domingo, 10 de março de 2024

Vida nova, para a Vida plena e definitiva.

 



A liturgia do 4.º Domingo da Quaresma coloca-nos diante do projeto salvador de Deus para o mundo e para os homens: é uma iniciativa de Deus que, independentemente dos nossos méritos, nos oferece a Vida eterna. Cada um de nós tem de decidir como acolhe essa oferta e que resposta lhe dá. A nossa resposta deve ser levada na alegria, marca essencial do Evangelho e deste Domingo da Quaresma, chamado o “Domingo da Alegria”.

A primeira leitura
avisa que, quando o homem prescinde de Deus e escolhe caminhos de egoísmo e de autossuficiência, está a construir um futuro de dor e de morte. Mas garante, por outro lado, que Deus nunca desiste dos seus filhos: Ele dá-lhes sempre a possibilidade de reconstruir a vida, de começar de novo.

Quando a pessoa prescinde de Deus e escolhe caminhos de egoísmo e de autossuficiência, está a construir um futuro sem horizontes e sem esperança. Na verdade, a nossa experiência de todos os dias mostra como a indiferença da pessoa face a Deus e às suas propostas gera violência, opressão, exploração, exclusão, solidão, sofrimento. Então, a culpa de muitos dos males que nos afligem não é de Deus, mas sim das opções erradas que fazemos. Estamos conscientes disto? Estamos disponíveis, neste tempo de Quaresma, para fazer um caminho de “conversão” que nos leve de regresso a Deus, dispostos a escutá-l’O e a acolher as indicações que Ele nunca desiste de nos dar?

A segunda leitura diz-nos que, apesar da nossa condição de fragilidade e de pecado, Deus nos ofereceu, em Cristo, a Vida e a salvação. Não o fez em resultado dos nossos merecimentos; foi uma oferta totalmente gratuita, que resulta do amor que nos tem.

A vida nova de Deus manifesta-se nas nossas palavras, nos nossos gestos de partilha e de serviço, nas nossas atitudes de tolerância e de perdão, na nossa solidariedade com os irmãos esquecidos e abandonados, nos nossos esforços para construir pontes de entendimento e de diálogo… Convém, no entanto, não esquecer este facto essencial: é Deus que, através de nós, age no mundo e na vida dos homens. O mérito das coisas boas que fazemos não é nosso, mas sim de Deus. Temos consciência de que somos apenas os instrumentos frágeis através dos quais Deus manifesta ao mundo e aos homens a sua misericórdia e o seu amor?

No Evangelho, João apresenta, em palavras do próprio Jesus, o projeto de salvação de Deus: por puro amor, Deus enviou ao nosso encontro o seu Filho Unigénito, que veio oferecer-nos a salvação. Quem “acreditar” em Jesus e aprender com Ele a lição do amor até ao extremo, nascerá para uma Vida nova, para a Vida plena e definitiva.

O evangelista João define claramente o caminho que todo o homem deve seguir para chegar à vida eterna: trata-se de “acreditar” em Jesus. “Acreditar” em Jesus não é uma mera adesão intelectual ou teórica a certas verdades da fé; mas é escutar Jesus, acolher a sua mensagem e os seus valores, segui-l’O no caminho do amor e da entrega ao Pai e aos irmãos. “Acreditar” significa olhar para aquele homem levantado na cruz e aprender com Ele o amor até ao extremo, o amor que ultrapassa todo o egoísmo e é dom total. Jesus é para nós essa referência fundamental, que procuramos seguir a cada instante e que nos aponta o caminho? Estamos dispostos a confiar incondicionalmente n’Ele, mesmo quando as suas indicações parecem estar contra a cultura ambiente, os ditames da moda, as doutrinas vigentes, ou as regras do socialmente correto?

Somos dignos da missão, da confiança que Jesus põe em nós? Isso não é assim tão difícil, na realidade. Basta, muitas vezes, a atenção a pequenas coisas. Comportar-se à maneira de Jesus junto de cada um destes pequenos que são os seus irmãos: por uma palavra de acolhimento, um serviço prestado, um pouco de entreajuda, um gesto de partilha, um momento de escuta… Empreender também, ao nível de responsabilidade que é a nossa, atitudes para mudar o que pode ser mudado, para que haja menos injustiça e exclusão. Preparar a Páscoa com os mais esquecidos…

www.dehonianos.org


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