sábado, 5 de outubro de 2024

Ninguém é tão rico que não...

 


Ninguém é tão rico que não tenha nada a receber, nem tão pobre que não tenha nada para dar.

E voltamos nós aos ditados cheios de sabedoria popular.

Este em particular recorda-me a humildade que devemos ter tanto no ato de dar como no ato de receber. Somos pródigos em atestar a felicidade e o bem estar do outro: ”tu é que estás bem”, “tu é que tens sorte” e em especial quando essa pessoa ostenta um bem-estar monetário que muitas vezes camufla o medo da perda ou o vazio de quem parece que não precisa de ambicionar nada mais.

Felizes os ricos… que não a usam como fim mas como meio para a sua satisfação pessoal, sem medo de tomar as dores daqueles que, menos abastados, carecem de tanto e que podem ver as suas angústias mitigadas com alguma estabilidade financeira. Mas, mesmo que abastados monetariamente, acredito que no íntimo todos ambicionam algo mais que não se resuma a bens materiais mas que faça sentir uma alegria impagável. E sabes, amiga, esse prazer geralmente não se traduz em algo físico. Há sempre algo que nos falta, precisamos é de humildade para a procurar.

Por outro lado, a segunda parte deste provérbio recorda que quem sabe o quanto custa ter algo, as lutas, e as dificuldades, tende a ter mais empatia por quem passa pelo mesmo. Geralmente se pedires a alguém “pobre” ele tenderá a partilhar o pouco que tem para aliviar a tua dor.

Mas nem sempre é assim!

Há ricos cheios de soberba, cheios de tudo que se recusam a assumir que falta o que quer que seja e há ricos que já partilham com generosidade o que têm porque já aprenderam que é ”dando que se recebe”.

Há pobres que cheios de arrogância, se recusam a dar e até a receber e preferem ser os pobres e desgraçados a arregaçar mangas, e há pobres que não se limitam a dar o que sobra, mas a dar o que lhes faz falta. Sim, porque partilhar o que te sobra é fácil, mas partilhar o que tens e que também te faz falta é AMOR.

Independentemente se ser rico ou pobre, todos temos muito para dar e muito para receber e embora nem sempre esta balança pareça equilibrada compete-nos a nós saber o que pomos em cada prato.

E tu amiga como estamos de equilíbrio?


Raquel Rodrigues


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