sexta-feira, 31 de março de 2017

NOVA ESCRAVIDÃO PARA AS MULHERES



A feminista Lucetta Scaraffia escreveu um pequeno artigo intitulado “Útero alugado/Nova escravidão para as mulheres”. Veio publicado na edição semanal do jornal L’Osservatore Romano de 9/3/2017 e fala sobre as consequências da decisão de um juiz de Trento que aceitou considerar dois homens como pais de dois gémeos. O artigo torna-nos presente a complexa relação entre os valores humanos, a ética, a pluralidade social, a dignidade e os direitos da pessoa e esse outro mundo da manipulação genética que a ciência vai debulhando e disponibiliza. Convido a ler este pequeno artigo:

“ÚTERO ALUGADO - NOVA ESCRAVIDÃO PARA AS MULHERES
Houve um debate em Itália sobre o decreto do juiz de Trento que aceitou considerar dois homens como pais de dois gémeos, nascidos com o recurso ao útero alugado. Mas o debate foi pesadamente falsificado pelo prevalecer de um ponto de vista parcial: ou seja, considerar inevitável esta decisão, perfeitamente em sintonia com o progresso humano, e por conseguinte julgar qualquer atitude crítica como um sinal de absurda resistência à modernidade. Trata-se de uma modalidade que imprime a cada entrevista, inclusive a quantos são contrários a esta decisão, uma interpretação obrigatória. Com efeito, seria só questão de tempo para ver realizado também na Itália qualquer “sonho de genitorialidade” que envolve o aluguer do útero e a aceitação de duas pessoas do mesmo sexo como pais.
Surpreende uma mulher como eu, feminista, o facto de num momento como este, no qual tantas energias e vozes se dedicam à denúncia, justamente, da violência contra as mulheres, que haja tão poucas mulheres a denunciar o que está a acontecer contra elas no nível fundamental da maternidade. Ou seja, que a venda do corpo feminino – tradicionalmente limitada às prestações sexuais ou, outrora, à amamentação – se tenha alargado a todo o corpo da mulher, ao seu íntimo, ao útero, e por um tempo longo, os nove meses de uma gravidez.
Uma nova escravidão que não pode ser julgada diversamente só porque é paga e voluntária. As penosas condições legais impostas à mulher – por exemplo, aceitar o aborto se assim o pedir quem fez a encomenda, ou então já ter filhos para se afeiçoar menos à criança que leva no seio – revelam ulteriormente o caráter desumano da transação. Assim como a outra condição à qual sempre, por “prudência”, se recorre: nunca utilizar o oócito da mãe que aluga, mas comprá-lo a outra mulher. Com o resultado que a figura materna é definitivamente destruída, feita em pedaços.
Foi o que fizeram os dois pais, para garantirem que os filhos fossem deveras só de sua propriedade, com o consentimento da lei canadense.
Como é possível que não se veja uma ação profundamente misógina nesta operação de tipo comercial, que pretende ser enobrecida por um desejo que não pode ser considerado um direito para ninguém?
Com efeito, trata-se de uma consciente e desejada destruição da figura materna, levada a termo com obstinação, de modo que aquelas crianças nunca tenham uma mãe. Todos sabem que dois pais não substituem uma mãe como duas mães não podem substituir um pai.
Se a vida, por vezes, impõe que seres humanos convivam desde a origem com esta grave falta, é preciso procurar remediar. Mas criar a falta voluntariamente – e além do mais protegidos pela lei – unicamente para satisfazer o desejo de dois adultos, é deveras uma ação cruel.
E a cultura que nos circunda, a qual insiste em interpretar esta situação anormal como o resultado do progresso que avança, quase como se estivesse animado por um espírito próprio, e por conseguinte não controlável, está a manchar-se de culpas graves. Ao contrário, o alarme deve ser lançado e em voz alta. E são sobretudo as mulheres, as mais danificadas por estas absurdas manipulações, que devem lutar para se defenderem a si mesmas e às crianças.”

D. Antonino Dias - Bispo de Portalegre Castelo Branco
31/03/2017

INFORMAÇÃO PAROQUIAL

Realiza -se, hoje, 31 de Março, sexta -feira,um Encontro de Coros, no Seminário de Portalegre, pelas 21:00H, para preparar os cânticos para a Páscoa.

No próximo domingo, dia 2 de Abril, celebra- se o domingo de Passos em Alegrete.
A Eucaristia será pelas 16:00H, seguida da Procissão.

Apresentação das contas das Paróquias às suas comunidades:
Apresentaram saldo positivo:
Alegrete: 27 175,25€ ( vinte sete mil, cento e setenta e cinco euros e vinte cinco cêntimos);
Arronches: 23 474,17€ ( vinte e três mil, quatrocentos e setenta e quatro euros e dezassete cêntimos);
Degolados: 7 801,50€ ( sete mil, oitocentos e um euros e cinquenta cêntimos);
Esperança: 7 056,75€ ( sete mil e cinquenta e seis euros e setenta e cinco cêntimos);
Mosteiros: 5 141,18€ ( cinco mil, cento e quarenta e um euros e dezoito cêntimos);
Vale de Cavalos: 18 129,37€ ( dezoito mil, cento e vinte e nove euros e trinta e sete cêntimos).

quinta-feira, 30 de março de 2017

Um Olhar que (me) Encontra




Todas as experiências que vivenciamos ao longo da nossa vida deixam uma marca em nós. Umas por serem demasiado fortes e intensas, outras pela saudade que deixam, outras até pelo incómodo que nos causam. Algumas são vividas de forma tão autêntica e emotiva que nos acompanham todos os dias e nos moldam para todos os momentos da nossa vida.

Uma vez que assinalamos a semana nacional da Educação Moral e Religiosa Católica, não podia deixar de mostrar o quão marcada esta disciplina me deixou. A mim e a todos aqueles que, tal como eu, um dia tiveram a graça de ser alunos de EMRC.

É certo e sabido que as melhores experiências da nossa vida são aquelas que fazemos de livre vontade, por iniciativa própria, partindo à aventura, esperando para ver o que virá. Podemos até achar que, devido à sua importância na formação de verdadeiros Homens e Mulheres, a disciplina de EMRC não deveria ser opcional… pois eu digo que sim! Ainda bem que o é!

A beleza do cristianismo está no Encontro. Tudo é belo e ganha sentido quando o cristão se deixa encontrar por Deus, numa experiência de despojamento e de gratuidade. O mesmo nos oferece a EMRC. Através dos momentos vividos em sala de aula, das atividades proporcionadas ao longo do ano letivo, dos encontros e desencontros do dia a dia, das horas passadas com os colegas e professores, sem nos apercebermos, criamos espaço e damos abertura a que Algo maior nos invada. Começamos a descobrir a beleza daquela hora e começamos a perceber que, afinal, a disciplina que é opção, é uma mais valia. Uma hora que não é desperdiçada mas sim ganha. Ganha numa experiência de abertura e de encontro, que nos leva à descoberta do Senhor que fixa os meus olhos e chama o meu nome.

E é esta disciplina que, sendo opção, muda a nossa vida. É ela nos ensina a amar, a perdoar e que nos mostra que a nossa vida tem sentido. EMRC é a disciplina que “nos tira as máscaras e nos dá um rosto” e que, acima de tudo, nos torna Homens e Mulheres.

Rita Santos (23-03-2017) em iMissio

quarta-feira, 29 de março de 2017

Sem O terdes visto, vós O amais…




«Sem O terdes visto, vós O amais;
sem O ver ainda, acreditais n'Ele.»
I Pedro 1,8
Numa altura em que se instaura a dúvida em tudo e em todos.
Num momento em que a sociedade tem sede de provas, nós, cristãos, entregamos a nossa vida n'Aquele que transcende toda a nossa humanidade.
Não temos provas físicas.
Caminhamos num mar de dúvidas.
Vivemos, para as verdadeiras coisas da vida, sem termos 100% de certezas.
Mas como se isso não chegasse, nós vamos ainda mais longe.
Vamos ainda mais fundo para encontrarmos um amor desmedido.
Numa altura da história da humanidade em que o empirismo reina os nossos dias, nós depositamos o nosso credo num Deus de amor.
Nós acreditamos em Deus Pai.
Nós acreditamos em Jesus Cristo.
Nós acreditamos no Espírito Santo e que Ele nos dará uma nova vida.
Nós acreditamos na crucificação.
Nós acreditamos que Ele venceu a morte.
Nós acreditamos na Ressurreição e que voltaremos para Ele.
Não vivemos iludidos, nem cegos.
Temos, isso sim, a audácia de entregarmos a nossa vida a algo maior.
Temos a coragem de confiar na revelação de um Deus que faz presença em todos aqueles que se cruzam connosco.
Haverá melhor rosto de Deus de que todos aqueles que nos são próximos?
Haverá melhor olhar de Deus de que todos os olhares profundos que chegam até nós?
A revelação d'Aquele em que acreditamos é bem mais simples do que imaginamos.
Ele está "colado" a nós, mas "não está «atravessado» no caminho. Contudo, os nossos próximos estão, e quando eu der um passo de amor na direção dos mesmos, Deus estará presente nesse amor entre nós.".
É por isso que faz todo o sentido que O continuemos a amar.
É por isso que faz todo o sentido que continuemos a acreditar n'Ele.
Este Deus nunca aparecerá da forma que nós queremos, mas estará, com toda a certeza, onde menos nós quisermos estar e onde nós menos esperarmos.

