quarta-feira, 22 de setembro de 2021

A Amizade é um tesouro, mas não é fácil…



A amizade é um dom valioso, que multiplica a alegria e alivia a tristeza.

«Um amigo fiel é um poderoso refúgio, quem o descobriu descobriu um tesouro. Um amigo fiel não tem preço, é imponderável o seu valor. Um amigo fiel é um bálsamo vital e os que temem o Senhor o encontrarão.» (Eclesiástico 6, 14-16)


É bom ter amigos por perto. É bom saber que existem pessoas que se cruzam connosco para nos ajudar a ser quem somos. E se fizermos um exercício de gratidão veremos quantas pessoas Deus colocou no nosso caminho e que são verdadeiros tesouros.

Num mundo repleto de solidões e de generalizada falta de comunicação, saber que temos alguém que nos faz viver o contrário disso, faz toda a diferença.

«O vosso amigo são as vossas necessidades atendidas. Ele é o vosso campo, que semeais com amor e colheis com gratidão. É a vossa mesa e a vossa lareira. Pois vindes até ele com a vossa fome, e nele buscais a paz. Quando o vosso amigo vos diz o que pensa, vós não temeis o "não" na vossa própria mente, nem evitais o "sim".» (Khalil Gibran, in "O Grande Livro do Amor")

Por isso, também é verdade que um verdadeiro amigo não pode ficar indiferente ao ver quem lhe é querido ficar aquém dos seus próprios ideais e abraçar outros que, pelo contrário, o levam a becos sem saída.

Tarefa difícil… A verdade é que, muitas vezes, as pessoas preferem "fingir que nada aconteceu", tentando silenciar a consciência com a resposta que Caim deu à pergunta de Deus acerca de Abel: "Sou eu o guardião do meu irmão?" (Cfr. Génesis 4, 9)

Mas a correção fraterna é necessária, ainda que difícil e delicada. Para praticá-la são indispensáveis ​​algumas virtudes como o respeito e o amor gratuito que faz com que o outro se sinta livre, amado e respeitado qualquer que seja a sua decisão e orientação existencial.

Muitas vezes, em relação aos que cometem erros - ou que nos parecem errados - agimos com pressa ou com impulso emocional, enquanto seria necessário reservar tempo para reflexão pessoal, oração, discernimento, avaliando se o que percebemos é realmente um erro objetivo ou não. De facto, às vezes, o que nos parece um erro existencial é, na verdade, apenas uma questão de sensibilidade, opinião, ou visões e perspetivas diferentes.

De qualquer forma é fundamental dizer a verdade com delicadeza, respeito e caridade. Não é fácil, mas extremamente necessário.

O próprio Deus age assim connosco… E se Ele faz isso, porque não deveríamos nós também fazer com os nossos amigos mais próximos e aceitar que eles façam connosco?

Bom caminho!


Paulo J. A. Victória

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