo gira, tudo continua a girar (e não é à nossa volta).
Eu sou feliz, porque no meio das minhas angústias e fragilidades sei o que me sustenta espiritualmente e reconheço o quão importante isso é para viver, com alguma tranquilidade, uma vida repleta de momentos de sufoco e de alegria.
Sou feliz, não só porque rezo, mas porque sei porque rezo. Sei onde reside a minha esperança, e o quanto ela me impele a agir.
Que te possas sentir feliz por teres a capacidade de fazer render os teus dons e fazeres tanta gente feliz.
Peregrinação do MOVIMENTO DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE da DIOCESE DE PORTALEGRE-CASTELO BRANCO a Vila Viçosa
Dia 5 de Outubro, os Cursilhistas da Diocese de Portalegre - Castelo Branco foram
convidados a ir em peregrinação aos pés de Nossa Senhora em Vila Viçosa.
Responderam ao convite algumas dezenas de Cursilhistas que se juntaram junto do Castelo de Vila Viçosa.
Iniciámos o dia, celebrando a Eucaristia no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, um lugar cheio de historia, lindo para rezar e contemplar.
Depois podemos conviver num almoço partilhado no Seminário de S. José.
No inicio da tarde, fomos visitar o palácio de Vila Viçosa, tivemos uma visita guiada
que nos fez regressar na nossa historia.
Regressamos a casa depois de uma oração e despedida cerca das 17 horas.
Vivemos, juntos mais um dia onde a oração. a partilha, a alegria e a vivência fraterna deram o mote para (re)reiniarmos com Fé e Esperança, mais um ano pastoral, amando cada um que o Senhor coloque no nosso metro quadrado.
“Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa! Só Deus não muda. A paciência, por fim, tudo alcança. Quem a Deus tem, nada lhe falta, pois só Deus basta”.
Esta é provavelmente a frase mais conhecida no mundo de santa Teresa D’Ávila (1515-1582), celebrada hoje (15) pela Igreja Católica.
Teresa de Cepeda y Ahumada nasceu no dia 28 de março de 1515, em uma nobre família de Ávila, na Espanha.
Aos 20 anos, decidiu-se pela vida religiosa, apesar da resistência de seu pai. Em sua biografia, diz que ela saiu de sua casa em uma manhã para entrar no mosteiro carmelita da Encarnação. Lá, viveu por 27 anos, com uma grande comunidade religiosa composta por cerca de 180 freiras, suportando e superando uma grave doença, que marcou sua vida.
Por volta dos 40 anos, Teresa sentiu o chamado que ficou conhecido como “experiência mística”, o que mudou o curso de sua vida. Aos 47 anos, começou uma terceira fase, empreendendo sua tarefa de fundadora andarilha.
As carmelitas, como a maioria das religiosas, tinham decaído muito do primeiro ardor no começo do século XVI. As religiosas podiam sair da clausura com o menor pretexto, de modo que o convento se converteu no lugar ideal para quem desejava uma vida fácil e sem problemas. As comunidades eram extremamente numerosas, o que era causa e efeito do relaxamento. Por exemplo, no convento de Ávila havia 140 religiosas.
Santa Teresa empreendeu o desafio de levar a cabo a iluminada ideia de fundar uma comunidade mais reduzida e reformada. A santa estabeleceu a mais estrita clausura e o silêncio quase perpétuo. O convento carecia de rendas e reinava nele a maior pobreza; as religiosas vestiam hábitos rudimentares, usavam sandálias em vez de sapatos (por isso foram chamadas descalças) e eram obrigadas à perpétua abstinência de carne.
Caracterizada por sua simplicidade, prudência, amabilidade e caridade, santa Teresa tinha uma profunda vida de oração.
Santa Teresa morreu nos braços da beata Ana, no dia 4 de outubro de 1582, pronunciando as palavras: “Sou filha da Igreja”. Sua canonização se realizou em 1622. Foi proclamada doutora da Igreja em 27 de setembro de 1970 pelo papa Paulo VI.
É certo que a tua vida é um conjunto enorme de acontecimentos muito diferentes. Mas será que há alguma história que nos está a ser contada? Será que há um sentido mais profundo em muito do que julgamos acasos ou coincidências?
Que lições já te deu a vida? O que já aprendeste com essas lições? Será que precisas de tropeçar mais algumas vezes até perceberes?
Todos erramos, mas alguns tiram desses enganos mais benefícios do que outros. Não significa que se livram de mais desacertos, mas sim que se fazem a si próprios mais sábios e fortes.
Será que és capaz de contar a tua vida como se fosse uma história infantil? É preciso muito silêncio interior e reflexão dedicada para conseguir ver o que não é evidente. O simples e claro dá muito trabalho, e exige muito esforço! Estamos habituados a complicar tudo, a apresentar pequenas narrativas isoladas, episódios uns atrás de outros, mas sem nunca estabelecer relações entre eles, menos ainda uma sequência lógica, um sentido.
No instante em que chegarmos a compreender a história que, com maior ou menor consciência e vontade, já escrevemos, então tornar-se-á mais claro o que cá, neste mundo, temos andado a fazer. E o que ainda falta cumprir.
Se tivesses de escrever a história do teu futuro, não o farias com um fio condutor? É claro que sim! Para isso, ajudar-te-á muito se compreenderes o sentido do que já passaste.
Vale a pena parares no final de cada dia para procurares o sentido dessas horas. Mas, mais ainda, é essencial dedicares algum tempo mais generoso para partires à descoberta do sentido que explica e justifica todos e cada um dos teus dias. Passados e futuros.
Hoje acolhemos as crianças do primeiro ano da Catequese. Elas estão a começar este caminho de descoberta e de conhecimento do grande Amigo que é Jesus. A acompanhá-los, temos os colegas da catequese, que estão a percorrer o seu percurso natural. A nossa comunidade, aqui reunida, está muito feliz de vos receber.
A festa de acolhimento apresentou as catequistas e catequizandos para o novo ano de catequese. Os pais, catequistas e catequizandos fizeram compromissos de participar ativamente na catequese e eucaristias para crescer na fé.
No final o Padre Rui abençou as mochilas e as crianças participantes.