Emanuel António Dias (24-03-2017) em iMissio

terça-feira, 28 de março de 2017

Cruz: O que sabem eles?


«Queres saber qual o teu valor?
Olha para cruz:
tu vales um Deus crucificado!»

Santo Agostinho
 




Vemos muitas pessoas que usam um crucifixo ao peito, mas terão consciência do seu verdadeiro “peso”?
Saberão quanto sofrimento coube numa cruz?
Saberão que a humanidade nunca mais foi a mesma depois de tamanho sacrífico?
Saberão que na cruz surge toda a vida?
Saberão que na cruz reflete o maior de todos os amores?
Saberão que foi na cruz que tudo ficou consumado?
Saberão que na cruz se transcendeu toda e qualquer lógica deste Deus de amor?
Saberão que o Messias teve de a carregar às costas?
Saberão que na cruz surge a esperança de uma vida eterna?
Saberão que a cruz simboliza a maior de todas as alianças?
Saberão que não é uma mera peça de bijuteria, mas símbolo de uma entrega total?
Saberão que na cruz formou-se a maior de todas as teologias?
Saberão que a cruz é o único caminho da vida?
Saberão a responsabilidade de dar testemunho de tal entrega?
Saberão quantas questões foram feitas perante a cruz do Senhor?
Saberão quantas lágrimas foram derramadas?
Saberão que foi na cruz que o Filho de Deus sofreu a maior de todas as provocações?
Saberão que na cruz surgiu o medo e a dúvida de não existir um novo amanhã?
Saberão quantas vidas se entregaram para dar testemunho da árvore da vida?
Saberão quantas vidas se salvaram por experimentarem a paixão da cruz?
Saberão que na cruz morreu o maior de todos os inocentes?
Saberão que na cruz se revelou toda a Sua verdade?
Saberão?
Neste tempo de quaresma temos a obrigação de nos prepararmos devidamente para olharmos para o maior ato de amor.
É tempo de silêncio, mas não podemos, nem devemos adormecer.
É agora, mais do que nunca, que devemos perceber a importância que a cruz tem nas nossas vidas.
Não nos deixemos cair na ignorância, nem tenhamos medo do conflito interior que isso nos poderá causar.
Tenhamos a audácia de sentir o verdadeiro significado da cruz.
Tenhamos a oportunidade, de cada vez que usarmos o crucifixo ao peito, de sentirmos o quanto somos amados por este Pai.
Não a usemos por vaidade ou por modas, usemo-la como reconhecimento da nossa fragilidade e da nossa confiança num Deus que morreu na cruz.

Emanuel António Dias (03-03-2017) em iMissio

segunda-feira, 27 de março de 2017

Nosso Senhor dos Passos


Procissão do Encontro
Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores


 
Como habitualmente, no IV Domingo da Quaresma, celebramos  a Procissão do Senhor dos Passos, com o Encontro da Nª Srª das Dores e Seu Filho.
Este ano, devido ao mau tempo que se fazia sentir, frio , vento e chuva, a Procissão não pode percorrer as ruas da nossa vila. 
Depois da Eucaristia, celebrada pelo Padre João Rosa e coadjuvada pelo nosso Pároco, realizou-se a Procissão e o Encontro dentro da Igreja Matriz com a participação da Banda de Música da Sociedade Alegretense.

A expressão dos rostos das imagens é de dor e sofrimento. A imagem de Nossa Senhora das Dores mostram as sete espadas trespassando o Seu amoroso coração, lembrando certamente a profecia de Simeão: Uma espada de dor te trespassará a alma.
Nossa fé é pascal, passa pelo sofrimento, morte e ressurreição do Senhor.
Sigamos os passos de Jesus, sempre com Maria.
Este é um encontro muito especial .
Diz o próprio Cristo: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida”.
Não viemos assistir a um encontro; viemos participar de um encontro; somos protagonistas de um encontro.
Jesus com a sua Mãe, a bem-aventurada Virgem Maria, a Virgem das Dores, a “Mater Dolorosa”. E cada um de nós com Eles - com Jesus e com Maria.
Não é um encontro mudo; será um encontro silencioso, mas loquaz.
Os gregos diziam que a palavra é prata, mas o silêncio é ouro.
Nosso Deus não é um Deus mudo. Mas Ele só fala com quem O sabe escutar.
Na vida, vamos acompanhando os acontecimentos que celebramos, sabendo mais e melhor que a plateia e os participantes deste encontro somos todos nós, batizados e não batizados, homens e mulheres de boa vontade que vêm ser protagonistas deste grande encontro.
Este Encontro de Jesus com Sua Mãe é o Encontro da Missão que todos os batizados são convidados a refletir, aderir e viver: a missão da santidade de vida e da santidade da nova evangelização: “vamos lançar as redes nas águas mais profundas” e edificar entre nós um encontro permanente de fé, de esperança, de caridade, de comum unidade para que os sofrimentos momentâneos se transformem em Novo PENTECOSTES.
Nesta cena dramática de sofrimento devemos sair com a certeza única de nossa vida: A RESSURREIÇÃO EM DEUS.
E para que experimentos dos inefáveis frutos que podemos colher na meditação desses mistérios da vida de Cristo, devemos nos aproximar, primeiro de Jesus.
É o momento do encontro. É quando nos vem à mente toda a nossa vida. Estamos diante d'Ele, assim como Maria Sua mãe. Ela, porém, na contemplação da dor e da maldade dos homens; nós no abandono de nossos pecados na execração das fontes da corrupção da graça: o mundo, a carne e o pecado.


Ó Maria, minha boa mãe, ouvi nossos rogos. Leva-nos contigo até Jesus. Neste encontro lastimoso, na Rua da Amargura, coloquemo-nos junto de nossa Mãe Santíssima e ela nos levará até o seu benditíssimo Filho.
Queira, ó Virgem das Dores, consolar-nos de nossas misérias e conduzi-nos até Jesus.
Sigamos com Ela, até o Calvário, para lavarmo-nos no sangue redentor.
 

 
Fotos Arronchesemnoticias e MHR

domingo, 26 de março de 2017

A Luz do Mundo


https://www.youtube.com/watch?v=2yClva29mDs


Jesus apresenta-se como “a luz do mundo”; a sua missão é libertar os homens das trevas do egoísmo, do orgulho e da auto-suficiência. Aderir à proposta de Jesus é enveredar por um caminho de liberdade e de realização que conduz à vida plena. Da acção de Jesus nasce, assim, o Homem Novo – isto é, o Homem elevado às suas máximas potencialidades pela comunicação do Espírito de Jesus.


Acender a Luz da esperança no mundo


https://www.youtube.com/watch?v=zzds456Cc2A

Enquanto é dia, façamos o bem!
Jesus convida-nos a realizar boas obras “enquanto é dia!”
O evangelista São João usa com muita frequência esta oposição entre...
luz-trevas;
dia-noite;
morte-vida;
amor-ódio;
verdade-mentira;
liberdade-escravidão;
este mundo - o outro mundo...

Faleceu o Padre Luís Moreira Bernardo




Este Sábado, 25, ao final da manhã, no Lar em Cebolais de Cima, o Pai chamou a Si o Padre Luís Moreira Bernardo, que está em câmara ardente na Igreja do Seminário de S. José, em Alcains, de onde sairá pelas 16h30 em direcção a S. Miguel d'Acha, uma das suas últimas Paróquias, onde será celebrada Eucaristia pelas 18h00 e à qual se seguirá a sepultura no Cemitério local.
Rezemos ao senhor da Vida pelo Padre Luís e roguemos-lhe que não faltem operários na sua Messe.

sábado, 25 de março de 2017

Papa aprova canonização de Francisco e Jacinta Marto

Anúncio feito pela sala de imprensa da Santa Sé

Fatima.pt

O Papa Francisco aprovou hoje o milagre necessário para a canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto, videntes de Fátima, anunciou a sala de imprensa da Santa Sé.

A canonização de Francisco (1908-1919) e Jacinta Marto (1910-1920), beatificados a 13 de maio de 2000 pelo Papa João Paulo II, em Fátima, dependia do reconhecimento de um milagre atribuído à sua intercessão.

A data e local para a cerimónia de canonização vão ser decididos num próximo consistório (reunião de cardeais), no Vaticano, marcado para 20 de abril.

A divulgação do decreto que reconhece um milagre atribuído à intercessão dos Beatos Francisco e Jacinta Marto, "crianças de Fátima", foi feita esta tarde, após uma reunião do Papa com o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

A canonização é a confirmação, por parte da Igreja, que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.

