Aproximamo-nos, a passos largos, da Páscoa e, neste próximo Domingo, recordamos, em jeito de antevisão e de preparação, os momentos que antecederam a crucificação e morte de Jesus, o Nazareno.
Jesus, momentos antes da sua entrega, decide demonstrar, de forma muito concreta, o lema da sua vida. Jesus decide, de uma vez por todas, dar a conhecer ao que vinha: ser pão. Num ato simples, demonstra que a sua entrega e autenticidade são testemunho de uma vida rasgada e partilhada. Jesus tornou-se pão, porque foi através d’Ele que muitos se sentiram, de novo, alimentados para a vida. Jesus tornou-se pão, porque foi através d’Ele que muitos tiveram, de novo, acesso à vida. Jesus deu-se por completo, entregou toda a sua inteireza para que ninguém ficasse para trás. Jesus foi vinho, porque encheu a vida de tantos com a novidade da Sua Palavra. Jesus foi vinho, porque foi capaz de renovar a vida de tantos. Jesus foi vinho, porque trouxe a alegria inesgotável de nos sabermos amados por um Pai com entranhas de Mãe.
Naquela última ceia, naquele último encontro intimista com os que lhe eram tudo, Jesus revela que só nos completamos na doação, na partilha. Naquela última refeição, onde a vida é comemorada em todas suas dimensões, Jesus lançou o convite: “Sede pão, sede vinho, sede serviço e sempre que o forem tornar-me-ão vivo!”.
Vivermos em Páscoa é colocarmos em prática este seu testemunho: sermos pão para quem não se sente alimentado, sermos vinho para quem a Vida e a Palavra já não trazem alegria e sermos serviço para que ninguém se sinta excluído da presença de Deus!
Hoje, antes de voltares ao mecanismo dos rituais, questiona-te: e se o sentido da minha vida for ser pão, vinho e serviço? E se vivemos para sermos pão?
Emanuel António Dias
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