Francisco e Jacinta Marto, irmãos pastorinhos que, segundo o testemunho reconhecido pela Igreja Católica, presenciaram as aparições da Virgem Maria na Cova da Iria e arredores, entre maio e outubro de 1917, são os mais jovens beatos não-mártires da história da Igreja Católica.

A postuladora da causa de canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto, irmã Ângela Coelho, tinha referido à Agência ECCLESIA que o milagre necessário para a canonização, após a beatificação de 13 de maio de 2000, tinha “todas as condições” para ser validado.

O estudo refere-se a uma cura de uma criança, natural do Brasil.

“É bonito por isto mesmo: duas crianças cuidam de uma criança”, referiu a irmã Ângela Coelho, em entrevista que vai ser transmitida este domingo no Programa '70x7' (RTP2).

Os trâmites processuais para o reconhecimento de um milagre, por parte do Papa, acontecem segundo normas estabelecidas em 1983.

A Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé) promove uma consulta médica sobre a alegada cura, para saber se a mesma é inexplicável à luz da ciência atual, feita por peritos; o caso é depois submetido à avaliação de consultores teológicos e de uma sessão de cardeais e bispos.

A aprovação final depende do Papa, que detém a competência exclusiva de reconhecer uma cura como verdadeiro milagre.

A Igreja celebra a 20 de fevereiro a festa litúrgica dos beatos Francisco e Jacinta Marto, dois dos três pastorinhos videntes de Nossa Senhora, em 1917; a data coincide com a da morte da beata Jacinta Marto.

OC

http://www.agencia.ecclesia.pt/

A Luz


https://www.youtube.com/watch?v=_UQSjaoab-A

As leituras deste Domingo propõem-nos o tema da “luz”. Definem a experiência cristã como “viver na luz”.
No Evangelho, Jesus apresenta-se como “a luz do mundo”; a sua missão é libertar os homens das trevas do egoísmo, do orgulho e da auto-suficiência. Aderir à proposta de Jesus é enveredar por um caminho de liberdade e de realização que conduz à vida plena. Da acção de Jesus nasce, assim, o Homem Novo – isto é, o Homem elevado às suas máximas potencialidades pela comunicação do Espírito de Jesus.
Na segunda leitura, Paulo propõe aos cristãos de Éfeso que recusem viver à margem de Deus (“trevas”) e que escolham a “luz”. Em concreto, Paulo explica que viver na “luz” é praticar as obras de Deus (a bondade, a justiça e a verdade).
A primeira leitura não se refere directamente ao tema da “luz” (o tema central na liturgia deste domingo). No entanto, conta a escolha de David para rei de Israel e a sua unção: é um óptimo pretexto para reflectirmos sobre a unção que recebemos no dia do nosso Baptismo e que nos constituiu testemunhas da “luz” de Deus no mundo.
A nossa leitura mostra, mais uma vez, que Deus tem critérios diferentes dos critérios humanos e que a sua lógica nem sempre coincide com a nossa. “Deus não vê como o homem; o homem olha às aparências, o Senhor vê o coração” – diz o texto. É preciso entrar na lógica de Deus e aprender a ver, para além da aparência, da roupa que a pessoa veste, do “curriculum” profissional ou académico; é preciso aprender a ver com o coração e a descobrir a riqueza que se esconde por detrás daqueles que parecem insignificantes e sem pretensões… É preciso, sobretudo, aprender a respeitar a dignidade de cada homem e de cada mulher, mesmo quando não parecem pessoas importantes ou influentes. É isso que acontece nos “guichets” dos nossos serviços públicos? É isso que acontece nas recepções das nossas igrejas? É isso que acontece nas portarias das nossas casas religiosas?
A expressão “desperta tu que dormes”, citada por Paulo, convida-nos à vigilância. O cristão não pode ficar de braços cruzados diante da maldade, do egoísmo, da injustiça, da exploração, dos contra-valores que enegrecem a vida dos homens e do mundo. O cristão tem de manter uma atitude de vigilância atenta e de denúncia ousada e corajosa. Diante dos contra-valores, qual a minha atitude: é a atitude comodista de quem deixa correr as coisas porque não está para se chatear, ou é a atitude de quem se sente realmente incomodado com a escuridão do mundo e pretende intervir para que o mundo se construa de uma forma diferente?
A Palavra de Deus convida-nos, neste tempo de Quaresma, a um processo de renovação que nos leve a deixar tudo o que nos escraviza, nos aliena, nos oprime – no fundo, tudo o que impede que brilhe em nós a “luz” de Deus e que impede a nossa plena realização. Para que a celebração da ressurreição – na manhã de Páscoa – signifique algo, é preciso realizarmos esta caminhada quaresmal e renascermos, feitos Homens Novos, que vivem na “luz” e que dão testemunho da “luz”. O que é que eu posso fazer para que isso aconteça?


extractos de http://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=1339

sexta-feira, 24 de março de 2017

DIA INTERNACIONAL PELO DIREITO À VERDADE

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A Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2010, proclamou o dia 24 de março como o Dia Internacional pelo Direito à Verdade acerca das Graves Violações dos Direitos Humanos e à Dignidade das Vítimas. E fê-lo em reconhecimento da luta que Dom Óscar Romero teve em defesa dos direitos humanos. Óscar Romero nasceu em agosto de 1917, há cem anos, em El Salvador, foi ordenado sacerdote em 1942, eleito Bispo em 1970, nomeado Arcebispo de El Salvador em 1977, assassinado em 24 de março de 1980, e, hoje, decorre o seu processo de canonização. Num contexto político de forte miséria e repressão social, denuncia crimes, espevita a esperança do povo, protesta contra a violência do Estado e a opressão económica, política e militar do país, denuncia a exploração, a guerrilha revolucionária e defende que “não pode haver verdadeira paz e verdadeiro amor com base na injustiça, na violência, na intriga”. Considerava que a malnutrição e o assassínio eram as duas grandes epidemias a dizimar o seu povo: “É triste ler que, em El Salvador, as duas causas principais de morte são: primeiro, a diarreia; segundo, assassínio”. Com uma imprensa nacional totalmente controlada, a informação da sua Diocese torna-se a única fonte fidedigna de verdadeiras notícias, dando a conhecer, à população ávida da verdade, os números crescentes de desaparecidos - civis e sacerdotes -, denunciando sempre a contínua violação dos direitos humanos. Ao povo ele havia dito: “Se um dia eles arrebatarem a estação de rádio, se fecharem o nosso jornal, se não nos deixarem falar, se matarem todos os sacerdotes e o bispo, e ficardes sós, um povo sem sacerdotes, cada um de vós deverá ser o microfone de Deus, cada um de vós deverá ser um mensageiro, um profeta…” E perguntava: “Uma Igreja que não provoca crises, um Evangelho que não incomoda, uma Palavra de Deus que não sacode ninguém, uma Palavra de Deus que não toca no pecado real da sociedade em que é proclamada: que Evangelho é esse?”.
Com enorme coragem, e depois de saber que os EUA estavam apostados em reforçar a corrida às armas em El Salvador, escreve a Jimmy Carter que mobilizara a sua campanha com muita retórica sobre os direitos humanos, fazendo-lhe um apelo para que não enviasse ajuda militar e económica ao governo salvadorenho e para não financiar a repressão ao povo. De quando em vez, era mimoseado com ameaças de morte: “esta semana recebi um aviso de que estou na lista daqueles que serão eliminados na próxima semana. Mas estou tranquilamente convicto de que nunca se poderá matar a voz da justiça”. Sim, ele poderia ser morto mas a voz da justiça continuaria a rasgar caminho e horizontes. “Nunca pregamos a violência, a não ser a violência do amor que deixou Cristo pregado numa cruz. Nunca pregamos a violência, a não ser a violência que cada um de nós deve fazer a si próprio para ultrapassar o egoísmo e as desigualdades tão cruéis entre nós. A violência que nós pregamos não é a violência da espada, a violência do ódio. É a violência do amor, da fraternidade, a violência que escolhe transformar as armas em foices para o trabalho”. Para ele, o maior perigo, “O maior perigo diante de tanta violência é que fiquemos insensíveis. Eu tento pensar diante de Deus que um só morto representa uma grave ofensa e que, todas as vezes que um homem ou uma mulher morre, é como matar novamente Jesus Cristo“. Humilde e completamente confiante em Deus, pedia orações para continuar a sua missão: “Peço as orações de vocês para ser fiel à promessa de não abandonar o meu povo, mas de correr com ele todos os riscos que o meu ministério exige”. A situação, porém, não melhorava, antes pelo contrário. Triste, mas cheio de esperança em novos tempos, lança um novo e aflitivo apelo aos promotores de tanto sofrimento e mal-estar: “Em nome de Deus e desse povo sofredor, cujos lamentos sobem ao céu todos os dias, peço-lhes, suplico-lhes, ordeno-lhes: cessem a repressão”. E mais lhes pedia: “Não me olheis como um juiz ou como um inimigo. Sou apenas o pastor, o irmão, o amigo do seu povo, aquele que conhece o seu sofrimento, a sua fome, a sua aflição. Em nome das suas vozes, levanto a minha para dizer: não façais ídolos das vossas riquezas, não as reserveis para vós de uma forma que deixe os outros a morrer de fome. Para sermos felizes devemos partilhar”. No dia seguinte, à noite, dia 24 de março de 1980, era barbaramente assassinado enquanto celebrava a Eucaristia no Hospital da Divina Providência.
Prevendo o modo da sua morte, havia afirmado a alguém que “se Deus aceitar o sacrifício da minha vida…”, que ela “possa servir para a libertação do meu povo e de testemunho de esperança daquilo que está para vir. Se eles conseguirem matar-me, pode dizer-lhes que eu lhes perdoo e abençoo aqueles que o fizerem. Contudo, desejo que eles percebam que estão a perder o seu tempo. Um bispo pode morrer, mas a Igreja de Deus, que é o povo, nunca morrerá”. “A Igreja existirá sempre, enquanto houver uma pessoa batizada. E essa pessoa batizada que for deixada no mundo, é responsável diante do mundo por desfraldar o estandarte da verdade do Senhor e da sua justiça divina”.

D. Antonino Dias Bispo de Portalegre Castelo Branco
24-03-2017

INFORMAÇÃO PAROQUIAL


                                              

HORÁRIOS DAS CELEBRAÇÕES NOS DIAS 25 E 26  DE MARÇO

Sábado 25:

Mosteiros: Celebração 16:30H   


Vale de Cavalos: Celebração 15:30H

Oração de Taizé: Casa Paroquial  21:00H

Domingo 26

Reguengos: Celebração 9:30H

Alegrete: Eucaristia 10:30H

Degolados: Celebração 12:00H

Besteiros: Nª Srª da Lapa: Eucaristia 15:00H

Esperança: Celebração 15:00H

Arronches: Eucaristia e Procissão 16:00H


quinta-feira, 23 de março de 2017

Procissão do Senhor dos Passos- Arronches

Procissão do Senhor dos Passos



Dia 26/03/2017

Realiza- se no próximo domingo,dia 26, a Procissão do Senhor dos Passos.
Será celebrada a Eucaristia, na Igreja Matriz, às 16:00h, seguindo -se a procissão com o trajecto habitual. 
O Encontro com a Nossa Senhora das Dores, que sairá da Igreja de Nossa senhora da Luz e o Sermão terão lugar no Largo Serpa Pinto, seguindo a procissão pela rua do Assumar e trajecto habitual.
Recordemos os momentos dolorosos de Jesus e de Sua Mãe, a caminho do Calvário, acompanhando as imagens pelas ruas da nossa vila.

Por que me julgas?



«Não me julgues por eu pecar de forma diferente da tua.»
Autor Desconhecido

Penso que isto deveria ser uma verdade universal, mas, acima de tudo, deveria ser algo que estivesse presente naqueles que dizem ser de Cristo.
Faz-me tremenda confusão que os testemunhos do verdadeiro amor sejam, muitas das vezes, os primeiros a julgar e a condenar aquele que se encontra próximo.
É, claramente, muito mais fácil condenarmos do que tentarmos perceber o que está por detrás de toda uma situação.
Não temos tempo para isso.
Não queremos ter respostas, nem justificações.
Desejamos que seja algo rápido e instantâneo para que possamos fazer uma publicação fugaz no Facebook, onde o ódio e a crítica sejam os verdadeiros estandartes de uma sociedade que se diz avançada e moderna.
Por que carregamos tamanha vingança?
Por que desejamos tamanha desunião quando não somos nada sozinhos?
Por que apontamos o dedo ao outro quando todos nós somos autênticos pecadores?
Não é assim que devemos caminhar na vida.
Não é assim que chegaremos junto d'Aquele que nos ama.
A falha, o erro e o pecado não devem ser carregados sozinhos.
É nestas alturas que nos devemos unir para que tenhamos consciência das nossas fragilidades.
É nestes momentos que devemos ouvir, escutar e abraçar aquele que se encontra à nossa frente.
Só a compaixão e a compreensão poderão curar a fraqueza que existe em cada um de nós.
Só uma verdadeira proximidade poderá atenuar a dor de se viver no erro.
Não nos tornemos moralistas, nem donos de uma verdade.
Tornemo-nos, isso sim, cada vez mais humanos para que possamos compreender a vida que acontece em cada um de nós.
Trabalhemos para que cada um faça a sua Páscoa (passagem) para a alegria da vida.
E esta passagem só se concretiza se formos verdadeiros construtores de pontes de amor, paz e união.

Emanuel António Dias (17-03-2017) em iMissio

quarta-feira, 22 de março de 2017

O dom da fragilidade




À humanidade, corresponde uma grandeza própria, grandeza ontológica, a nada redutível: o ser humano não é redutível a uma coisa entre as outras, não é redutível a uma forma de vida entre as outras, não é redutível a algo como a cidadania, não é, sequer, redutível a uma mera «criatura de Deus», se por tal se entender que na relação com Deus se esgota toda a grandeza propriamente humana. Neste último caso, o ser humano e Deus seriam confundíveis, dado que o ato do ser humano poderia ser, precisamente, reduzido ao ato de Deus. O que se afirmou para este último caso é paradigma de análise para todos os outros anteriormente elencados, bem como para quaisquer outros evocáveis. Outro modo de dizer isto é afirmar que nem Deus nem o ser humano teriam realidades próprias, precisamente irredutíveis. Ora, a criação consiste exatamente na outorga da radical diferença identitária do criado relativamente ao criador. Não entender isto é não entender coisa alguma de fundamental em termos da ontologia e metafísica cristãs ou, em âmbito não religioso, não entender a irredutibilidade ontológica de uns seres relativamente aos outros, quaisquer sejam, o que, no limite, tem como corolário algo de semelhante às teorias que suportaram aberrações onto-antropológicas como o nazismo, em que tudo era redutível, em última instância, à objetividade subjetiva da vontade do tirano.

Esta irredutibilidade ontológica, onto-antropológica, significa que há uma realidade própria do ser humano que é inalienável, sob pena de imediata aniquilação de isso que constitui ontologicamente quer cada ser humano individualmente considerado quer a humanidade como um todo, humanidade já havida, humanidade presente em histórico ato e humanidade a haver, em toda a sua imensamente rica diferencialidade e diferença real, concreta.

Desta grandeza propriamente humana faz parte quer a sua atualidade propriamente física quer a sua atualidade propriamente metafísica. Note-se que não estamos a falar de algo como a nefasta dualidade «corpo-alma», mas do que constitui a ontologia integral do ser humano, que não pode dar-se sem uma dimensão física – não confundir com corpórea, que em muito transcende o «físico» – e sem uma dimensão metafísica.

Para que tal se entenda, vamos recorrer a um exemplo negativo: há uma diferença abissal entre uma pessoa – termo que usamos como sinónimo de ser humano – e um cadáver. Este último é simplesmente matéria, isto é, realidade física, puramente física, meramente física, pelo menos se não tivermos em consideração que qualquer forma implica uma estrutura quer lógica quer matemática, ambas metafísicas, dado que não se encontram na natureza, antes a precedem como absoluto de possibilidade precisamente de ordem, de forma.

O que está em causa no cadáver é não a sua relação com a formalidade física, mas a sua relação com a formalidade humana: o cadáver não tem forma humana, mesmo que guarde aspeto humano.
A forma humana é dada pelo corpo, que é algo de vivo, logo, em que há uma forma especial, espiritual, capaz de intuição de realidades propriamente metafísicas, capaz de sentido, algo que é sempre da ordem do metafísico.

Não há «sentido físico», o que pode haver – e há, quando há – é a presença de sentido acerca do físico nisto que é o ser humano como ato, precisamente, de sentido, como ente metafísico. Nada de físico é capaz de sentido (a menos que estejamos em ambiente leibniziano, que é, sempre metafísico, resolvendo o problema logo à partida).
No ser humano, como ser humano, tudo se joga em termos de sentido, em termos metafísicos, sem esta dimensão, não há ser humano, há um cadáver, que é um simples pedaço de inerte matéria.

Esta distinção é dura, mas é fundamental. Muito do que de equívoco se vai afirmando acerca do ser humano depende desta confusão e da redução do ser humano a um cadáver animado, a uma coisa material que pensa. Ora, a materialidade não pensa: é a pessoa que pensa usando todos os recursos de que é constituída, dimensão física incluída.

É o espírito que pensa o físico, é o espírito que pensa a chamada «matéria», realidade cuja definição própria se desconhece – existem definições funcionais, como para a energia, seu outro modo de ser.

Deste ponto de vista, não há coisa alguma na ontologia do ser humano que não seja positiva. A realidade humana universal aparentemente mais negativa, a humana incompletude ou finitude não é um dado negativo, mas a possibilidade de engrandecimento como ato próprio de cada pessoa e da humanidade como um todo.



Não ser perfeito implica poder ser perfeito.

Se se fosse perfeito não se poderia ser perfeito, pois a perfeição estaria dada. Mas, se a perfeição estivesse dada, o ser humano seria um simples dado, sem qualquer possibilidade própria a apropriar, consequentemente, sem qualquer mérito próprio.

É a imperfeição, como possibilidade e vocação para uma possível perfeição, que constitui o modo próprio ontológico do ser humano como autoconstrutor possível de si próprio, como poeta possível do seu próprio poema, em coincidência possível e atual com este, assim se poetize. O ser humano é um ser autopoético. A vida humana é um poema próprio; a vida humana é um poema recíproco. O poema próprio constitui o domínio da ética. O poema recíproco constitui o domínio da política. Todos são domínios onto-poéticos humanos, logo, antropo-onto-poiéticos.

Deste ponto de vista, toda a potencialidade ontológica positiva humana é um bem. Deste mesmo ponto de vista, a grande potencialidade humana é dada pelo rasgo de possibilidade que é a imperfeição como possibilidade de aperfeiçoamento.
Ora, a fragilidade humana faz parte deste rasgo de horizonte possível, porque a fragilidade humana não é sinal ou sintoma de algo de errado, mas a própria condição humana como ente em aperfeiçoamento possível e, porque possível, sempre periclitante.

É o caráter periclitante do nosso ato que constitui problema, não a nossa fragilidade, que é sinónimo do que somos desde que somos concebidos até que morremos, altura em que a periclitância mundanamente é aniquilada ou transcendentemente é metamorfoseada em algo de radicalmente diferente, em que a lógica do movimento e do tempo associado desaparece, passando a vigorar a lógica do eterno, em que algo como a periclitância não faz qualquer sentido.

A fragilidade não é, pois, um mal, mas um bem, significando a nossa condição de itinerantes sempre sobre o fio de uma navalha – que é a do sentido – sobre que temos de caminhar, equilibrando-nos sobre a linha de gume, que só nos dilacera se dela delirarmos, isto é, se nos perdemos como sentido, se não formos capazes de viver plenamente isso que é a nossa possibilidade própria, seja ela qual for.

Para esta possibilidade absolutamente uni-pessoal não há modelo algum. O modelo de possibilidade ontológica para a humanidade é constituído precisamente pela radical pessoalidade da vida de cada ser humano: nunca o que foi ou é bom para um é exatamente bom para qualquer outro. A poética da vida humana é sempre uma possibilidade e uma vocação de absoluta originalidade. A humanidade ergue-se sobre o duplo assento ontológico da comunidade específica e da diferencialidade individual, sendo que a comunidade específica mais importante é a que implica inexoravelmente a diferença individual: o ser humano é radicalmente diferente na sua individualidade, constituindo cada ser humano, como entidade de sentido, algo analogável a um mundo próprio, separado em si mesmo e absolutamente autónomo como tal.

É esta autonomia que constitui o que tradicionalmente se chamava «incomunicabilidade ontológica», que implica que cada ser humano seja, segundo o ser, totalmente incomunicável com todos os outros, pois cada parte sua é totalmente pessoal e própria, não podendo ser transferida para outro ser humano (não nos referimos a partes corporais, mas, mesmo essas, têm diferenças ontológicas próprias que têm de ser anuladas, sob pena do que chama de «rejeição»).

Deste modo, lidar com a «fragilidade humana» não é algo de especialmente próprio de certos trabalhos, mas o modo comum de as pessoas se relacionarem: todos nós nos relacionamos com as nossas fragilidades, pois todos somos frágeis e não há modo algum de afastar as fragilidades quando partimos para qualquer relação, humana ou outra, por exemplo, com o próprio Deus.

Não é a comum fragilidade humana que é problemática, pois é transcendental, isto é, comum a toda a humanidade, mas certas formas de especial fragilidade humana. No seio destas, especialmente as que põem em causa, mediata ou imediatamente, quer a vida humana quer o sentido humano. Estas duas expressões dizem, de modos diferentes, a mesma realidade. Esta realidade é a relação do ser humano com a possibilidade não da sua morte, que é tema tão variado quanto os passíveis de morrer – todos nós –, mas da sua aniquilação, isto é, da sua redução a nada, a coisa nenhuma.

É a fragilidade na relação com a aniquilação – seja esta relação vivida de forma intuitivamente clara (em consciência) seja vivida de forma não-clara – que constitui problema e que reclama a ajuda, por exemplo, quer dos que exercem funções de capelania hospitalar – seja qual seja a religião – quer dos que prestam outras formas de ajuda ou assistência espiritual, sempre tarefas de inexcedível mérito humano, se realizadas na máxima perfeição do que a própria fragilidade dos cuidadores permite.

Em última instância, quem esteja numa situação-limite de periclitância de vida, inevitavelmente conducente à morte – como é o caso dos vários tipos de doença terminal (moribundos) – pode estar numa situação de sentido em que todo o seu ser coincida com o ato de transe em que se encontra, em estado de ativa aceitação da conclusividade da vida, estando, como se costuma dizer – e bem –, em paz.

Tal pessoa pode não necessitar de especial cuidado espiritual para lá do que representa o testemunho da presença de um outro ou de outros seres humanos, apenas como afirmação de não-abandono ativo, isto é, de amor.

Para esta pessoa, por parte do capelão ou de um outro assistente espiritual, poderá bastar sempre um simples «bom dia!», que celebra a comum humanidade como ato de amor na forma, ainda que breve, da presença de um ser humano que se preocupa e, assim, se ocupa de outro. Em termos cristãos, lembremo-nos de Maria aos pés da cruz e do que tal deve ter significado para o frágil e sofredor Cristo, no entanto em dolorosa paz consigo próprio, com o Pai e com a humanidade.

O mais é absolutamente insignificante, só este amor e esta paz contam. Como ato mínimo, que é, nisso, máximo de cura espiritual esta presença de Maria marca o paradigma do que pode e deve ser feito. Em termos de sentido humano, o absoluto da presença é algo de divino, pois cumpre, na perfeição da possibilidade da humana universal fragilidade, o que tem de ser feito como auxílio espiritual ao que sofre de morte, ao que pode estar mesmo à beira do desespero.

Pense-se bem: como pode ter alguma esperança esse que está, melhor, é, porque é essa a intuição que tem, abandonado por todos? Como, sequer, crer em Deus ou em Deus esperar, no caso de Deus, como em Job quase até ao fim e como na Paixão de Cristo até ao fim, se mantiver ausente?

A resposta é dada precisamente nestes mesmos dois textos: nestes casos, é a presença transcendental de Deus como forma memorial coincidente com o que de mais profundo ontologicamente há no ser humano que permite não desesperar. Mas, tão funda é esta presença que é preciso mergulhar no mais profundo de cada um para a descobrir. E se não se for capaz de mergulhar, por variadíssimas razões circunstanciais, tão fundo?

No primeiro caso, no caso dos que encontram a presença memorial de Deus em si, é este encontro que lhes permite resistir, não a Deus ou à vida, mas à possibilidade do desespero. São estes os que encontram em si a paz e a aceitabilidade e aceitação plena da vida, de que a morte é parte inalienável. Estes são aqueles que não precisam de mais do que a tal saudação marcante da presença humana. Que é um simples bálsamo, não uma cura, de que, espiritualmente não necessitam, pois já a possuem. Muitas vezes são estes moribundos quem ainda consola os que, em vão, os querem consolar. O caso mais famoso é o do próprio velho Sócrates de Atenas que, estando em processo de morte, consola os amigos, lhes incute palavras de ânimo, lhes fala de um horizonte de bondade e de beleza sem ocaso.

No segundo caso, no mais profundo da estrutura ontológica do ser humano, estrutura onto-antropológica – que recebe e assume em Cristo a sua plenitude, também como possibilidade de dor e de sofrimento –, encontra-se não uma memória, não uma relação indireta e, de algum modo, representativa-representacional – que é o que memória é –, mas algo de seminal, de ontologicamente transcendental – precisamente porque presença inalienável na ontologia universal humana – e que é a presença de Deus como correlativo do ato de cada pessoa humana, de forma providencial-criadora no comum ser humano, de forma consubstancial em Cristo, consubstancialidade que, assim, é imediatamente paradigma da grandeza da relação de Deus com a criatura humana, que, não sendo cossubstancial a Deus, lhe é ontologicamente correlativa, no que se costuma chamar de imagem e semelhança.

Repare-se que é precisamente esta relação, absoluta ontologicamente como ato sem o qual nada é – e isto é o sentido profundo da providência –, mas frágil no que ao lado humano da relação respeita, pois, basta um simples não do ser humano a Deus para que tudo seja como se tal relação providencial não existisse.

É este não que é, sempre, o pecado, constituindo a sua forma universal. Não há outra forma. No entanto, é esta mesma relação, na fragilidade da parte humana, que constitui a possibilidade de liberdade e concomitantemente a impossibilidade de algo como um panteísmo intra-antropológico: Deus, na sua e pela sua relação como o ser humano, não substitui este, muito menos o anula. É o ser humano que tendencialmente se anula através do não a Deus, através do pecado. Mas a anulação, a aniquilação, é apenas um limite lógico, dado que a relação de Deus para com a pessoa humana nunca é simétrica da relação da pessoa humana para com Deus, sendo que esta última nunca é negativa, embora possa ser suspensa pelo não do ser humano. Esta suspensão pode ser anulada, a qualquer momento por um sim a Deus. Espantosa relação esta, que recebe foros de semelhança – dado que é paradigmática de – por parte de todas as possíveis relações humanas, simplesmente inter-humanas.

Como modelo paradigmático de fragilidade plena, de dor e de sofrimento, enquanto possibilidade e enquanto concretização, da pessoa humana, o ato complexo da entrega final de Cristo é a manifestação, mostração, aliás, inequívoca, do que é a possibilidade universal do sofrimento e da dor, tendo como lugar ontológico a fragilidade humana.

A fragilidade humana não é, assim, algo de moral, de político, de psicológico, de físico: é o modo de ser da ontologia humana, sempre à beira de um abismo de possível tragédia, em que o ser humano pode perder-se «como sentido». Há que perceber que o ser humano nada mais é do que este «logos» próprio, ato de sentido que o ergue como entidade propriamente humana, em que tudo o que o ser humano é se dá na forma do sentido. Em termos humanos, nada há para aquém ou para além do sentido e as luminosas palavras com que João abre o seu Evangelho, «en arkhe en ho Logos» – «no princípio, era o “Logos”», podem ser aplicadas diretamente ao que é o ato de cada pessoa humana, pois, no seu princípio e no seu fim, bem como no seu «meio», nada mais há do que «logos», sentido.

Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (20-03-2017) iMissio

[Américo Pereira| Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Ciências Humanas]

terça-feira, 21 de março de 2017

Papa pede que Quaresma seja tempo de encontro com Jesus

Foto de Francisco, o Papa da humildade.

O Papa Francisco convidou os católicos a fazer da Quaresma um tempo de encontro com Jesus Cristo, “na oração” e no “rosto” de quem sofre.

A intervenção dominical perante peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a recitação do ângelus, partiu do relato evangélico do encontro entre Jesus e uma samaritana, mulher que fazia parte de uma população “cismática e herética” que, recordou o Papa, foi uma das primeiras a aderir à “pregação cristã dos apóstolos”.

“Sabemos quem é Jesus, mas talvez não o tenhamos encontrado pessoalmente, falando com Ele, e não o tenhamos ainda reconhecido como o nosso Salvador”, assinalou, perante cerca de 40 mil pessoas, segundo a Rádio Vaticano.

Francisco recordou ainda que “a água que dá a vida eterna foi infundida” sobre os cristãos no dia do Batismo”.

“Quando esquecemos a verdadeira água, vamos à procura de poços que não têm águas límpidas”, advertiu.

OC

CF Atualidades
De Agência Ecclesia
Link http://www.agencia.ecclesia.pt/noticias/vaticano/vaticano-papa-pede-que-quaresma-seja-tempo-de-encontro-com-jesus/

segunda-feira, 20 de março de 2017

Encontro Diocesano de Taizé





Não sei se já sabes, mas Cidade de Ponte de Sor vai receber a 5ª Edição do Encontro Diocesano de Taizé. Este desafio não é só direcionado para ti, mas também às famílias que te podem acolher, proporcionando momentos de amizade, convívio, partilha, oração e testemunho vocacional.

Neste encontro terás a oportunidade de conhecer muitas realidades juvenis vocacionais e também a divulgação das diversas atividades da nossa diocese. Durante estes três dias onde a oração estará vincada na espiritualidade da Comunidade Ecuménica de Taizé, todos os participantes terão a oportunidade de fortalecer os seus corações, procurando novas perguntas e respostas, mergulhando assim, na fé expressa pelo amor de Jesus Cristo.
Desta forma, vimos por este meio pedir a tua colaboração na divulgação desta atividade que realizar-se-á entre os dias de 24 a 26 de Março na Cidade de Ponte de Sor!
Esta atividade destina-se a rapazes e raparigas a partir dos 15 anos de idade e, para uma preparação logística mais cuidadosa, pedimos que as inscrições sejam feitas até ao dia 11 de Março!

A Equipa Pastoral Juventude e Vocações




domingo, 19 de março de 2017

Faleceu o padre vicentino Agostinho Teixeira de Sousa


Foto Congregação da Missão, Padre Agostinho Teixeira de Sousa


Faleceu esta sexta-feira o padre Agostinho Teixeira de Sousa, superior da comunidade dos vicentinos, em Lisboa, informou a Congregação da Missão em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
O padre Agostinho Teixeira de Sousa faleceu no IPO, em Lisboa, e o corpo esta em câmara ardente a partir das 17h00 horas deste domingo, na paróquia de São Tomás de Aquino, onde vai decorrer uma vigília pelas 18h30.

O funeral do padre Agostinho Teixeira de Sousa realiza-se esta segunda-feira, às 11h00 na igreja paroquial de São Tomás de Aquino, em Lisboa, seguindo para a capela de Pedra Maria em Varziela, Felgueiras, onde vai ser celebrada uma Eucaristia pelas 17h00.

O padre Agostinho Teixeira de Sousa tinha 61 anos, nasceu em Varziela, Felgueiras, de onde saiu para Braga, aos 11 anos, para estudar no Seminário dos Padres Vicentinos.

Ordenado sacerdote no dia 27 de julho de 1980, em Santa Quitéria Felgueiras, por D. António Ferreira Gomes, o sacerdote vicentino foi pároco nas dioceses do Porto, Beja, Santarém e Portalegre-Castelo Branco.

Na Congregação da Missão, o padre Agostinho dinamizou as ‘Missões Populares’, tendo participado em mais de 30, nas dioceses de Beja, Lamego, Vila Real, Portalegre-Castelo Branco, Santarém e Setúbal.

Capelão militar durante 6 anos, o sacerdote vicentino foi ecónomo na Província Portuguesa da Congregação da Missão, coordenador das ‘Missões Populares Vicentinas’, conselheiro provincial e o de superior de diversas comunidades, atualmente na da Luz, em Lisboa.

Nos últimos meses, o padre Agostinho Teixeira de Sousa deu um contributo relevante às celebrações dos 300 anos de presença em Portugal da Congregação da Missão e dos 400 do carisma vicentino, que estão a decorrer este ano.

PR

http://www.agencia.ecclesia.pt/

São José e o eterno perfume da açucena




À semelhança dos anos anteriores, o mês de Março é parcial ou totalmente marcado pelo tom roxo da Quaresma. Há dois dias em que Março se veste de branco: 19 de Março – Dia de S. José; e 25 de Março – A anunciação do Senhor. São dias em que fazemos festa! Porque como José e Maria desejamos dizer “sim” a uma vida com outro Alguém, e com os outros. Também nós, em pleno século XXI, queremos continuar a acolher o Menino de Belém: abraça-Lo, pegar Nele ao colo, brincar e correr com Ele nas aldeias e cidades, viver grandes aventuras nos campos e nas florestas… queremos soltar sorrisos e gargalhadas de gratidão, e também chorar nos momentos de desalento, resultado do abandono e confiança naqueles que nos seguram pela mão e amparam no caminho da vida à semelhança de São José. No chefe da Sagrada Família de Nazaré encontramos o modelo do justo que cresce como um lírio, que a seu tempo espalhará o seu perfume.

São José, um santo esquecido


Alguns dias atrás alguém disse: «Vamos falar de S. José… que está tão esquecido nos nossos dias». Hoje falamos de tanta coisa! Falamos alegremente dos nossos dias, da nossa vida, e ainda bem que assim é. Porém, parece que é sempre mais fácil falarmos do que acontece à nossa volta. Recordamos as grandes figuras da história, da política, do ensino, do futebol, da música, e da televisão que sem dúvida são úteis à humanidade. E daqueles que nos mostraram a beleza de abrir a vida interior aos outros, quantas palavras lhes dedicamos? É tão fácil falar do sucesso visível dos grandes acontecimentos que ocorrem no mundo, mas nem sempre chegamos à grandiosa sabedoria de interpretar, e querer viver o sucesso (in)visível, que brota da interioridade, ou seja, dos pequenos gestos que geram paz, harmonia e esperança. Talvez por isso São José se tenha tornado o santo esquecido, porque viveu no silêncio e no escondimento. Nesse viver, sem publicidade e exibição, entregou-se fielmente à vocação sublime de ser pai. Pai adotivo de um Menino especial: Jesus!

O humilde carpinteiro de Nazaré preocupou-se com o sentir. O carinhoso defensor do Filho de Deus viveu perfeita e harmoniosamente no seu tempo. No silêncio, escutou surpreendido o convite divino para ser pai do Salvador do mundo. Na humildade, longe dos anseios da fama, “escondido” na alegria da vida familiar respondeu calorosamente ao convite de Deus. São José é uma das figuras que caladamente continua a dar a volta ao mundo. Mas, é um homem esquecido que poucos vislumbram, na medida em que o seu modo de viver parece que pouco cativa. Absorvemos pouco daquele que é o amante dos pobres, o modelo dos operários, o espelho da paciência (como rezamos na ladainha). Pois vivemos num tempo de escassa paciência, e por isso é tão difícil unir às alegrias da vida, os seus cansaços e insucessos. Desejamos uma vida sempre mais fácil, com pouco empenho, responsabilidade e determinação. Quando assim é, esquecemos muito facilmente o que é viver, o que é amar, o que é dar-se…e o perfume da açucena de São José vai perdendo intensidade…mas nunca se extinguirá…

São José, um santo de sempre

São José é o amparo das famílias e o protetor da Santa Igreja. O papa João XXIII, por exemplo, confiou o Concílio Vaticano II à proteção de São José. No decorrer da história do mundo, foram e são muitos os homens e mulheres que admiram o homem do silêncio e da escuta, o pai que acolhe e que ensina, o esposo que ama e que se entrega sem medida. São José pode ser esquecido por alguns, mas continua a ter um papel ativo na vida da humanidade. É um modelo de inspiração, e um poderoso intercessor junto de Deus por nós. É agradável segredar-lhe as nossas alegrias, as nossas tristezas, as nossas esperanças e as nossas dúvidas. Conforta-nos também o facto de termos a humilde coragem de lhe pedir que fale da nossa vida bem baixinho aos ouvidos de Deus, como se Lhe estivesse a contar um segredo. É encantador, imaginarmos, mas acima de tudo sabermos que temos o guarda providente da Divina Família a dialogar com Deus sobre nós e por nós. Assim, teremos a oportunidade de continuar a sentir o doce perfume da açucena de São José, se nos empenharmos na construção de uma vida pura…uma vida rumo à santidade.

São José é um auxílio para todos nós. Temos de nos agarrar a ele com toda a confiança e conversar com ele, como fazemos com Jesus e Maria, na nossa oração diária. Busquemos a companhia de São José diariamente, e não apenas quando se acende o sinal alarmante da aflição. Porque se este pai admirável esteve com Jesus, e se preocupou tanto com Ele, tem os mesmos sentimentos para connosco, que somos imagens vivas de Cristo. Hoje, São José continua a pegar ao colo com entusiasmo os filhos do século XXI. Pois a missão de pai foi-lhe confiada para sempre. Confiemos na sua proteção como fizeram homens e mulheres do passado. Consideremos o exemplo de Santa Teresa de Lisieux: “Pedi também a S. José que velasse por mim. Desde a infância tinha por ele uma devoção que se confundia com o meu amor à Santíssima Virgem. Todos os dias recitava a oração: «Ó S. José, pai e protetor das virgens!». E assim, foi sem temor que empreendi a longa viagem. Ia tão bem protegida, que me parecia impossível ter medo” (Manuscrito A, 57r).

São José, o santo do dia do pai

«Porquê que os teus filhos gostam tanto de ti, e te tratam tão bem?». Foram as palavras emocionadas de uma mãe e avó, dirigidas perante toda a família a um dos seus filhos. A esta observação o filho respondeu: «Nunca fiz nada de especial. Respeito os meus filhos, e eles respeitam-me». Quando há esta harmonia entre pais e filhos é com gratidão e esperança que se celebra o dia de São José, o dia do pai, o dia de todos os pais. Muitas vezes o melhor presente que podemos oferecer aos nossos pais, neste dia inaugurado pelo zeloso carpinteiro de Nazaré, é a presença, o “abração” apertado, o beijo da amizade e da intimidade própria da relação familiar. E quando, os amados pais, já tiverem partido para junto de Deus, devemos oferecer-lhe uma oração de gratidão: pelo amor com que nos acolheram e ensinaram a encarar a vida.

Com alegria devemos continuar a confiar as nossas famílias à proteção de São José. Os pais de modo especial devem encontrar nele inspiração, para tornarem a vida familiar mais viva, alegre e confiante. Podem surgir momentos de desânimo, mas como São José os pais devem procurar forças em Deus, para bem desempenharem a missão bela e singular que lhes foi confiada. Portanto, recordemos as palavras do papa Francisco, do dia 19 de Março de 2014: “Os pais devem saber ser pacientes. Às vezes, não há outra coisa a fazer que não seja esperar, rezar e esperar com paciência, doçura, magnanimidade, misericórdia. Um bom pai sabe esperar e sabe perdoar.” Só pela confiança mútua entre pais e filhos, a família continuará a espalhar o suave perfume do amor, da ternura e da fidelidade pelo mundo… o perfume da pura açucena de São José.

Feliz dia de São José, para todos os pais, que longe ou perto vivem uma relação de confiança e esperança com os seus filhos. Que em todos os lares se sinta o perfume da açucena de São José…

André Michael Almeida Pereira (18-03-2017) em iMissio

Mons. José Geraldes Freire partiu para a "Casa do Pai"


Deus chamou a Si, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, o Revdo. Mons. Cónego José Geraldes Freire.
Filho de Joaquim Geraldes Freire e de Leonor Carrondo, nasceu a 14 de maio de 1928 em S. Miguel d'Acha e foi ordenado Presbítero a 15 de agosto de 1951 na Catedral de Portalegre.
As exéquias de Monsenhor Cónego José Geraldes Freire tiveram lugar, dia 18 de março, pelas 10h00, na Igreja de Nª Srª de Lourdes em Coimbra.







Depois de ordenado Presbítero foi nomeado Pároco das Carreiras, Portalegre, de Alagoa, Portalegre. Em 1952, foi nomeado Capelão da Sé e em 1953 foi nomeado Secretário da Câmara Eclesiástica.
Em 1955 é nomeado Professor do Seminário Maior de Portalegre. E a partir de 28 de setembro de 1963 é autorizado a exercer o cargo de Professor de Clássicas na Universidade.
Em 18 de Setembro de 1990 é nomeado Cónego Capitular da Sé de Portalegre e em 15 de novembro do mesmo ano é nomeado Monsenhor com o Título de Prelado Honorário de Sua Santidade João Paulo II.

As exéquias de Monsenhor Cónego José Geraldes Freire tiveram lugar sábado, dia 18 de março, pelas 10h00, na Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, em Coimbra, de onde seguiu para o Cemitério da Conchada na mesma Cidade. O velório foi realizado na Capela da Ressurreição da mesma Igreja de Nossa Senhora de Lourdes.
http://www.portalegre-castelobranco.pt/

Encontro de Jesus com a Samaritana


https://www.youtube.com/watch?v=jsf36clAo1c

Encontro de Jesus com a Samaritana
A Samaritana respondeu positivamente ao Cristo, indo à cidade e convidando seus amigos e conhecidos:
Venham e vejam..."
Isto é crer e ser discípula missionária do Reino de Deus!

sábado, 18 de março de 2017

Tu és a água viva!


https://www.youtube.com/watch?v=MaanCu52R5A

III Semana da Quaresma -
No encontro com a samaritana Jesus oferece a água viva que permanece. Que transforma. A água que é vida. No encontro de Jesus com cada um de nós, somos chamados a partilhar uma vida nova, a transformar o nosso interior para a identidade plena com Ele. Porque Ele é o Messias, Senhor. Ele é a fonte do nosso existir e da nossa fé. O sentido do nosso sentido. Estaremos dispostos, também nós a beber da sua água de compromisso e vida nova?


Água Viva


https://www.youtube.com/watch?v=NbcD16QMcwc

A Palavra de Deus que hoje nos é proposta afirma, essencialmente, que o nosso Deus está sempre presente ao longo da nossa caminhada pela história e que só Ele nos oferece um horizonte de vida eterna, de realização plena, de felicidade perfeita.
A primeira leitura mostra como Jahwéh acompanhou a caminhada dos hebreus pelo deserto do Sinai e como, nos momentos de crise, respondeu às necessidades do seu Povo. O quadro revela a pedagogia de Deus e dá-nos a chave para entender a lógica de Deus, manifestada em cada passo da história da salvação.
A segunda leitura repete, noutros termos, o ensinamento da primeira: Deus acompanha o seu Povo em marcha pela história; e, apesar do pecado e da infidelidade, insiste em oferecer ao seu Povo – de forma gratuita e incondicional – a salvação.
O Evangelho também não se afasta desta temática… Garante-nos que, através de Jesus, Deus oferece ao homem a felicidade (não a felicidade ilusória, parcial e falível, mas a vida eterna). Quem acolhe o dom de Deus e aceita Jesus como “o salvador do mundo” torna-se um Homem Novo, que vive do Espírito e que caminha ao encontro da vida plena e definitiva.
Muitas vezes somos egoístas, orgulhosos, comodistas, “meninos mimados” que passam a vida a lamentar-se e a acusar Deus e os outros pelos “dói-dóis” que a vida nos faz. No entanto, as dificuldades da caminhada não são um castigo ou uma derrota; são, tantas vezes, parte dessa pedagogia de Deus para nos forçar a ir mais além, para nos renovar, para nos amadurecer, para nos tornar menos orgulhosos e auto-suficientes. Devíamos, talvez, aprender a agradecer a Deus alguns momentos de sofrimento e de fracasso que marcam a nossa vida, pois através deles Deus faz-nos crescer.

Em geral, os homens de hoje preocupam-se mais com os resultados da última jornada do campeonato de futebol, com as últimas peripécias da “telenovela das nove”, com os investimentos na Bolsa, com as vantagens da última geração de computadores ou com o caminho mais rápido e mais seguro para atingir o topo da carreira profissional do que com Deus e com o seu amor. Não será tempo de redescobrirmos o Deus que nos ama, de reconhecermos o seu empenho em conduzir-nos rumo à felicidade plena e de aceitarmos essa proposta de caminho que Ele nos faz?

Nesta semana, procuremos aprofundar esta relação que somos convidados a viver com Deus e com os nossos irmãos. Não sejamos daqueles “mimados” que já não sabem apreciar o que se lhes dá! Não sejamos daqueles “avarentos” que já não sabem o que é oferecer!

extractos de http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_meditando_anoa.asp

SER PAI COM AMOR E PRESENÇA



Aproxima-se o dia litúrgico de São José, Dia do Pai. Em comunhão dos santos, rezamos pelos pais que já partiram para a eternidade. Saudamos, com alegria e esperança, todos os que vivem entre nós. E curvamo-nos perante a sua missão educativa que é um verdadeiro e próprio ministério. É um direito-dever qualificado como essencial, original e primário (cf. FC36). Direito-dever nada fácil, até porque, os filhos, quando nascem, não trazem um manual de instruções a dizer como é que devem ser educados e cada um é cada qual. É um processo exigente e contínuo onde aquilo que julgamos ser o mais viável nem sempre é o melhor nem o mais útil. “Eduquem as crianças e não será preciso castigar os homens”, afirmava Pitágoras.
Através dos tempos, a figura do pai tem tido vários modelos. Rigorosos estes, invasivos aqueles, manga larga aqueloutros, moderados estoutros e outros ainda sempre ausentes na vida dos filhos. É verdade que todos os modelos são discutíveis e que a luta pela vida também nem sempre facilita as coisas. Os filhos, porém, têm direito ao amor do Pai, amor que não pode ser substituído, nem totalmente delegado ou usurpado por alguém. A presença do pai ajuda as crianças a crescerem em ambiente feliz, com confiança e amizade. É um amor que os confortar e lhes aquece o coração, os vai libertando dos seus medos e inseguranças incutindo-lhes confiança e amor aos outros. Ajuda-os a integrarem-se na comunidade, a descobrir a beleza da vida, a vivê-la com dignidade e de forma responsável, com esperança, ideais e valores.
O escritor Sergio Sinay, sociólogo e jornalista formado na Argentina e com vários livros publicados, chamou a um dos seus livros “Sociedade dos filhos órfãos”, uma crítica ao modo de vida da atualidade, em que os pais delegam o seu dever de educar a escolas, a outras instituições e até às novas tecnologias, transmitindo a falsa ideia de que o seu papel de pais é insignificante ou facilmente substituível. E não é. É verdade, como ele afirmou numa entrevista a Isabel Clemente, jornalista no Brasil, é verdade que “sempre houve pais que não assumem responsabilidades e sempre haverá. Mas nunca houve como hoje um fenómeno social tão amplo e profundo a ponto de criar uma geração de filhos órfãos de pais vivos. Pela primeira vez podemos dizer, infelizmente, que os filhos com pais presentes que cumprem suas funções são uma minoria”. E mais diz, em relação aos pais que ficam irritados com o que ele escreve. Eles irritam-se “porque muita gente não gosta de escutar ou ler o que precisa, apenas o que gosta. Os pais de filhos órfãos, em sua maioria, não admitem a sua própria conduta e acreditam que ser pai e mãe consiste em comprar coisas para os filhos, matriculá-los em escolas caras, dar celulares e computadores modernos”. Relaciona o fracasso dos pais na educação dos filhos ao medo que eles têm da reprovação infantil: “O medo vem de uma cultura que transformou as relações humanas em transações comerciais. As pessoas se enxergam como recursos ou clientes. Os pais tratam de comprar o amor dos filhos e temem que o cliente não esteja contente. O carinho dos filhos não se compra. Amor se constrói com presença, atitudes, e assumindo a responsabilidade de liderar o caminho dessa vida em direção à autonomia. Para isso, há que se estabelecer limites, marcar as fronteiras, frustrar. Criar e educar é também frustrar, ensinar que nem tudo é possível. Só assim se ensina a escolher. E só quem escolhe pode ser livre. Os pais, no entanto, têm medo de não ser simpáticos, então se esquecem de ser pais que é o que os filhos precisam”. Ao referir-se a modelos passados, Sergio Sinay afirma: “Aquele modo de educar tinha muitas limitações e era muito rígido em muitos aspetos. Mas se sabia claramente quem eram os pais e quem eram os filhos. Os pais não tinham medo de atuar como pais, ainda que às vezes cometessem excessos em sua autoridade. Mas é sempre mais fácil corrigir um excesso do que superar uma ausência. Alguém pode mudar um modelo pobre ou insuficiente. Muito mais grave é não ter modelo”.
Nem sempre o educar é fácil, mas “não se pode ter medo de tomar decisões, dizer não, proibir certas relações perigosas. Os filhos vão protestar, tentarão transgredir. Isso não é um problema, é parte do processo. Os filhos sempre buscarão transgredir para crescer. O problema é quando os pais viram o rosto, olham para o outro lado, não estabelecem limites ou têm medo dos filhos. Ser pai com amor e presença não significa converter-se em uma pessoa simpática, em um animador de televisão. Às vezes, há que se tomar medidas duras”.
Quando a entrevistadora lhe perguntou que mensagem gostaria de deixar aos pais, ele respondeu que “quem tem filhos tem responsabilidades sobre uma vida. Essa vida precisa de respostas. E diria que só há uma maneira de aprender a ser pai e mãe: convivendo com os filhos, estando presentes em suas vidas, errar, pedir desculpas, reparar o erro e seguir adiante, sempre com responsabilidade e presença”.

D. Antonino Dias - Bispo de Portalegre Castelo Branco
17-03-2017

sexta-feira, 17 de março de 2017

D. Antonino Dias pede compromisso concreto na vivência da semana da Cáritas

Bispo incentivou à «formação», durante Assembleia Diocesana da Pastoral Social

O bispo de Portalegre-Castelo Branco incentivou à participação nas ações da Semana Cáritas 2017, que termina este domingo, destacando o peditório de rua que começa esta quinta-feira.

D. Antonino Dias falava na assembleia intitulada ‘Igreja, Casa de Todos’, promovida pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Social e Mobilidade Humana, no Cineteatro Municipal de Alter do Chão.

Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, a organização do encontro informa que o prelado encerrou a Assembleia da Pastoral Social e observou que se está “a formar” e é necessário participar nestas ações de formação.

O prelado começou o encontro por incentivar a “aproveitar” o dia para “espevitar a chama da fé, da solidariedade, de ver o ‘outro” um dom”.

D. Antonino Dias considerou a diocese como “porta da misericórdia numa Igreja em saída e sem medo” ao encontro dos outros.

A 8.ª Assembleia da Pastoral Social, intitulada ‘Igreja, Casa de Todos’, teve presente o tema geral ‘A fé da sentido(s) à nossa vida’ proposto pela Diocese de Portalegre-Castelo Branco para o atual ano pastoral.

O diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral Social e Mobilidade Humana, Elicídio Bilé, que fez o enquadramento da iniciativa, referiu que o tema procura dar resposta à realidade diocesana, com pessoas das mais variadas regiões, “migrantes económicos, migrantes refugiados, para estudar ou para trabalhar”.

Já a diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações apresentou o tema ‘Uma pastoral de serviço às pessoas em mobilidade’, na conferência da manhã.

Eugénia Quaresma referiu, por exemplo, que cada um é chamado à construção de um reino de perdão amor e paz e os refugiados, com a sua vida, denunciando as injustiças e acolhendo todos, porque “acolher é uma forma de amar”.

À tarde, o Cineteatro Municipal de Alter do Chão recebeu a equipa nacional do programa ‘+Próximo’, da Cáritas Portuguesa.

CB/OCAgência Ecclesia

15 de Março de 2017